𝟬𝟬𝟭 ⁵
𓂃 ⠀🌾⠀' Eden ᯓ
renomeado para: Bunker
⸻ UM ANO APÓS O FOGO PRIMORDIAL
Kimberly estava mexendo em suas coisas, aproveitando que Gaia estava com Glass, agora, a mulher não desgrudava da criança, assim como Indra e Octavia, que se dividiam para proporcionar alguma diversão a pequena que tinha apenas um ano.
A loira, ao revirar tudo que tinha, acabou achando um papel, ela lembrava o que era. Era a carta que Jasper havia dado a ela um pouco antes da mesma deixar Arkadia. As palavras dele ainda ecoavam em sua cabeça: "Leia quando realmente sentir minha falta".
Se Kimberly tivesse achado a carta antes, provavelmente já teria lido, e agora que conseguiu, não perdeu muito tempo ao se sentar e finalmente abrir o papel.
CARTA DE JASPER ⸻
Minha querida e revolucionaria Taylor Suiv, Swif, Sftwie, eu não sei como escreve, por isso prefiro Kim Sinclair. Minha prisioneira cento e onze, parte dos cem prisioneiros destinados a Terra.
Você sempre foi para mim como a brisa doce e suave da terra, minha maior inspiração. Você se doou, se deu por completo e mesmo assim não desistiu, você fraquejou, eu sei que fraquejou, mas mesmo assim não desistiu e eu sempre te admirei por isso, mesmo que não conseguisse falar. Hoje entendo que foi necessário conhecer você para passar meus dias mais felizes na Terra, alguns deles pelo menos, porque me lembro que graças a você eu vivi até onde consegui. Não deixe que te façam fraquejar novamente, seja a Kimberly que eu sei que você é. Prometo cuidar daquele pedacinho de você daqui do outro lado mas cuide de Monty para mim.
Te vejo do outro lado, Kim
Jasper, xx
Kimberly viu suas lagrimas molharem o papel, formando pequenas bolinhas na letra desengonçada de Jasper. Ela sentia falta do amigo, assim como sentia falta de todos os outros que não estavam presentes em sua vida.
O que mais apertara seu coração era não poder cuidar de Monty para Jasper, como o mesmo havia pedido, porque ele não estava ali, ela nunca mais tinha visto o amigo desde que deixou Arkadia.
A loira secou as lagrimas quando a voz de Gaia começou a se aproximar do corredor, com uma risada familiar, a de sua filha. Kimberly formou um sorriso em seu rosto quando ambas entraram no quarto saltitando com algumas risadinhas.
⸻ Chegamos na mamãe, Hainofi ⸺ Gaia disse brincando com a criança junto de Kimberly
Eram aqueles momento que deixavam Kimberly de pé, sem desistir do que havia vivido e do que ainda estava por viver. Ela se sentia sortuda.
Durante o processo do fogo primordial, Clarke com a solução do sangue escuro sobreviveu sozinha na Terra, até um certo ponto.
A Terra ficou devastada, não tinha mais água, não tinha comida, era um deserto assustador. Arkadia que antes costumava ser uma casa, era apenas pedaços de escombros e cinzas, por outro lado, alguns pertences bem escondidos não se deformaram.
No entanto, a loira achou um pequeno jardim do Éden onde tudo era lindo e colorido, embora todos daquele lugar estivessem mortos por causa da radiação. A mesma loira também encontrou segurança e conforto em uma pequena criança, a mesma que também era sangue escuro, era a única explicação para estar viva depois do grande fogo que apagou o mundo.
Seu nome é Madi, por sorte, elas dividiram aquele vale precioso, o único ponto verde resistente na Terra, aquele que fora salvo, porque nem mesmo o fogo primordial se atreveu passar por ele.
⸻ SEIS ANOS DEPOIS DO FOGO PRIMORDIAL,
dias atuais.
Aqueles que estavam no anel encontraram uma nave perto de onde estavam, Raven tentou contato mas ninguém respondia, isso porque já havia uma nave pousando naquele único ponto verde na Terra, aquele que era bem perceptível de cima.
Todos estavam receosos com a ideia de procurar por aquela nave com a capsula que usaram para subir, eles não tinham certeza de nada mas buscavam ajuda e suprimentos no espaço.
Bellamy havia seguido sua vida, seis anos se passaram desde que foi separado de sua irmã e de Kimberly, depois que isso aconteceu, o mesmo perdeu as esperanças, mesmo que dissesse que não. A questão era, ele achava que nenhuma delas teria sobrevivido naquele bunker.
Echo por sua vez estava apreensiva, ela temia que Octavia não a perdoasse pelo o que fez assim como o irmão perdoou e sobre Kimberly, ela não tinha esperanças que a garota fosse aceita-la, principalmente agora que estava com Bellamy.
Bellamy prometera para Echo que nada seria diferente, se eles conseguissem voltar para Terra, nada mudaria, e, dera um pingo de esperança para Echo de que se as garotas permanecessem vivas, elas a perdoariam, a aceitariam da forma como ele aceitou. O que ele não sabia ao certo, mas, suas palavras eram de conforto.
BUNKER ⸻
Não era segredo para ninguém que todos eles haviam mudado naqueles seis anos, um clã inteiro incluindo Octavia, mas principalmente, Kimberly.
Sua mudança era perceptível por todos, sejam os mais próximos ou os mais afastados. Alguns duvidavam da pessoa que ela havia se tornado, em alguns anos, a mesma cansou de ouvir o quão fraca ela havia se tornado.
Mas, em outros anos, aqueles que conheciam Kimberly o suficiente mostravam a ela o quão forte ela havia ficado. E, ela tinha Glass, sua pequena Glass que era seu norte em meio a toda confusão que vivia, em meio a escuridão, em meio as confusões, as lutas, os crimes, em meio toda a ditadura que vivia.
Não havia sido fácil, cada dia que passava o coração de Kimberly apertava ainda mais por diversos motivos, Glass era aquela que presenciava a dor de sua mãe quando contava a história de pessoas especiais para ela.
Por incrível que pareça, Bellamy era o favorito da pequena, ela sempre pedia para que a mãe contasse mais de como Bellamy liderava um acampamento inteiro com os ataques terrestres ou como ele fora corajoso o suficiente para entrar em uma montanha inimiga e salvar todos os amigos dele. Glass era sua maior fã.
Kimberly por sua vez não escondia o quanto sentia falta do rapaz, algumas das vezes que deitava sua cabeça no travesseiro, aconchegando Glass em seu corpo, ela se perguntava como seria se ele tivesse ficado no bunker. Era um de seus desejos mais profundos.
A loira tentava não chorar por aquele motivo na frente de sua filha, mas fazia isso na frente de seus amigos mais próximos. Octavia notava sempre o quanto aquilo apertava o coração de sua amiga e as vezes, ela nem tinha palavras de conforto porque também sentia falta do irmão.
Ambas desejavam que Bellamy estivesse vivo, que ele tivesse conseguido chegar no anel e que sua vida durante os seis anos tivesse sido feliz, era tudo que elas queriam para o rapaz, por tanto se importar e amar o mesmo.
A traição entre os Wonkru era frequente, os inimigos do clã se despertavam a cada dia que se passava. Naquele dia, um deles havia cometido um crime contra os Wonkru.
Desafiar qualquer pessoa superior que estivesse ao lado de Blodreina era um crime contra os Wonkru, um dos membros daquele clã havia desafiado Kimberly por ela fiscalizar a hora da refeição mandada por Octavia, a mesma só estava cumprindo o seu trabalho.
Octavia não admitia que um dos membros de seu círculo intimo fosse desafiado da forma que Kimberly fora e por isso, a mesma deu a ordem para que Kimberly mandasse aquele desafiador para a arena de batalha.
Ela costumava fazer aquilo sempre, Octavia dava as ordens e Kimberly prendia os inimigos de Wonkru. Ela era conhecida por aquilo, além de ser a Seken Hainofi, ela ainda era gon daun heda.
Muitos deles a odiavam por aquilo, por mandar seus amigos, familiares, parceiros para a batalha, aquela que os matariam se eles fossem fracos demais. Kimberly era chamada de Kripa Kom Blodreina pelos cantos do bunker, secretamente, já que aquilo também era considerado um crime.
⸻ Como a grande salvadora da nação se transformou em um demônio controlado pela rainha vermelha ⸺ O traidor disse
⸻ Se sentenciar um inimigo do meu povo para a arena de batalha me torna um demônio, então sim, eu me tornei ele ⸺ Kimberly respondeu e depois olhou para seu redor, analisando cada um que estava naquela fila ⸺ Alguém mais gostaria de me dar outro apelido carinhoso sendo um inimigo dos Wonkru? Vocês tem a chance de escolher, mas se lembrem que terão o mesmo destino do nosso inimigo.
Todos naquela fila se afastaram no homem que desafiou Kimberly naquele momento. A garota assentiu e fez sinal para que Miller e Sheridan, os guardas do circulo íntimo de Blodreina, levasse aquele sentenciado até o local que iria ficar antes da batalha.
Kimberly estava terminando de trançar o cabelo de Glass como todos os dias após o café da manhã, a garota adorava as trancinhas que sua mãe fazia em formato de arco na sua cabeça.
⸻ Mãe, sua vez ⸺ Glass disse enquanto olhava para frente, esperando Kimberly terminar ⸺ Como você imagina sua vida quando sairmos desse bunker?
⸻ Eu e você. Colhendo batatas e morangos. ⸺ Kimberly começou a explicar mesmo não tendo certeza de que sairiam dali ⸺ Morando em uma casinha especial. Com nosso cachorrinho chamado...
⸻ Elliot ⸺ Glass falou animada quando pulou se soltando de Kimberly
⸻ Isso, com o Elliot. ⸺ Kimberly riu com a alegria da filha
Mas antes que pudesse falar qualquer outra coisa, Niylah apareceu na porta, chamando pela garotinha.
⸻ Vai começar, ela quer que você esteja la ⸺ Ela disse para Kimberly que respirou fundo concordando
Niylah estava se referindo a Blodreina, a Octavia como líder era chamada assim desde muito tempo. O que iria começar era a luta de redenção de crimes.
O regime político de Octavia era nada mais que um conclave para salvar as vidas daqueles que eram presos por crimes cometidos contra o Wonkru, o clã.
Como braço direito de Blodreina, e segunda dela, a morena fazia questão que Kimberly participasse ao seu lado até a mesma dar o veredito final. Não era a melhor coisa que elas faziam mas havia funcionado assim durante seis anos.
Niylah era quem cuidava das crianças durante aquela cerimônia, de todas elas incluindo Glass. A loira ensinava algumas coisas já que dentro daquele bunker não havia uma escola para suas crianças.
Kimberly depositou um beijinho na testa da sua pequena e ofereceu um sorriso para a mesma antes de deixa-la seguir com Niylah.
⸻ Ai hod yu in, nomi ⸺ Glass disse enquanto saía acenando atrás de Niylah.
Kimberly sorriu com aquela frase muito presente no vocabulário de sua filha, era tudo que dava forças para a loira sempre que precisava presenciar os conclaves impostos por Blodreina.
A loira então se dirigiu para o trono de Octavia, aquele que ficava acima da arena de batalha. Gaia ficava de um lado com Indra e do outro lado, junto de Miller, Kimberly ficava a postos com seu uniforme preto, aquele que antes ela usava para salvar o mundo, dessa vez, ainda mais modificado.
⸻ Você demorou ⸺ Octavia resmungou sem nem olhar para a loira
⸻ Estava terminando de ajeitar a Glass ⸺ Foi tudo que Kimberly explicou para a amiga
⸻ Temos um longo dia, não acho que vou perdoar aqueles que estão na batalha, independente de quem restar ⸺ A morena anunciou confidencialmente para amiga
⸻ Então porque eles vão lutar hoje? ⸺ Kimberly questionou
⸻ Porque é assim que nós vivemos, Mu Seken ⸺ Octavia disse por fim fazendo um sinal para Gaia.
Gaia por sua vez deu início a aquele Conclave, as regras consistiam em lutar entre si e ser o ultimo, aquele que sobrevivesse passaria por analise de Blodreina, ela iria julgar se ele merecia perdão pelos seus crimes ou se teria que lutar novamente para conquistar aquilo.
Quando restou apenas um, os presentes naquela cerimônia foram a loucura, eles estavam eufóricos esperando uma resposta de sua rainha. Mas ela não dera um, ela olhou para Kimberly com um pequeno sorriso de canto.
A loira era a única pessoa que Blodreina ainda escutava, pouco, mas ainda sim escutava. Octavia havia mudado em seis anos, seu governo como líder naquele banco passou por muitos baixos antes dos tempos atuais, o alicerce que elas tinham entre si, Glass, era a única coisa que as salvavam da escuridão.
【 📜 | NOTES 】
𝗗𝗜𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔́𝗥𝗜𝗢;
1. Hainofi; "Princesa"
2. Ai hod yu in, nomi; "Eu te amo, mãe"
3. Seken Hainofi; "a princesa segunda"
4. Gon daun heda; "comandante da luta"
5. Kripa Kom Blodreina; "demônio da rainha vermelha"
6. Mu Seken; "Minha segunda"
⸻ oi meus lindos, nosso terror
favorito (pelo menos pra mim) chegou
e está entre nós. Peço perdão desde já
se o capitulo ficou entediante, é apenas
uma breve apresentação da vida nesses
seis anos para entrarmos de vez na quinta
temporada. Bom, espero que gostem, bebam
água e até o próximo.
𝘄𝗼𝗿𝗱𝘀: 2,1k
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top