8 🍁 Eram Pasteis

Cores claras são usadas como fundo, as escuras informam. Do contrário, teria um efeito reluzente e a informação ficaria pouco legível.

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Estava prestes a cair em declínio completo ao imaginar que sua 'melhor amiga' mais velha poderia estar no andar de cima. Seja lá qual fora o motivo que a levou estar ali, depois que a suposta Hyojin cortou quase por completo o laço com a família por motivos que não conseguia se explicar.

Euhsu estava animada e por alguns minutos quase irrelevantes ser citados a esta história pareceu uma criança que havia acabado de ganhar seu brinquedo favorito, sabendo-se que não costumava se sentir tão animada com os tais a muito tempo. Subindo as escadas eufórica, não se importava com mais nada. Parece que quando uma pessoa fica feliz demais, torna-se a mais cega escultura já vivida perante tudo a sua volta.

Não poderia ser um "Jamais esteve assim", mas um "Por tempos não esteve assim".

Taehyung demorou um pouco para despencar na realidade do que sua irmã estava prestes a fazer ─ Juro que se alguma novidade estrambólica sobre o comportamento deste menino surgir, eu lhe conto com o maior prazer ─ . Levantou-se num impulso e correu em direção a escadaria de sua casa. Chamava em cochichos por Euhsu 3 vezes seguidas, num pequeno desespero fazendo-o topar em boa parte das plantas tropicais que sua avó mantinha no corredor. O corredor, por assim dizer, não deveria ser considerado além de apenas um corredor por ser tão curto de largura e profundidade. A porta de um quarto sempre era muito próximo a outra, facilitando o acesso da casa pequena. Não é novidade alguma, que por mais que a casa tivesse esse ponto positivo, Taehyung sempre entrava no quarto errado da mesma forma que confundia estalactites e estalagmites, cimento e concreto .

-Hyojin noona! ─ chamou a criança sorridente, enquanto averiguada todos os cômodos no andar de cima.

-Euh, não... ─ clamou o mais velho, mais para si mesmo do que para a outra ouvir, ─ Mas que droga!

A menina finalmente acertou o quarto a quem hospedava o corpo deitado numa cama, a cama de sua avó. Suspirou (digamos por alivio, cansaço, ou reparação de ato) parando um pouco para repor sua estatura com a mão direita apoiada no patente da porta. Aproximou-se um bocado mais do corpo estendido na estrutura naquele provável cafofo.

Não era Hyojin. Não era nem de perto, nem era de longe. Não era de fato, aquela tal. Não era e entristeceu, mas o sentimento foi-se embora ao ser tomada pela curiosidade.

Taehyung chegou finalmente na porta parando num pequeno impulso ali, quase se esquecendo de que não podia falar alto e por pouco não deu um grito estridente para a irmã sair dali. Chamou-a baixo (inclusive abaixou o corpo também, como se sua posição interferisse em sua voz).

-Quem é? ─ perguntou baixo Euhsu, caminhando em sua direção.

-Uma amiga. ─ concluiu.

-Você não tem muitos amigos confiáveis, oppa! Por que um deles estaria estirado na cama da vovó? ─ reclamou a menina. Falava como se não tivesse algum respeito ao maior.

Taehyung fechou a porta.

-Foi uma emergência. ─ arrastou a garota para o outro quarto, ─ E de onde você tirou que meus amigos não são confiáveis?

-Posso saber o que levou a essa emergência? ─ perguntou cruzando os braços. Olhou Taeshi dormindo na cama de Taehyung, ─ E eu tirei de todas as vezes que seus amigos te deixaram na mão, te abandonaram e houve aquele que se aproveitou de sua boa vontade para pegar seu dinheiro e fugir para Seul.

-Aquilo foi um acidente. De qualquer forma, ele estava precisando de dinheiro... Mas isso não vem ao caso, Euhsu. ─ Taehyung retirou o casaco da menina e descalçou seus pés, ─ Ela passou mal aqui perto e eu a trouxe para dentro, só isso.

Aquele que não estivesse apto sobre o assunto do momento se sentiria deveras confuso com a forma com que os irmãos costumavam se comunicar em duplo-assunto.

-Oppa?! ─ chamou a menina.

-Sim?

-Você nem a conhece, não é mesmo?

O rapaz apenas suspirou calado e terminou de retirar a quantidade considerável de tecido do corpo da menina. Era admirável a forma como alguém podia entender as peripécias de seus atos com tão pouca idade. No convívio você aprende com situações sem conhecimento algum e tornasse costumeiro o jeito que lida com elas. Às vezes Taehyung levava pequenas perguntas ao pé da letra, noutras ele dava uma extensa justificativa metafórica para elas.

-Sim, eu a conheço. ─ respondeu.

Euhsu levantando a sobrancelha esquerda.

-... Eu vou perguntar de novo. ─ Respirou, ─ Você já falou com ela?

Taehyung a olhou de baixo.

-Sim, eu já falei com ela. ─respondeu.

-Quero dizer... Já falou com ela por mais de 1 minuto?

Era esta a fórmula que usavam para retirar a verdade daquele rapaz. Taehyung a conhecia, mesmo que fosse de longe, mas a via quase todos os dias ir e vir pelo mesmo caminho meses atrás. Conhecia seu caminhar, a forma como arrumava a touca no inverno e procurava sombra do verão. E sabia que S/N infelizmente jamais pôde negar um panfleto sequer, mesmo que ela jogasse no lixo depois. Embora que o conhecimento fosse somente de sua parte, validou aquilo como conhecer de qualquer forma.

Taehyung já falou com ela uma vez. Duas na verdade: Uma para devolver sua bolsinha Coral-Claro com flores vermelhas-marte a qual vira cair de seu bolso e mesmo a perdendo de vista, esperou ansioso pela sua volta a fim de devolvê-la. E na infeliz hora em que a moça foi rumo ao chão mais cedo. Mesmo sendo curtas palavras em longas pausas, validou aquilo como falar de qualquer forma.

-Ah... ─ estalou a língua, fez cara feia, ─ Não importa. O meritório de agora é que ela está precisando descansar, certo?

-Se você acha. ─ empurrou-o para fora e fechou a porta.

-Tenho certeza.

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As regras eram a seguinte: Saber para onde vai e lembra-se de onde passou. Em todas as vezes em que essa didática deu errado para S/N, eram imensamente inversivas: Ela sabia para onde ia, mas esquecia do caminho até lá, ou sabia o caminho que percorria, mas não vazia ideia para onde estava indo.

Porém nesta fatídica situação, estava mais perdida que daltônico jogando um cubo mágico. Fazia tempo que ela não tinha um decente cotidiano. E naquela cama da casa da avó de Taehyung (consequentemente do próprio) ela sonhou pela primeira vez em meses.

Ela não sabe o que sonhou. Mas sabemos que ela sonhou alguma coisa, só não sabemos o quê. Seja lá qual for este tal sonho, S/N deveria estar percorrendo todo este reino acompanhada pelo Moldador de Sonhos e não parece querer sair de lá tão cedo.

É isso o que Taehyung pensa pelo menos.

Sentado num baú de madeira muiracatiara pintado de rosa fúcsia. Mas estava tão gasto seu material pela idade e falta de arejamento ou sol, que sua cor começou a desaparecer com precisão. O tom marrom escuro do que chamamos de madeira começava a aparecer. ─ Poderia ser observação irrelevante, mas era isso o que o rapaz observava quando não estava encarando S/N na cama.

Um camada considerável de tecidos cobria dos pés ao pescoço o corpo imerso ao sono. Ele procurava nela, alguma coisa nova toda vez que olhava-a, por isso despendia sua atenção a cada 3 minutos para algo aleatório no quarto.

Da primeira vez encontrou os detalhes no cabelo. Na segunda, o rosto. E na terceira, enxergou o hábito que ela tinha ao dormir, respirar e os gemidos baixos quando sentia-se incomodada no sono. Ele tentou adivinhar as coisas que ela fazia da vida, o que comeu por último e até o último filme que viu no cinema.

É estranho Taehyung agir assim. Mas todos nós temos um certo deleite da vida. |

O quarto estava silencioso e dar um nome para aquilo era fácil quando se instigava a dizer que não via muito além de cores normais. Ele estava ansioso para que a menina acordasse, mas a cada minutos que supostamente chegava daquele momento, ficava nervoso. Juntou as mãos na frente do estomago e ali permaneceu olhando para o teto. Em poucos minutos, não se sabe ao certo quanto, o rapaz começou a cantarolar um trecho de uma música que ouviu na televisão.

Ele não fazia ideia de onde surgiu aquele ritmo nem quem estaria cantando. Porém tinha na sua cabeça algumas notas e por não saber a continuação, cantava em um lopping infinito. Era "Não sei se palavras conseguem dizer. Mas, querida, eu acharei um jeito" infinitamente para nós.

Eram cores calmas infinitamente para ele. Cores numa paleta de tonalidades amareladas e laranjas, azuis e rosas, todas pasteis. |

Ele até gostava de tons pasteis. Mas eram chatos. Lhe davam muita preguiça, não tinham gosto e se tinham, eram como balas de gomas sabor pêssego, ou sorvete de água e açúcar. Era pessoal e meramente profissional.

Estava tão entretido na "música da cabeça que não sabia o nome", que esqueceu-se de averiguar S/N na cama. A mesma estava mexendo-se nos edredons. Desta vez não para virar-se pela milésima vez para lados jamais virados e sim decidiu que estava na hora de acordar.

Taehyung não percebeu (perceber algumas coisas não era seu maior talento) cantarolava baixo e cantarolava mais vezes aquele trecho sequencialmente olhando para o teto com as mãos entrelaçadas na frente da barriga.

Não percebeu até ouvir um grito rouco sair pela boca de S/N. Taehyung deu um pulo de onde estava sentado e pelo susto começou a gritar também.

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>>animação feita por mim, pfv não pegue sem dar os créditos, mana, ou eu corto seu sinforoso fora<<

Voltei!~ demorei? Demorei, mas eu voltei. Bem, a principio eu tive, ─ não um bloqueio criativo, sendo que todas as informações estavam aí─, mas sim uma especie de aversão do ato de digitar as informações e as encaixar conforme a situação. A intenção era estender o capítulo até o 3º ato da 'cena' de S/N na casa de Taehyung, mas infelizmente não achei justificativas suficiente para isso.

Seria como... O filme Esquadrão Suicida fazendo a gente engoli o plot, sem saber o que tava engolindo de uma só vez. Ou o filme "de volta para o futuro 2" de 89 numa tentativa desesperada de adivinhar o futuro (vulgo 2015 onde na cabeça deles os carros voavam). Então se eu não sei como fazer, é melhor não entregar um saco de esterco. Bem, mas eu estarei respirando fundo e vendo como entregar o próximo capítulo. Este foi tão enfadonho, que nem cor eu dei, só paleta.

Ps: para quem não pegou a referencia da cena, a música é Darlin dos Beach boys. Ousam

é isso beijos <3

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