Um dia
Você lembrará daqueles dias;
Como eu lembro dos seus dias,
Como ela lembrará dos nossos;
Mesmo que não haja poesia
O suficiente para demonstrar,
Eu ainda existo detrás das cortinas;
Tão humana, estranha, criança...
Tão em pedaços, porém aparentemente inteira
Como qualquer teoria (in)falível de vida.
Um dia nos lembraremos dos detalhes dispersos
Como confetes de felicidade no ar;
Mesmo com todas as cicatrizes,
Lembraremos do vermelho vivo
Alaranjado com o tempo,
Manchado o passado com um pôr do sol
De silêncio turbulento.