feto

Eu não posso fazer nada, meus pés estão encravados no chão.
Eu não posso fazer nada. O mundo é o culpado,
O meio, medo, o silencio. Eu apenas aceito.
Eu apenas vivo, existo pelas minhas memórias,
Eu somente respiro.
Pois nunca fiz outra coisa.
Eu sou eu, eu diz eu, ninguém conheceu o eu,
Eu que estanco, no caminho
Eu que fujo e me curvo. Eu que não posso nada.
Mas no fundo sou eu, isso é tudo. Tudo e nada.
Eu que não fiz, que sonhava que vivia,
Sonhava em respirar.. Significativamente.
Sonhava que fazia falta.
Eu que sonhava em ser eu. Mas não pude ser... Mais nada.
Tão vazio, tão imóvel e instável,
Que parecia sequer ter nascido.

30.05.20

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