Música Tema de Dominique e Lorenzo.

Não há o que provar
Meu bem, tudo que precisamos é somente estarmos
Perdidos no toque
No lento e firme movimento
Meu bem, não é desse jeito que o amor tem que ser?
Breathe — Faith Hill

Narradora:

A cena que chocou o país e estampou os jornais, foi da pequena Maria Júlia Blanco Cortez.
Um tiro a queima roupa em sua cabeça, o corpo da mesma foi encontrado perto Rio Béso, uma cena que nem mesmo a agente Barros em todos seus anos, suportou ver.

A agente, mais conhecida como Clarrisse Barros, uma das melhores do FBI, mais ainda não chegamos aí. Neste momento Clarrisse é apenas a chefe do departamento de sequestro de Barcelona.
Uma mulher acostumada a ver cenas como essa, após ver essa cena ficou dias sem dormir.

Já a família da pequena, não sei se existe mais isso. Dominique e Lorenzo se separaram após o enterro da mais nova.
Dominique foi morar novamente com seus avós, só que agora estão vivendo em São Paulo.
Depois de toda repercussão, Dominique decidiu sair do país.

Seu ex sogro Pablo Cortez, lhe ofereceu uma vaga como CEO, da empresa na filial brasileira.
Sem pensar duas vezes, arrumo suas malas e foi para tentar a vida em território brasileiro.
O restaurante de sua abuela tão amado em Barcelona, foi passado a seu soul chef, um querido amigo de Olga.
Edgar conseguiu sua aposentaria e juntos o casal seguiu a neta.

Já em Barcelona, Lorenzo reassumiu seu posto como CEO na empresa.
Ninguém sabia ou imaginava o quão difícil estava sendo para ele, a perda da filha e de seu grande amor.
Seu orgulho falou mais alto que o amor que sentia por Dominique.
Agora o que lhe restava eram fotos, roupas e saudade.

Ao chegar na casa, ele não ouvia mais a trilha sonora de Frozen tocando.
Ou sua amada cantarolando alguma música brasileira enquanto cozinhava.
A casa estava solitária e fria, seu único companheiro era seu copo de uísque de todo dia e a TV.

Em uma das noites após o trabalho, Lorenzo ao chegar em casa notou que alguém lhe esperava na porta principal.
Ao guardar o carro na garagem e caminhar a passos largos, o coração de Lorenzo se encheu de esperança ao ver uma silhueta feminina.
Pensará que era Dominique, que ela havia voltado para ele.
Seu sorriso desfez ao chegar e ver que era Belle, sua ex maluca.

— O que faz aqui Belle ? — ele se esgueirou e caminhou até a porta —

— Vim ter notícias suas — a loira elevou as bochechas de cada lado e se aproximou do homem — Você deve ter mudado de número, pois nunca mais consegui falar com você

— Será por que hein? Você quase matou minha filha e minha, digo Dominique — ele coçou a cabeça visivelmente nervoso —

— Tudo bem — as mãos brancas da jovem foram levantadas em sinal de rendição — Eu fiz tudo aquilo por amor, mais ok, isso não justifica. Eu estou fazendo terapia, me tornei outra pessoa

— Ah Belle, não me enche — Lorenzo pôs a mão sobre o ombro dela e a empurrou de leve — Você mudar, é o meu que o diabo deixar de comandar o inferno

— Assim você me abala — ela espalma a mão sobre o peito e fez cara de triste — É sério, vamos tentar novamente

— Não Belle — ele tentou fechar a porta mais ela botou os pés impedindo —

— Apenas uma bebida, vamos

Talvez fora pela insistência dela ou pela carência, Lorenzo se deu por vencido, após um longe suspiro cansado, abriu passagem para a loira.
Que trajava de um vestido rosa pink, seus seios estavam mais fartos, engano seu pensar que Lorenzo não notou.
Mais Belle conhecia Lorenzo melhor do que a si mesma, sabia que como qualquer homem um belo corpo chama a atenção.

Se sentando no sofá, Belle cruzou as pernas, fazendo questão que suas coxas torneadas ficassem a mostra, para Lorenzo quando olhasse relembrasse dos velhos tempos.

— Primeiro de tudo, quero deixar claro que não tenho nada haver com o que aconteceu com sua filha. Eu me lembro de quando estava presa, Dante dizia que iria se vingar — após virar o gole de vinho em seus lábios, Belle torceu a boca de modo dramático —

— Não quero falar sobre isso — Lorenzo virou seu rosto e observou a foto do aniversário de sua filha —

— Ok , podemos falar sobre outra coisa — ela se sentou ao lado dele —

Acho que já sabemos como isso irá terminar,  vinho misturado com carência, coisa boa não sairá desse encontro, nada bom.

Vamos agora ver como está Dominique.
Em Campinas, uma cidade localizada na grande São Paulo, Dominique se encontra morando com seus avós, numa casa aconchegante.
Com três quartos, uma cozinha americana, separando-a da sala e um belo quintal, aonde se encontra um belo filhote de Doberman.

Neste exato momento, Dominique passeava pela praça principal, com seu cachorro.
Ao olhar em volta, via pais com seus filhos passeando e aquilo lhe doeu o peito.
Na calada de todas as noites, ela chorava abraçada ao Olaf, a pelúcia favorita de sua menina.
O perfume da pequena ainda estava presente e só assim, ela conseguia pegar no sono.

Ela se sentou sob a grama e soltou Bob para correr pela praça.
Ao olhar o relógio notou que marcava 11:30, tratou de se levantar rapidamente para voltar para casa, ela tinha uma reunião as 14 horas.
Assobiou, chamou e olhou em volta e nem um sinal de Bob.

Seria um sinal para ela, que nem mesmo de um cachorro conseguirá cuidar.
Chamou novamente e dessa vez ela notou que alguém o trazia pela coleira.
Não era um estranho, ela conhecia aquele jeito de andar, apertou os olhos para ter certeza e um sorriso brotou em seus lábios.

— Diego, o que faz aqui? — ela o abraça ficando escondida em seus braços —

— Estou em uma turnê — os lábios dela se abriram em surpresa —

— Nossa, meus parabéns — se abraçaram novamente — Fico muito feliz por você

— E como você está? — ele analisou a mulher de cima em baixo —

— Vivendo um dia de cada vez — desvio suas íris dele e mordeu as bochechas tentando evitar que uma lágrima escorra —

— Eu sei que está tudo muito recente — Diego esfregou o ombro em consolo — Quando eu recebi a notícia, eu fiquei muito abalado

— Imagino, ela também era sua sobrinha — ela sorri fracamente e ele balançou a cabeça em concordância — Eu preciso ir, estou atrasada para uma reunião.

— Ok. É, Dominique você tem compromisso no final de semana ? — ela nega — Vamos então sair?

— Como amigos ? — ele aperta a mão estendida dela — Está bem, só me mandar mensagem. Tchau — ela beija a bochecha dele e sai—

Enquanto isso em Barcelona...

— Lorenzo acorda — Angelina estalou os dedos de frente ao rosto dele —

— Han? O que houve?

— Estou lhe chamando há alguns minutos e acabei entrando

— Me desculpa, estava distraído

— Eu percebi. Bom eu vim lhe trazer a papelada da nova secretária — ao ouvir essa frase uma lembrança retorna a memória de Lorenzo — Dá uma olhada e vê se lhe agrada. Também sinto falta da Nique — ela coloca a mão sob o ombro dele —

— Como?

— Eu te conheço, não se esqueça disso. Estou indo pra casa, deveria fazer o mesmo — ao sair da sala de Lorenzo , Angelina nota Belle saindo do elevador —

" Ele não aprende", ela pensou, mais como cada um sabe da própria vida, Angelina não tinha nada haver com aquilo.
Já na sala de Lorenzo, Belle se encontrava sentada sob a mesa.
Ela o esperava para irem jantar no novo restaurante de comida japonesa que abriu ali perto.

Pegando sua pasta e tendo seu braço tomado por Belle, ambos entraram no elevador.
As pessoas que se encontravam ali, o cumprimentaram, inclusive ele recebeu alguns olhares maliciosos, fazendo Belle olhar séria para as mulheres.

Durante o jantar, tocava a música que embalou muitas noites de amor entre Lorenzo e Dominique.
Ao fechar os olhos, ele conseguiu sentir o perfume de morango da mulher de cabelos negros.
A imagem dela com o vestido vermelho, sentada na ponta da cama o esperando, fez o corpo de Lorenzo se aquecer.

Num ato de pura loucura, ele se levantou, pedindo desculpas a Belle, sua silhueta sumiu de dentro do restaurante.
O carro voava pela pista em direção a sua casa, em uma ligação rápida, ele conseguiu o endereço de Dominique.
Angelina que torcia tanto pelo casal, lhe comprou uma passagem para adiantar.

Em casa ele jogava suas peças de roupa dentro da mala.
Tendo que subir na mala para fecha-lá, ele desceu e disse a Carmem que viajaria durante o final de semana.

No aeroporto, seus pés batiam no compasso da música, ao ouvir a chamada do vôo rumo a São Paulo, seu coração se tornou a verdade bateria da música.
Dentro do avião, ele mandava mensagem para sua mãe, pedindo que ela acalmasse a fera que era seu pai.

Depois de quase seis horas de viagem, o céu nublado da grande São Paulo, amanhecia.
Lorenzo mal pregou os olhos durante toda a viagem, ele não imaginava como Dominique o receberia ou se até mesmo o perdoaria.
Após pegar sua mala, ele se dirigiu a cafetaria, enquanto aguardava seu café, ele olhava as fotos de sua amada.

A alegria que emanava de seus olhos, sua voz doce o chamando de " amor".
Naquele momento ele pensou, " Como pude deixar um amor como esse escapar?"
De café tomado, ele se dirigiu ao endereço da casa de Dominique.
Tocou a campanhia diversas vezes e sem sucesso, já de costas descendo as escadas a porta foi aberta e para sua surpresa.

— Lorenzo? — ele arqueoou a sombrancelha ao ver Diego com os cabelos molhados e bermuda —

— Quem é Di? — Lorenzo conhecia aquela voz —

— Melhor você vim ver com seus próprios olhos — Diego respondeu e abriu passagem —

Ao surgir na porta Dominique arragalou os olhos cor mel, seu coração começou a bater descompassadamente.
Ela nunca esperaria ver Lorenzo tão cedo, ainda mais em sua porta.
Ele estava diferente da última vez que se virão, um pouco mais velho e sério.

Aquele era seu semblante naquele instante sério, ele não entendia como ela podia ter seguido tão rápido.
Mais como exigir algo, se ele foi o primeiro a abandonar o barco, ele não poderia culpa-la.
Ela a mesma coisa que ele , seguiu em frente sua vida.

— Lorenzo, o que faz aqui? — foi a primeira coisa a qual Dominique o questionou —

— Vim lhe ver — ele respondeu e enfiou as mãos dentro dos bolsos —

— Poderia ter ligado, em vez de aparecer assim em minha porta

— Vejo que atrapalhei algo — o tom de deboche era notável na voz de Lorenzo —

— Nem irei me dar o trabalho de lhe responder — ela juntou as sombrancelhas ficando séria —

— Desculpa. Será que podemos conversar?— pediu —

— Entre ...

Olá meus barcelonenses!
Tudo bem com vocês?

Esse capítulo contou um pouquinho sobre o que aconteceu com nosso casal principal.
E agora tivemos o reecontros dos dois, mais como será essa conversa?

Vejo vocês no próximo capítulo ✈️