Você tem certeza?
LILI REINHART:
Eu fiquei por no mínimo uma hora e meia acariciando os cabelos de Cole, tentando fazer com que ele relaxasse e dormisse pelo menos um pouco, já que estava tão tarde, porém, ele só dormiu depois que a enfermeira lhe medicou, com remédios para dor e possivelmente algum para que ele dormisse.
Minha cabeça doía muito por conta do sono, mas eu não conseguia pregar os olhos. Cole dormia tranquilo na cama ao lado da cadeira em que eu estava, mas as vezes me assustava com gemidos de dor, e era por isso que eu não conseguia dormir. Tinha medo que ele precisasse de mim e eu estivesse apagada.
Imaginar que ele estava passando por aquilo por minha culpa me machucava muito, e o pior, eu não podia fazer absolutamente nada para mudar a situação.
Ver o Cole naquele estado fez com que eu esquecesse por um momento tudo de ruim que aconteceu entre nós dois. Me fez notar que mesmo depois desse tempo que eu me afastei dele, meu sentimento não havia diminuído nem um milimetro se quer.
Eram por volta das sete da manhã, quando eu finalmente consegui cochilar, mas fui acordada minutos depois ao ouvir a porta do quarto abrir-se e me levantei sobressaltada.
- Pode ficar tranquila, sou eu. - A voz de Matthew soou calma, e ele fez sinal para que eu continuasse sentada na poltrona. Apenas assenti. - Como ele está? - Questionou aproximando-se de Cole.
- Ele custou a dormir. - Falei baixo. - Na verdade, só dormiu porque a enfermeira veio medicá-lo, e acredito que tenha dado algum remédio para que ele dormisse, além do remédio para dor. - Expliquei e abracei meus braços.
- O médico disse que a dor é normal. Ele vai ficar bem dolorido mesmo. - Falou calmamente, sem me encarar e acariciou a mão de Cole. Suspirei e assenti. - Ele está muito machucado, mas nada grave, como já sabemos.
- Ele vai ter alta logo? - Questionei num sussurro.
- O médico disse que no máximo amanhã. - Suspirou e virou-se para me encarar. - Ele está em observação por conta da pancada na cabeça, por ter perdido muito sangue e essas coisas. - Finalizou e eu assenti, voltando meu olhar para Cole.
- Como Madchën está? - Encolhi os ombros.
- Está preocupada, mas está bem. Assim que Cole tiver alta e estiver em casa, ela virá vê-lo. - Explicou. - Lili, se você quiser ir comer, ou ir em casa tomar um banho, eu posso ficar aqui com ele.
- Não, eu estou bem. - Menti. - Quero ficar aqui com ele, por favor. - Pedi e ele assentiu. - Vou só mandar mensagem pro KJ e pedir que ele compre algo para eu comer, ele está com minhas coisas. - Expliquei e Matthew assentiu.
- Pode deixar que eu faço isso. Estou indo agora falar novamente com o médico, e depois falo com KJ. - Assenti. Matthew beijou a testa de Cole, que se mexeu levemente, e logo saiu do quarto.
O olhar de Matthew me fazia mal, me deixava ainda mais cansada. Estava nítido que ele estava magoado comigo, que achava que eu era culpada pelo o que tinha acontecido com o filho dele, e eu não o culpo. No fundo, eu sabia que ele tinha razão.
Levantei-me da poltrona e me arrastei ao minúsculo banheiro do quarto. Lavei meu rosto com a água gelada da pia, e escovei meus dentes com uma das mini escovas descartáveis que tinha em um cestinho sobre a pia, junto de outras coisas. Sequei meu rosto e voltei para o quarto, me deparando com Cole começando a acordar.
- Hey! - Falei baixinho ao me aproximar dele. - Como está se sentindo? - Questionei assim que Cole abriu os olhos e me encarou.
- Com dor. - Umedeceu os lábios machucados. - E cansado. - Suspirou. - Parece que eu corri de Los Angeles até aqui. - Brincou me fazendo rir.
- Isso logo vai passar, deve ser por conta da fraqueza. - Acariciei o rosto dele com cuidado. - Não acha melhor dormir mais um pouco? Pelo menos até a hora deles trazerem seu café da manhã. - Levei meus dedos até a mão de Cole, na intenção de acariciá-la, mas ele entrelaçou seus dedos nos meus.
- Eu estou sem sono. Eu só quero ir embora daqui. - O olhei nos olhos e eles estavam marejados.
Pela primeira vez, vi Cole agir como uma criança assustada, e aquilo cortou meu coração. Respirei fundo e me aproximei um pouco mais dele, beijei seu rosto e apoiei, desajeitadamente minha cabeça em seu ombro.
- Vai ficar tudo bem. - Disse baixinho. - O médico assegurou que você vai embora em no máximo dois dias. - Depositei um beijinho em seu maxilar e Cole acariciou minha mão, que ainda estava entrelaçada na sua.
- Obrigado. - O olhei de canto de olho e o vi sorrir. - Depois de tudo o que eu fiz de errado, você ainda está aqui comigo. - Suspirei e me distanciei dele delicadamente.
- Cole, não vamos entrar nesse assunto. Não agora, não hoje. Ok? - O encarei e ele assentiu.
- Eu só quero que você saiba que eu já sei de tudo. - Suspirou e eu o encarei sem entender. - Tudo o que a Sarah fez, eu já sei. Desde a ligação no FaceTime, até a armação com o Nate. - Não pude evitar o choque ao ouvir aquilo. Abri a boca para questionar Cole de como aquilo havia acontecido, porém, fui interrompida por Matthew, que entrava no quarto acompanhado do médico.
- Nós temos uma boa notícia. - Matthew disse sorridente, dando passagem ao médico. Sorri de canto e me coloquei no canto da parede ao lado da cama de Cole, juntando nossas mãos.
- Estou de alta? - Cole sorriu abertamente e fez esforço para levantar, mas não conseguiu. Matthew negou com a cabeça e Cole bufou enquanto eu o ajudava a sentar-se na cama.
- Se você continuar assim, amanhã pela manhã iremos refazer todos os seus exames, e se continuar tudo certo, você receberá alta. - O médico explicou calmamente, e aproximou-se de Cole, começando a examiná-lo.
- Lili? - Matthew chamou minha atenção. O encarei, logo me aproximando dele. - Pode ir para casa. Vá comer alguma coisa, tomar banho e dormir um pouco, eu fico com ele.
- Eu posso voltar mais tarde? - Umedeci os lábios e olhei Cole que estava conversando com o médico, por cima do ombro.
- Não acha melhor você ficar em casa descansando e quando ele receber alta eu aviso a você? - Questionou em voz baixa.
- Não, está tudo bem. - Sorri sem mostrar os dentes. - No fim da tarde eu volto. - Matthew pareceu não estar muito feliz com a minha decisão, porém assentiu.
Esperei que o médico terminasse com Cole e me aproximei dele, que ria de algo que o médico havia dito.
- Eu vou em casa. - Entrelacei nossos dedos. - Mas eu volto para passar a noite aqui com você, ok?
- Ok. Descansa um pouco. - Pediu acariciando o dorso da minha mão. - Eu tenho certeza que você não dormiu absolutamente nada. - Assenti e sorri.
- Pode deixar. - Me abaixei um pouco ao seu lado, e depositei um beijo em sua bochecha. - Vê se você se comporta, ok? - Brinquei e Cole riu.
- Para de me tratar como uma criança. - Fez beicinho e colocou a mão em meu rosto, me puxando pra perto.
- Tecnicamente, você ainda é uma criança. - Cole revirou os olhos e eu beijei a pontinha de seu nariz.
Ele sorriu, e com dificuldade colocou as duas mãos em meu rosto. Acompanhei seus movimentos com os olhos, umedeci os lábios no momento em que notei a proximidade de nossos rostos. Cole juntou nossos lábios num selinho demorado, e eu tive que me controlar pra não agarrá-lo, abraçá-lo apertado e falar o quando eu sentia falta dele, pois eu sabia que antes de qualquer atitude dessas, nós precisávamos conversar civilizadamente. Retribuí o selinho, que logo se transformou em um beijo calmo, com pequenos sorrisos entre eles.
- É melhor você ir, Lili. - A voz de Matthew nos interrompeu. Eu assenti, enquanto Cole continuava depositando selinhos repetidos em meus lábios.
- Eu volto mais tarde, ok? - Selei meus lábios nos de Cole pela última vez.
- Eu te amo. - Disse sorrindo.
- Eu também te amo. - Sussurrei. - Se cuida. Até de noite. - Acariciei a mão dele rapidamente e me afastei. Me despedi o médico e de Chad com um aceno e logo me retirei do quarto.
COLE SPROUSE:
Toda dor e cansaço que eu sentia mais cedo pareceu desaparecer depois que beijei Lili. Eu sorria feito um idiota e encarava o teto, sem nem me preocupar com o que meu pai e o médico conversavam ao meu lado.
- Você me ouviu, Cole? - A voz do médico soou alta, chamando minha atenção.
- Desculpa, não prestei atenção. - Confessei. - O que disse? - Franzi o cenho e o encarei.
- A probabilidade de que sua alta seja dada amanhã é grande. - Sorri abertamente e murmurei um "graças a Deus". Apesar de estar sentindo dores por todo corpo, e uma certa moleza, eu já não aguentava mais ficar enfiado naquela cama. - Porém, eu não aconselho que você faça uma viagem de seis horas em um carro, e muito menos que pegue um avião. - Disse alternando o olhar entre meu pai e eu. Dei um sorriso malicioso já sabendo o que iria sugerir.
- Sem problemas. Eu fico na casa da Lili. - Sorri mostrando todos os dentes e meu pai revirou os olhos.
- Ou, podemos ficar em um hotel. A casa da Lili já está cheia demais. - Meu pai falou sério. - Seu irmão, Charles e KJ estão hospedados lá, acredito que a mãe dela não vai querer mais um.
- Eu falo com a Lili agora mesmo se você quiser, sei que ela não vai recusar e a mãe dela gosta muito de mim. - Rebati com um sorriso debochado.
- Você não aprende, não é Mitchell? - Uni as sobrancelhas. - Você quase morre por causa dessa garota, ela te dá dois sorrisos e um beijo e você já acha que está tudo bem?
- Pai, você não tem nem noção da metade das coisas de errado que eu já fiz pra Lili. - Umedeci os lábios e me ajeitei na cama. - Eu, no lugar dela, não teria aparecido aqui nem se eu estivesse morto. Então, controla seus julgamentos, por favor. - Disse me controlando para não gritar.
- Ok, acalmem os nervos. - O médico pediu. - Eu vou deixá-los a sós. Sem estresse, por favor. - Assentimos e eu voltei a deitar, encarando o teto. - Cole, já vão trazer seu café da manhã.
- Tanto faz, não estou com fome. - Dei de ombros. - Meu celular sobreviveu ao acidente? Preciso me distrair.
- Sim, ele está dentro da sua mochila, com todos os seus outros pertences. - Assenti.
- Eu pego. - Meu pai disse, indo em direção ao armário de uma porta que havia dentro do quarto, e logo o médico saiu. - Meu filho, não fique com raiva de mim, eu só quero que você fique bem, e essa garota não parece te fazer bem. - Me entregou o celular e eu ri sem ânimo.
- Você lembra quando foi a primeira coisa que a mamãe me perguntou no telefone? - Matthew assentiu e eu arqueei a sobrancelha. - Ela queria saber se a Lili estava comigo. Porque a dona Madchën sabe o quanto Lili gosta e cuida de mim. Você não conhece aquela coisa de pressentimento de mãe? - Meu pai me deu as costas. - Se ela fosse tão ruim pra mim como você pensa, definitivamente a minha mãe teria implicância com ela.
- Isso não quer dizer absolutamente nada, Cole. - Virou-se para me encarar. - A pancada na sua cabeça te fez perder o senso? Sua mãe "detesta" a Sarah, e nem por isso ela é ruim pra você!
- Você tem certeza? - Ri debochado.
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matthew pé no saco pela primeira vez em uma fic minha
gente madchën e matthew não são casados em
estão gostando dos capítulos finais? 🥺
sei que vocês odeiam o cole mas daqui pra frente ele fica bonzinho):
se vocês prometerem comentar bastante, posto mais um capítulo ainda hoje!!!!
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