Você precisa de um homem, não de um moleque.

Chamadas perdidas, mensagens ignoradas, lágrimas, tentativas falhas de esquecer tudo o que havia se passado, foi exatamente assim que se seguiram os dias de Lili e Cole. As verdades vindo a tona, mais um mal entendido, nada daquilo havia feito bem algum para nenhuma das partes. Cole tentava afogar a tristeza na bebida, e Lili nos cigarros. Tão jovens, e tão danificados. A diferença é que Cole agora, conseguia se abrir e tinha o apoio dos amigos, já Lili, havia se fechado para o mundo, e andava evitando os amigos para não arrastá-los para sua tristeza.

Cole tentou diversas vezes acertar as coisas com Lili, indo até a casa dela, a procurando na faculdade, ligando, mandando mensagens, mas a garota parecia ter virado poeira. Então, ele acabou resolvendo dar um tempo para que ela pudesse respirar, mas não havia desistido de resolver as coisas. Ele tinha errado, estava ciente disso e queria consertar as coisas de uma vez por todas. A sorte de Cole era estar ocupado com a mudança de casa, e com o novo filme que começaria a gravar em breve, então, estava, na maior parte do tempo, decorando falas e lendo e relendo o script.

Lili estava numa situação um tanto quanto complicada, afinal, a partir do momento que se fechou pra tudo e todo mundo, acabou se afastando, vivendo escondida. Ela vivia na rotina de ir para a faculdade e ir para praia, onde dormia em seu carro, ou passava a noite acordada e dormia na sala de aula. KJ até que tentou reverter a situação, tentou animá-la, mas ela dizia que ia se animar, e melhorar, mas quando ele virava as costas ela caia no mesmo buraco. Camila estava feliz demais com Charles e Lili não queria incomodá-la e acabar estragando o relacionamento da amiga por conta do seu relacionamento fracassado. A única pessoa para quem Lili abria espaço e conversava era Trinity, que muito diferente do que todos pensaram, se apegou a garota de forma exagerada, e as duas, desde que Lili foi embora, passaram a conversar todos os dias, pelo menos uma vez por dia, via facetime.

A única coisa boa que havia acontecido ao passar desses dias, foi que agora, Cole, Charles, Gilinsky, Johnson e KJ começaram a dividir a mesma casa.

Haley e Dylan foram flagrados pela casa tantas vezes em tão pouco tempo, que as poucas vezes que Lili estava em casa, ela passava direto, já havia se acostumado com os dois, que agora, pareciam estar finalmente dando certo e não viviam mais em pé de guerra. O único problema agora, era encobrir o relacionamento, e não deixar que Kian soubesse. Até então, esconder estava sendo fácil, já que Kian e Jc estavam super ocupados, Jc com uns projetos particulares e Kian com a gravação de um filme.

KJ e Hailey estavam se acertando aos poucos, já que a garota finalmente havia percebido que era realmente de KJ que ela gostava, e resolveu procurá-lo, mas os dois ainda se estranhavam por conta do leve ciúme que Hailey sentia de Lili, e do ciúme que KJ sentia de Justin. KJ bem que tentou fazer Hailey entender que Lili era a melhor amiga dele, e que ela precisava dele naquele momento, mas a menina era cabeça dura, e toda vez que KJ saia pra saber de Lili, Hailey fazia questão de sair com Justin e outros amigos.

LILI REINHART.

- Lili? Nossa, esse quarto está com um cheiro de cigarro insuportável! - Haley falou entrando em meu quarto e começando abrir as janelas, me acordando nada delicadamente. - Não queria repetir, mas você só pode estar querendo se matar.

- O que foi, Haley? - Falei tossindo e me sentei na cama de cara fechada, sem me preocupar em ser simpática.

- Sacode o teu mal humor e vai atender o telefone lá em baixo, o Johnson quer falar contigo. - Ela falou colocando as mãos na cintura e sorriu de lado.

- O que ele quer? - Franzi a testa e joguei as cobertas para o lado. - E por que ele não ligou para o meu celular?

- Eu não sei o que ele quer, e seu celular está descarregado. - Ela falou sacudindo meu celular, que ela havia acabado de pegar na minha mesinha de cabeceira. - E para de ser chata, mal humorada e reclamona, porque hoje é sábado, tá um dia lindo e já são meio dia, vai logo atender ele. - Falou firme e saiu do quarto.

- Você é pior do que todas as mães chatas desse mundo! - Bufei e levantei da cama me arrastando para fora do quarto. Desci as escadas na maior lerdeza e peguei o telefone da mão de Dylan, que o sacudia na minha direção, jogado no sofá.

- Oi, Johnson! - Falei forçando animação.

- Oi, Lil, pensei que não ia conseguir falar contigo. - Johnson falou rindo e eu sorri. - E a música, ainda está de pé? Eu não te liguei antes porque estava todo enrolado com as coisas da mudança, mas agora está tudo no lugar, o estúdio tá perfeito, só falta você, e aí? - Johnson falou rápido como de costume e eu depois de tanto tempo na merda em que me encontrava, me senti animada.

- Sim! Claro! - Falei sorrindo. - Quando?

- Hoje, se você quiser, e tiver tempo, eu tô trabalhando nuns arranjos com o Creig e o Kenny aqui, é só vir. - Johnson falou e eu consegui ouvir um pouco da bagunça dos meninos atrás.

- Ok, claro. Eu vou só comer alguma coisa e tomar um banho e já chego aí, me manda o endereço por sms. - Falei rápido demais.

- Ok, vou te mandar o endereço, beijo, até daqui a pouco.

- Beijo, Jack, até. - Falei e desliguei o telefone.

- Nossa, o que te falaram que você parece que renasceu? - Dylan falou ficando de pé a minha frente e arqueou as sobrancelhas.

- Eu vou pra casa do Johnson, resolver as coisas pra gravar minha primeira música! - Falei pulando e já quase chorando. - Dá pra acreditar!?

- Uou! isso é bom, parabéns! - Dylan sorriu e me abraçou. Eu realmente sou baixinha, até uma criança de dezesseis anos é maior que eu, que dor.

- Parabéns, amiga!! - Haley falou se juntando a nós dois.

- Obrigada, gente! - Falei sorrindo de orelha a orelha. - Agora eu vou subir, preciso tomar banho e me arrumar. Haley você deixa algo no microondas pra eu comer, antes de sair?

- Claro, vai lá. - Haley falou sorrindo e Dylan a abraçou de lado. Pareciam dois pais olhando a filha louca realizar um sonho.

Subia as escadas correndo. Parecia que a Lili que eu conhecia tinha voltado, depois de tanto tempo se escondendo. Pena, que só parecia.

Cheguei ao meu quarto quase cuspindo os pulmões e me sentei por uns segundos na cama para descansar. Assim que recuperei o fôlego, peguei uma blusinha branca e um shorts jeans rasgadinho, minhas roupas intimas e adentrei o banheiro.

Tomei um banho demorado, lavei os cabelos, depilei onde precisava, esfoliei o corpo. Tudo o que eu não fazia a um bom tempo. Me vesti, escovei os dentes, passei um pouco de maquiagem e penteei meu cabelo. Saí do banheiro e enfiei meu carregador, o meu caderninho com as letras e tudo o que precisava dentro da bolsa. Calcei meu coturno, e desci as escadas correndo com a bolsa, o celular e a capinha de bateria em mãos. A casa já estava vazia novamente. Liguei o microondas pra esquentar a comida, e enquanto esperava, coloquei a capinha no celular e liguei o mesmo.

Comi rapidamente o mac n' cheese que Haley havia deixado pra mim e saí de casa. Liguei o GPS assim que entrei em meu carro e coloquei o endereço que Johnson havia me passado no mesmo. Cheguei na casa deles, que por sinal era enorme, em menos de vinte minutos.

"Loira, tô aqui fora!" - Enviei a mensagem pro Johnson assim que estacionei o carro e saí do mesmo.

Do lado de fora do portão dava para ouvir claramente os meninos gritando e a gargalhada de uma menina. Quando eu ia enfiar o dedo no interfone, a porta abri, revelando um Cole sem camisa, completamente suado, com os cabelos molhados e vermelho por conta da agitação. Meu coração parou, como sempre. Era aquele efeito que ele sempre causou em mim, e infelizmente, continuaria causando para sempre. Engoli em seco e forcei meu melhor sorriso.

- Eu vim falar com o Johnson. - Falei sem fazer contato visual e me aproveitei da minha estatura, que perto dele era quase miniatura diga-se de passagem, e passei por debaixo do braço dele que estava apoiado no batente da porta.

- Ok, tudo bem. - Ele falou meio sem graça passando a mão pelos cabelos e logo fechou o portão, vindo atrás de mim.

- Cheguei muito cedo? - Falei olhando pros meninos, inclusive pra alguns que eu não me lembro de conhecer.

- Não Lil, eu vou só jogar uma água no corpo e já falo contigo. - Johnson falou depositando um beijo rápido em minha bochecha e logo se afastou.

- Lili, o Nate você já conhece, esses são, Kenny, Sammy, Creig, e Duan, a namorada do Creig. - Gilinsky falou assim que me aproximei mais um pouco deles.

- Na verdade ela é minha noiva. - O menino de cabelo longo e piercing na sobrancelha, encheu o peito para falar da menina morena sentada ao seu lado, que por sinal era linda.

- Que fofos. - Falei sorrindo e me referindo aos dois. Cumprimentei os meninos um por um, exceto por Cole.

- Senta aí. - Duan falou chegando um pouco para o lado e me deu espaço.

- Obrigada. - Disse sorrindo e me sentei. - Onde estão o KJ e o Cam? - Falei olhando ao redor.

- KJ saiu com a Hailey e Charles com a Camila. - Cole falou enquanto quicava a bola no chão.

- Eu vou lá tomar um banho, porque já sei que o Johnson não vai deixar eu pisar no estúdio assim. - Gilinsky falou levantando.

- Pera aí que a gente também vai.. - Creig falou se levantando e foi seguido por Sammy e Kenny.

Eu, Duan, Cole e Nate ficamos conversando durante uns vinte minutos. Na verdade, eu, Cole e Nate mais nos alfinetávamos do que conversávamos em si. Assim que Johnson e Gilinsky voltaram de banho tomado, nós fomos para a sala com o resto dos meninos, para resolvermos a base e o arranjo da música.

- Então Lili, você já tem ideia de como quer a melodia, o ritmo e tudo? - Gilinsky perguntou enquanto enfiava a cabeça na frente do meu caderno, que estava na mão de Johnson.

- Eu quero algo a base do piano, uma levada mais lenta. - Falei. - Eu escrevi essa música em cima de uma melodia, que eu fiz no piano. - Expliquei.

- Então você sabe tocar piano? - Nate falou parecendo maravilhado, e eu sorri com a admiração em sua voz.

- Eu sei me virar, não fiz curso nem nada... só aprendi, meio que brincando. - Falei olhando para ele e sorri.

- Então toca a melodia que você tem em mente, Lil.. - Cole sugeriu nos interrompendo.

- É, faz isso, vai ficar mais fácil. - Kenny falou e o resto dos meninos concordaram.

- Vamos lá pro estúdio então. - Sammy falou se levantando.

- Eu vou ter que cantar na frente de todos vocês? - Perguntei já surtando.

- Pelo menos na frente de três de nós, Lili. - Johnson falou sorrindo. Olhei pro Cole praticamente pedindo socorro, involuntariamente, ele sorriu e assentiu, como se dissesse que ficaria tudo bem, e que eu conseguiria. - Fica tranquila, vamos. - Johnson falou assim que me levantei e me abraçou de lado, me conduzindo em direção ao estúdio. Kenny, Creig e Jack nos seguiram.

- Ai, é todo seu. - Kenny falou apontando para o teclado assim que entramos na estúdio. Eu franzi o cenho e o encarei sem entender.

- Relaxa, isso vai dar no mesmo que um piano no fim, você vai ver. - Creig me tranquilizou. Assenti e parei em frente ao teclado.

- Demore o tempo que você precisar, a gente está com tempo... - Gilinsky falou.

- Esquece que estamos aqui, vamos ficar bem quietinhos. - Johnson completou.

Respirei fundo e comecei a dedilhar a melodia da música no piano a minha frente, enquanto cantarolava a mesma mentalmente. Não era difícil, afinal, eu queria a atenção na letra, então a melodia era extremamente simples.

- Isso vai ser fácil. - Johnson falou assim que parei e me virei para eles.

- Só colocarmos um pouco de bateria.. - Creig falou.

- E talvez umas efeito leve ou outro e vai ficar ótimo. - Kenny completou.

- E aí, vamos começar então? - Gilinsky perguntou animado e eu senti um puta frio na barriga, mas assenti freneticamente.

Johnson me conduziu a cabine de ensaio, - ou cabine acústica, que era nada mais que uma sala com "paredes" de vidro, dentro do estúdio, onde não entrava nenhum tipo de som. - me parou de frente ao enorme microfone, e saiu fechando a porta. O silêncio ali era absurdo, chegava a ser engraçado. Kenny fez sinal para que eu colocasse os fones e assim eu fiz.

- Tá conseguindo meu ouvir? - Johnson perguntou da mesa de controle de som e eu apenas assenti.

Os meninos foram se posicionando aos poucos, Creig foi para a bateria, Johnson foi para o teclado e Kenny ocupou a mesa de som. Enquanto Gilinsky apenas observava tudo sentado numa das enormes poltronas do local.

- Conta mentalmente até 13 e começa. - Kenny falou e eu novamente apenas assenti.

Kenny deu o primeiro sinal, soltando uma melodia leve, e logo Johnson começou a tocar o "piano". Contei mentalmente até treze e respirei fundo fechando os olhos. Assim que cantei a primeira frase, Creig começou a tocar a bateria. - Stay alone in my room... Every moment passing too soon... Watch the candles burn into the night... - Comecei com a voz baixa, e a fui aumentando gradativamente, ainda de olhos fechados. - Fall into a dream, wake up and everything's the same; a second older but alone just like a child; If you just give me a sign, to live and not to die - Agora eu já estava mais familiarizada com a situação, e consequentemente mais relaxada. Respirei fundo e continuei, soltando um pouco mais a voz. - Then I could see a little light - Cantei estendendo a última palavra - I could find some piece of mind; I don't know where you are, maybe near or maybe far; I just need a little light - Estendi novamente a última palavra e abaixei a minha voz novamente. - Hear a clock ticking; on a life that could have meaning; If i could find the love light in your eyes; See a million people, everyone's so lonely; But we don't have to be alone tonight - Cantei sorrindo e senti meus olhos marejados, mesmo fechados.

Voltei para parte do refrão e levei a música no mesmo ritmo até o fim. Abri os olhos lentamente, com medo da reação dos meninos, e encontrei os quatro de boca aberta, assim que tirei os fones eles começaram a bater palma, e eu comecei a rir, extremamente envergonhada.

- Mano, você mandou muito! - Creig falou quando saí da cabine.

- Olha, sinceramente, nunca imaginei que você tinha essa potência na voz! - Johnson confessou.

- Obrigada! Eu estava nervosa demais! - Falei olhando pros meninos.

- É normal, primeira vez é sempre assim, mas você acertou em cheio. - Kenny afirmou.

- Eu estou sem palavras. - Gilinsky falou levantando-se do chão. Eu estava sorrindo feio uma idiota.

- Agora, a gente vai te dar um chá de cadeira... - Kenny falou me abraçando de lado. - Vamos editar, arrumar e daí te colocamos pra ouvir, e se você achar melhor, a gente regrava do zero, ok? - Eu sorri e assenti.

- Sério gente, obrigada! - Falei os abraçando um por um.

- Imagina, é um prazer te ajudar baixinha. - Gilinsky falou bagunçando meu cabelo.

- Agora vai lá, descansa, come algo, e assim que ficar pronto a gente te chama aqui. - Johnson falou e eu saí de dentro do estúdio sorrindo igual a uma idiota.

- E aí? - Nate falou animado e esticou a mão na minha direção.

- Foi demais! Nunca senti algo tão legal! - Falei sorrindo e segurei sua mão, logo sentando-me ao lado dele. - Obrigada Cole. - Falei para ele sendo sincera, afinal, se não fosse por ele, nada daquilo teria acontecido. Ele apenas assentiu e saiu da sala.

Eram por volta das nove horas da noite, eu havia passado o dia inteiro conversando com Duan e Nate, e vez ou outra era chamada pelos meninos pra ver alguma coisa da música no estúdio. Troquei algumas mensagens com Kylie, Justin e Hailey que queriam que eu fosse com eles a uma boate, mesmo sabendo que eu não tinha idade o suficiente. Resolvi aceitar o convite, já que de qualquer forma eu passaria a noite acordada, esperando por um sinal dos meninos.

- Gente, vocês se incomodam se eu sair com uns amigos? Eu volto se precisarem de mim.. - Falei assim que entrei no estúdio.

- Pode ficar tranquila, vai lá.. - Gilinsky falou me olhando por cima do ombro enquanto mexia no computador.

- Você volta pra cá depois? - Johnson perguntou.

- Posso voltar. - Falei.

- Então beleza. - Eles falaram praticamente juntos.

- Creig... eu posso levar a Duan comigo? Sei lá... Ela tá lá na sala sozinha, meio entediada e tal.. - Falei dando um sorriso exagerado.

- Se ela quiser tudo bem, pode sim... Só não mete minha mulher em furada, Lili, pelo amor de Deus. - Ele falou brincalhão.

- Ok, pode deixar senhor capitão! - brinquei e saí do estúdio. - Vem, você vai comigo. - Falei assim que alcancei Duan.

- Onde meu Deus? - falou segurando minha mão e pegando a bolsa em cima do sofá.

- Sair, espairecer, enquanto eles trabalham.. - Ri. - E pode ficar tranquila que seu amor já autorizou. - Brinquei.

- Ok, se é assim, vamos lá. - Duan falou animada e saímos da casa dos meninos em direção ao meu carro.

- Lili, onde você vai com a Duan? Não conhece a garota a nem doze horas e já sai levando ela pra rua? - Sammy brincou enquanto entrávamos no carro.

- Tchau Sammy! - Falei revirando os olhos e saí em direção a minha casa.

{•••}

- Com quem nós vamos sair? - Duan perguntou assim que entramos em meu quarto.

- Com um amigo meu. - Falei acendendo um cigarro e me livrando de meus coturnos.

- Nossa, você vai se matar aos poucos com isso. - Duan falou abanando a fumaça do cigarro.

- Essa é a intenção. - Falei sem emitir som. - Você vai só trocar de roupa ou vai tomar um banho? - Perguntei tragando o cigarro e abrindo as janelas do meu quarto.

- Só vou trocar a roupa, você me empresta? - Duan falou enquanto olhava o celular.

- Claro, o closet é todo seu. - Falei apontando para o mesmo.

- Acho que vamos nos dar bem. - Duan falou sorrindo. - E eu escolho a sua roupa. - Assenti rindo e traguei novamente o cigarro depois de tossir um pouco.

Enquanto Duan escolhia minha roupa, eu acabei com o resto do meu maço de cigarros e troquei mensagens com o Justin. Assim que ela terminou de escolher as minhas roupas e as dela, eu tomei um banho rápido sem molhar o cabelo e passei um pouco de maquiagem, e em menos de uma hora nós duas já estávamos prontas.

- É meio estranho a gente ter se dado bem assim de cara né? - Duan falou rindo. - As pessoas não costumam ir com a minha cara assim de primeira.

- É, realmente é estranho... As pessoas também não vão com a minha. - Ri e acendi outro cigarro. - Mas o mais engraçado foi eu ter trago você pra sair comigo, do nada, e você nem sabe pra onde tá indo, na verdade, nem eu sei. - Falei e traguei o cigarro.

- Isso é coisa de destino... - Duan deu de ombros. - Seremos grandes amigas. - Falou sorrindo e eu ri concordando. - Só vou te dar um conselho, desforra esse teu coração partido em outra coisa, cigarro vai te fazer mal e depois, você vai se arrepender. - Arregalei os olhos.

- Como você sabe que isso é coração partido? - Ri sem graça.

- Porque é nítido, você está tentando transferir a dor. - Ela falou e eu engoli em seco.

- Ai, meu amigo chegou. - Falei desconversando e apontei para o carro de Justin que se aproximava.

- Que amigo é esse gente? Justin Bieber? Porque com esse carro... - Duan falou rindo.

- Pior que é ele mesmo. - Gargalhei da reação da Duan que arregalou os olhos assim que o carro estacionou e Justin abaixou a janela acenando.

- Eu vou desmaiar. - Duan falou ficando verde e eu ri ainda mais.

- Não vai nada, para! - Falei a puxando pela mão e adentramos o carro.

{•••}

Eu estava dançando como louca, meu corpo suava e eu não estava nem um pouco preocupada com a minha vida fora da boate. Duan dançava junto comigo, tentando desviar das vezes em que eu quase derrubava bebida nela por conta da agitação. Kylie e Kendall dançavam em uma parte privada, onde Justin se encontrava sentado, enquanto eu e Duan estávamos um pouco mais para perto da pista de dança. Estava tudo ótimo, tudo lindo, tudo muito bem, até Duan resolver ir buscar água para ela, e All of me começar a tocar. Ok, o mundo estava conspirando contra mim, isso lá é música pra se tocar em boate? Que droga!

Me encostei em uma das enormes e decoradas pilastras da boate e fiquei observando os casais se formando e os movimentos na pista de dança ficarem mais lentos. Eu estava perdida em meus pensamentos até ser inebriada por um perfume delicioso, que eu já conhecia bem.

- What's going on in that Duanutiful mind? - Ouvi uma voz rouca que me trouxe um arrepio gostoso cantarolar, sentindo os lábios úmidos de Justin tocarem de raspão o lóbulo de minha orelha, me virei lentamente para encará-lo e sorri automaticamente ao ver seu sorriso. Abaixei a cabeça sem saber o que responder, mas Justin levantou o meu rosto delicadamente pelo queixo, me fazendo encarar seus belos olhos caramelo.

- Não sei nem por onde começar a explicar... Aconteceu tanta coisa. - Falei visivelmente frustrada.

- Eu já sei de tudo o que aconteceu, Lili... KJ conversou comigo, e com a Hailey, pra gente tentar te ajudar, mas estava difícil... Até estranhei quando você aceitou sair comigo hoje. - Justin sorriu de canto e por um segundo eu quis matar KJ.

- Eu... é que... - Deixei a frase morrer, afinal eu não sabia, não tinha o que falar.

- Lili, você precisa de um homem, não de um moleque. - Justin falou segurando minha cintura e umedeceu os lábios. Encarei seus olhos sem saber o que responder.

Ele colocou nossos corpos e aproximou nossos lábios. Senti um frio percorrer por toda minha espinha e fechei os olhos involuntariamente. Ele juntou nossos lábios, iniciando um beijo calmo, sua mão direita percorria minhas costas delicadamente, enquanto a mão esquerda apertava minha cintura. Meus dedos estavam entre seus cabelos, e eu acompanhava calmamente seu ritmo.

- Ou! - Ouvi a voz de Duan vindo de trás de Justin e comecei a rir entre o beijo, e Justin acabou me acompanhando. - Vocês fariam um casal lindo! - Duan falou rindo nervosamente.

- Acho que já está na hora de irmos embora né? - Falei olhando para Duan. - Já são quase seis da manhã, Creig deve estar querendo nos matar.

- Vamos então, eu deixo vocês em casa. - Justin falou colocando a mão em minha cintura.

{•••}

- Tchau Justin, obrigada. - Falei sorrindo para ele assim que saí do carro.

- Obrigada você. - Justin falou umedecendo os lábios e colocou uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. - Boa noite. - Falou selando nossos lábios demoradamente e eu retribuí.

- Boa noite. - Disse sorrindo e fiz um rápido carinho na bochecha dele. - Tchau meninas! - Falei acenando para Kylie e Kendall que estavam dentro do carro.

- Tchau Justin, tchau gente. - Duan falou se despedindo. - Foi um prazer.

- Igualmente! Tchau. - Justin falou dando tchau de longe assim que entrou no carro.

- O que foi isso? - Duan falou olhando pra mim e segurando minhas duas mãos assim que o carro de Justin foi embora.

- Eu acho que agora eu já posso desmaiar. - Falei me apoiando na parede e ri.

- Não agora, vamos entrar. Desmaia lá dentro. - Duan falou rindo e me puxou casa a dentro.

- Isso são horas? - Creig, Kenny, KJ, Cole e Nate falaram ao mesmo tempo assim que colocamos o pé na sala. Eu e Duan paramos no mesmo lugar.

- Abortar a missão... - Falei girando nos calcanhares, pronta pra sair.

- Não, não, pode voltando. - KJ falou firme.

- O que aconteceu com a história de que voltavam cedo? Antes de amanhecer? - Creig perguntou caminhando na direção de Duan e a mesma se encolheu.

- Foi o trânsito gente. - Menti.

- Conta outra, Lili. - Cole falou irritado.

- Vocês duas - Creig falou apontando para gente e nos levou até o sofá, nos sentando no mesmo como se fôssemos duas menininhas que fizeram besteira na escola. - podem se explicar?

E foi aí que começou a confusão, nós tentávamos falar, mas toda hora alguém se metia, Cole e Creig nos davam sermão ao mesmo tempo, enquanto KJ falava coisas aleatórias fingindo brigar conosco, e cada vez que eu ou Duan tentávamos abrir a boca pra falar algo, recebíamos um "calem a boca" coletivo. No fim das quantas, eu acabei cochilando no meio do sermão, e pelo pouco que eu já conhecia de Duan, ela também.

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eu adoro esse final de capítulo kkkkkkkkkkk

nunca sei se gosto do justin ou não, viu

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