Presentinho.
LILI REINHART.
Fazia muito tempo que eu não acordava animada desse jeito, mas hoje eu tinha motivos para isso. Afinal, depois daquela foto de ontem, era meio impossível não ter dormido bem, e para melhorar, ainda viajaria hoje a noite, de encontro com a tal surpresa de KJ.
As duas aulas de hoje, por sorte passaram muito rápido, e eu nem tive tempo de conversar com Bella e Elly, já que tive que fazer praticamente um tour pelos murais da faculdade a procura de um teste para alguma peça, ou quem sabe, um filme ou comercial, para "iniciantes", já que eu precisava arrumar um emprego antes do meio do ano, que era até quando meus pais continuariam me sustentando. Anotei os telefones e emails das vagas em que me encaixava, e fui ligando e mandando emails para uma por uma.
Por volta das sete da noite, eu voltei para o quarto e vi Sarah saindo, dizendo para alguém do outro lado da linha ao celular, que estava indo para Nova Iorque resolver umas coisas. Pelo menos ela não viajaria com a gente. Vou ter uma folga de ter que ficar olhando para a cara dela.
Estava terminando de secar meu cabelo após tomar banho, quando meu celular começou a tocar em cima da cama. Desliguei o secador e peguei meu celular vendo "Chubby bunny" brilhando na tela. Era KJ.
- Oi gordinho. - Falei rindo ao atender.
- Não vou nem te responder. - KJ falou rindo. - Se liga, já está com tudo pronto?
- Tô sim, tô só terminando de secar meu cabelo. - Falei olhando ao redor do quarto. - Mas você não disse que nós só íamos de madrugada? São só nove horas.
- É, falei, mas deu ruim no meu carro, e a gente vai ter que ir de carona com o Bryant e ele vai agora, então se adianta, porque ele está chegando aqui em casa, e daqui nós vamos pra aí. - KJ falou rápido demais e parecia estar fazendo alguma coisa agitada, provavelmente deve ter deixado tudo pra última hora e agora estava todo enrolado.
- Ta bom, KJ, ok. - Falei e soltei um riso nasal sacudindo a cabeça negativamente. - Mas eu vou precisar que você entre aqui, não vou aguentar com a minha mala... Tudo bem?
- Cara, a gente só vai ficar em Indio só quatro dias contando com hoje e com segunda, - Ele riu - tá achando que vai morar lá pra mala ficar pesada assim?
- Deixa de ser implicante! - ri. - Não estou levando tanta coisa assim, é que a mala já é pesada de natureza. - Menti descaradamente e comecei a rir. - Meu quarto é o 205 na ala de Sonoplastia.
- Tá, ta bom. - Ele falou rindo e parecia correr. - Eu vou desligar, o Bryant acabou de chegar. Daqui a pouco eu chego ai, beijo!
- Ok KJ, beijo. - Finalizei a ligação.
Terminei de secar meu cabelo e vesti a roupa que havia separado para viajar, que se baseava em um shortinho cinza de moletom e uma blusa branca de alcinha meio larguinha, praticamente um pijama. Mas, para quem ia ficar três horas - pelas minhas contas - dentro de um carro e chegaria de madrugada, estava muito bom. Calcei meus tênis, que eram muito arrumados para a roupa que eu estava, porém eram os únicos que levaria e eles iriam no pé para não fazer ainda mais volume na mala. Caminhei até o banheiro, dei uma olhada geral no espelho, peguei um prendedor de cabelo na gaveta e prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e frouxo, escovei os dentes e saí do banheiro.
Peguei meu celular e vi uma mensagem de KJ: "A gente acabou de estacionar, já vai saindo do quarto." Respondi com um "Ok." e caminhei até minha mala, a deitei no chão para dar uma olhada final e ver se não estava faltando nada - Era uma mania que adquiri da minha mãe, olhar a mala algumas vezes antes de viajar. - quando vi um bilhetinho cair:
"Espero que goste do presentinho que deixei para você. Abra a mala com cuidado. Beijos, S."
- Puta que pariu! - Falei para mim mesma, já imaginando que Sarah havia zoado minhas roupas e que não poderia mais viajar. - Vagabunda! - Rosnei e abri o ziper da mala. Berrei um "Ahh" abafado pelas minhas mãos que foram para a boca. Senti meu corpo gelar ao ver aquilo e comecei a tremer involuntariamente. Me levantei com a maior dificuldade do mundo e senti minhas pernas se transformarem em gelatina, fui cambaleando para trás já sentindo meu corpo ir perdendo os sentidos, em segundos tudo se apagou completamente.
COLE SPROUSE.
- Não acredito que a gente conseguiu se perder. - KJ falou olhando para os lados.
- Não sei nem pra que eu vim junto com você. - Bufei e passei a mão por meu cabelo.
- Pra me ajudar com as malas da Lili. - Ele me olhou por cima do ombro. - Agora para de reclamar e me ajuda a achar a ala de Sonoplastia.
Assenti e olhei em volta, depois de pouco tempo encontrei uma placa onde dizia "Sonoplastia - Dormitórios - 200 à 215"
- Alá, mongoloide. - falei rindo e apontei para placa e nós andamos rápido em direção ao local.
- Porra, finalmente! - KJ falou assim que paramos de frente ao quarto 205, e deu três batidas apressadas na porta. Nada. Mais três batidas. Nada. Mais duas. Nada. - Que porra! - Keneti reclamou. - Lili, to entrando! - Ele anunciou em voz alta e adentrou o quarto. - Caralho!
- O que foi? - Falei entrando logo atrás dele no quarto de Lili, e me desesperei. - Ela está desmaiada. - Falei olhando para KJ de relance e corri até ela, me ajoelhando ao seu lado no chão. - Lili? - Falei passando a mão por seu rosto e tirando o cabelo que caia em sua face. - Lili, acorda, por favor. - Falei balançando o rosto dela com cuidado.
- Caralho! - KJ gritou de novo, só que dessa vez ele pulava feito uma gazela, se eu não estivesse preocupado, morreria de rir da cara dele. - Viado, olha o tamanho desse bicho! - Ele pulou por cima das minhas costas e quase caiu em cima de um móvel. Olhei para onde ele apontava e na hora entendi o desmaio da Lili, tinha uma aranha que parecia mais um rato saindo de dentro da mala dela. Até eu que não tenho medo dessas coisas fiquei de olhos arregalados.
- Mata essa porra, KJ! - Falei o olhando e ele fazia que não com a cabeça desesperado. - KJ, anda logo, caralho. A Lili desmaiou por causa disso, tenho certeza. - Falei olhando para ela e passei a mão em seu rosto de novo. - Lili acorda, por favor. - Falei com o rosto próximo do dela.
- Tira ela do chão que eu vou arrumar alguma coisa pra bater nesse bicho, antes que ele suma. - KJ falou agitado pulando igual a um louco por dentro daquele quarto.
Me levantei do chão e peguei Lili no colo enquanto KJ tentava matar uma aranha daquele tamanho com um chinelo. Sacudi a cabeça negativamente e revirei os olhos por conta da inteligência de meu amigo ali do lado. Coloquei Lili na cama e fiz de um tudo para acordá-la, incluindo colocá-la para cheirar um vidro de acetona que se encontrava em cima da mesa de cabeceira ao lado da cama dela.
- Matou, cara? - Perguntei sem olhar para ele.
- Não porra, esse bicho é muito rápido. - Ele corria de um lado para o outro. - E reza pra esse troço não entrar em baixo de nada, se não, fodeu. - KJ falou agitado.
- Gente, o que está acontecendo aqui? - Bryant falou entrando no quarto e logo obteve a resposta quando deu de cara com a aranha que KJ tentava matar e deu um pulo. - Caralho! - Ele correu para fora do quarto e depois voltou com um fósforo na mão e acertou o bicho, tacando fogo no mesmo.
- Gênio! - KJ pulou e gritou em comemoração.
- É, gênio! Agora o fogo tá pegando no tapete! - Falei arregalando os olhos e KJ e Bryant se juntaram para dar chineladas no fogo o apagando, e finalmente aquele bicho enorme estava morto, e o tapete queimado. Senti Lili se mexer ao meu lado e me virei para ela. - Ei, está tudo bem, tô aqui, ta bom? - Falei baixo e calmamente assim que ela abriu os olhos. O corpo dela inteiro tremia. - Calma Lili, eu estou aqui. - Repeti a puxando para mim e a colocando em meu colo.
- Me tira daqui, pelo amor de Deus. - Ela falou com os olhos transbordando lágrimas e envolveu os braços ao redor de meu pescoço. Senti meu coração apertar e engoli em seco. Ela estava frágil e apavorada, de tal forma, que parecia uma criança de cinco anos. Assenti e a mantive em meu colo, saindo do quarto.
- Trás a mala dela, Bryant. - Falei assim que o vi atrás de mim.
- De jeito nenhum! - Ela pulou de meu colo e só não caiu no chão porque eu a segurei. - Eu não vou usar nada que está lá dentro. - Ela falou para mim com os olhos arregalados.
- Então como você vai com a gente? - Falei segurando o rosto dela entre as mãos e a olhando nos olhos. Umedeci meus lábios e encarei os lábios dela, tentando controlar a vontade que me deu de beijá-la.
- Eu vou, eu uso as roupas do KJ. - Ela falou baixo e deitou o rosto em meu peito me abraçando. - Mas não vou usar nada dali, aquele bicho nojento passou em tudo ali! - Ela falou choramingando e se arrepiou por completo.
Era incrível como Lili conseguia passar de uma mulher super segura e decidida para uma garotinha frágil e assustada em uma fração de segundos.
- Presta atenção. - Falei calmamente levantando o rosto dela com as duas mãos novamente, a fazendo olhar para mim. - A gente leva a sua mala, e lá, a gente pede para quem estiver cuidando da casa lavar a sua roupa com água fervendo, e enquanto isso você usa as minhas. Ta bom? - Ela fungou e assentiu. Beijei a testa dela e a abracei a apertando em mim. - Cadê as chaves do seu quarto?
- Estão na mesinha de cabeceira, ao lado da minha cama. - Ela falou e passou o dorso da mão pelo rosto.
- Você está bem? - KJ falou se aproximando de Lili assim que eu a soltei, ela apenas assentiu e ele a abraçou.
Entrei no quarto dela e peguei a chave em cima da mesinha e a bolsa de Lili que estava aberta em cima da cama e saí do quarto o trancando.
- Essa bolsa também vai? - Perguntei para Lili.
- Aham, meus documentos, carteira, carregador essas coisas estão aí dentro. - Ela falou e agora parecia estar mais calma.
- Então vamos embora. - Bryant falou andando pelo corredor arrastando a mala de Lili e KJ o seguiu.
Coloquei a bolsa de Lili no ombro e caminhei até ela, a abraçando de lado e fomos para o carro de Bryant.
Nós já estávamos na metade do caminho, Lili estava acordada mexendo no celular, mas ainda estava quieta demais, e as vezes ela começava a tremer de repente, já tinha a feito vestir meu casaco, mas sabia que aquilo não era frio e sim o susto que ela havia tomado. KJ estava sentado no banco do carona a frente falando igual a uma matraca, conversando com a gente, e Bryant nem piscava prestando atenção na estrada.
- Eu não acredito! - Lili deu um grito animado e começou a pular sentada no banco ao meu lado. Obviamente ela assustou nós três e Bryant a olhou pelo retrovisor com uma careta de reprovação.
- O que foi de tão importante que você quase matou a gente? - KJ falou se virando para trás com certa dificuldade por conta do sinto.
- É Lili, você podia ter causado um acidente. - Falei num tom sério, mas estava tirando sarro da cara que Bryant havia feito.
- Eu não acredito que ele vai! - Lili falou maravilhada, sorrindo e sem tirar os olhos do celular. Sinceramente, não gostei muito.
- Quem, cara? - Perguntei sem interesse e revirei os olhos.
- O Justin. - Ela falou dando um gritinho fino e eu segurei o riso. Ela mal sabia. KJ me olhou de rabo de olho e riu. - Ele acabou de postar no twitter "Coachella Ella Ella". - Lili falou sem se preocupar em conter a animação.
Ver ela naquela animação por causa dele me fez lembrar de quando conheci o Justin, a primeira coisa que me veio na cabeça, mesmo eu não querendo, foi ela. De como ela defendia ele, de como ela apoiava ele, e o engraçado era que ela nunca havia tido nenhum contado físico com ele e tenho quase certeza que nem virtual, mas eu também nunca havia tido contado físico com ela e me apaixonei, então para mim era uma coisa normal. Pelo que eu conheço dela, a hora que ela descobrir que ficará na mesma casa que ele, vai surtar.
- Sem querer cortar a sua onda, mas vai ser impossível você encontrar ele lá, é um mar de gente. - Falei e o rosto de Lili se desmanchou em decepção e logo me arrependi de ter aberto a boca, mas eu não podia deixar que ela desconfiasse do que eu e o KJ estávamos armando. KJ deu um risinho abafado.
- Também era meio impossível a gente se conhecer pessoalmente e hoje eu estou aqui indo viajar com você. - Ela falou seca e deu um sorriso debochado.
- Headshot! - KJ e Bryant falaram juntos e começaram a rir. Revirei os olhos e fiquei calado.
- Mudando de assunto completamente... - KJ começou a falar. - o que, além do piercing na língua, você tem que eu não sabia? E porque eu não sabia? - KJ falou se virando para atrás.
- Ué, piercing na língua quase não dá para ver mesmo, a não ser que você beije a pessoa ou que a pessoa viva de boca aberta. E você não viu porque é cego, já que eu gargalho de boca aberta, parecendo que estou me afogando. - Nós três rimos, ela realmente ria assim. O KJ quando queria falar inventada as coisas mais randômicas do mundo para se falar. Ri e sacudi a cabeça negativamente. - E além do piercing eu tenho duas tatuagens. - Ela falou e deu de ombros.
- Duas? Eu só vi uma. - Falei arqueando a sobrancelha.
- Eu não vi nenhuma. - KJ falou fazendo uma careta.
- Eu vi as duas. - Bryant falou e riu.
- Vocês são dois desatentos, até o Bryant que só me viu duas vezes enxergou as tatuagens. - Lili falou revirando os olhos. - Eu tenho essa aqui. - Lili falou puxando a manga do casaco para cima e apontou para a tatuagem mais clichê, e que toda fã do Justin maior de idade deve ter, que era a palavra Believe, e se eu não me engano era até no mesmo braço que a dele. - E tenho essa aqui. - Falou mostrando a lateral do dedo anelar para KJ e ele arregalou os olhos, assim como eu depois de ver que era um pequeno "C." Fiquei mudo a olhando e mordi meu lábio inferior desviando o olhar. Minha língua coçava para perguntar se aquilo era para mim, mas eu não seria tão cara de pau.
- Quando você fez? Doeu muito? - KJ perguntou curioso.
- Believe eu tatuei no dia do meu aniversário de 18 anos, e a outra foi no início de agosto. - Lili falou indiferente. - Falta muito para chegar? - Ela perguntou para Bryant que fez que não com a cabeça.
- Mais uns 20 minutos. - KJ falou e se virou para frente.
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esse capítulo é um misto de rir do kj, suspirar pelo cole cuidando da lili, e gritar COLE A TATUAGEM É PRA VOCÊ SIM E ELA FEZ NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO SEU BURRO
tres capítulos para o hot!!!!!!!
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