Lições.
COLE SPROUSE:
A semana havia se arrastado, mas hoje era finalmente sábado. Hoje Creig e Duan casariam, e devo confessar que eu tinha esperanças de que Lili aparecesse no casamento.
Pelo que eu ouvi Creig falando no dia em que saímos pra comprar nossas roupas, o casamento seria uma coisa de gala, algo que foi exigido pelos pais de Duan. Coisa típica de quem tem apenas duas filhas mulheres na família, poderia apostar que quando fosse a vez de Trinity, minha mãe e meu padrasto fariam a mesma coisa.
Eu havia escolhido uma roupa totalmente preta, pois assim não teria trabalho de ter que combinar nada, não estava com ânimo para aquilo, e também, por saber que Lili sempre gostou de me ver de todo preto. Eu realmente estou parecendo um garoto de treze anos que se veste como uma garota gosta, por achar que tem uma possibilidade de encontrá-la.
Eu ainda não havia conseguido falar com Lili, ela não dava nenhum sinal de vida, nem para mim, nem para as amigas, e muito menos para a internet, o que já estava me deixando louco.
O fato d'eu não ter conseguido falar com ela antes que ela fosse embora me atormentava, e eu não podia dar uma de louco e ir atrás dela no Brasil, por mais que eu quisesse muito fazer aquilo, afinal, ninguém sabia se ela estava lá ou não.
A única coisa que me mantinha longe de enlouquecer era a frase que Charles já havia repetido centenas de vezes: "Ela tem um contrato assinado para o filme, ela vai precisar voltar, mesmo que seja só em novembro". Eu me apegava a essa frase de todas as formas, mesmo conhecendo Lili muito bem, e sabendo que se ela não quisesse realmente me ver, não haveria contrato no mundo que a fizesse voltar.
- Precisa de ajuda com a gravata? - Charles entrou no quarto vestindo o seu terno. Franzi o cenho ao vê-lo com a gravata já com o nó dado, afinal, ele como eu não sabia fazer aquilo, e estranhei o fato dele já estar na casa de Duan tão cedo.
E sim, eu continuava ocupando o segundo quarto de hospedes da casa de Creig.
- Não, valeu. A minha já veio no esquema. - Ri e dei de ombros. - O que você faz aqui assim tão cedo? - Uni as sobrancelhas.
- Eu dormi aqui, mas fica na sua, ninguém sabe. - Sussurrou.
- Você dormiu com a Victoria? - Arregalei os olhos e Charles assentiu. - Cara, você não está usando a garota pra esquecer a Camila, né? - Cruzei os braços.
- Não, Cole! Aí é que está. Quando eu estou com ela, eu não penso na Camila. Quando eu estou com a Victoria, eu não penso em nada, a não ser no sorriso dela. - Disse sorrindo e eu gargalhei jogando a cabeça para trás.
- Vejamos só quem está apaixonado de novo. - Dei duas batidinhas em seu ombro e comecei a abotoar minha camisa.
- Não exagera. - Riu e revirou os olhos.
- Ok, não está mais aqui quem falou. - Levantei as mãos em rendição rindo.
Terminei de me vestir e peguei meu celular novo, carteira, chaves do carro e fui distribuindo pelos poucos bolsos que eu tinha. Prendi meu cabelo em um coque alinhado, passei meu perfume, e saí do quarto acompanhado de Charles.
- E aí, vamos? - Charles direcionou-se a Victoria que usava um vestido longo ouro velho.
- Como? O noivo tá sumido, meu filho! - Victoria falou nervosamente.
- Ele está com caganeira, de nervoso, e está preso no vaso. - Samuel falou aparecendo na sala, arrancando gargalhadas escandalosas de nós três. - Eu tô falando sério! - Disse rindo.
- Para de sacanear o cara, Samuel. - Sacudi a cabeça em negação. - Eu vou procurá-lo, vão indo pra igreja.
- Cole, se você aparecer na igreja sem o Creig. a Duan vai matar nós quatro e ele. - Vic falou apreensiva.
- Relaxa, vão logo.
Charles, Victoria e Sammy saíram da casa de Duan ainda um pouco relutantes, provavelmente com medo de que eu não achasse Creig, mas eu já sabia onde ele estava. Mesmo tendo "só" duas semanas que eu estava praticamente morando na casa deles, eu conhecia Creig a um bom tempo pra saber que ele estava totalmente nervoso. E quando Creig está nervoso, se esconde, igual criança.
Comecei a entrar em todos os cômodos da casa, até que encontrei a porta do closet do quarto de empregadas trancado, e dava para ouvir de longe o som de um violão. Bingo!
- Creig? - Dei duas leves batidas na porta. - Cara sai daí, você vai se atrasar pro casamento. - Mais duas batidas, mas dessa vez, um pouco mais fortes.
- Eu to apavorado, Cole. Eu não vou.
- Ah, você vai sim. - segurei o riso. - Mesmo que eu tenha que te levar pelos cabelos, você vai. Sai daí. - Bati um pouco mais forte na porta.
- Não! E se eu não for bom o suficiente pra ela? E se der tudo errado? - Revirei os olhos e contive outra risada.
- Cara, vocês moram juntos desde que descobriram que estavam esperando o Logan, se fosse pra você fazer alguma merda, você já teria feito. Agora, sai daí. - Girei a maçaneta, mas não consegui abrir a porta.
Alguns minutos depois a porta do quarto foi destrancada, revelando um Creig aparentemente tranquilo, com um violão em mãos e a roupa bagunçada.
Creig e eu conversamos por alguns minutos, enquanto ele arrumava sua roupa, e logo depois partimos em direção a igreja.
- Onde diabos vocês estavam? - Vic pegou Creig pela orelha assim que pisamos dentro da igreja.
- Ou, eu ainda quero casar com as minhas orelhas no lugar! - Creig soltou-se de Vic e eu gargalhei da situação, recebendo olhares de reprovação por estarmos dentro da igreja.
- Onde a Duan está? - Creig e eu questionamos ao mesmo tempo.
- Está a cinco minutos daqui, porque por sorte, o maquiador atrasou. Agora fica quietinho aí. E você Cole, o Charles guardou um lugar pra você ao lado dele.
- É idiota eu pensar que um dia posso ser eu no lugar do Creig, mas sem a mulher que eu amo? - Suspirei pesadamente e me sentei ao lado de Charles.
- É idiota sim. - Charles riu nasalado. - Até porque, se você fizer da sua vida só chorar e reclamar pela partida da Lili, você não vai conseguir ela de volta. - Deu de ombros.
- Não foi você quem disse que não era pra eu ir atrás dela porque ela iria voltar por conta do filme? - O olhei pelo canto dos olhos e franzi o cenho.
- Shhh, a noiva está vindo. - Levantou-se, assim como eu e todos na igreja, quando aquela música estranha começou a tocar, e encaramos a porta de entrada, esperando Duan aparecer.
•••
- Cole, para de procurar por ela, ela não vem. - A voz de Duan, um tanto quanto entristecida, me assustou. Me virei para ela com um sorriso triste e respirei fundo.
- Devo confessar que não acreditei que ela perderia seu casamento.
- Ela precisa de um tempo, Cole. Eu também gostaria que ela estivesse aqui, mas não podemos ser egoístas. - acariciou meu ombro e sorriu fraco.
- Eu estou pensando em ir atrás dela. Não me custa nada tentar. - suspirei.
- Eu ainda estou com o Charles. Acho melhor você esperar que ela volte pro filme. - Duan pegou um copo que estava na mesa a nossa frente e deu um gole generoso. - Tive uma ideia. Porque não liga pra um dos produtores do filme? Se ela tiver rompido contrato, eles saberão te dizer, aí você vai atrás dela. - deu de ombros.
- De fato, isso é a medida mais inteligente a se tomar, não tinha pensado nisso. - ri.
- É porque a inteligente da dupla sou eu. Agora, vai se divertir. - me puxou pela mão me arrastando até a pista de dança.
LILI REINHART:
- Quando você vai me explicar o real motivo de ter aparecido de repente? Não pode ter sido só por causa de uma briguinha com seu namorado. - minha mãe questionou unindo as sobrancelhas. - Se eu não tivesse ido em casa buscar as últimas coisas que restavam, você teria dado de cara na porta.
- Desculpa mãe, foi tudo de última hora. - encarei o teto relembrando o motivo de estar ali. - Mas antes de contar o que aconteceu, quero saber porque diabos está morando no hotel. Eu estou aqui à sei lá, duas semanas e a senhora ainda não me disse. - ditei fingindo indignação, fazendo minha mãe rir.
- Não contei, pois não queria tocar nesse assunto. - ela suspirou pesadamente e deitou-se ao meu lado. - A morte de seu pai, foi contada como um acidente de trabalho, - senti uma enorme pontada no peito no momento em que minha mãe tocou naquele assunto. - e por isso, eu recebi uma indenização, gorda, por sinal. Vendi a nossa casa - arregalei os olhos - e finalmente consegui a transferência para trabalhar nos Estados Unidos, por pura sorte, já que a pessoa que iria desistiu em cima da hora. Estamos em um quarto de hotel, porque no fim dessa semana vamos para San Francisco. - sorriu abertamente e eu a encarei boquiaberta.
- No-nós? - sentei-me na cama de supetão. Eu não queria voltar, não agora, não no fim da semana. Suspirei. - Mas eu não quero voltar mãe, não agora.
- Mas e a sua faculdade, Lili? E o filme, e tudo o que me contou? - me olhou com um ar de preocupação nos olhos, e na voz.
- Está tudo em seu devido lugar, mãe. - assegurei. - Mas eu só pretendia voltar no fim de outubro, e ir direto pro set de gravações. - expliquei.
- Você pode fazer isso, basta ficar comigo em San Francisco, quando chegar o dia de ir pro set, você volta pra Los Angeles, tudo bem? - Acariciou minha bochecha e eu assenti, logo, deitando em seu colo. - Ninguém morre de coração partido, meu amor. Um dia, essa dor vai passar, e você vai encontrar alguém que te ame tanto quanto você merece.
- Mas será que eu um dia vou encontrar alguém que eu ame tanto quanto eu amo o Cole, mãe?
- Se for amor de verdade o que você sente pelo Cole, você nunca irá amar alguém como o ama. - acariciou meus cabelos. Me sentei e a encarei de braços cruzados.
- Ah, mãe, obrigada. Ajudou muito. - soltei uma risada.
- Eu estou sendo sincera Lipa. - Minha mãe riu abertamente, me contagiando.
- Não me chame de Lipa, ok? Principalmente quando estivermos no meu circulo de amigos.. - senti minhas bochechas corarem. - Não quero que ninguém além de você me chame do apelido que meu pai inventou. - fiz um leve bico.
Juntar meu primeiro e meu segundo nome só podia ser invenção do meu pai.
- Você não imagina o quanto ele está orgulhoso de você. - sorriu e acariciou meu rosto. Senti meus olhos arderem levemente e suspirei.
- Eu fiz uma coisa pra ele... Devo gravar com um amigo assim que as gravações do filme terminarem, você quer ouvir? - Encolhi os ombros.
- Se for como aquela do vídeo que me mostrou, claro que quero, agora mesmo. Vá buscar seu violão. - me deu dois leves tapinhas na bunda enquanto eu me levantava da cama, me fazendo rir.
- Eu a escrevi em espanhol, com o pouquinho que eu sei da língua, e a Camila, nerd poliglota corrigiu pra mim. - Ri junto de minha mãe.
Minha mãe me olhava com atenção, enquanto eu começava a dedilhar uma melodia lenta no instrumento em minhas mãos. Respirei fundo e comecei a cantar baixinho, tentando controlar todas as emoções que aquela música me trazia.
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
- Te marchaste sin aviso, te busqué y no estabas ya... - não conseguia encarar minha mãe, apenas acompanhava com os olhos os movimentos de meus dedos - El destino así lo quiso, pero tu alma no se ira - sorri imaginando o rosto de meu pai - Eras mi cómplice en los sueños, sabíamos que un día unidos volaríamos - senti meus olhos marejarem, como todas as vezes que me atrevera a cantar aquela música. Engoli em seco e aumentei a intensidade de minha voz, como o refrão pedia. - Sé que tus alas se quedan conmigo, que desde el cielo tu abrazo es mi abrigo, ángel divino me cuidas del mal - Levantei os olhos pra encarar minha mãe, e ela sorria com os olhos marejados. Ela parecia estar feliz, e triste ao mesmo tempo. - Sé que camino con tu compañía - Larguei o violão e segurei a mão de minha mãe. - Que con tu voz se me encienden los días. Aunque tu puerta hoy este más allá, te puedo escuchar. - Suspirei tomando fôlego e minha mãe apertou minha mão, acariciando meu rosto com sua mão livre em seguida. - Guardo el aire de tu risa que me da felicidad. - Fecho os olhos e sorrio. - Te recuerdo muy cerca mio compartiéndome tu paz. Tanta alegría daba verte... Quererte no se olvida aún me llueven lágrimas... - Finalizei a música antes da hora pois já não aguentava mais controlar a voz e choro.
Minha mãe abraçou-me com delicadeza, fechei os olhos me aconchegando em seu colo e deixei saírem todas as lágrimas. Lágrimas de saudade, de dor por ter perdido meu pai tão cedo. Lágrimas do meu coração partido, e lágrimas de alegria por tê-la ali comigo.
•••
Fim de agosto, e nós já estávamos totalmente instaladas em San Francisco. O apartamento que minha mãe havia alugado era enorme, e além disso, ainda era lindo e aconchegante. A maior parte da decoração do apartamento era feita em cores claras, o que dava um ar calmo para os cômodos, me fazendo não querer sair de casa nunca.
As aulas da faculdade já haviam voltado, mas por sorte, eu já estava fazendo as aulas on-line. Sendo assim, ninguém sabia que eu já havia, infelizmente, voltado.
Eu sei que no fundo estou sendo egoísta, sei que estou faltando com meus amigos, morro de saudade deles, mas ainda não estou preparada pra encarar Cole outra vez. Eu continuo a ignorar as ligações, chamadas de FaceTime, mensagens, já até pedi que o produtor do filme que começaria a gravar em novembro não passasse nenhuma informação, agora que ele sabia que eu já havia voltado pros Estados Unidos.
- Lili, o rapaz das filmagens já está aqui. - A voz de minha mãe me chamou a atenção, fazendo com que eu risse da forma que ela falou.
Era provalvemente Nash que havia chegado, ele era ator e não era pouca coisa, tento em vista que ele já havia feito parte de duas séries de televisão, pelo que eu havia pesquisado.
Nash estava na minha casa naquele momento por que, Robert, um dos organizadores da Hollywood Sessions, pediu para que ele ensaiasse comigo, como se estivesse me dando umas aulas, dicas, e coisas do gênero, assim como seria feito com todos os atores iniciantes que participariam do filme. Era quase que uma oficina de atores. Os atores do elenco do filme que eram mais experientes ajudariam os novatos.
Ajeitei minha roupa em meu corpo e desci a pequena escada que separava as suítes da sala, cozinha, etc. Caminhei até Nash, e sorri timidamente parando a sua frente. Eu já o conhecia de vista, o vi em algumas reuniões do elenco do filme, mas nunca havíamos conversado ou sido apresentados formalmente. Ele era lindo. Os cabelos escuros, seus olhos eram de um azul claro diferente, seus lábios hospedavam um belo sorriso, e ele grande, tão alto quanto... Cole. Suspirei pesadamente ao me lembrar dele e me esforcei para manter o sorriso no rosto.
- Oi, Nash. Eu sou Lili. - Estendi a mão, que ele segurou de imediato, e trocamos beijos no rosto.
- Prazer em te conhecer, Lili. Eu sou Nash, mas pelo visto, já te disseram. - Riu e eu o acompanhei assentindo. - E então? Vamos começar as suas "aulas"?
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eu e minha obsessão pelo alex saxon........... tinha esquecido que ele aparecia agora no final e usei ele no início da fanfic pra substituir um menino chamado kevin..... ai agora tive que trocar o alex pelo nash (o menino do gif) aiai eu e minhas perdas de memória
comentem MUITO pq eu quero terminar de postar tsb ainda esse mês!!???
VIRAM QUE VOLTEI A POSTAR ADOTADA????? amanhã tem capítulo novo de vocês forem lá comentar!!!!
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