Isso não pode ser verdade!
LILI REINHART.
O resto do sábado e o domingo foram ótimos, tão bons quanto a sexta feira, domingo só não foi melhor pois estávamos deixando Indio, e dando adeus ao Coachella. Por causa da bela arrumação que KJ havia inventado, eu e Cole estávamos indo para casa em carros separados. Todos no carro estavam dormindo exceto pelo motorista, e por mim que estava vendo os tweets de Cole.
ColeSprouse: Foi tão bom aqui.
ColeSprouse: Quase pedindo para parar o carro...
ColeSprouse: Só de pensar que vou ficar longe de você
ColeSprouse: Eu não quero
ColeSprouse: Eu acho que vou te abraçar
ColeSprouse: Só para não te perder em nenhum instante
"Porque diabos não estamos no mesmo carro?" - Enviei uma mensagem para ele.
"Culpa do KJ" - Cole respondeu e eu ri, porque era realmente culpa do KJ.
"Sim! Aquele perdedor." - Respondi.
"Quando eles pararem você troca de lugar com alguém e fica comigo." - Sorri feito boba ao ler.
"Acho que não vou poder fazer isso..." - Respondi com um emoji chorando.
"Porque?" - Cole respondeu segundos depois.
"Por que não tem ninguém para trocar de lugar comigo."
"Eu jogo alguém pela janela, ai você entra." - Abri um sorriso tão grande ao ler aquilo que poderia rasgar minhas bochechas.
Mas meu sorriso logo foi embora ao ver a quantidade de porcarias que uma menina falava de mim para ele quando voltei a olhar o twitter, engoli em seco e tentei ignorar aquilo. Eu teria que me acostumar.
Como dizem, nem Jesus agradou todo mundo, não sou eu quem vai conseguir agradar. Terão fãs dele que irão gostar de mim e outras que vão me odiar, é normal. Apesar de doer, é normal.
Meu celular acendeu por conta de uma notificação, Cole havia tweetado - sim, eu tenho as notificações dele ligada.
ColeSprouse: Estou cansado. Tem um casal dando uns amassos aqui, estou ficando deprimido. - Coloquei a mão no rosto na intenção de abafar minha gargalhada sem muito sucesso.
LiliReinhart: Espera, o que? KJ e "H"? Oh Jesus! - Tweetei rindo.
KJ e Hailey passaram o fim de semana inteiro sumindo em dupla, e de sexta para sábado até dormiram juntos, mas juravam de pés juntos que não havia rolado nada, porém nenhum de nós acreditava neles, e acreditamos menos ainda quando KJ organizou quem iria nos carros na viagem de volta e se pôs sentado ao lado dela. E agora com esse tweet de Cole eu tinha quase certeza que os dois realmente estavam de rolo.
Tweetei mais algumas coisas, troquei tweets com Camila, e até respondi a tal garota que estava falando porcarias e uma menina que foi super fofa comigo, mas logo deixei o celular de lado, graças aquela sensação estranha de angústia que voltava a tomar conta de meu peito.
Tentei manter a cabeça ocupada, pensando que teria que resolver coisas na faculdade, como arrumar minhas malas para voltar para casa, e pegar as matérias de sexta e de segunda - já que não chegaria a tempo da aula - com Elly e Bella, mas nada em que eu pensasse me tirava aquilo, então decidi dormir um pouco.
- Lili? - Bach que era pessoa que estava ao meu lado durante a viagem me sacudia nada delicadamente. - Chegamos na sua faculdade, acorda.
- Delicado como coice de mula. - Falei rindo e olhei para ele. - Obrigada, Bach. Tchau gente, valeu. Boa semana pra vocês. - Falei acenando para o pessoal dentro do carro e saí do mesmo me deparando com minhas malas ali a minha espera sendo seguradas pelo motorista, as peguei e o agradeci, indo em direção ao meu quarto.
Assim que adentrei o quarto a primeira coisa que fiz foi me livrar de meus tênis. Quando eu ia me jogar na cama senti meu celular vibrar em meu bolso, era uma ligação de minha mãe.
- Oi mãezinha. - Falei assim que atendi o telefone e me encostei na parede, mas um longo silêncio se instalou. - Mãe? - Chamei.
- Lili? Filha? - Ouvi a voz de minha mãe do outro lado da linha que não estava nada boa, aparentemente.
- Sim mãe, sou eu. - Respirei fundo. - Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - Perguntei já sentindo frio na barriga.
- Não, Lili! - Ela estava chorando. Senti um nó já se formar em minha garganta, sem nem ao menos saber porque. - Eu preciso que você venha pra casa, que saia daí hoje. - Ela estava em prantos, sua voz soava desesperada.
- Mãe, o que aconteceu? - Falei pausadamente.
- Seu pai. - Ela desabou a chorar, dava para ouvir nitidamente os soluços.
- O que aconteceu com meu pai, mãe? - Agora quem estava chorando era eu. - Pelo amor de Deus, fala!
- Ah empresa, a - ela voltou a chorar. - a empresa onde ele trabalha pegou fogo, o prédio inteiro pegou fogo e... - Ela ficou em silêncio.
Meu coração batia forte em meu peito, e minha cabeça começou a girar. Eu tentava controlar a respiração mas era quase impossível. Vi a porta se abrindo e Sarah entrou no quarto, falando com alguém no celular, que estava no viva voz.
- Mãe, fala logo! - Praticamente gritei, ainda chorando, sem me importar com a presença de Sarah ali.
- Ele não aguentou, ele não conseguiu sair.
Ao ouvir aquelas palavras eu perdi todas as forças de meu corpo, larguei meu celular no chão e escorrei pela parede até cair sentada, em prantos.
- Não! - Eu gritei e senti o olhar de Sarah sobre mim. - Não! Não! Não! Isso não pode ser verdade! - Eu gritava descontroladamente, e minhas lágrimas caíam sem sessar.
- Lili! Meu Deus! O que aconteceu? - Sarah se aproximou de mim com os olhos arregalados.
Eu não conseguia responder, a falta de ar havia preenchido meu peito, eu estava tonta e meu peito doía. Meu pai havia morrido, eu nunca mais veria ele. Nunca mais o abraçaria, nunca mais poderia teria seu colo.
- Sarah, a Lili está bem? O que está acontecendo? - Ouvi a voz de Cole que provavelmente vinha do celular de Sarah.
- Eu não sei, Cole, vem pra cá, por favor. - Ela falou assustada. - Ela está pálida, e não se mexe. Vem logo! Tchau. - Sarah falou se ajoelhando em minha frente e largou o telefone no tapete. - Lili, me responde, por favor. O que te aconteceu? - Ela segurou minhas mãos.
- Meu pai. - Falei com dificuldade, com a voz praticamente inaudível e caí em prantos novamente. - Ele não podia ter morrido. - Levantei a cabeça para encarar Sarah. - Ele não podia! - Gritei e ela me abraçou me apertando contra seu corpo e eu não relutei. - Ele ainda tinha que ir na minha formatura, e brigar comigo porque meu vestido estava curto demais. Ele ainda tinha que vir passar as férias de verão aqui comigo e reclamar que eu estava andando com um monte de meninos e me mandar dormir cedo. - Falei em meio a soluços.
- Chora, pode chorar. - Sarah falou me abraçando enquanto acariciava calmamente os meus cabelos. - Desabafa.
- Eu não sei o que eu vou fazer sem ele. - Sentia-me cada vez mais sufocada. - Ele não vai mais poder me levar na igreja se um dia eu casar, ele não vai ver os netos. Eu não vou poder mais contar nada pra ele, nem chorar em seu colo quando minha mãe ficar brava comigo. Acabou, Sarah, acabou. - Apertei-a contra mim desesperada, ela era a única pessoa que estava comigo naquele momento, e estava deixando todas as nossas diferenças de lado, e eu nunca teria como agradecer por aquilo.
- Ei, olha pra mim. - Ela falou segurando meu rosto entre as mãos. - Ele vai sempre estar aqui. - Falou levando minha mão até meu coração. - Nunca, jamais se esqueça disso. - Eu assenti. Sarah me abraçou novamente e eu continuava a chorar.
Era uma dor horrível. Parecia que alguém estava pisando em meu coração com um sapato de solado de espinhos. Eu não conseguia pensar, só conseguir sentir aquela dor que me sufocava cada vez mais a cada segundo. Eu chorei até não aguentar mais, até que meu corpo não suportou a falta de ar e me deixou inconsciente.
- Lili? Lili acorda por favor, você está me deixando assustada! - Eu ouvia a voz de Sarah bem distante e baixa enquanto meu cérebro aos poucos retomava a consciência. - Lili, acorda. - Abri os olhos com dificuldade ainda enxergando um pouco embaçado. - Ai graças a Deus! - Ela falou passando a mão em minha testa. - O Cole já deve estar chegando. Eu não sei o que fazer, me desculpa.
- Obrigada. - Foi só o que eu consegui dizer e segurei a mão dela com força.
- O que aconteceu? - Ouvi a porta sendo aberta bruscamente e virei minha cabeça com dificuldade me deparando com Cole. - O que houve? - Ele falou vindo em minha direção e sentou-se na cama me puxando pra seu colo.
- Meu pai, Cole. - Falei, voltando a chorar novamente. - Meu pai morreu. - Falar aquilo em voz alta era ainda mais doloroso, era admitir para mim mesma que eu nunca mais o veria. Abracei Cole e escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço.
COLE SPROUSE:
Eu entrei no quarto de Lili tão desesperado, com medo de que tivesse acontecido algo com ela, que nem percebi que Sarah estava ali, apenas abracei Lili, tentando confortá-la. Os pais de Lili sempre foram o mundo pra ela, e o fato dela perder o pai assim, de uma hora para outra por conta de um acidente, devia estar sendo devastador. Eu nunca poderia imaginar o que ela estava sentindo, apenas sabia que meu coração estava na mão por vê-la sofrendo daquela forma. Eu a abraçava o mais apertado que podia para tentar acalmá-la, ela estava pálida, tremia e chorava de soluçar. Era torturante vê-la daquela forma.
- Eu preciso ir pra casa. - Ela falou se soltando de mim e se levantou da cama rapidamente cambaleando. - Eu preciso chegar a tempo do enterro do meu pai. - Ela falava chorando e passava as mãos pelos cabelos.
- Lili, olha pra mim. - Falei levantando da cama e fui até a ela. - Você realmente quer isso? - Perguntei segurando o seu rosto entre as mãos, e ela assentiu inúmeras vezes, afirmando com a cabeça. - Então você fica aqui, e eu vou dar um jeito, ok?
- Como? - Ela perguntou com os olhos tristes e secou o rosto desajeitadamente com as costas das mãos.
- Não sei, vou dar um jeito. - Ela assentiu. Selei nossos lábios rapidamente e depois depositei um beijo em sua testa. - Arruma as suas coisas pra ir, vou estar de volta o mais rápido que eu puder. - Lili apenas assentiu.
- Vocês vão pra onde? - Sarah, que até então estava muda, me perguntou com uma expressão um tanto quanto perplexa.
- Brasil. - Ela arregalou os olhos.
- Por quanto tempo? - Perguntou com uma expressão estranha.
- Por quanto tempo a Lili precisar. - Caminhei até Sarah e a abracei apertado. - Obrigada por cuidar dela. - Beijei a testa de Sarah e a ouvir suspirar pesadamente.
Saí da faculdade de Lili praticamente correndo em direção ao aeroporto. Pra minha sorte, eu já tinha o visto por conta da tour que aconteceria em breve, então era só tentar comprar as passagens.
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Nós já estávamos dentro do avião a caminho do Brasil a mais ou menos duas horas. Lili estava dormindo a base de remédio, e eu estava agoniado com toda a situação, ter que viajar assim do nada, avisar aos meus pais e a todo mundo correndo, me dava nos nervos. Mas Lili precisava de mim, ainda mais num momento como esse. Ela estava sozinha, num país que não era o dela, sem ninguém da família por perto, e Camila a única amiga que conhecia sua família que ela tinha ali, estava longe pois havia ido conhecer a família de Charles - pelo visto a coisa entre os dois estava ficando mesmo séria - ,então ela só tinha a mim.
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cole largando tudo pela lili >>>>>>>
sarah sendo estranhamente boazinha 👀
GENTE A HISTÓRIA PASSOU DE 10K!!!
⚠️ depois de algumas coisas que vi ontem, queria dizer que 1: eu não apoio o justin e nem sou fã dele, e 2: é sempre melhor apoiar e acreditar na suposta vítima e se redimir com o suposto agressor caso não seja verdade que duvidar dela. sempre lembrem disso.
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