Acho melhor você se afastar.
LILI REINHART.
Cole me olhou um tanto quanto confuso, e logo suas bochechas ficaram vermelhas. Ele encarou um ponto aleatório e agiu como se não tivesse me ouvido. Mas ele ouviu, a cara dele denunciava isso.
Sentir seu carinho em minha pele, me fazendo acordar, foi a melhor coisa que eu já senti em anos. Mas infelizmente durou pouco tempo, graças a porcaria do meu corpo que começou a doer, me fazendo trocar de posição quase involuntariamente.
Me espreguicei praticamente deitando na areia, e vi Cole se levantar, indo na direção do pessoal que estava jogando vôlei. Me sentei direito e limpei as mãos no ar. E comecei a comer, sem parar, como todos os dias de manhã.
Eu tentava focar meus pensamentos em algo que não fosse ele enquanto tomava meu café da manhã, mas seu cheiro preso em minha roupa, me arrastava de volta. Sempre tinha alguma coisa que me levava a ele. Sempre.
- Lili? - Charles veio correndo na minha direção, mais ou menos depois de uns vinte minutos que eu já havia acabado de comer, e se jogou na areia ao meu lado. - Preciso falar contigo.
- Sou todo ouvidos. - Falei terminando de tomar a vitamina que estava em uma garrafinha descartável.
- É sobre o Cole... - Ele falou me fazendo prender a atenção em seu rosto.
- O que tem ele? Não rolou nada, se é isso que quer saber. - Dei de ombros. - Só soube que ele estava na barraca quando acordei. E a propósito, você o KJ são muito espertinhos. - Falei.
- Não... Não é sobre isso. - Ele falou brincando com os dedos.
- Ai, Charles, fala logo. - Falei começando a ficar irritada.
- Eu e KJ conversamos com o Cole ontem, e finalmente ele colocou quase tudo pra fora. - Charles suspirou. - E bom... Eu acho que ele precisa de espaço. - Charles falou sem jeito.
- Traduz-se "acho melhor você se afastar", estou certa? - Charles assentiu.
- Não é por mal Lili, você sabe. Eu quero muito ajudar vocês dois, e isso, acho que é o melhor a se fazer agora. - explicou.
- Tudo bem, pode ficar tranquilo, eu não estou aborrecida... Só fico um pouco chateada, afinal, tudo o que eu mais queria era poder ficar junto com ele, o tempo todo. - Ri sem humor. - Mas ficar forçando a barra não vai adiantar nada, talvez até piore. - Falei e Charles concordou com a cabeça.
[...]
O dia na praia foi maravilhoso. Nós jogamos vôlei, tomamos sol, almoçamos juntos, andamos de skate e até vídeo aqueles loucos gravaram na praia. Agora já eram quase nove da noite e nós estávamos arrumando as coisas para ir embora. Eu e Cole estávamos guardando os "restos" de comida, Camila estava guardando as roupas de cama que os meninos levaram para colocar dentro das barracas, Dylan, Carter e KJ estavam desmontando as barracas e Charles - que agora vinha na nossa direção - estava catando o lixo que fizemos.
- Cole, você se importa de ir com a Lili de moto, de novo? Quero deixar a Camila em casa... - Charles falou com Cole, mas pelo olhar dele parecia estar esperando a minha aprovação.
Taí uma coisa que eu não entendo nesses meninos, pedem para eu me afastar, mas querem que eu leve ele para casa... Tipo, oi? Vai entender. Mas como o Charles realmente parecia estar fazendo aquilo pela Camila, e não por armação para me juntar com o Cole, eu não falei nada, apenas esperei que Cole o fizesse.
- O que eu não faço por você? - Ele riu e empurrou o amigo de lado. Charles agradeceu e saiu, indo em direção a Camila todo animado. E eu não entendi o porque da animação, já que os dois não iriam sozinhos, Dylan, KJ e Carter também iriam com eles.
- Eu dirijo. - Cole falou roubando a chave da moto de Kian da minha mão.
- Nem pensar! - Falei pegando a chave de volta. - Essa moto é do Kian, e se acontecer alguma coisa ele me mata!
- Eu me resolvo com ele. - Cole pegou a chave de volta e foi em direção a moto, deixando os capacetes para trás. Os peguei e fui atrás dele.
- Não vamos nos despedir do pessoal? - Perguntei assim que o alcancei, arqueando a sobrancelha.
- Pra que? Eles vão deixar a Camila na sua casa, se despede lá. - E o Cole curto e grosso estava de volta. Bufei e assenti.
Cole subiu na moto e ligou a mesma, com a maior facilidade. Entreguei o capacete a ele, que o colocou e eu fiz o mesmo, subi na garupa da moto e envolvi meus braços ao redor de sua cintura, e o senti contrair os músculos.
- Vamos... Eles já foram. - O apressei implicando e apontando na direção por onde o carro de Charles havia seguido.
Cole bufou impaciente e arrancou com a moto, seguindo o carro onde o pessoal estava. Andar de moto já era uma coisa que eu amava fazer, sentir o vento bagunçando o cabelo, a adrenalina correndo nas veias, ser mais rápido que os carros e os pedestres, era uma das melhores sensações, agora, tudo isso, junto da pessoa que você mais quer estar perto, é no mínimo mil vezes melhor.
Era uma pena que esse contato seria o último por um longo tempo. Ele precisava de um tempo, e sinceramente, acho que eu também. Quem sabe quando ele aceitar minha presença, e eu conseguir controlar a minha vontade de matar a Sarah, as coisas não se resolvam.
- Você realmente está mexendo no celular em cima de uma moto? - Cole gritou por conta do barulho ao redor, me olhando pelo retrovisor. - Você está afim de cair? - Falou no mesmo tom, mas agora prestando atenção no tráfego a sua frente.
- Relaxa, só fui ver a hora. - Falei o abraçando novamente apenas com o braço com que estava segurando o celular, cheguei meu corpo para frente, descansei a cabeça em suas costas e apoiei minha mão livre em sua coxa. Sim, eu estava aproveitando a situação. - Vai demorar muito para chegar? - Perguntei só para ouvir a voz dele.
- Mais quinze minutos. - Ele falou sem olhar para trás e apoiou a mão em cima da minha, fazendo com que meu corpo se arrepiasse por inteiro.
Sinceramente, eu acho que estava com sérios problemas. Ele não podia nem falar que meu corpo já gritava socorro, e quase saia correndo deixando minha alma para trás. Esse homem vai me deixar maluca.
Senti Cole parar a moto e em seguida jogar o corpo para o lado e apoiar a perna no chão para sustentar o peso da moto. Me soltei dele e desci com cuidado.
- Sabia que a gente ia chegar antes. - Falei tirando o capacete e arrumando meus cabelos. - Está o maior trânsito e você veio cortando todo mundo. - Cole me olhou por cima do ombro enquanto ajeitava a moto para que ela não caísse.
- Você acha que eu ia vir de moto, e ia ficar atrás dos carros? - Ele perguntou com um sorriso de deboche e tirou o capacete, o segurando de lado em baixo do braço. E eu - como sempre - me perdi no sorriso dele. - Porque tá me olhando assim? - Ele se aproximou e arqueou a sobrancelha.
- Eu estaria mentindo se falasse que seu sorriso não mexe comigo. - Falei o olhando nos olhos e me aproximei mais um pouco dele. Cole sorriu novamente, mas dessa vez, um pouco envergonhado, mas não disse nada.
Cole levou a mão até meu rosto, o acariciando com o polegar, fechei os olhos involuntariamente, e pude sentir ele se aproximando um pouco mais, respirei fundo e me aproximei um pouco mais também. Agora nossas respirações estavam se chocando, e eu podia sentir perfeitamente o cheiro de menta, que vinha do chiclete em sua boca. Umedeci meus lábios e contive o suspiro que lutava em tentar sair. Meu coração batia de uma maneira, que seria fácil senti-lo pelo lado de fora. Abri os olhos preguiçosamente e me deparei com aquele par de olhos cristalinos encarando meus lábios. Quando eu ia abrir a boca para falar, Cole se aproximou e roçou os lábios úmidos nos meus, fazendo minha respiração se descontrolar e meu corpo inteiro entrar em alerta.
- Ei Cole! Chegamos! - Ouvi o barulho do carro e em seguida a voz, que se não me engano era de Dylan. Cole olhou na direção de onde gritaram e se afastou rapidamente.
- Ótimo. - Murmurei num volume que apenas eu ouvisse, e bufei profundamente.
- Obrigada pela carona. - Cole sorriu e me entregou o capacete e as chaves, assenti e peguei os mesmos sem dizer nada. Acenei para todos que estavam no carro e fui em direção a moto.
Coloquei de volta meu capacete e enfiei o outro no braço, subi na moto, ligando a mesma em seguida, apertei o botão do controle abrindo a garagem e entrei com a moto, coloquei tudo em seu devido lugar e entrei em casa.
- Ok, agora que a sequestradora chegou, eu posso saber onde estava com a minha moto? - Kian falou assim que passei pela porta da sala. - Só ele para me fazer rir a essas horas.
- Foi mal Kian, era urgente! - Falei fazendo beicinho e ri em seguida.
- Se fosse eu estaria até apanhando! - Haley implicou rindo do sofá.
- Agora que já sabemos que ela está viva, podemos ir dormir. - Jc falou se espreguiçando e se levantou do sofá. - Boa noite, gente. - Nós o respondemos em coro e ele subiu em direção ao seu quarto seguido por Wishbone e Vega.
- Onde você estava, amiga? - Haley perguntou se virando na minha direção. - Você está cheia de areia.
- Pois é. - Falei me olhando e ri. - Estava na praia.
- Desde ontem? - Kian arregalou os olhos e foi para a cozinha.
- Aham. - Falei dando de ombros.
- Oi gente! - Camila falou entrando em casa no meio de um suspiro.
É, acho que o Charles ter trazido ela para casa surtiu algum efeito. Ri.
- O negócio estava bom em. - Kian falou voltando para a sala tomando o meu suco de maçã da caixa, o lancei um olhar fulminante e ele me deu um sorriso tão fofinho mostrando todos dentes, que nem tive como brigar, só rir.
- Estava. - Camila falou calma demais - o que eu estranhei, já que ela não havia surtado até agora. - ,ela fechou a porta atrás de si e deu uma espiada pela janela, como se quisesse ter certeza que não teria ninguém ali. - Ok, eu estou segurando isso, desde a hora que eu pisei aqui. Então se preparem. - Arregalei os olhos já imaginando o que vinha pela frente. Camila começou a pular no meio da sala feito uma louca, e começou a gritar. - EU NÃO ACREDITO! E-U NÃO A-CRE-DI-TO! EU TÔ TREMENDO! ALGUÉM ME SEGURA! - Kian e Haley arregalaram os olhos e em seguida começaram a rir, acompanhados por mim. - VOCÊS TEM NOÇÃO DE QUE EU ESTAVA NA PRAIA COM OS MENINOS? VOCÊS TEM IDEIA? VOCÊS TEM IDEIA QUE O Charles QUASE ME BEIJOU? - Ela já estava toda descabelada.
- Ninguém me disse que você era fã deles. - Kian falou tomando um gole do suco e riu em seguida.
- Não só deles... - Antes deu terminar a frase, para alertar Kian o que vinha pela frente, Camila correu na direção dele e se jogou em seu colo o abraçando e apertando. A cena mais engraçada que já vi na vida. - de você também. - Terminei a frase e nós três caímos na gargalhada.
[...]
- Ei, o que você está fazendo? - Camila entrou em meu quarto, enquanto eu arrumava minha mala.
- Vou passar uns dias no campus da faculdade. - Expliquei dobrando algumas roupas que faltavam.
- E por que? - Ela perguntou se sentando na beira da minha cama.
- Por que eu quero e preciso ficar um pouco sozinha, e porque preciso adiantar umas coisas na faculdade. - Dei de ombros e continuei a arrumação.
- Ah amiga, mas isso não é justo! - Camila choramingou. - Logo agora que eu cheguei?
- Sem drama, Camila. - Falei rindo. - Você vai estudar o dia inteiro durante a semana, assim como eu, não vai ter tempo. Nos fins de semana a gente se vê, e relaxa, não vou pra lá pro resto da vida não, louca. Não vai passar de umas duas semanas. OK? - ditei olhando pra ela.
- Ok Lili... Mas você é a única pessoa aqui que eu posso falar português, poxa! - Ela falou aquilo como se fosse a coisa mais importante do mundo, o que me fez gargalhar.
- Você me liga. - Dei um sorriso debochado. Fechei a minha mala e a tirei de cima da cama. - Bom, eu já vou indo. - Falei e fui arrastando a mala em direção a porta.
- Não está muito tarde para pegar a estrada? - Camila falou vindo atrás de mim.
- Não, são onze horas só, e além do mais é rápido e nem é estrada. - Falei descendo as escadas com certa dificuldade.
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aiai esses dois viu....
dona lili não vai ter uma surpresa muito agradável quando chegar na faculdade 👀
GENTE DO CÉU QUANTOS COMENTÁRIOS NOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS EU TO SURTANDOOOOOOO!!!! CONTINUEM ASSIM
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