Absurda.

COLE SPROUSE.

- Ok, agora que estamos sozinhos, você já comeu, já tomou banho, não tem mais nada pra fazer, você pode me dizer que confusão foi aquela de ontem? - Charles falou assim que pisei na sala. Parei de secar meu cabelo com a toalha e o encarei.

- Não quero falar sobre isso, Charles. - Falei me jogando no sofá ao lado dele e encarei o teto.

- Tudo bem, eu pergunto pra Lili. - Charles falou se levantando do sofá.

- Porra, mas tu é fofoqueiro mesmo em? - Bufei e cruzei os braços. - Não tem porque você, nem ninguém ficar sabendo o que rolou entre eu e ela, é coisa nossa. Nós brigamos. Mais um vez. Só isso. - Me levantei do sofá. - To cansado de você, KJ e todo mundo se metendo no que acontece entre eu e ela, tentando juntar nós dois. Isso não vai acontecer, Charles. Agora mesmo é que não vai acontecer.

- Ok, Cole, eu sei que nós estamos errados. Mas nós só estávamos tentando ajudar vocês, dá pra ver que vocês se gostam. - Ele falou cruzando os braços e parando na minha frente.

- Ta Charles, tá bom. Mas a brincadeira de cupido se encerrou para vocês dois. - Falei pegando a toalha em cima do sofá e caminhei até a porta do meu quarto, quando ia entrar no mesmo, Charles me chamou.

- Cole? - O olhei por cima do ombro e movimentei a cabeça, questionando o que ele queria. - Você gosta dela não gosta? - Revirei os olhos e bufei novamente.

- Sim, Charles. Mas não consigo agir como quero perto dela, toda vez que nos aproximamos demais, meu instinto me faz fugir, e foi por isso que brigamos ontem. - Falei cruzando meus braços.

- Eu prometo que não me meto mais nessa história, mas vou te dar um último concelho. - Charles falou se aproximando de mim, com uma cara que parecia até meu pai. - Se você realmente quer ficar com ela, tenta controlar isso. Você não vai mais sofrer de novo cara, dá pra ver que ela está aqui e quer você. E se você não acredita na história sobre a Sarah, - Ele fez uma pausa e respirou fundo - bom, tenta esquecer, começar do zero. Mesmo que seja só por amizade. Da pra ver que essas brigas só estão fazendo mal para vocês dois. - Respirei fundo e sorri em agradecimento à tudo que Charles havia falado. No fundo, ele tinha toda razão.

Entrei no quarto e larguei a toalha em cima da mesa do computador, peguei meu notbook e me deitei na cama, apoiando o mesmo em minha barriga. Olhei meus emails, atualizei as redes sociais pra avisar que estava vivo e comecei a editar o vídeo que teria que subir no sábado.

Já estava quase no fim da edição quando meu celular tocou de cima da mesa do computador alertando uma mensagem. Levantei-me da cama e peguei o celular.

"Coachella esse fim de semana?" - JB.

"Com certeza!" - Respondi.

LILI REINHART.

Me deparar com a Sarah naquele quarto me deixou tão irritada que eu acabei nem indo para aula. Tomei um banho, fui até a cantina comer e agora estava deitada na cama encarando as páginas em branco do meu caderno de música. Aquele caderninho me trazia tantas lembranças, eu colocava tanto sentimento ali. Ele ficou guardado durante muito tempo, não tive coragem de jogá-lo fora, afinal todos os meus sentimentos estavam ali, em forma de música.

Foleei o caderno algumas vezes, parando na última página escrita. Ali estava a última música que escrevi. Comecei a ler aquilo calmamente, sentindo um misto de conforto e saudade, ao lembrar de quando escrevi. Sorri involuntariamente tendo uma ideia. Me levantei da cama e revirei a bolsa que usava para levar para aula, até achar uma caneta. Me joguei na cama novamente e puxei o caderno para perto, começando a escrever, organizando as frases que estavam embaralhadas em minha cabeça.

Larguei a caneta e fiquei encarando as palavras escritas com minha letra completamente torta. Li mais algumas vezes, apaguei e reescrevi algumas partes dezenas de vezes, até que ficou aceitável. Passei os olhos pelas letras, lendo mais uma vez.

"Não é culpa da vida, nem de quem te fez mal. Você se machuca sozinha, dando importância a um amor virtual. Não é culpa da lua, nem do céu, nem do sol. Seu instinto continua doente, não sabe dar lições ao seu coração.

Você sempre se escondeu, perdida em seu olhar. Porque continua procurando agora, onde não há mais nada?

Acorda absurda, não continue na escuridão. Ele nunca te quis, ele só te fez provar a loucura.

Acorda absurda, a vida não é isso. Abra os olhos, empurre para o esquecimento os seus beijos.

Não seja absurda, há sempre um verão depois do inverno.

Levante-se do chão, eu te vejo voar.

Conheça esse jogo, onde sabe que não ganhará.

A princesa de um conto que não existe. Garota absurda, diga adeus ao que você foi."

Terminei de ler e voltei a folear as páginas, parando na única em que a música estava completamente escrita em inglês, comecei a ler e meus olhos já começaram a marejar, respirei fundo e fechei o caderno o colocando em cima da mesinha de cabeceira ao lado de minha cama. Sequei as lágrimas que ameaçavam cair, me deitei na cama e peguei meu celular para ligar para minha mãe. Depois de uns bons dois minutos tocando, vi minha mãe aparecer do outro lado da tela, com um lindo sorriso no rosto e automaticamente apertei o celular contra o peito, como se pudesse abraçá-la.

- Mãezinha! - Falei sorrindo.

- Oi meu amor! Que saudade. Parece que não nos falamos a mil anos. - Minha mãe falou já com os olhos marejados. Era sempre assim, toda vez eu que ligava, que por sinal era pelo menos um dia sim e outro não antes de dormir, ela chorava.

- Oh mãe, não chora poxa! Não vejo a hora de você e o pai virem para cá! - Falei empolgada. - Falando nisso, cadê ele?

- Nós também não vemos a hora de ir te visitar! Ele ainda está no trabalho minha filha. - Ela falou e sorriu. - Mas me diz, como estão as coisas?

Finalmente tomei coragem e contei absolutamente tudo o que havia se passado comigo desde que encontrei Cole aqui para minha mãe. Ela como sempre me deu os conselhos mais sábios, e me disse as palavras que eu precisava ouvir, me acalmando. Já eram por volta das dez da noite quando nós desligamos o facetime, já que para ela lá era bem mais tarde e ela teria que trabalhar no dia seguinte.

Sarah não havia voltado para o quarto, o que me deixou um tanto quanto assustada. Afinal, se ela fosse na direção da faculdade e dizer o que eu fiz com ela, eu poderia me ferrar de verde e amarelo.

Tomei um banho e fui até a cantina, novamente, para comer alguma coisa, mas a mesma estava fechada. Como a preguiça era maior que a fome, eu voltei para o quarto e me joguei na cama, encontrando Sarah já deitada. Provavelmente ela deve ter ficado esperando que eu saísse do quarto para voltar. Frouxa. Pensei e ri.

Me sentei na cama e peguei meu celular novamente. Comecei a criar contas em todas as redes sociais que eu havia excluído, e finalmente postei minha primeira foto no Instagram. Me loguei no twitter com a conta que eu sempre usei, e lá estava ele, o lugar por onde tudo começou entre Cole e eu.

Era estranho entrar ali depois de tanto tempo, e mais estranho ainda por ter dez vezes mais seguidores do que eu tinha quando parei de entrar.

"Tem alguém aí?" - Tweetei.

Fiquei durante um longo tempo revirando os aplicativos, me sentindo uma criança com um brinquedo novo.

"Ô gente, eu criei todas as redes sociais possíveis. KKKKKKKK Dá pra vocês me seguirem? Não quero ficar falando sozinha não. É lilireinhart em tudo que tem direito. KKKKK" - Mandei no grupo do pessoal no Imessage.

"Até que enfim deixou de ser pré-histórica." - Gilinsky respondeu com uma carinha de af.

"Só um aviso, se prepara porque vão descobrir até a tua primeira ultrassom." - Johnson escreveu com um emoji que ria de chorar e eu gargalhei ao ler.

"Ah, e desativa todas as notificações, se não seu celular vai explodir." - Charles escreveu.

"É verdade amiga, aconteceu comigo." - Agora foi a vez de Camila se manifestar.

"Ok gente, pode deixar. kkk" - Digitei e fechei o aplicativo.

Larguei meu celular em cima da cama e peguei meu notbook, entrei no netflix e comecei a rever o inicio da última temporada de CSI. Fazia tanto tempo que eu não parava pra fazer esse tipo de coisa, que era como se eu tivesse voltado dez anos no tempo. Eu ultimamente ando tão preocupada com tudo, que estou agindo feito uma velha amargurada de oitenta anos de idade, e deixando de fazer coisas simples, como assistir algo legal antes de dormir.

Meu telefone tocou ao meu lado na cama, o peguei, atendendo sem olhar quem ligava, estava concentrada demais na série para tirar os olhos da tela do notbook.

- Alô? - Falei com os olhos fixos no que estava acontecendo na tela a minha frente.

- Coachella esse fim de semana? - A voz masculina do outro lado da linha falou. Eu demorei no mínimo uns dois minutos pra responder.

- Quem é? - Perguntei confusa.

- Sou eu Lili, KJ.

- Uhum. - Murmurei.

- Lili, o que você está fazendo?

- Assistindo CSI. Estou tentando descobrir uma forma de matar a Sarah sem deixar vestígios. - Brinquei e ouvi KJ gargalhar. Dei pausa na série voltando minha atenção a KJ, que estava impaciente do outro lado da linha.

- Você tem problemas sérios! - Ele falou em meio aos risos e eu o acompanhei. - Mas enfim, te liguei pra saber se está afim de ir pro Coachella comigo, tenho uma surpresa pra você. - Ele falou depois de se recompor.

- Que surpresa? - Perguntei curiosa.

- Se é surpresa eu não posso te contar né. - Eu ri. - Mas tenho certeza que você vai me agradecer pro resto da vida. - Falou confiante.

- Ok KJ, só espero que não seja nada relacionado ao Cole. - Falei.

- Não é. Fica tranquila. Boa noite!

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[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]

essa é a música escrita no caderninho da lili!

será que o cole vai seguir o conselho do charles???

e, o que acham que é a surpresa que o Kj vai fazer pra lili????

estão gostando?????? muito obrigada pelos comentários!!!!!!

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