Veronica estava pálida. Seus cabelos estavam longos, diferente de ontem. O rosto com algumas escoriações estavam com uma expressão apavorada, ela estava magra. Aquela não era a Veronica.

Sinto tudo ao meu redor girar. Algumas coisas começam a se encaixar em minha cabeça, tomando sentido. Talvez, a garota com quem eu estava ontem não fosse Veronica. Ou, talvez, a garota debilitada a minha frente não seja Veronica.

- Meu Deus, o que aconteceu com você? - Betty correu na direção dela, para socorrê-la, mas a morena se encolheu.

- Quem é você? - questionou alarmada.

Foi aí que eu me aproximei das duas.

- Jughead. - ela suspirou aliviada, jogando-se em meus braços. - Eu nunca pensei que fosse ver seu rosto de novo. Está tudo bem? Como estão seus pais e sua irmã? - disparou.

A expressão de Betty era tão confusa quanto a minha. Mas aos poucos, eu comecei a perceber o que estava acontecendo. Entretanto, decidi confirmar, fazendo uma pergunta simples:

- Veronica, quem estava comigo esse tempo todo? - questiono rouco, segurando a garota em meus braços, que se encontrava visivelmente fragilizada.

- Eu vou te contar tudo, mas você precisa prometer que vai me esconder. - suplicou.

Pedi a Betty que revirasse minha geladeira atrás de alguma coisa para que Veronica comesse. Depois de trancar a porta de minha casa com chave, levei a morena para sala, sentando-a diante de mim no sofá.

- Era a Victoria quem estava com você esse tempo todo. - por fim, admitiu.

Um silêncio ensurdecedor se instalou na pequena sala em que estávamos. Ao fundo, eu conseguir ouvir de maneira abafada a voz de Veronica explicando alguma coisa, com um tilintar de talheres vindo da cozinha.

Como eu não desconfiei disso? Em que ponto eu me tornei tão burro e despercebido que não percebi que não era a minha namorada de anos quem estava comigo?

Talvez tenha sido por isso que eu senti a necessidade de terminar.

Veronica aperta minha mão, mas ainda estou fora de órbita.

Veronica e Victoria Lodge são gêmeas, filhas de Hiram Lodge, do primeiro casamento. Hermione ficou com a guarda das duas quando o marido foi preso por transações ilegais em sua empresa milionária. Mas, desde que comecei a namorar Veronica, eu nunca tive nenhum contato com sua irmã gêmea, já que a mesma fora a única da família que continuou em Nova York quando os Lodges se mudaram para cá.

- Jughead, você está pálido. - ouço a voz de Betty, que está parada diante de mim com um copo d'água em mãos. - O que está acontecendo?

Aos poucos, retomo a consciência. Olho ao redor e noto que Betty havia entregado um sanduíche a Veronica, que devorava-o como se fosse alguma das refeições sofisticadas que ela estava acostumada.

- O que aconteceu? - questiono Veronica.

- Acho melhor eu ir para que vocês possam conversar. - Betty anuncia e eu seguro-a pela mão, num pedido silencioso para ela ficar. Ela entende, e senta-se na mesinha de centro a minha frente.

- Minha mãe. Ou melhor, Hermione. Ela obrigou-me a trocar de lugar com Victoria. - indaga, e respira fundo. - Dois meses antes das férias de verão, minha mãe disse que eu precisaria manter você na palma da minha mão, que precisava vigiar todos os passos da sua família, por que se alguma coisa saísse dos planos dela, ela sairia no prejuízo. - a encaro em total confusão, e corro os dedos com uma força desnecessária pelos meus cabelos.

- Eu não estou entendo. - grunho em frustração.

Veronica tosse antes de começar a falar.

- Vai ficar cada vez mais difícil de entender. - confessa. - Quando eu me recusei a fazer isso, nós tivemos uma tremenda briga, mas ela não fez nada. Entretanto, em seguida, eu descobri um enorme podre no escritório do meu pai, que fez com que tudo desabasse na minha cabeça.

Betty estava ainda mais confusa que eu, e observava tudo em silêncio. Veronica segurou minha mão, e respirou fundo antes de voltar a falar.

- Minha mãe havia forjado todas as assinaturas do meu pai, Jug. Todas. Ela manipulou toda a situação para que ele fosse preso, e assim, ela teria total autoridade sobre o dinheiro do meu pai e da nossa família. - seus olhos estavam marejados, e sua face expressava a dor de quem havia sido traída pela própria "mãe". - Depois de descobrir isso e ir confrontá-la, eu fui tratada como uma criminosa perigosa pelos capangas dela. Me levaram para longe, e me monitoravam vinte e quatro horas por dia. Eu vi minha própria irmã assumir minha vida, e adorar isso. Eu consegui escapar, e até agora não sei como. Mas eu preciso ir embora, não posso continuar aqui correndo o risco dela me pegar. - diz estupefata.

Depois de longos cinco minutos, Betty quebra o silêncio:

- Você acha que isso pode ter alguma coisa a ver com a perseguição ao seu pai? - olha em minha direção.

- Eu tenho certeza que tem. - Veronica me interrompe. - Minha mãe está fissurada com manter o FP sob controle, mas eu não consegui descobrir o por que.

- Você vai ficar aqui comigo. - digo, por fim. - Eu vou cuidar de você, e vamos resolver isso juntos. - entrelaço nossos dedos, numa tentativa de passar-lhe confiança.

- Obrigada. - ela me abraça apertado e eu afago seus fios compridos.

- Você precisa de remédios pra dor? - Betty oferece assim que nos soltamos. - Eu posso trazer alguns remédios e curativos, e também umas roupas se precisar.

A bondade e sinceridade em seus olhos me encanta ainda mais. Um sorriso se abre em meus lábios em agradecimento. Veronica se emociona com o cuidado, de uma garota que era estranha para ela, e a abraça apertado.

Aquilo seria complicado. Ainda mais agora que Betty e eu estávamos nos entendendo. Com Veronica, verdadeiramente, de volta, eu teria que conversar com ela e deixar tudo o mais claro possível.

- Eu vou em casa. - Betty coloca-se de pé. Ela cambaleia e eu me levanto de pressa para segurá-la. - Eu estou bem. - assegura. - Só levantei rápido demais. Bom, eu já vou, volto em uma hora com algumas roupas e remédios. - sorri, despedindo-se de mim brevemente. - Vou passar no Pop's no caminho, e trango o jantar. - anunciou antes de passar pela porta.

- Você está apaixonado. - a voz de Veronica faz com que todos os músculos do meu corpo fiquem tensos, e eu gelo.

- O que? - gaguejo.

- Você costumava me olhar desse jeito. - sussura, com um sorriso triste dançando no canto de seus lábios.

- Vem. Vou pegar uma toalha limpa pra você tomar um banho. - desconverso e ajudo-a a se levantar. - Depois que você estiver bem de novo, conversamos sobre o que quiser, tudo bem? - Veronica se rende e assente com a cabeça.

Enquanto Ronnie tomava banho, começo a passar todos os últimos acontecimentos em minha memória. Estava tudo muito confuso. Não fazia o menor sentido minha família ser arrastada para essa toca de coelho em que os Lodges manipulavam tudo.

Veronica saiu do banheiro vestindo uma calça de moletom e uma camisa de mangas compridas, que eu havia separado para ela. Sorrio triste. Vê-la daquele jeito me leva a um passado não muito distante, em que estávamos felizes juntos, e ela costumava passar noites seguidas aqui em casa.

Eu nunca estive tão confuso. A chegada da verdadeira Veronica mudou tudo. Algo dentro de mim estava mais embaralhado que nunca. E tudo isso só piorava quando Betty estava por perto.

Não tinha como negar que a volta de Ronnie tinha mexido comigo, não namoramos por semanas, e sim dois anos, se eu não estiver errado. Mas tinha Betty. Elizabeth Cooper. A garota que eu me prendeu a si sem a menor intenção quando me deixou tê-la no aniversário de Joaquin. Pensar nela fazia meu estômago revirar, como se tivesse algo voando ali dentro. Diversas vezes eu arrisquei a segurança da minha família para ficar próximo a ela, e isso deveria significar alguma coisa.

- Jantar para três! - ouvi a voz doce de Betty do outro lado da porta, tirando-me de meus devaneios.

A noite fora agradável. Betty, Veronica e eu conversamos sobre todo o pouco que sabíamos para conseguirmos montar algum tipo de estratégia para começar a investigar toda a situação. Betty, assim como eu, tinha acesso ao Register e aquilo nos daria bastante vantagem de soubéssemos usar a nosso favor.

Por volta das três da manhã, Veronica foi dormir, e deitou-se na cama de cima da beliche.

- Acho que já vou. - Betty anunciou, quinze minutos depois da partida de Veronica.

- De jeito nenhum, está muito tarde. - me apresso em dizer. - Diz a sua mãe que você vai dormir na casa de um amigo, e fica por aqui. - Betty parecia incerta, então insisti. - Você dorme na cama da minha irmã, e eu fico aqui no sofá.

Ela sorri, me desmontando completamente.

LEIAM, POR FAVOR!

Gente, eu estou postando uma história com personagens originais, e eu gostaria muito que vocês fossem no meu perfil dar uma olhada, o nome dela é RETALIATION! Tenho certeza que vocês vão amar!

✅ Aposto que vocês esperavam tudo menos isso hahahah
✅ Gostaram de saber que a verdadeira Ronnie não é um pé no saco?
🆘 Não deixem de comentar dizendo o que acharam, e deem estrelinha por favor!!
💟 Obrigada, amo vocês!