Can I see her?
Alice estava arrumando o quarto de Elizabeth quando encontrou o diário da garota num cantinho pelo chão. E, como a boa mãe controladora que sempre foi, abriu o pequeno cadeado com um grampo de cabelo, para invadir a privacidade da filha.
A mulher folheava distraidamente as páginas do pequeno diário, até que dentre os vários relatos, um deles a chamou atenção:
"Eu odeio mentiras, e as minhas estão me consumindo. As coisas estão saindo cada vez mais do controle e eu me sinto perdida. Não sei o que minha mãe vai pensar de mim quando souber tudo o que eu estou fazendo. Não sei como proteger o Archie, quando sinto a necessidade de abrir o jogo para o Jughead. Só que eu tenho medo, medo do que possa acontecer se eu contar a ele que o bebê é na verdade dele e não de Archie."
O diário de Betty cai das mãos de Alice, e a mesma procura amparo na cama da filha, sentando-se na mesma.
- Elizabeth Cooper. - a mulher sussurra para si mesma, como se por telepatia pudesse repreender a filha.
A decepção que a mãe de Betty sentia era massacrante. Não pela filha adolescente estar grávida, mas por não passar confiança o suficiente para a menina, para que ela pudesse se abrir. Alice se prendeu tanto a controlar a vida das filhas, que não as passou confiança. Não mostrou para elas que poderia dar-lhes abrigo sempre que precisassem.
Lágrimas quentes escorriam pelo rosto bem maquiado da mulher, enquanto ela tentava administrar as ideias em sua cabeça. Ela precisaria conversar com Betty sobre aquilo, de maneira que a filha não descobrisse que ela invadiu sua privacidade e leu seu diário.
O celular de Alice faz um barulho estrondoso em outro cômodo, assustando-a. A mulher correu até a sala, e mesmo estranhando o número desconhecido, atendeu a chamada.
"Sim?"
"Senhora Smith, precisamos que venha o mais rápido possível para o hospital. É urgente!"
Ao ouvir aquelas palavras, a mãe de Betty sabia que algo de muito ruim havia acontecido com sua filha. Não tinha outra explicação, afinal, ela não era o número de emergência de nenhuma outra pessoa além de sua filha caçula.
Riverdale é uma cidade pequena, com apenas um hospital, então não precisou que Alice questionasse o endereço, apenas saiu de casa como se sua vida dependesse daquilo.
Alice chega afobada ao hospital, correndo em direção à recepção.
- Mandaram me chamar aqui. O que aconteceu? Onde está a Betty? - grunhe em desespero.
- A senhora pode me informar seu nome e o nome do paciente a quem procura? - pede, educadamente, a recepcionista.
- Alice Smith. Me ligaram pedindo para eu vir com urgência. - diz ofegante. - Acho que aconteceu alguma coisa com a minha filha, Elizabeth Cooper. - os olhos ardem, mas a mulher prende o choro.
- Um momento, uma enfermeira já vira acompanhar a senhora. - informa a recepcionista.
Depois do que pareceram horas, uma senhora baixinha de meia idade aborda Alice, levando-a de encontro ao médico que havia solicitado ali a sua presença.
- O que está acontecendo? - Alice questiona, agonizando em ansiedade, enquanto senta-se diante do médico em sua sala.
- Sua filha. Não sabemos bem o que aconteceu. Um ciclista a encontrou perto do rio sweetwater, desacordada, com um ferimento na cabeça. - começa explicando, e Alice o encara estupefata. - Precisamos esperar que ela acorde, para saber se precisamos ou não acionar a polícia. Sua filha ingeriu um comprimido de misoprostol, um remédio para tratamento de úlcera, que é altamente perigoso para gestantes, e bom... - ele faz uma pausa.
O soluço de Alice solta alto dentro do consultório gelado. Lágrimas quentes descem com ainda mais frequência por sua face, já esperando o pior. Ela não saberia como contar para Betty.
- Como já era de se esperar, isso causou danos. - continua o médico. - Um dos bebês não resistiu à agressão do remédio, e sua filha sofreu um aborto.
- Um dos bebês? - Alice questiona confusa, havia ido ao ginecologista com Betty a pouco tempo atrás e só ouvira um coração. - Ela estava grávida de gêmeos? Isso é impossível, eu estive com ela no médico a pouco tempo, e só ouvimos um coração.
- Isso é bastante comum, principalmente no início da gravidez. Às vezes os batimentos cardíacos se misturam com o da mãe, ou às vezes estão fracos e não são captados pelo transdutor. - explica. - Bom, Elizabeth está em observação, e sedada. Ainda precisamos fazer uma bateria de exames, para saber se está tudo bem com o outro feto, e também com ela. Não sabemos como apenas um bebê foi prejudicado, talvez ela tenha vomitado por causa da pancada forte na cabeça. E na verdade, isso é um milagre, pois ela está no primeiro trimestre, o período mais frágil da gestação. Ainda precisamos desvendar bastante coisa, e por isso ela ficará em observação até que tudo esteja esclarecido. Te aconselharia, se for possível, que contacte o pai da criança, não será uma notícia fácil de receber, e talvez a presença dele amenize a situação dela de alguma forma.
Alice não conseguia colocar as peças daquele enorme quebra-cabeças no lugar, estava tudo muito confuso. Ela estava apavorada, e temia pela vida de sua filha e seu neto. Queria entender o que havia acontecido, mas só Betty poderia lhe dizer.
- Eu posso vê-la? - é só o que diz.
No caminho para o quarto de Betty, Alice enviou uma mensagem para Archie, avisando a ele por alto o que havia acontecido.
A notícia correu rápido, e em pouco menos de quinze minutos, Cheryl, Archie e Kevin já estavam aflitos na sala de espera do hospital. Quando a mãe de Betty passou pelos corredores, aparecendo no campo de visão dos três adolescentes, os mesmos se agitaram.
- O que aconteceu, senhora Smith? - Archie aproxima-se sem cerimônia.
- Só vamos ter certeza quando a Betty acordar, e por isso que preciso que vocês fiquem aqui. Eu tenho um assunto urgente para resolver. Na volta conversamos, Archie. - dita, antes de afastar-se.
- Mas que merda está acontecendo? - Cheryl explode. - Não é possível que a Alice tenha alguma coisa mais importante pra fazer do que ficar ao lado da filha dela! - grunhe em frustração.
Alice desafiou as capacidades humanas, e em vinte minutos descobriu onde Jughead morava e chegou no local. Para sua sorte, FP Jones, o pai de Jughead estava em casa, a atendeu prontamente, no primeiro toque de campainha.
- Olá, posso ajudar? - FP diz cordialmente, e Alice não pode deixar de reparar o quão diferente a realidade do lado sul era da dela.
- Gostaria de falar com o Jughead, ele está? - questiona adentrando a pequena residência sem pedir licença. - É sobre algo de extrema importância.
Alice não queria dizer para outra pessoa, que não fosse Jughead, o que estava acontecendo, por isso, precisou que FP lhe dissesse que era pai do rapaz para que ela finalmente jogasse aquela bomba relógio no colo dele.
O homem andava de um lado para o outro, coçando a barba nervosamente enquanto ligava para o filho, repetidamente, e não tinha resposta.
Depois de quarenta minutos, Jughead passa pela porta de sua casa feito um furacão:
- O que aconteceu? Você não parou de ligar um segundo sequer! É alguma coisa com a minha mãe? - questiona afobado. - Alice Cooper? Smith! - corrige-se, encarando sua chefe, e mãe de Betty. - O que está acontecendo?
- Acho melhor que ela te explique. - fala FP.
E AÍ GENRE W AGORA SOCORRO
COMENTEM MUITO E DEIXEM ESTRELINHAS!!!
ESSE SAIU RÁPIDO VIU????
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