017
˖◛⁺⑅♡ chapter seventeen
— Vamos lá, espertinha, você sabe que eu estou certo. — diz Regulus risonho.
— Eu não gosto quando você me chama assim — reclamo enquanto ele me encara com um meio sorriso dando de ombros. — Não acho que você esteja errado, na verdade, o que estou me perguntando é como ele conseguiu achar o medalhão de Salazar Sonserina. E se ele seguiu nesta mesma linha? E as outras partes estão nas outras relíquias dos fundadores de Hogwarts?
— Faz sentido — responde Regulus, parecendo processar tudo o que eu disse — seria algo difícil de se fazer, mas não impossível. Ainda mais para alguém tão ambicioso como ele.
— É preciso ter recursos, informações... — continuo, tentando montar o quebra-cabeça em minha mente enquanto Regulus assente lentamente. — E coragem, ou talvez loucura suficiente, para buscar objetos tão poderosos e roubá-los para si, tudo isso para um fim tão egocêntrico.
— Você acha que talvez conseguimos achar algo na biblioteca de Hogwarts, talvez tenha algo nos livros antigos ou registros perdidos?
— O único problema é que ainda temos um mês até as férias acabarem, e estamos ficando sem tempo.
— Vamos continuar pesquisando — sugere Regulus. — Podemos pesquisar sobre alguns dos antigos guardiões das relíquias? Há famílias antigas que podem ter tido posse dos objetos, mesmo que brevemente. — Regulus parece estar fazendo uma lista mental. — Posso tentar achar algo nos registros dos Black, e você pode fazer o mesmo com oque seu pai guarda sobre a história da família Aponi — aceno para ele, pensativa
— Posso perguntar se minha tia sabe algo sobre esses objetos, afinal ela estava em Hogwarts quase na mesma época que ele. Além disso, sei de um artefato antigo dos Lumin para rastreamento, posso tentar encontrá-lo. — regulus balança a cabeça em concordância e volta a ler o livro pousado na mesa à sua frente, faço o mesmo.
• • • •
Fazia duas semanas que não via Appolo, não tive tempo de vir visitá-lo desde que o deixei na casa de nossa tia. Os dias têm sido consumidos entre pesquisar com Regulus e fingir para o meu pai que estou super interessada em ser uma comensal.
Passo mais tempo do que o normal olhando para a porta azul à minha frente, até enfim criar coragem para bater. Em segundos, minha tia surge à porta com o cabelo bagunçado e sujo de tinta, sorrindo para mim.
— Entre Alya, Appolo está tentando fazer cookies — retraio o rosto com medo do que pode sair de meu irmão mais novo na cozinha.
Tia Celeste me puxa para um abraço, enquanto escuto os passos de meu irmão correndo até a sala. Assim que ele chega, tia Celeste me solta e Appolo se joga em meus braços.
— Achei que nunca viria nos visitar — sussurra ele em tom dramático — apesar de eu não estar reclamando, a casa de tia Celeste é bem melhor para se dormir que a de nosso pai. — rio em meio ao abraço, o apertando ainda mais.
— Você não perdeu nada, Adhara continua sendo uma chata e nosso pai quase nem sai de seu escritório, mas eu senti sua falta — confesso, bagunçando seu cabelo. — E como estão os cookies?
Appolo ri, um som que enche a sala de calor e alegria. — Vamos dizer que a cozinha sobreviveu. Quase.
Eu sigo Appolo até a cozinha, onde o cheiro de cookies queimados ainda paira levemente no ar. Tia Celeste serve um chá, tentando disfarçar o sorriso enquanto olha para os cookies meio carbonizados espalhados pela bandeja sobre a mesa. — Pelo menos, ele tentou. Não é todo dia que você vê um futuro bruxo dominando a arte da confeitaria.
Eu pego um dos cookies menos chamuscados, dando uma mordida cautelosa. Não está tão ruim quanto parece, e sorrio para encorajar meu irmão. — Não estão ruins, só um pouco duros. Quer ajuda para limpar essa bagunça toda? — pergunto a Appolo, que assente animadamente, levando os utensílios à pia.
Algum tempo depois, tia Celeste sai para terminar sua pintura. Appolo fica mais sonolento a cada minuto enquanto terminamos de limpar tudo, o digo para ir descansar enquanto ele me contraria, dizendo que se fizer isso quando ele acordar, eu já terei ido embora. Prometo acordá-lo antes de ir, ao ouvir isso, o garotinho cede.
Aproveito esse tempo para procurar O Espelho dos Ecos, uma antiga herança dos Lumin para rastreamento, me lembro de minha tia me mostrá-lo quando eu era criança, era um pequeno espelho de mão com uma moldura de madeira entalhada, em sua superfície, um vidro aparentemente comum refletia-se uma névoa etérea, quase como se abrigasse uma névoa perpétua em seu interior.
Conheço bem tia Celeste, mas não consigo pensar num lugar no qual ela esconderia isto. Decido então revirar a casa de maneira discreta, começando pelo quarto de minha tia. Cada passo que dou parece ecoar através das paredes, como se a própria casa estivesse ciente do que estou fazendo.
Começo pela velha cômoda ao lado da cama. Abro as gavetas com cuidado, uma de cada vez. Roupas bem dobradas e algumas joias antigas são as únicas coisas que encontro. Nada que se pareça com um espelho mágico. Continuo a busca, desta vez olhando dentro do guarda-roupa. Roupa de inverno, botas de couro, vestidos dos mais variados tons de azul. Mas ainda nenhum sinal do Espelho dos Ecos.
Minha atenção se volta para a estante de livros ao lado da janela. Livros de defesa e herbologia alinham-se perfeitamente. Pego um livro grosso sobre magia antiga e, ao removê-lo, noto que a prateleira tem um compartimento falso. Meu coração acelera enquanto mexo na madeira, levantando a lasca solta, revelando uma pequena caixa dentro do buraco da estante.
Abro a caixa com cuidado, me deparando com o que estava procurando. Seguro o espelho nas mãos, sentindo uma mistura de alívio e medo. Guardo o espelho com cuidado em meu bolso e saio do quarto. Me deparo com Appolo dormindo profundamente no sofá, coberto com uma manta, me sento ao lado dele, observando seu rosto sereno. Tento imaginar um futuro onde ele não tenha que se preocupar com nada disso.
Com um suspiro, eu o balanço levemente até acordá-lo, para me despedir assim como prometido. Depois do abraço desleixado e sonolento de Appolo, vou atrás de me despedir de tia Celeste, que continua em seu estúdio. Encaro a tela sob o cavalete, há cores sombrias e não entendo muito bem o que aquilo significa. Limpo a garganta para anunciar minha presença. Tia Celeste se vira com um leve sorriso nos lábios.
— Já está de saída, querida? — ela pergunta, limpando as mãos em um pano velho.
Aceno em resposta. — Obrigada por cuidar do Appolo.
Ela se aproxima, um olhar atento e curioso em seus olhos. — Ele é uma alegria, como sempre. Tem certeza de que está tudo bem, Alya? Você parece um pouco... distraída.
Dou de ombros, tentando parecer despreocupada. — Só estou com muitas coisas na cabeça.
Tia Celeste me estuda por um momento, seus olhos cheios de compreensão. — Se precisar de algo, qualquer coisa, você sabe que é só me escrever uma carta, certo?
Sinto um calor acolhedor se espalhar pelo meu peito. — Sei, sim, tia. Obrigada.
Dou-lhe um abraço apertado, ao sair do estúdio, o espelho parece mais pesado em meu bolso.
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