8
Cole Sprouse
Esperei impaciente enquanto o enorme portão preto não se abria da também enorme e exagerada casa de minha mãe Meu pai havia falecido a cerca de quatro meses atrás, foi algo completamente assustador e inesperado.
Ele teve um câncer que se estapalhou muito rápido durante o verão, ele preferiu manter tudo somente para si, e eu nunca percebi uma mudança tão radical nele, apenas o fato de ele ter ficado mais exausto fazendo simples atividades.
Isso me faz questionar a merda de filho que eu sou, completamente individualista, por que diabos eu não percebi que algo estava errado?
Talvez porque você passasse tempo demais em festas e comendo garotas.
Eu cerrei meus dentes para minha voz interior.
No fundo, sei que ela tem razão.
Minha mãe era fria e indiferente, ela era completamente o oposto se meu pai. Finalmente nós saberíamos o que ele tinha deixado para mim e minha mãe hoje.
Depois quase quatro meses.
Um dos empregados veio correndo em minha direção e abriu os portões, ele murmurou um pedido de desculpas quando passei com o carro ao seu lado, estacionei de uma forma desleixada, em frente a enorme fonte artificial que decorava o centro do pátio.
Abri o porta-luvas do meu carro e encontrei minha garrafa de wisky, se eu iria enfrentar essa merda, eu precisaria disso. Dou alguns goles e depois limpo meus lábios com as costas de minha mão.
Guardei a mini garrafa de aço no meu bolso e acendi um cigarro em meus lábios.
Empurrei a porta e não me dei o trabalho de fechá-la. Eu iria ser rápido.
A sala de visitas estava vazia e algumas vozes ecoavam de um outro lugar. Segui os murmúrios pelo corredor até que deram ao antigo escritório de meu pai.
Engoli em seco e girei a maçaneta.
Minha mãe estava sentada sobre uma poltrona com o rosto pálido enquanto lia alguns documentos em suas mãos.
Um homem com roupas formais e sofisticadas estava sentado na outra poltrona em frente à mulher de cabelos loiros e olhos verdes.
Limpei a garganta e os dois rostos se viraram em minha direção. Melanie se endireitou na poltrona e colocou uma mecha de cabelo caída sobre o rosto atrás da orelha com a mão
trêmula.
Franzi a testa.
Ela limpou a garganta e se pronunciou.
— Cole.
disse se levantando com um olhar frio, o falso tom de voz neutro enquanto analisava o mini bastão entre meus dedos.
Apaguei meu cigarro em um cinzeiro que havia no centro de uma mesinha e me joguei no sofá verde e macio que havia ao lado das duas poltronas.
— E aí.
falei indiferente ao seu olhar e acenei a cabeça em direção ao homem
desconhecido ao meu lado, ele arrumou seus óculos com o dedo indicador e me murmurou
um "olá".
— É bom te ver, filho.
minha mãe disse com um sorriso claramente forçado em minha direção e se sentou novamente.
Lancei um sorriso cínico em sua direção e me inclinei sobre a mesa, pegando os papéis.
— Esta é a escritura do que pertencia a Matthew Sprouse, ele pediu que entregasse a vocês exatamente cem dias após seu falecimento. Os documentos mostram tudo que
ele deixou em nome de ambos.
o homem se pronunciou ao meu lado e eu abri a pasta, assentindo lentamente.
Minha mãe mexia em seu colar de pérolas freneticamente.
Arregalei os olhos quando vi que todas as casas e os carros de meu pai foram deixados para mim, incluindo esta casa que eu estava agora.
— Caralho.
murmurei para mim mesmo e minha mãe me repreendeu. Ele só havia deixado à ela uma "pequena" quantidade de dinheiro, já que quase três terços de sua grana também foram para minha conta bancária.
Me levantei ainda surpreso e retirei o maço de cigarros do bolso.
— Não ouse fumar na minha casa.
minha mãe rosnou e eu ergui uma sobrancelha em sua direção.
— Sua casa? Não é o que esses papéis dizem. Agora eu estou em minha casa e vou fumar quando eu bem entender.
Eu acendi um cigarro em meus lábios.
Seu rosto ficou vermelho. Não o vermelho inocente que eu via no rosto de Lili toda vez que eu lhe dizia palavras sacanas, mas seu rosto estava vermelho de raiva. E a
qualquer momento parecia que ela iria explodir.
Meu celular vibrou no bolso do meu moletom, o peguei e o nome de Lili brilhava na tela. Saí da sala e fui em direção ao jardim e atendi.
— Está tudo bem? — perguntei preocupado desde que ela estava fazendo uma visita ao seu pai, que por acaso, apontou uma arma para a própria filha.
— Sim e você?
ela perguntou e pude notar uma certa tristeza em sua voz.
— Estou, eu acho. Eu preciso te ver. Agora.
falei enquanto dava outra tragada e ela suspirou suavemente através do telefone.
— Gostaria de estar com você agora. Aonde podemos nos encontrar?
ela perguntou e sua voz soou um pouco animada neste momento.
— No bar ao lado do campus. Chego aí em uma hora.
eu disse e ela concordou, encerrando a chamada.
Fui até meu carro ainda com a mente girando e confuso sobre o que fazer sobre tudo o que eu tinha agora.
Saí sem me despedir de minha mãe porque não tínhamos a melhor relação do mundo.
E acho que a partir de agora, ela só desmoronaria ainda mais.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top