5
Lili Reinhart
— De quem era aquele carro?
Amanda me perguntou assim que fechei a porta atrás de mim.
Ela estava sentada em cima do nosso pequeno sofá de couro vermelho, enquanto seus pés estavam sobre a mesinha que ficava no centro da sala.
— De um amigo.
respondi, tentando não demonstrar o conflito que estava acontecendo dentro de mim após ter beijado Cole.
Eu não deveria.
Eu sabia.
Mas seus lábios eram magníficos.
Ele havia conseguido o que queria. Ele teve um beijo, e simplesmente me dispensou.
Amanda segurou meu braço quando tentei passar por ela, seus olhos eram puro gelo quando encontraram os meus. Seu toque era firme.
— Você acha que eu sou ingênua, querida?
ela perguntou enquanto eu tentava me soltar de seu aperto.
Seu tom de voz era baixo e ameaçador.
— Você beija seus amigos?
Ela me encarou com um misto de repulsa e raiva. Encarei minhas botas de inverno, me sentindo derrotada.
Minha mãe sempre gostava de ter controle sobre minha vida. Ela precisava saber de tudo, cada mínimo detalhe. E se ela não conseguisse o que queria, ela simplesmente surtava.
Era o que estava acontecendo agora.
— Me responda!
ela disse aumentando o tom de voz enquanto deixava seu aperto em meu braço ainda mais forte.
— Ele é apenas um amigo.
respondi encarando suas íris verdes assim como as minhas. Ela me fitou por alguns segundos e finalmente soltou meu braço.
— Que seja. Não irá mais ver este amigo.
Observei ela se virar e andar de volta até o sofá, ela se sentou sobre ele e retirou o maço de cigarros do bolso.
Abri a boca para protestar mas ela me interrompeu:
— Não fale nada, se não ficará sem ir até aquela biblioteca por uma semana e pintará a casa novamente.
Ela deu uma tragada em seu cigarro, enquanto um sorriso perverso brincava em seus lábios.
Eu tinha plantado um jardim e cuidado da pintura da casa na semana passada, eu havia investido meu salário de um mês nesta casa. E agora Amanda estava me ameaçando
novamente.
Eu não estava surpresa.
Ela sempre me manipulava com seus jogos doentis. Eu era o seu fantoche favorito, com quem ela estava disposta a brincar até se cansar.
Mas aparentemente, Amanda nunca ficava exausta.
— Sabe, um dia você já foi realmente boa.
as palavras escapam de meus lábios,
numa espécie de sussurro.
Seus olhos viraram puro gelo quando ela respondeu:
— Um dia você já foi uma filha obediente.
♡♡♡♡
A lanchonete estava meio parada esta tarde.
O último cliente tinha saído há meia hora e nesses últimos trinta minutos eu fiquei encarando o jarro de plantas em cima do balcão que decorava o ambiente de trabalho.
Ele era branco, tinha alguns detalhes azuis. Era muito bonito.
— Elas são bem bonitas.
a voz de Camila soou ao meu lado, me fazendo dar um pequeno salto.
— Desculpe, eu não queria te assustar.
Ela sorriu e eu senti meu rosto queimar.
— Não vi você chegar.
eu disse sorrindo sutilmente.
Camila era o tipo de garota que fazia parte da fantasia de todos os caras.
Seus cabelos eram negros até os ombros e seus olhos eram castanhos. E ela tinha muitas curvas em seu corpo. Em seu uniforme branco, ela parecia alguma enfermeira sexy.
— Vai ter uma festa de fraternidade no sábado.
ela disse com um sorriso estampado em seu rosto.
— Talvez você pudesse aparecer por lá.
Completou.
— Eu nunca fui à uma festa dessas antes. Não acho que seja uma boa idéia.
Observei um grupo de adolescentes que havia acabado de passar pela porta, fazendo o sino soar.
— Depois falamos sobre isso. Preciso atender esses jovens. — Ela fez uma rápida corridinha até o grupo com seu bloquinho nas mãos.
Os próximos clientes seriam meus. Eu e Cami revesávamos assim.
O sino soou novamente e desta vez um ruivo familiar passou pela porta e se sentou numa cabine afastada.
Peguei meu bloco e me dirigi em sua direção.
Ele estava deslizando seus dedos rapidamente pelo teclado do celular até que percebeu minha presença e seus olhos se iluminaram
— Ei, Lili.
ele disse, sorrindo em minha direção.
Franzi as sobrancelhas.
— Nós nos conhecemos?
perguntei confusa por ele saber meu nome.
— Eu sou amigo do Cole, Kj. Eu estava com ele quando você trombou com aquela garota na lanchonete.
ele disse e eu assenti me lembrando dele.
— Cara, o Cole precisa saber com quem eu estou falando agora.
Ele deslizou os dedos pelo celular novamente.
Droga.
— Posso anotar seu pedido?
Me remexi desconfortável com a idéia de ele estar mandando uma mensagem para Cole.
— Ah, claro, foi mal. Me arranje algumas panquecas, com muita calda e bastante chantilly, por favor.
ele disse sem tirar os olhos de seu aparelho enquanto eu anotava seu
pedido.
— Daqui alguns minutos suas panquecas vão estar prontas.
Eu andei até o balcão para deixar seu pedido para o cozinheiro.
— Quem é ele?
Camila me perguntou levantando uma bandeja cheia de
hambúrgueres e milkshakes com somente uma mão.
— Apenas um conhecido.
respondi batucando minhas unhas sobre o balcão.
Cami assentiu e sussurrou:
— Ele é muito bonito.
E com uma piscadela, se virou andando até a mesa com os pedidos.
O sino da porta soou novamente e meu coração se acelerou na idéia de ser Cole, mas quando um dos jogadores do time de futebol da faculdade passou pela porta, eu suspirei aliviada.
Ele andou até mim com um sorriso presunçoso no rosto e se inclinou casualmente sobre o balcão, ficando muito perto.
Dei um passo para trás e ele franziu a testa.
— Calma. Eu só iria fazer o meu pedido
ele disse com um sorriso de lado.
Ele era bem bonito, seus cabelos castanhos e pele bronzeada ficavam muito bem com seus olhos cor de mel.
— Estou aguardando.
respondi segurando a caneta em minha mão.
— Não é um pedido sobre comida
Ele riu e passou a mão pelos seus fios, o sino da loja soou outra vez mas não me importei em dar uma espiada desta vez.
— Eu queria saber se você quer ir comigo até essa festa de fraternidade que estará havendo neste final de sema...
— Vaza.
a voz grave soou, fazendo coisas que eu não sabia que poderia fazer com
meu interior.
Eu mudei meus olhos para Cole, que estava em pé a poucos centímetros de distância do moreno que não se importou em olhar para o lado para ver de quem a voz se proferiu.
Encarei os dois surpresa.
O quê ele estava fazendo?
— Então, como eu estava dizendo, quero que vá a festa comigo.
o moreno disse indiferente à presença do Cole que me encarava profundamente.
— Vaza.
ele disse novamente para o moreno, só que desta vez de forma lenta e
cortante.
Observei seu punho se cerrar ao lado de seu corpo.
Eu estava bem preocupada em Cole o atacar. Ele não parecia o tipo de cara que apanhava em brigas.
— Porra, quem você pensa que é...
o jogador disse aumentando o tom de voz se virando para encará-lo.
Seus olhos se arregalaram imediatamente.
— Sprouse? Me desculpa, cara. Eu não sabia que ela era sua.
Franzi a testa, eu não era do
Cole e nem de ninguém. Não era como se eu fosse algum objeto.
Cole revirou os olhos e encarou o moreno
— Vai embora.
O jogador assentiu e simplesmente sumiu pela porta.
Me virei para olhar se o pedido de Kj estava pronto, mas na verdade eu só
precisava de uma desculpa para não encará-lo.
— Está me dando as costas, amor?
Cole perguntou e no mesmo momento o cozinheiro deslizou uma bandeja com as panquecas pela janela que estava entre a cozinha e o balcão.
A segurei com as duas mãos e me dirigi para a cabine, ignorando sua pergunta.
— Não me siga.
eu disse sabendo que ele estava andando logo atrás de mim.
— Anjo, se você for até a porra do final do mundo me ignorando, então eu estou indo atrás de você.
ele respondeu, fazendo meu coração saltar.
— Aqui está seu pedido.
Eu coloquei a bandeja em cima da mesa de Kj, que agora conversava animadamente com Camila.
— Obrigado.
ele disse me dando um pequeno sorriso que se alargou quando olhou
por cima do meu ombro.
— Menino fumante.
Kj cumprimentou.
— Não me chame assim.
Cole respondeu brevemente e me puxou para o banheiro da lanchonete, me empurrando lá dentro e fechando a porta atrás de si logo após.
— Você parece um anjo nesse uniforme.
ele disse me prensando contra os azulejos gelados da parede, enterrando seu rosto em meu pescoço.
Senti uma eletricidade percorrer por meu corpo quando ele arrastou seu nariz por meu maxilar.
— Você é tão doce, amor. Tão fodidamente doce.
ele sussurrou no meu ouvido fazendo meu corpo tremer. Segurei em seus ombros para não desabar no chão.
— Você me deixou ontem à noite.
eu consegui responder num sussurro enquanto respirava seu perfume masculino por conta de sua proximidade.
— Eu não podia fazer aquilo com você em um carro.
ele disse me fitando enquanto
acariciava meu rosto levemente.
— Você é muito mais do que isso.
— Desculpe. Preciso voltar ao trabalho.
Eu me afastei e alisei meu vestido, que agora estava todo amarrotado.
— Não quero te atrapalhar. Vou esperar vocês fecharem.
ele disse colocando as mãos dentro do bolso de sua calça jeans surrada.
— Mas só fechamos daqui duas horas.
eu respondi, abrindo a porta e saindo dali, antes que mudasse de idéia.
— Eu posso esperar.
ele respondeu com indiferença, puxando uma mecha de meus cabelos quando passou por mim indo até a mesa em que Kj estava.
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