26
Lili Reinhart
— Oi. — Drew disse encostado casualmente contra a porta da minha primeira aula da faculdade.
Ontem eu havia passado a noite no dormitório de Camila, sua colega de quarto estava fora e isso me deixou com um lugar para ficar, mas hoje eu realmente não fazia a mínima idéia de para onde iria, todas opções pareciam assustadoras e ruins demais.
— Oi.
Respondi, surpresa. Eu não o via há muito tempo, supreendentemente ele havia resolvido aparecer quando as coisas entre mim e o Cole haviam se complicado.
— Você está livre esta noite?
Balancei a cabeça negativamente.
— Sinto muito. Estou ocupada mais tarde.
Eu iria trabalhar e logo após ir buscar minhas coisas no Cole. A idéia de passar a noite na rua fez um calafrio subir por minha espinha.
Eu estava aterrorizada.
— E amanhã?
Sua insistência estava me deixando exausta.
— Provavelmente também estarei ocupada.
Ele suspirou, derrotado.
— Tudo bem. Se você não quer sair comigo, é só dizer não.
Ele me lançou um pequeno sorriso triste e foi embora. Eu estava me sentindo mal por ele, mas não estava aberta a novos relacionamentos.
♡♡♡♡
Eu estava distraída na lanchonete.
— Desculpe, você pode repetir?
Perguntei envergonhada à uma garota loira havia acabado de fazer seu pedido. Ela ergueu uma das sobrancelhas.
— Esta lanchonete não tem funcionários prestativos. Eu quero um chá gelado. Se você quiser, eu posso soletrar.
A morena ao seu lado soltou uma risadinha em deboche.
— Acho que ela não sabe ler.
Elas trocaram olhares em aprovação por seu pequeno "espetáculo" e deram risada.
Suspirei.
— Você quer algo? — perguntei à morena, ignorando seus comentários.
— Sim, que você saía e traga o pedido da minha amiga.
Uma mão pousou sobre meu ombro e eu virei a cabeça levemente para esquerda. Era Camila. Ela estava parada ao meu lado com um olhar sério.
— Se vocês não estão contentes com nosso serviço, peço que se retirem. Nós não somos obrigadas a atender pessoas ignorantes e extremamente insuportáveis.
A loira revirou os olhos.
— Nós estamos pagando o salário de vocês.
Camila pegou o bloco de anotações de minhas mãos.
— Um chá gelado?
Ela debochou remexendo em seu bolso e retirando uma nota de
cinco dólares.
— Vamos dizer que esse seu chá gelado realmente pague o salário de um funcionário. Agora vamos dividir ele na quantidade de funcionários que temos. O chá gelado é cinco dólares, somos seis aqui. Cinco dividido por seis dá mais ou menos oitenta centavos para cada um de nós
Ela disse erguendo as sobrancelhas desafiadoramente.
— Se você acha que isso me faz alguma diferença..
Camila tateou seus bolsos e jogou
algumas moedas bruscamente sobre a mesa.
— Aí está seu dinheiro, meu suposto salário. Agora se manda.
As garotas se calaram por alguns instantes.
— Vamos. Tem outra lanchonete por aqui.
A loira se levantou, seguida por sua
amiga.
Minhas bochechas arderam pelo constrangimento.
— Me desculpa, Cami. Eu não queria fazer você passar por isso.
Ela sorriu.
— Está tudo bem. Eu estava a ponto de chutar elas para fora.
Sorri em sua direção e nós voltamos ao trabalho.
Algumas horas depois, eu estava esperando um pedido ficar pronto apoiada no balcão que mal percebi quando o sino soou. Cami me cutucou.
— É seu.
Saí do meu pequeno transe e olhei ao redor. Meu coração se acelerou quando avistei Cole sentado em uma das cabines.
Ele parecia relaxado e encarava um ponto fixo.
Fui em sua direção e esperei. Ele levantou seus olhos para mim. Sua expressão era completamente fria, talvez até mesmo com raivosa.
— O que você está fazendo aqui?
Ele me deu um sorriso torto.
— Eu vim comer.
Assenti.
— O que você quer?
Ele suspirou.
— Eu quero que você volte.
Meu coração deu um pulo.
Não respondi, apenas fiquei encarando fixamente seus olhos. A raiva em seu rosto havia se derretido e agora ele me olhava com... ternura e amor.
Balancei a cabeça negativamente.
— Não. E não me olha assim.
— Assim como?
Ele perguntou se levantando e me puxando pelo braço. Engoli em seco quando vi que estávamos indo em direção ao banheiro. As últimas
lembraças daqui não eram tão apropriadas.
Ele fechou a porta.
— Por que você está fazendo isso?
Perguntei confusa.
Ele me encarou por alguns segundos até finalmente dizer:
— Porque eu te amo, porra. Simplesmente porque eu te amo.
O encarei em choque. Meu coração havia se acelerado e minhas pernas haviam ficado moles diante dessa declaração.
— Você não pode. Você não pode me amar.
Eu disse indo em direção à porta, numa tentativa falha de a abrir, seu corpo cobriu toda a extensão da mesma.
— Me deixa sair.
Minha voz saiu como um sussurro. Eu estava envergonhada e encarava os azulejos do banheiro. Eu nunca havia sido amada por alguém, talvez algum dia por meus pais. Mas não por
garotos. Eu não sabia o que fazer, eu nunca passei por isso. Ele iria me quebrar e eu iria acabar o cansando.
— Eu acabo de dizer que eu te amo e essa é sua reação? — sua voz estava carregada de ódio. — Sabe quantas vezes eu falei isso pra alguma garota? Nenhuma vez. Somente agora e ela está se fodendo para o que eu sinto.
Meus olhos arderam.
— Me desculpa, Cole. Eu não queria..
Ele me interrompeu:
— Você não queria o quê? Ser amada? É a primeira vez que eu me abro pra uma garota, Lili. Isso não é justo. Eu deixei você entrar, eu deixei você chegar até meu coração, e agora que você está dentro, você pode destruí-lo, se quiser. Ele é completamente seu e eu não me importo.
Uma lágrima deslizou por minha bochecha.
— Eu não posso. Me deixa ir embora.
— Está bem.
Ele disse finalmente saindo de meu caminho, antes de sair deu um soco na porta me fazendo dar um salto. Encarei a porta livre por alguns minutos.
Ele vai te quebrar.
Minha mente piscava em alerta.
Então eu tomei a minha decisão.
{...}
Lili = cancelada
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