25

Cole Sprouse

Lili estava distraída quando fui buscá-la em seu trabalho. Já haviam se passado dez minutos que estávamos no apartamento em silêncio. Seu
olhar estava perdido em um ponto fixo enquanto eu observava sua beleza.

— Meu bem... — a chamei após afirmar para mim mesmo que ela era a garota mais linda que eu já havia visto em toda minha vida.

— Oi...

Ea respondeu ainda encarando o nada. Dei risada e me sentei em seu lado no sofá.

— Você parece pensativa hoje.

Ela finalmente se virou para me encarar.

— Eu estou.

Ela afirmou, descansando suas costas no sofá.

— Sobre o que você está pensando?

Perguntei esperando que fosse algo que envolvesse nós e poucas peças de roupas. Nenhuma, na verdade.

Mas eu sabia que isso estava totalmente fora de cogitação.

— Sobre a faculdade. Eu preciso de mais um trabalho.

Ela suspirou, parecendo tensa.

— Pra quê? — perguntei franzindo as sobrancelhas.

Ela me observou como se a resposta fosse óbvia. Ou como se eu fosse estúpido.

— Eu preciso de dinheiro pra pagar as mensalidades. Antes, eu só cobria metade delas e minha mãe, Amanda, a outra parte.

— Você sabe que pode me pedir dinheiro.

Eu comentei, puxando uma das mechas de seu cabelo.

— Eu não quero o seu dinheiro, Cole.

Eu bufei.

— Eu sei, mas eu tenho o suficiente para pagar sua faculdade durante os próximos anos.

Desta vez, Lili  bufou. Eu nunca tinha visto ela fazer isso e eu quis dar risada. Ela se virou para mim parecendo cansada e se levantou do sofá.

— Eu não quero depender de você. Eu não quero te usar para pagar as coisas para mim. Cole, eu cresci em uma casa humilde, onde eu sempre tive que conquistar minhas próprias coisas e agora você está tentando simplesmente resolver tudo com a mágica do seu dinheiro. Eu sei que você tem bastante disso, e que provavelmente sempre teve tudo o
que você quis, mas eu não tive nada disso.

As palavras saíram de sua boca me acertando em cheio.

Eu fiquei em silêncio.

Eu realmente tinha tudo o que eu queria, eu nunca precisei pedir mais de duas vezes para ganhar alguma coisa de meus pais.

— Desculpa. Eu não sabia que você se sentia assim.

Eu disse me levantando e indo em sua direção. Passei meus braços ao redor de seus ombros e a abracei.

Ela estava tensa em meus braços e eu tracei uma linha imaginária em suas costas. Um momento depois ela relaxou e me abraçou de volta.

Eu nunca havia me sentido tão em casa.

♡♡♡♡

— Cara, o que você fez?

Kj perguntou me balançando de um lado para o outro.

Me sentei na cama e observei o ruivo parado ao meu lado. Suas sobrancelhas estavam erguidas, esperando uma resposta. Eu estava com sono e Lili havia dito que também queria dormir, mas em quartos separados. Não entendi, mas resolvi respeitar seu espaço.

— Como assim, porra?

Eu não era uma pessoa muito amigável quando estava sonolento.

— Eu estava vindo ver como as coisas estavam quando Lili passou por mim
parecendo muito puta, seu rosto estava vermelho e tudo mais, ela foi até a saída. Eu tentei ir atrás dela mas ela já havia entrado em um táxi.

Me levantei rapidamente e recolhi minha camiseta jogada no chão, de repente eu havia despertado completamente.

— Eu não fiz nada.

Eu disse nervoso, retirando um cigarro do meu maço e procurando minha chave do carro.

Ele ergueu mais ainda as sobrancelhas.

— Eu acredito em você.

— Foda-se, cara. Ela está sensível hoje e eu não tenho idéia de onde ela possa estar.

Dei uma tragada após o acender com o isqueiro.

— Cara, você vai ficar aí fumando?

Ele me perguntou como se eu fosse um idiota. Franzi a testa pra ele.

— Traga com mais força. Estamos com pressa e você aparentemente acha que câncer em bastão te acalma.

— Você não está ajudando.

Eu disse irritado indo até a porta e descendo até a garagem. Eu não tinha idéia de onde ir, mas primeiro fui até o seu trabalho perguntar por ela. A
lanchonete estava fechada e eu resmunguei um palavrão.

Esperei por alguns momentos e pensei em algum lugar que estaria aberto este horário.

A biblioteca.

Dirigi até lá e estacionei o carro em frente a mesma. Eu não me importava em levar alguma multa. Empurrei as portas de vidro e olhei ao redor.

O ambiente estava silencioso.

Não encontrei Lili em nenhuma das mesas e resolvi ir até os livros.
Ouvi um suspiro leve e me esquivei por uma prateleira e encontrei ela folheando um livro em suas mãos.

Ela ergueu os olhos para mim.

Surpresa se passou pelo seu rosto e logo após veio um misto de mágoa e raiva. Ela colocou o livro de volta a prateleira e se virou para ir embora.
A segurei gentilmente pelo braço. Ela paralisou e eu fui deslizando minha mão por seu antebraço até que seus dedos estivessem entrelaçados no meu.

Ela ainda estava virada de costas para mim.

— Por que você foi embora?

Perguntei confuso, eu não conseguia pensar em nada para a deixar tão furiosa.

— Se for por hoje mais cedo, me desculpa eu...

— Eu não acredito que você pagou os próximos três anos da minha faculdade.

Ela me interrompeu, se virando bruscamente e balançando a cabeça negativamente.

Franzi as sobrancelhas.

— Eu não paguei.

Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha.

— A diretora da faculdade me ligou e disse que alguém havia pago anonimamente.

Ela desviou os olhos dos meus.

— Eu realmente não sei quem fez isso, mas porra, não fui eu.

Ela negou.

— Eu não quero mais falar com você.

Então ela soltou nossas mãos unidas.
Aquele simples gesto era como levar um soco no estômago. Eu passei minha mão por meu pescoço, frustrado.

— Você não pode fazer isso, Lil. Por favor. Nós vamos resolver isso, eu vou descobrir quem pagou, eu vou na faculdade conversar com a diretoria.

Eu me aproximei.

— Só não me deixa, anjo. Por favor, não vai embora.

Ela deu dois passos para trás, se afastando novamente.

— Você não me respeita, então acho que não devemos continuar este
relacionamento.

Eu estava furioso por ela não acreditar em mim.

— É claro que eu te respeito, eu nunca respeitei tanto alguém em toda minha vida. Eu nunca deixei alguém se aproximar. Nunca.

— Me desculpe. Eu já estou indo.

— Espera, aonde você vai ficar?

Perrguntei preocupado.

— Na casa de uma amiga. Amanhã eu vou buscar as coisas no seu apartamento. Obrigada por me deixar ficar lá, de qualquer forma.

Então ela se virou e começou a andar em direção a saída, quando um táxi estacionou sobre o meio-fio meu coração se contorceu em meu peito e eu corri rapidamente até ela.

— Lili. por favor, você não pode me deixar.

Ela abriu a porta do carro e me encarou por cima do ombro. Seu olhar era um misto de fogo e gelo.

— Não posso, como vou. Até mais, Cole.

Eu segurei sua mão, a impedindo.

— Eu disse até mais, Cole.

Ela repetiu, a voz era suave mas o seu olhar completamente cortante. Então eu a soltei e observei enquanto ela fechava a porta em meu rosto e o carro se distanciava, sumindo completamente do meu campo de visão.

Se isto era amor, e se doía tanto assim, eu estava completamente fodido.

{...}

Vcs acham que foi o Cole?

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