17

Maratona 3/3

Cole Sprouse

Kj me observava como se eu estivesse com a cara coberta de terra.

— Você está brincando comigo?

Ele perguntou após eu lhe contar que Lili finalmente tinha aceitado sair comigo. Franzi a testa.

— O que tem de errado em saírmos?

Ele balançou a cabeça negativamente.

— Certo, acho que nunca irei me acostumar com essa versão sua apaixonada.

Ele se levantou da poltrona e girou o chaveiro no dedo indicador.

— Quais são os planos pra hoje? Festa ou garotas no apartamento?

Ele falou distraidamente enquanto mexia em seu celular.

Resolvi apenas ignorar sua pergunta. Ele não entendia que agora eu estava com a Lili, por que era tão difícil de aceitar isso?

— Ai, merda.

Ele me observou depois de cinco segundos sem uma resposta.

— Vocês são exclusivos?

Ele perguntou incrédulo. Afirmei lentamente com a cabeça, essa
corversa estava me deixando bastante irritado.

— Que droga, vocês vão se encontrar hoje?

— Não. Só amanhã, cara.

Eu fitei o carpete. Eu estava distraído desde o beijo que eu havia dado em Lili, aquele definitivamente foi o melhor beijo de toda a minha vida.

— Cara, você tá fodido. — ele disse jogando o celular sobre o sofá e indo até a cozinha.

— Por quê?

Perguntei confuso.

— Você vai estragar as coisas.

Ele voltou com duas garrafas de cerveja, jogando uma delas em minha direção. A segurei por reflexo ainda sem entender do que ele estava
falando.

— Do que você tá falando, cara?

Ele se sentou na poltrona e me observou com uma expressão séria.
Tomei um gole do líquido.

— Você tem várias garotas ao seu redor, a Lili é na dela, não sabemos se ela se incomoda muito com o tipo de atenção que você recebe do público feminino, se você estiver com outra garota, na verdade, se uma garota chegar em você e a situação parecer
outra e as circunstâncias não forem tão boas nós não sabemos qual será a reação da Lili.

Assenti, ele tinha um ponto.

— E você nunca teve relacionamentos, como vai fazer isso funcionar? Você não é o tipo de cara que gosta de ir ao cinema e essas outras merdas.

Ele gesticulou com as mãos.

— Sim, mas eu vou fazer dar certo. Você não sabe o quanto eu quero isso.

Eu disse e logo após dei dois goles na minha cerveja. Ele ficou em silêncio apenas me observando.

— Eu não vou estragar nada. Se ela quer ter esses encontros, ela vai ter. Não faz meu tipo, mas se é o dela, eu posso tentar.

Dei de ombros.

Ele assentiu e eu retirei meu celular do bolso. Há alguns minutos Lili falou que havia chegado e eu respondi com um "ok".

Deslizei meus dedos pelo teclado e apertei o botão verde de enviar.

Cole: Tá fazendo o quê?

Esperei alguns segundos até o celular vibrar em minhas mãos.

Lili: Estava lendo, mas alguém me mandou uma mensagem me interrompendo.

Sorri torto.

Cole: Desculpa, anjo. Não sabia q vc tava ocupada.

Lili: Tudo bem, é uma distração boa :)

Cole: Tudo certo para amanhã?

Perguntei querendo saber se ela não havia mudado de ideia em relação ao nosso encontro ou se não tínhamos imprevistos. Eu queria que ela tivesse uma noite incrível e tranquila, de alguma forma, eu estaria fazendo isso acontecer.

Lili: Tudo certo. :)

A mensagem dela chegou de imediato me deixando completamente aliviado e foi seguida por outra:

Lili: Tenho que ir, nos falamos mais tarde.

Bloqueei o celular e olhei para kj que franzia as sobrancelhas para a tela de seu aparelho.

— O que foi?

Ele balançou a cabeça negativamente e ergueu os olhos verdes para mim.

— Estamos fodidos, cara.

Frazi as sobrancelhas.

— Por quê?

Ele levantou da poltrona e suspirou exageradamente e jogou o celular dele na minha direção. Sem entender, olhei para o visor, o nome de Zoe estava no topo do aplicativo de
mensagens. Ela tinha acabado de enviar uma mensagem para o Kj dizendo que estava vindo fazer uma visita.

Fiz uma careta.

— Ela está vindo pro meu apartamento?

Ele assentiu.

— É o que parece, cara.

Dei um pulo do sofá.

— De jeito nenhum!

Falei irritado. A prima de Kj era uma ruiva bem gostosa, mas ela enchia a porra do meu saco.

— Ela disse que queria nos ver, que estava com saudades de nós. Embora eu ache que é só uma desculpa para te ver.

Zoe era dois anos mais velha que nós, quando tínhamos treze anos ela servia como uma espécie de "babá" enquanto nossos pais estavam fora.

— Ela é obcecada, cara. — Ele me deu um sorriso malicioso. — Ela foi a sua primeira.

Me lembrou do acontecimento que eu tentava esquecer mas ma verdade era quase impossível.

— Foda-se, eu tinha treze anos e estava cheio de tesão.

Eu falei frustrado, pensando em como me livrar dela, ela não poderia voltar pra minha vida agora que eu tinha
encontrado a Lili. Na verdade eu não fazia questão de tê-la nem se eu não tivesse Lili.

— É, você tinha treze e a safada quinze.

Ele comentou, pensativo.

— Está vendo, eu nunca recomendaria ela como uma babá. Ela é uma defloradora de crianças indefesas.

— E agora?

Ele perguntou parecendo mais em pânico do que eu. Franzi a testa.

— O que foi?

— Ela chegou, cara.

Ele disse fitando o celular boquiaberto. Viramos a cabeça ao
mesmo tempo quando deram duas batidas na porta.

Dei alguns passos em direção a porta e a abri me dando de cara com um enorme decote. Seus cabelos ruivos estavam num rabo de cavalo presos no topo de sua cabeça e ela usava uma saia minúscula.

Ela piscou os olhos verdes inocentemente em minha direção e passou por mim, indo até Kj. Sem saber o que dizer ou fazer, eu apenas observei enquanto ela dava um
abraço exagerado nele.

— Vocês estão uns gatos. — ela falou enquanto me observava da cabeça aos pés.

Kj engoliu em seco quando ela se abaixou para pegar sua bolsa que tinha deixado cair no chão acidentalmente para nos dar uma visão de sua bunda redonda.

Eu estava oficialmente ferrado.

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