15
Maratona 1/3
Cole Sprouse
Observei enquanto minha mãe conversava casualmente com uma mulher.
Eu queria poder retirar um cigarro do meu bolso mas minha mãe havia deixado bem claro que fumar aqui era proibido, que daria uma má impressão.
Tudo pela imagem de Melanie.
Eu estava entediado.
Estávamos todos em pés quando uma moça com vestido vermelho cruzou o palco. Bocejei e minha mãe desviou seu olhar de sua companhia, me dando um olhar de repreensão.
Eu rolei os olhos.
Não sei que tipo de poder ela pensava que tinha sobre mim mas era fodidamente hilário.
- Vamos começar esses lances. Espero que todos os senhores se aproximem do palco e tenham uma boa noite.
- Cole, vá. E se for possível dê o maior lance na filha dos Adams.
Minha mãe falou e eu a ignorei e andei lentamente até onde a moça havia indicado para ficarmos.
Eu provavelmente teria que pagar pelo meu lance, não Melanie.
Aparentemente sua conta não tinha mais que seis dígitos.
Eu queria arrancar o smoking estúpido, mas eu não tinha outra opção. Ao meu redor haviam outros garotos, aparentemente da mesma faixa etária que eu. Eu me perguntei se eles estavam aqui porque simplesmente queriam ou se seus pais também haviam os obrigado a virem.
- Número um. Dirija-se ao palco.
Uma garota entrou no palco, ela usava um vestido prateado e curto. Eu inclinei minha cabeça levemente para o lado enquanto a analisava.
Longos cabelos pretos, olhos castanhos, muitas curvas. Ela de fato era bonita pra cacete e bem gostosa.
Mas não era para mim.
Os caras ao meu redor começaram a dar seus lances, até que ela foi "vendida" por três mil dólares. Inacreditável.
Eu não daria mais de quinhentos em uma garota. Se eu realmente quisesse uma garota eu arranjaria em outro local.
Meu celular vibrou em meu bolso e o peguei.
Kj: E aí, os lances já começaram?
Cole: Já. Tá mais entediante que você.
Kj: Vai se foder. Alguma garota que valha mais do que cem dólares?
Soltei uma risada. Kj era um completo babaca.
Cole: Nem cinquenta.
Enviei.
Cole: Gostosas. Mas nenhuma no nível Lili.
Completei no automático.
Kj: Não compara elas, cara. Isso é péssimo.
Ignorei. Provavelmente era.
Cole: Até depois, preciso ir dar um lance em alguém, tô perdendo tempo com você.
Guardei o celular de volta em meu bolso, quando já estava na garota número dezessete fiquei completamente surpreso. As coisas estavam acontecendo rapidamente.
- Vendida para o número cinco. - a mulher do microfone exclamou, orgulhosa. - Agora temos os últimos lances da noite. Queridas, por favor, dirijam-se ao palco.
Então aconteceu.
Eu literalmente congelei. Uma ruiva entrou no palco, seguida pelo anjo que caminhava logo atrás dela. Porra, Lili estava realmente muito linda, ela usava um vestido branco, que parecia ter um tecido leve e que batia até seus joelhos. Eu instantaneamente me perguntei se ele sairia com facilidade mas eu sabia que isso não aconteceria hoje.
Talvez nunca. Ela parecia desconfortável e perdida enquanto analisava todas as pessoas, eu imediatamente quis levá-la embora daqui.
Eu nunca havia desejado tanto algo em toda minha vida.
Ela me encarou por uma fração de segundo e desviou o olhar para longe
rapidamente.
- Cara, quem é essa última? Vou dar tudo nela.
Um garoto ao meu lado comentou
com o outro. Eles não iam ter Lili. Nem hoje nem a porra do nunca.
- Ela é minha.
Rosnei para os garotos. Eles me encararam surpresos.
- Isso é o que nós vamos ver.
O cara ao meu lado falou e os outros dois assentiram, concordando com ele. Eu me aproximei dele. Seu olhar passou de confiante para surpresa.
- Ela não faz o seu tipo. - Eu encarei os outros dois caras. - Ela não é o negócio de vocês.
Meus punhos estavam fechados tão apertados que eu achei que poderia quebrar meus próprios dedos.
- Entenderam? - meu tom de voz era baixo, em uma clara ameaça.
Algumas pessoas olhavam curiosas em nossa direção e eu me forcei a dar alguns passos para trás e respirar fundo. Ótimo, agora eu teria que disputá-la com mais três babacas.
A número dezoito saiu do palco com seu acompanhante.
- Então, rapazes. Parece que temos quatro de vocês sobrando e só uma das nossas garotas. Que o maior número seja o vendedor.
- Mil dólares! - o garoto ao meu lado gritou.
- Três mil! - o segundo.
- Cinco. - o terceiro disse, convencido.
- Vinte mil - falei irritado. O garoto ao meu lado me lançou um olhar de desprezo.
Os outros dois deram de ombros, claramente desistindo.
- Trinta mil.
De jeito nenhum. Porra.
As pessoas soltavam murmúrios em surpresa e os olhos da mulher do palco brilhavam. Já Lili olhava para algum ponto fixo e se remexia desconfortável.
- Cinquenta mil.
Eu disse lançando um olhar mortal ao cara de cabelos loiros estúpidos penteados perfeitamente para trás. Se ele estivesse dando mais um lance nela, eu estaria lançando meu punho em seu rosto.
Ele arqueou as sobrancelhas.
- Setenta mil. - ele falou, me desafiando.
Um sorriso torto e maldoso se espalhou lentamente em meus lábios.
- Cem mil. - Ele fez uma careta para mim e ficou em silêncio.
Afinal, a doação era por duas boas causas.
Ajudar pessoas que precisavam e não deixar outro cara sair com a Lili.
- Cem mil! Vendida!
A mulher exclamou no microfone.
Isso é completamente ridículo, vender mulheres como se fosse um objeto.
- Maior doação do evento nos últimos dez anos! Agradecemos pela generosidade do senhor.
Fui até o lado do palco, ignorando o olhar mortal do cara ao meu lado e estendi a mão para Lili, ela suspirou, deslizando seus dedos sobre os meus. O calor da palma de sua mão fez meu coração fazer um daqueles giros malucos.
Que porra era essa?
- Você está linda.
Eu disse a levando até o salão em que ocorreria os jantares. Ela ainda não olhava em minha direção e isso me deixou incomodado.
- Obrigada. - ela murmurou quando eu puxei a cadeira para que ela se sentasse.
Ela ainda não havia feito nenhum contato visual comigo e isso estava me deixando completamente maluco.
- Desculpe por isso.
Ela disse, finalmente erguendo os olhos para mim.
- O quê? - Franzi a testa. - Por que você está se desculpando?
Ela olhou para os talheres de prata na mesa.
- Por ter feito você gastar... cem mil dólares. Eu poderia te devolver, se fosse cerca de quinhentos, mas eu realmente não tenho todo esse dinheiro.
Suas bochechas ficaram levemente rosadas.
Eu não me cansava de pensar na palavra adorável quando eu estava diante de sua presença.
- Você não precisa me devolver nada, amor. Foi uma doação beneficente, de qualquer forma. Eu faço diversas delas durante o ano.
Puxei o cardápio que havia em
cima da mesa. Só haviam comidas refinadas com nomes estranhos.
- Vamos comer em outro lugar.
Eu me levantei da mesa esperando que Lili fizesse o mesmo mas ao invés disso ela continuou sentada.
- Eu não quero jantar com você, Cole. Eu sinto muito.
Ela disse, se levantando.
- Eu também não quero comer, eu só quero falar com você. Por favor, Lili. Eu sinto a sua falta.
Eu puxei sua mão e entrelacei seus dedos nos meus.
Ela me encarou por alguns segundos, os olhos cor-de-mel completamente hesitantes.
- Está bem. - ela finalmente cedeu.
Inferno, sim. Eu era o cara mais sortudo da merda desse planeta, eu tinha o anjo, eu a tinha.
E se por alguma razão, eu ainda não o fizesse, eu absolutamente o faria
eventualmente.
Lili seria completamente minha.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top