Você o ama.
Capítulo 40.
Você o ama.
Quando Lili abriu os olhos, notou que estava em uma das camas do hospital, com um acesso em sua veia da mão, provavelmente enviando algum calmante para o seu organismo junto do soro.
Ela olhou ao redor e encontrou Madelaine, sentada ao lado de sua cama, segurando sua mão. Lili não a via a bastante tempo, e sentiu-se segura e um pouco mais calma por ter sua melhor amiga e sua primeira família ali ao seu lado.
- Como ele está? - ela sussurrou.
- Ainda não recebemos mais notícias. - murmurou a ruiva, guiando os dedos pelo cabelo da amiga. - Como você está se sentindo? Um pouco melhor?
Lili apenas moveu a cabeça em afirmação e respirou fundo.
- Ele vai ficar bem, Lil. Cole está no melhor hospital de Los Angeles, vai dar tudo certo.
Enquanto Lili chorava baixinho sendo consolada por Madelaine, ao lado de fora do quarto, na sala de espera, o médico que estava encarregado de Cole aproximou-se do pequeno aglomerado de familiares e amigos, com uma expressão serena, procurando manter a calma:
- Você é a mãe do rapaz que foi trazido do acidente de carro? Cole Sprouse, certo? - questionou o médico de meia idade ao aproximar-se o suficiente de Rachel para que ela pudesse ouvi-lo.
A mãe de Cole levantou em um pulo.
- Sim, sou eu mesma. Como está o meu filho? Eu posso vê-lo? - disparou.
Matthew abraçou Rachel de lado, confortando-a, enquanto os amigos de Cole aproximavam-se para ouvir as notícias que o médico trazia.
- Não ainda. O rapaz continua em estado crítico. Ele tem algumas escoriações leves, mas feriu gravemente a bacia, o tórax, e, a nossa maior preocupação até o momento, foi a perfuração no rim esquerdo. - o médico explicou, da maneira mais calma e clara possível, e Rachel desabou. - Estamos preparando-o para uma possível cirurgia, então, os exames de risco cirúrgico já estão acontecendo. Tem uma grande possibilidade que o rapaz precise de um transplante caso não consigamos salvar o órgão, então, seria bom que quem tiver disposto a doar, adiantem seus exames. - explicou, afagando brevemente o ombro de Rachel. - Gostaria de ter trago notícias melhores, mas, estamos fazendo tudo ao nosso alcance para salvá-lo. - disse antes de sair.
Camila, KJ e Charles que eram os amigos de Cole que ainda estavam ali, espalharam-se imediatamente em direção a bancada da recepção para procurar saber como fariam para falar com um médico para fazerem os exames. Matthew amparava Rachel que chorava desolada em seus braços, ainda sem alguma reação coerente que pudesse ajudar de alguma coisa.
As horas seguintes foram excruciantes para todos. Camila havia conseguido fazer os exames, e os próximos eram Charles e Keneti, respectivamente. Agora, eles teriam que esperar até que recebessem a notícia de que Cole precisaria ou não do transplante, e, se precisasse, o laboratório compararia os exames dos três com os dele para ver se o rim é compatível ou não. Rachel e Matthew estavam foram das listas de doadores, já que ambos tinham limitações que os impediam de ser doadores. Madelaine escapou para fazer o exame enquanto Lili dormia, e estava na mesma situação que Camila.
No meio da madrugada, Lili recebeu alta e foi de encontro a Rachel e Matthew que ainda estavam na sala de espera do hospital. Os dois não haviam ido para casa desde que o filho deu entrada depois do acidente, e se recusaram a ir embora. Depois de fazerem seus exames, Charles e KJ foram embora acompanhados de Camila, e logo em seguida, Madelaine fez o mesmo, alegando que voltaria bem cedo no dia seguinte para fazer companhia a melhor amiga.
Por volta das cinco da manhã, o mesmo médico que falou com Rachel mais cedo, tornou a se aproximar, e dessa vez, sua expressão estava três vezes mais pesada e cansada. Ele não trazia notícias boas.
- Como temíamos, o rapaz precisará de um transplante o quanto antes. - informou ao aproximar-se de Rachel, Matthew, e Lili, que ainda não estava completamente por dentro do estado de Cole.
- Transplante? - ela ofegou.
- Sim, isso mesmo. Fizemos todo o possível para salvar o rim que foi perfurado durante o acidente, já que o outro também fora um pouco danificado. - continuou o médico. - Corremos a compatibilidade dos exames que foram entregues em nome do rapaz, mas, nenhum deles fora compatível, primariamente por conta da divergência no tipo sanguíneo. O tipo dele é raro.
- Q-qual o tipo sanguíneo dele? - Lili questionou, engolindo o choro e secando as lágrimas teimosas que insistiam em escorrer por suas bochechas.
- O negativo. - sussurrou Rachel.
- É o meu tipo sanguíneo. - Lili saltou. - Doutor, minha saúde é perfeita, eu posso fazer os exames agora mesmo pra fazer a doação.
- Lili. - Rachel chamou, levantando e virando a filha adotiva para si. - É uma cirurgia perigosa e complicada, eu não posso perder vocês dois. - ela sussurra, com os olhos marejados.
- Me desculpa, mas, eu não me importo com os riscos. - Lili encolhe os ombros, soltando um suspiro estrangulado. - Só me importo com a vida de Cole agora, Rachel. Eu não posso abrir mão de ajudá-lo se eu estiver apta a isso.
- Eu vou deixar vocês conversarem. - avisou o médico. - Volto em alguns instantes com os pedidos de exames da garota. - indagou, pegando a identidade que Lili havia estendido para ele, e logo se foi.
Rachel puxou a garota para um abraço, apertando-a com força, e com o rosto enfiado em seus cabelos, chorou baixinho.
- Você o ama. - ela sussurrou.
- Mais que a mim, Rach. - Lili choramingou, afastando-se do abraço e segurando as duas mãos de sua mãe adotiva. - Eu sei que você não nos apoia juntos, e eu entendo seus motivos e respeito, mas sim, eu o amo. Eu amo Cole mais do que eu jamais achei que fosse possível amar alguém, e eu não consigo suportar nem a hipótese de viver num mundo em que ele não esteja vivo e feliz. - murmurou, tornando a secar mais uma lágrima teimosa.
- Eu amo vocês dois, só queria protegê-los. - Rachel oferece um sorriso triste para Lili. - Sei que vocês devem ter me odiado várias vezes, mas eu não podia arriscar sua segurança, e nem muito menos a vida profissional de Cole. Você me entende? - Lili assentiu, dando um leve aperto de conforto na mão dela. - Prometo que não vou mais interferir na vida de vocês. Só te peço que ainda me considere sua mãe.
- Você sempre vai ser minha mãe, Rach. Você é a primeira e única figura materna que eu tenho, e eu amo você.
***
Já eram oito da manhã quando o médico guiou Lili até seu escritório para explicar e conversar sobre os procedimentos da doação. A jovem tremia dos pés a cabeça, pedindo aos céus que tudo desse certo, e que pelo menos Cole saísse dessa cem por cento bem.
- Aqui estão os termos de risco e de responsabilidade. Caso você aceite e concorde com tudo o que está escrito aqui, você deverá pedir à sua responsável legal que assine para que possamos prepará-la para os exames de risco cirúrgico e em seguida para cirurgia.
Lili assentiu sem dizer nada, e encarou o papel, começando a ler.
"Riscos e complicações relacionados com a intervenção cirúrgica:
(...)
• Pode ser impossível concluir com êxito a implantação do rim por impossibilidade técnica.
• Podem ocorrer reações alérgicas a medicamentos.
• Complicações da ferida operatória como infecções, hérnias, etc., algumas das quais podem requerer nova intervenção cirúrgica.
• Complicações devidas à abertura da cavidade abdominal, como paralisação temporária do trânsito intestinal, infecções, perfuração intestinal, etc., que, embora raramente, podem vir a colocar a necessidade de recorrer a nova intervenção cirúrgica para a sua correção..."
Lili não quis nem continuar lendo, por mais que devesse. Mas, ela sabia que se lesse linha por linha entraria em desespero, então, disse imediatamente que concordava, e entregou o papel na mão do médico depois de assiná-lo. Logo o homem levou o documento até Rachel, que o assinou.
Pouco tempo depois, antes mesmo que Madelaine voltasse ao hospital, Lili já estava sendo preparada para a doação, e a cirurgia que talvez salvaria a vida de seu grande amor.
_____
Agora seria uma ótima hora pra Rachel dizer que apoia os dois, né?
Melhor fazer isso enquanto eles estão vivos, Rach.
Gente, estou planejando os próximos capítulos, e, possivelmente, a história terá 50 capítulos. YAY.
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