Agora você vai morrer de verdade!

Capítulo 22.
Agora você vai morrer de verdade!

- O senhor está machucando meus pulsos. - Lili balbuciava para o policial, com o choro preso na garganta.

- A senhorita está fazendo drama, sente-se aí. - o policial rechonchudo jogou-a na cadeira da delegacia ao lado de Chace.

- Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas... - Lili sussurrou encarando o teto e sentindo as lágrimas escorrerem por suas bochechas, assim que o policial os deixou sozinhos na sala. - Eu estou com ódio de você, Chace. Eu odeio você.

- Não fala isso, Lili, por favor. Eu sei que eu vacilei, cara, mas... - suplicou, mas ela o cortou.

- Cala a sua boca! - gritou, encarando com os olhos frios e repletos de mágoa. - Cala a boca! Você tem noção que eu posso me ferrar pro resto da vida por sua culpa? Isso não um "vacilo", Chace, foi a gota d'água para todas as merdas que você já me fez passar!

- Dá para você acabar com o escândalo? - o policial bateu no vidro da sala, assustando-os e fazendo Lili baixar o tom de voz.

- Eu odeio você. Odeio. - sussurra em meio às lágrimas.

- Me desculpa.

Quando Chace levantou a cabeça para olhar Lili, ele estava chorando. Aqueles antes, lindos olhos azuis cristalinos, estavam escuros e aparentando dor. Mas a raiva e a repulsa da garota eram maiores que qualquer sentimento de pena.

- Não, Chace. Minha cota de desculpas para você acabou! - ditou esgotada. - Aonde você estava com a cabeça para vender drogas, Chace? Onde? Me diz! - questionou entre dentes. - E o pior, me fazer ir entregar com você, sem eu saber! Você tem noção de quanto isso é grave? Eu achei que você tinha mudado, mas você continua sendo um porco egoísta que só pensa em você. - Lili disparou sem respirar, enquanto ele apenas a olhava, com os olhos vazios. - Eu nunca mais quero ver seu rosto de novo! - tornou a gritar.

- Se eu precisar vir aqui novamente, eu vou mandar os dois para o presídio sem esperar familiares ou advogados, estamos entendidos? - O policial falou com a cara fechada, assim que entrou na sala. - Qual de vocês vai ligar primeiro?

- Ela. Eu não tenho ninguém. - ditou, largando-se na cadeira.

Lili encarou Chace por um breve segundo, sentindo seu peito doer em um misto de decepção e pena.

O policial soltou um riso debochado e levantou Lili pelo braço, cadeira em que estava, já que suas mãos estavam algemadas. Ele a guiou para fora da sala, entrando em seguida num corredor onde havia um telefone fixo preso na parede.

- A ligação não pode demorar mais que cinco minutos. - ditou autoritário, soltando a algema de uma das mãos da jovem e a entregou o telefone.

Lili assentiu nervosamente e pegou o telefone com força em suas mãos. Ela tremia dos pés a cabeça, não só por nervoso e desespero, mas por medo. Lili sabia que Rachel estava fora da cidade, acompanhando Matthew em um de seus projetos, e a única pessoa para quem podia pedir ajuda era Cole. Ela o decepcionaria, e ela isso o que ela mais temia no momento, mesmo correndo risco ir presa. Lili discou o número de Cole, e assim que ouviu sua respiração do outro lado da linha começou a chorar.

- Cole! - murmurou em meio aos soluços causados pelo choro. - Me ajuda! Pelo amor de Deus! - pediu praticamente gritando, deixando o desespero tomar conta de si.

- O que aconteceu Lili? Por Deus! - Cole gritou do outro lado, agitado. - Onde você está?

- Na delegacia. - sussurrou. - Não tenho como explicar o que aconteceu agora, só vem pra cá. Por favor. E com um advogado, de preferência.

- O que? Que delegacia? Caralho, Lili! Porra! Explica. - Cole gritava nervoso, enquanto o policial fazia sinal de tempo, mostrando a Lili o relógio.

- Só faz o que te pedi, Cole. Por favor. - pediu, tentando acalmar-se.

- Qual o endereço? - questionou nervosamente.

- Espera. - pediu. - Qual o endereço disso aqui? - questionou Lili, voltando sua atenção ao guarda, que logo tomou o telefone de sua mão e assumiu a conversa com Cole.

Ao desligar o telefone, o homem encarou Lili e tornou a algemá-la.

- Vamos. - ditou.

Quando entraram na sala, o gorducho encarou Chace e respirou fundo impacientemente.

- Você não vai mesmo ligar para ninguém?

Chace negou com a cabeça. O policial assentiu e se retirou.

Uma hora depois de ter falado com Cole, Lili voltou a ouvir a voz dele. Dessa vez ecoando em gritos enfurecidos pelos corredores da delegacia.

No momento em que Lili se dá conta do estado de nervos de Cole, se arrepende amargamente de tê-lo envolvido naquela enorme confusão.

Chace já não estava mais na mesma sala que Lili, ele havia sido levado para algum lugar, para conversar com o delegado. Ele já era maior de dezoito anos e a polícia poderia fazer seu trabalho sem que nenhum responsável estivesse ali para instruí-lo.

- Vem. - ditou o policial ao entrar na sala em que Lili estava. - Sua responsável está na sala do delegado te esperando com seu advogado.

O coração de Lili pulsava em seus ouvidos. O que ela mais temia estava a ponto de acontecer: decepcionar Rachel.

Ela se levantou da cadeira e acompanhou o policial gorducho até a sala do delegado. Ao entrar no local, se surpreendeu ao ver que a tal responsável era Camila. Lili estranhou e sua preocupação ficou tão explícita em seu rosto que Camila percebeu.

- Não se preocupe, ele já está chegando. Só vim na frente porque sou a única que pode responder como sua responsável porque tenho vinte e um anos. - Camila levantou-se, indo em direção a loira assim que a mesma colocou os pés na sala para tranquilizá-la.

Lili suspirou e assentiu, sem dizer nada.

- Solte-a, por favor. - pediu o delegado, referindo-se ao policial, que no mesmo instante, soltou as algemas de Lili. - Podem se sentar. - sinalizou com a mão as duas cadeiras para as jovens a sua frente. - E o senhor pode se retirar, obrigada. - o policial assentiu e se retirou da sala. - Bom, eu sou o delegado Connor, e sou eu quem está acompanhando o ocorrido. E agora, com a sua responsável aqui presente você deve falar tudo o que se passou, desde o momento em que você saiu de casa.

Lili engoliu em seco e assentiu, entrelaçando os dedos aos de Camila, que estava sentada bem ao seu lado.

- Bom... Eu sou "ex namorada" dele, do menino que estava comigo. E nós ficamos um longo tempo sem nos ver, e ele voltou...e nós estávamos tentando nos resolver... - ela respira fundo, pensando em como foi burra. - Mas de um tempo para cá senti que não era certo e resolvi terminar tudo.

- Continue. - pediu o delegado.

- Então hoje cedo eu liguei para ele, pedindo para que nós conversássemos, e ele pediu para que eu passasse na casa de um amigo dele antes, pois ele tinha que entregar uma coisa a ele que havia pegado emprestado, mas não disse o que era. - Lili estava exausta, e decepcionada consigo mesma.

Alguns minutos mais tarde, o delegado trouxe Chace para a sala onde Lili estava para colher novamente os depoimentos, mas dessa vez dos dois juntos. Talvez na esperança de pegá-los em alguma mentira.

Connor precisou deixar a sala por alguns instantes para resolver alguma coisa com a promotoria, deixando Lili, Chace e Camila num silêncio tenso e constrangedor, que logo foi quebrado por um estardalhaço ao lado de fora da sala de interrogação.

- Eu quero falar com a minha garota! - Lili deu um pulo em sua cadeira, ao ouvir a voz de Cole ao lado de fora da sala de interrogação.

Chace bufou e revirou os olhos com um ar debochado. Camila o lançou um olhar reprovador e logo encarou a porta.

- Você não pode entrar aqui, rapaz. Isso aqui é uma sala de interrogação e não um parque de diversões.- lembrou o policial, visivelmente irritado.

- O delegado permitiu. - Cole ditou entredentes, claramente mentindo.

- Você não saia daqui, vou até o delegado verificar sua história e volto em alguns minutos. - avisou o policial, fazendo a besteira de deixar Cole sozinho diante da porta destrancada.

Quando os olhos de Cole focaram nos de Chace através de uma fresta das persianas, seu corpo esquentou de raiva, e sem pensar, ele entrou na sala, partindo direto para cima do rapaz algemado.

- Agora você vai morrer de verdade! - a voz de Cole saiu alterada, e quando Lili e Camila se deram conta, ele já estava levantando Chace pelo cordão que o mesmo tinha em seu pescoço.

- Cole, pelo amor de Deus, solta ele! Você vai ser preso por agressão! - Camila pediu em voz alta, colocando-se de pé e indo até Cole, tentando sem sucesso tirá-lo de cima de Chace, em que ele batia viciosamente.

- Cole, por favor, pare! - gritou Lili, no exato momento em que o delegado e dois policiais entraram como balas na sala em que acontecia a confusão.

- Que porra está acontecendo na minha delegacia? - o delegado gritou, e logo seus dois policiais seguraram Cole pelos braços, afastando-o de Chace. - Senhor Sprouse, o senhor está querendo passar uma noite aqui comigo? - debochou. - Levem-no para esfriar a cabeça, ainda temos muita coisa para resolver com esses dois jovens aqui.

- Ele machucou você, Lili? - Cole questionou desnorteado, enquanto os policiais o arrastavam para fora.

- Não, está tudo bem. Se acalme, por favor. - suplicou ela.

- Você tá bem? - Connor questionou Chace, que gemia no chão. Mas ele não respondeu.
- Vem moleque, vou te levar para a enfermaria. - o homem o colocou de pé sem muita dificuldade e o tirou dali.

Lili bufou exausta e enfiou as mãos no cabelo com força. Camila a abraçou de lado e respirou fundo encarando o teto.

- Não acredito que meti o Cole em encrenca, Cami. - sua voz trêmula indica que está a beira de chorar. - Eu só estava tentando terminar com o Chace e olha onde eu vim parar.

- O importante é que você terminou com ele, Lili, e espero que depois disso tudo, perceba que ele não merece nada de você, nem pena. - lembrou a morena, olhando a melhor amiga diretamente nos olhos.

Lili assente com a cabeça e respira fundo.

Duas horas mais tarde Lili e Cole haviam sido liberados. Chace havia confessado a culpa e explicado tudo o que havia acontecido. Deixou claro para a polícia de que Lili realmente não sabia o que ele estava entregando, que ela era inocente, e também decidiu por não prestar queixas contra a agressão de Cole, o que todo mundo estranhou.

- Eu juro que não sei quem eu mato primeiro. - Camila apertou as mãos no volante e encarou pelo retrovisor Cole e Lili sentados no banco de trás do seu Tesla, ambos com uma expressão de culpados. - Cole? Agredir uma pessoa dentro da delegacia!? Vocês só pode estar louco! E você, Lili? Confiar naquele delinquente! Ahhh! Vocês dois! Eu devia matar os dois!

- Pelo menos não é a Rachel, né? - Lili brinca encolhendo os ombros e Cole ri nasalado, abraçando-a de lado.

- Camila, deixa o sermão para depois. Deixe a gente na minha casa, tenho muito para conversar com a Lili. - resmunga Cole, deixando um beijo suave no rosto da garota.

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vocês comentaram muito e muito rápido aí eu resolvi ser boazinha e postar outro capítulo hoje akahijzosnssksj

o próximo capítulo é hot!! rsrsrs

estão gostando???? o que acharam do capítulo?????

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