☆ ᥴᥲρίtᥙᥣo 01 ☆
AGORA
O loiro andava de um lado a outro, naquele pequeno quarto de hotel à beira de estrada, com o celular no ouvido. Ele tentava ligar para o pai novamente, contudo ninguém atendia do outro lado da ligação e isso já estava deixando o jovem mais preocupado do que já estava.
Depois de uns segundos, ele grunhiu irritado e olhou para uma das camas de solteiro onde uma moça estava desmaiada. A feição dele volta a demonstrar a preocupação que sentia pois a jovem já estava naquela situação há muito tempo. Ele volta seus olhos pro celular novamente e depois de outra tentativa fracassada, ele joga o objeto na cama vazia.
Soltando um longo suspiro cansado, ele se senta e encara a moça esperando o momento que ela abrisse os olhos novamente.
Naquele velho quarto se encontravam duas pessoas que praticamente cresceram juntos e se tratavam como irmãos, mesmo não sendo do mesmo sangue, eles se tratavam como sendo da mesma família. O jovem loiro se chamava Dean Winchester, era o mais velho dos dois possuindo seus 26 anos. Já a moça desacordada se chamava Hazel Baskin, era mais nova com seus 21 anos.
Hazel e Dean cresceram juntos e foram ensinados a serem caçadores de seres sobrenaturais e foi em uma caçada a um casal de lobisomens que Hazel tinha se machucado e estava desacordada desde então.
Dean já estava arrancando os cabelos de preocupação, ele se culpava por sua irmãzinha postiça estar naquela situação. Por isso, ele pensou em esperar só mais alguns minutos e se ela não acordasse, ele iria levá-la a um hospital, mesmo sendo arriscado para eles.
Contudo, isso não era mais necessário pois ele viu a jovem se mexendo na cama.
— Aí, minha cabeça. — Hazel soltou um resmungo. Dava para ver na testa vincada dela que ela estava com dor e confusa. — O quê… Dean? — ela o encarou enquanto se sentava na cama com a ajuda do loiro.
— Que bom que acordou Haz, eu já estava preocupado. — Dean viu a jovem demonstrar confusão, então resolveu esclarecer. — Estávamos em uma caçada a um casal de lobisomens e você acabou se ferindo.
— Arg… — a moça soltou outro resmungo enquanto se lembrava do que tinha acontecido. Ela, internamente, se punia por ter se descuidado e acabado machucada numa caçada que ela julgava ser simples. Afinal, não era a primeira vez deles caçando lobisomens e para ela, ter se machucado, só mostrava que ela precisava treinar mais. E ela também odiava preocupar as pessoas, principalmente aquele que ela considerava família. — Desculpe Dean.
— Por que está se desculpando? — Dean arqueou uma das sobrancelhas em dúvida. Mas vendo a feição da moça ao seu lado, ele percebe do que ela estava falando. — Eu não acredito que você está se desculpando por ter se machucado. — ele se levanta, pega uma garrafinha de água e dá para ela. — Inacreditável.
— Há, qual é. — ela bebe um longo gole de água antes de prosseguir. — Eu fui muito estúpida por ter deixado aquela vadia me jogar longe. — Dean acaba soltando uma risada enquanto encarava uma mensagem recém recebida no céu celular. — Não ri idiota, eu estou falando sério. — contudo, percebendo a feição séria do loiro, ela pergunta. — O que foi?
— É uma mensagem do pai. — o loiro confuso estende o celular para a jovem que lê a mensagem. — Engraçado que não faz nem quinze minutos que liguei para ele e o mesmo não me atendeu.
— Tem uma mensagem de voz também. — Hazel comenta depois de ler as poucas palavras de seu pai adotivo. Ela aperta para ouvir e Dean se aproxima para ouvir também.
"Dean, tem alguma coisa acontecendo… acho que é grave… tenho que descobrir o que é… estamos em perigo… precisamos ter cuidado… estamos em perigo… tomem muito cuidado".
— Que merda é essa? — Dean pergunta indignado e Hazel até riria da feição que ele estava fazendo se o assunto não fosse sério.
— Não sei, porque você não verifica a mensagem. — a jovem devolve o celular para Dean enquanto se levanta da cama, mesmo que ainda estivesse um pouco tonta. — Eu vou tomar banho enquanto isso, tirar esse sangue.
Dean concorda e Hazel pega a bolsa e vai em direção ao banheiro.
— Ei… — chama o loiro antes da jovem entrar no banheiro. — Está mesmo bem?
— Estou mané. — confirmou ela percebendo a preocupação dele. — Não se preocupe. — ela sorriu e entrou no banheiro.
●●●●●
— Essa é uma péssima idéia. — Dean revira os olhos por ouvir aquilo de Hazel pela milésima vez durante aquele trajeto de carro.
— É, você já disse isso. — agora foi a vez de Hazel revirar os olhos e olhar para o loiro seriamente.
— Ele não vai aceitar nos ajudar. — o loiro a olhou de lado. — Ele desistiu dessa vida Dean, você sabe disso.
— É o Sammy. Quando ele souber que o pai está em perigo, vai nos ajudar.
— Bom, então boa sorte. — Haz diz enquanto sentia o carro parar na frente de um prédio, recebendo um olhar confuso do irmão postiço. — Quê? Eu não vou entrar lá se é isso que você está pensando.
— Haz, você sabe que ele te escuta. — os dois saem do carro e Dean para na frente da irmã. — Qual é, vai ser mais fácil se você pedir.
— Entre lá e o traga aqui pra fora. — Dean concorda e entra no local. Enquanto isso, Hazel estava desacreditada que ambos foram ali pedir ajuda mesmo sabendo que Sam Winchester iria negar pois tinha saído da vida de caçador e da vida deles a um pouco mais de dois anos.
Hazel encostou na lateral do Impala 67 na tentativa de que a ansiedade dela passasse. Ela sabia o motivo de estar assim, só não se sentia pronta para admitir pra si mesma. Os pensamentos dela foram interrompidos graças a uma notificação em seu celular. Quando o visualizou, ela viu ser um sms de sua amiga Florence Singer que dizia "olhe para trás". Seguindo a orientação da mensagem, Haz não acreditou no que viu. Sua amiga estava ali, parada, um pouco longe do carro.
— O que está fazendo aqui sua maluca? — Haz perguntou assim que se aproximou da loira e a deu um abraço.
— Moro ali. — Florence apontou para um prédio um pouco afastado de onde elas estavam. — Você sabe que o velho Bobby me fez fazer faculdade.
— Mas eu não sabia que era em Stanford.
— Pois é. — ela deu de ombros. — Imagina a minha surpresa quando estou voltando de uma festa e vejo o tão famoso Impala do tio John. Vocês vieram visitar o Sam?
— Não exatamente. — Haz negou enquanto soltava um longo suspiro. Quando Haz ia explicar o que estava acontecendo, ela e Florence ouviram a voz dos irmãos Winchester que vinham de algum lugar atrás de Hazel.
— Treino com armas, derreter prata para fazer balas. — ambas olharam para os dois sem serem notadas. — Qual é Dean, nós fomos criados como guerreiros.
— Ok, legal. E o que você vai fazer? — perguntou Dean. — Vai levar uma vidinha normal?
— Normal não, segura. — as duas se entreolharam e resolveram se aproximar.
— Foi por isso que você fugiu?
— Eu saí para estudar Dean, foi o pai que disse para eu ficar longe e é o que eu estou fazendo. — Sam respondeu em voz baixa.
— Uau, vocês já estão discutindo. — a voz de Hazel se fez presente e os irmãos Winchester a encaram com expressões diferentes em seus rostos. Enquanto Dean a olhava com uma pergunta muda de onde ela estava, Sam a olhava confuso, mas não parecia estar surpreso com a presença dela ali. — Esse é um novo recorde.
— Hazel? — Sam pergunta não tirando os olhos dela.
— Oi Sam. — Haz o olha de cima a baixo e percebe o quanto ele estava mudado, mas o olhar continuava o mesmo. — Então, qual é o veredito? — ela olha de um para outro à espera de uma resposta.
— Espera, o que está acontecendo? — a voz de Florence se faz presente e Dean olha surpreso para ela, ainda mais por não ter percebido a loira ali.
— Florence? O que faz aqui? — Dean pergunta confuso.
— Nossa "Oi Florence, é bom te ver. Como você está? Eu estou bem, Dean, obrigada por perguntar". — a loira debocha e Dean revira os olhos enquanto balança a cabeça negativamente sem paciência. — Meu pai decidiu que eu tinha que fazer faculdade e aqui estou eu. E vocês? O que está acontecendo? — ela olha entre os três à espera de uma resposta.
— É o John. — quem a responde é Hazel que a olhava agora, ela sentia o olhar do Sam queimando em cima dela. — Ele saiu para caçar em Jericó a três semanas. Não estava atendendo nossas ligações e nem dando notícias. Bom, até ontem.
— Ele nos mandou uma mensagem de voz meio esquisita. — Dean fala e abre o porta malas do carro, pega um gravador e coloca a mensagem para rodar.
Tanto Florence quanto Sam olhavam para Haz e Dean seriamente depois de ouvirem a mensagem, eles sabiam que aquilo não podia ser boa coisa.
— Você verificou a mensagem? — Florence perguntou enquanto se aproximava de Dean.
O loiro não respondeu, só colocou a mensagem para rodar novamente. Só que agora a que ele tinha processado e tirado o ruído. O que eles ouviram, além de algumas falhas, era a voz de uma mulher dizendo que não poderia voltar para casa.
— Ok, isso é sério. — Florence comentou e recebeu um aceno de concordância tanto do Dean quanto da Hazel.
— Sam, em dois anos eu não aborreci você e nem pedi nada. — Dean pede e olha para Hazel suplicante, isso faz ela acabar revirando os olhos.
— Acredite Sam… — Hazel começa a falar enquanto encara os olhos de Sam. — Se eu não achasse a situação estranha e suspeita, eu teria impedido de alguma forma o Dean de vir aqui.
— Tudo bem. — Sam concorda alguns segundos depois. — Mas eu tenho que estar de volta na segunda de manhã.
— O quê? Por quê? — Dean questiona confuso enquanto fechava o porta malas do carro.
— Eu tenho uma entrevista.
— De emprego? É só desmarcar. — Dean fala.
— Da faculdade Dean, é todo o meu futuro em jogo. — Sam responde com a testa franzida.
— Está bem. — Hazel concorda enquanto se aproxima dos dois para evitar outra discussão que já iria se iniciar ali. — Te deixamos aqui na madrugada de domingo para segunda, encontrando o tio John ou não.
Sam concorda silenciosamente e entra novamente no prédio à frente deles. Hazel encara Dean que acaba percebendo o que ela queria dizer: para pegar leve com o Sam.
— Eu vou com vocês. — a fala de Florence acaba fazendo a testa dos dois ali franzir ao mesmo tempo, o que fez com que a loira constatasse o que sempre achou. O Winchester mais velho e a Baskin eram muito parecidos um com o outro mesmo não tendo o mesmo sangue.
— Nem pensar. — discordou o Winchester enquanto ele se aproximava da Singer. — Seu pai mata a gente se souber que tiramos você daqui.
— Dean, isso aqui… — a loira apontou ao redor enquanto explicava. — Não é para mim. Vida normal é um saco.
— A resposta continua sendo não. — o loiro vira as costas para ela e se encosta no Impala novamente.
— Vai pegar suas coisas. — o comentário de Hazel faz o Winchester mais velho a olhar como se a jovem tivesse enlouquecido de vez. — Vai logo Florence, a gente espera.
Depois disso, os dois só viram a loira ir em direção a um prédio um pouco longe dali. Vendo que estavam sozinhos, o loiro encarou Haz com uma das sobrancelhas arqueadas.
— O quê?
— Você enlouqueceu? Não, deve ter sido a pancada na cabeça, certeza. — a fala do Winchester fez a moça revirar os olhos impacientemente.
— Terminou? — Hazel perguntou como se estivesse lidando com uma criança pequena. — Olha, pelo visto, vamos precisar de ajuda. — ela amarrou os cabelos escuros em um coque frouxo. — Só sabemos o básico. E outra, eu conheço você e o Sam o suficiente para saber que essa viagem em família não será nada fácil. — ele a encara e acaba concordando com um leve aceno de cabeça. — Não vou lidar com isso sozinha.
●●●●●
— Acorda Haz. — a voz masculina fez Hazel acordar confusa, sem saber onde estava. Olhando ao redor, ela percebeu que eles estavam parados próximos de uma ponte.
— Onde estamos? — Haz perguntou com a voz sonolenta. Olhando para frente, ela constatou que quem a acordou foi Sam e que só eles dois estavam no Impala. — Cadê o Dean e a Florence?
— Eles foram verificar o que aconteceu na ponte. — o jovem Winchester apontou para duas viaturas de polícia perto da entrada da ponte velha. — E já estamos em Jericó. — ela concordou silenciosamente e olhou na direção da ponte. — O que ouve na testa? — Sam perguntou e pelo tom de voz dele, Hazel percebeu que ele estava preocupado com ela.
— O Dean não contou? — Hazel olhou ele de relance.
— Não conversamos muito no caminho.
— Um casal de lobisomens. — Hazel diz um tempo depois e o encara nos olhos. — A mulher me jogou na parede, eu bati a testa e o Dean a matou.
— O pai deixou vocês caçarem sozinhos? — Sam perguntou confuso.
— Somos adultos Sam e eu sou responsável o suficiente para manter o Dean na linha, apesar dele ser o mais velho. — ela olhou novamente para fora do carro, vendo o jovem citado e a amiga se aproximarem do carro. — Pelo menos, essas foram as palavras do John a algum tempo atrás.
Sam assentiu silenciosamente enquanto ainda olhava na direção de Hazel. Ele poderia não falar em voz alta, mas se sentia bem estando perto da morena de novo, apesar de toda a situação estranha agora e o silêncio meio incômodo no carro. Ele só tirou os olhos de Hazel quando a porta do motorista foi aberta pelo irmão mais velho.
— E então? — Hazel perguntou enquanto olhava para o irmão postiço e a amiga que agora estava sentada ao seu lado.
— Carro abandonado, sangue por todo lado e corpo sumido. — Florence resumiu o que ela e o Winchester mais velho viram na ponte velha. — Pelo o que o xerife disse, esse já é o quarto caso de desaparecimento na cidade.
— Vamos falar com a namorada da vítima, ela está no centro colando cartazes do namorado desaparecido. — Dean fala enquanto ligava o carro e acelerava para longe dali.
●●●●●
Quem acabou falando com a namorada do cara desaparecido foram Sam e Hazel já que, nas palavras de Dean, "seria estranho quatro pessoas falando com a jovem dando a desculpa que eram primos da vítima". Nessa conversa, eles descobriram que existia uma velha lenda de uma mulher que pegava carona na estrada e sumia com as pessoas.
Depois disso, os quatro caçadores foram até a pequena biblioteca da cidade e conseguiram descobrir um suicídio de uma mulher chamada Constance cometido na velha ponte onde ocorria a maioria dos desaparecimentos e era na velha ponte em que os quatro se encontravam no momento.
Mesmo sendo muito tarde, os quatro não queriam deixar para olhar a ponte no dia seguinte e preferiram ir naquele mesmo dia, pois assim não iriam perder um tempo precioso que poderiam está procurando John Winchester e também não chamariam tanta atenção para eles mesmos.
— Então foi aqui que Constance deu seu último mergulho? — Dean perguntou com sarcasmo pingando em cada palavra no seu tom de voz.
Os quatro estavam olhando para o rio que corria embaixo da ponte.
— Acha que o papai esteve aqui? — Sam perguntou e Hazel conseguia notar uma leve dúvida no olhar do moreno.
— Ele está atrás da mesma história e estamos atrás dele, então é bem possível. — Hazel fala enquanto se afasta alguns passos e olha em volta.
— Tá, mas e agora? O que faremos?
— Continuamos procurando Sam, pode demorar. — Dean responde.
— Eu já disse, tenho que voltar até…
— Segunda. — Dean interrompe a fala de Sam enquanto completava o que o maior iria dizer. — Nós sabemos, a entrevista...
Hazel e Florence se entreolharam e soltaram um suspiro pesado. Elas sabiam que as coisas não se manteriam calmas por muito tempo. Então silenciosamente se afastaram dos rapazes para dar um pouco de privacidade para eles, mesmo conseguindo ouvir o início da discussão.
Elas olhavam em volta e tentavam achar algo que mostrasse uma direção a seguir e foi quando Florence olhou um pouco mais a frente que notou uma mulher em pé em cima da grade de proteção da ponte, prestes a pular.
— Hazel? — a loira chamou em voz baixa sem tirar os olhos da aparição que via.
Hazel olhou em direção da loira, já que antes estava encarando a discussão dos rapazes tentando decidir se iria intervir ou não, e seguiu o olhar da amiga vendo a mesma coisa que ela. Ao ver dela, parecia que só elas duas prestavam atenção no que estava acontecendo ali, já que parecia que os rapazes iriam acabar se matando só com o olhar. Querendo dar um fim naquilo, Hazel chamou a atenção deles com um assobio fazendo ambos a olharem com questionamento.
— Ei, se vocês já acabaram, tem alguém ali atrás querendo dar o mergulho do cisne.
Isso fez os dois se afastarem e encararem o que ela apontava. A mulher desconhecida olhou brevemente para os quatro e em seguida pulou da ponte. Isso fez os jovens reagiram e correrem até onde a desconhecida estava para ver se podiam ver alguma coisa.
— Para onde ela foi? — Florence perguntou com a testa levemente franzida enquanto olhava o rio abaixo.
Porém, ela não obteve a resposta que esperava. Assim que ela terminou de falar, os quatro ouviram o motor do impala ligar, o que fez todos olharem em direção ao carro.
— Droga. — resmungo Dean.
— Quem está dentro do carro? — Sam perguntou e Dean só fez mostrar as chaves do carro que estava em sua mão.
Logo em seguida, os quatro arregalaram seus olhos quando o carro acelerou na direção deles. Vendo que não tinha muito o que fazer, Hazel e os outros correram e acabaram pulando a grade de proteção em direção ao rio. Sam, Florence e Hazel conseguiram se segurar na grade, sendo que a Baskin tinha sido segurada por Sam, antes de caírem no rio. Porém, Dean não teve a mesma sorte. O loiro caiu no rio mas aparentava estar bem, só um pouco irritado já que o fantasma da mulher tinha mexido com seu carro.
●●●●●
Na manhã seguinte, os quatro se encontravam no quarto de um hotel à beira da estrada que descobriram minutos atrás que teria sido alugado por John.
O quarto se encontrava uma bagunça. Papéis em todos os lugares, um pouco de roupa jogada nos cantos, cama desarrumada; mas o que preocupou os quatro jovens foi o sal jogado no chão de um modo que os caçadores sabiam que era para deixar algo sobrenatural fora do quarto.
— Ele estava preocupado, queria deixar algo de fora. — Hazel disse enquanto olhava e lia os papéis que estavam grudados na parede.
— O que tem aí? — Sam perguntou enquanto se colocava ao lado dela, também lendo alguns papéis.
— São os desaparecidos da ponte. — respondeu ela enquanto encarava os olhos de Sam. — Não entendo, homens diferentes, etnias diferentes, idades diferentes, tem que ter alguma ligação.
— Acho que o John descobriu. — a voz de Florence chamou a atenção dos outros três que se aproximaram dela. — Ele achou o mesmo artigo que nós. Constance Welch, ela é uma mulher de branco.
Aquilo fez os quatro se entreolharem.
— Se ela fosse uma mulher de branco, o papai acharia o corpo e o destruiria.
— Mas pelo o que vimos, isso não aconteceu. — Hazel comenta enquanto estala os dedos nervosamente. Aquele era um tique nervoso que ela tinha desde criança e fazia sem nem mesmo perceber. Os outros a olharam sem entender também. — Seja o que for que obrigou tio John a se proteger mais do que ele costuma fazer, isso o impediu de queimar o corpo dela ou ele errou, o que duvido muito.
— Talvez ela tenha outro ponto fraco. — Sam comentou, mas não acreditava muito naquilo.
— Aí diz onde ela foi enterrada?
— Não Dean. — Florence negou. — Mas se eu fosse o John, eu iria falar com o marido dela.
— Certo, nós procuramos o endereço atual dele enquanto você toma um banho Dean. — ele olhou para Hazel já com um papel na mão. — Não me olhe assim, você está sujo e fedendo a banheiro de rodoviária. — os dois fizeram uma careta com a frase. — Vai logo.
Dean foi em direção ao banheiro daquele quarto enquanto resmungava o quanto a irmã postiça era mandona mesmo ele sendo o mais velho. Aquilo fez os outros três soltarem uma risada com a cena e Florence acabou suspirando nervosa quando viu seu celular.
— Aconteceu algo? — Hazel perguntou preocupada enquanto lia alguns papéis que tirava das paredes. — Parece preocupada.
— É o velho Bobby, tenho que retornar as ligações dele senão já viu, ele aparece em Stanford e acaba descobrindo que não estou lá. — Florence se levanta da cadeira que estava sentada e olha para Hazel que a olhava com compreensão e para Sam que também verificava seu celular. — Vou ligar para ele lá fora, assim não corro o risco dele ouvir a cantoria desafinada do Dean.
Alguns minutos se passaram em um silêncio absoluto entre Hazel e Sam. Enquanto a morena estava verificando as anotações de John, o Winchester mais novo estava com o celular no ouvido ouvindo as mensagens de voz deixadas por sua namorada Jéssica. Um tempo depois, ele acabou chamando a atenção da outra caçadora quando soltou um suspiro baixo.
— Problemas? — Haz perguntou com a testa franzida em dúvida.
— Não, está tudo bem. — Sam negou rapidamente. Ele não queria ter aquela conversa, ainda mais com a jovem à sua frente.
— É a sua namorada? — a morena perguntou calmamente e Sam acabou confirmando com um aceno de cabeça. — Ela se chama Jéssica, não é?
— Como?
— Dean disse o nome dela enquanto vocês discutiam. — ela esclareceu a dúvida estampada na face do maior.
— Ela quer que eu retorne as ligações, está preocupada. — Sam informou enquanto desviava o olhar dela.
— E por que não liga pra ela?
— Não quero ter que mentir de novo. — aquilo fez Hazel acenar positivamente enquanto fazia uma leve careta que foi percebida pelo rapaz. — Que foi?
— Nada. — ela se levantou de onde estava sentada e foi ler outro papel grudado na parede.
— Hazel? — ela percebeu que ele se colocou de pé e se aproximou dela uns passos. — Pode me dizer o que está pensando.
Ela olhou pra ele em dúvida se deveria ou não dizer o que estava pensando. Mas decidiu por fim que deveria. — Você diz que não quer mentir pra ela, mas é exatamente isso que está fazendo. — ele a olhou contrariado e aquilo quase a fez se calar, já que não queria discutir.
— Achei que me apoiasse nisso. — ele comentou em voz baixa e ela sabia que ele falava em relação à escolha dele de ter uma vida "normal", longe do sobrenatural.
— E eu apoio, sempre apoiei e você sabe disso. — Haz afirma e cruza os braços já arrependida por ter iniciado aquela conversa. — Eu só acho que se você quer construir um futuro com ela, você deveria ao menos ser honesto sobre seu passado e sua família.
— Eu não posso contar pra ela que caçava monstros, ela me acharia um maluco. — ele diz contrariado e elevando a voz um pouco, se arrependendo logo em seguida. — Eu não posso. — afirmou com a voz controlada. — Com ela é tudo normal Hazel, sem monstros e sem caçadas. — ele conta e acaba não notando o olhar da jovem à sua frente mudar. — Ela é normal, não tem essa bagagem maluca em sua história.
— Caramba. — a caçadora descruzou os braços, não acreditando no que o caçador quis dizer. Sam, notando o que disse, se arrependeu logo em seguida.
— Não Hazel, não foi isso que eu quis dizer. — ele tentou se aproximar dela, mas a jovem negou com a cabeça e se afastou dele. — Hazel…
— Não Sam, foi exatamente isso que você quis dizer. — ela afirmou. — Afinal, não é a primeira vez que você fala algo como isso.
Aquilo fez o maior se lembrar da última vez que falou com Hazel antes de ir embora. Ele acabou magoado por ela não ter escolhido fugir com ele daquela vida de caçadores e acabou dizendo que ela era anormal por preferir aquela vida de caçadas a uma vida tranquila ao lado dele. Naquele dia, assim que a adolescente de dezoito anos saiu do quarto de hotel onde os dois estavam, ele tinha se arrependido do que tinha falado e teria ido atrás dela se não fosse pelo orgulho. Agora, ambos estavam ali, frente a frente, começando algo que ambos não estavam preparados para enfrentar.
— Hazel, eu sinto…
— Agora eu estou limpo Hazel. — a voz do Winchester mais velho acabou, sem perceber, interrompendo a conversa do casal naquele quarto. Uns segundos depois, Dean encarou ambos com dúvida no olhar. — Interrompi algo?
— Não Dean. — a morena negou com a feição séria. — Encontrei o endereço do marido da Constance.
— Certo. — concordou Dean ainda intercalando seu olhar entre seu irmão de sangue e sua irmã postiça, já que ambos estavam sérios. Com Sam encarando Hazel e Haz lendo uma folha. — Podemos comer primeiro? — ele perguntou e Hazel o olhou concordando. — Certo, cadê Florence?
— Ela saiu a um tempo pra falar com o Bobby. — Hazel respondeu calmamente.
— Eu vou comprar algo na lanchonete aqui da frente e vou levar a loira comigo. — ele informou já com a porta do quarto aberta. — O de sempre baixinha? — ele perguntou e Hazel concordou. — Sam?
— Nada pra mim. — o Winchester mais novo disse seriamente e aquilo trouxe ainda mais dúvida para Dean. O loiro ainda olhou de um para o outro com dúvida, mas acabou deixando aquilo pra lá, já que não queria se intrometer. — Hazel, eu sinto muito. — Sam diz uns segundos depois do irmão mais velho sair do quarto. — Eu sei que magoei você, não só agora como também da última vez que nos vimos.
— Para Sam. — ela o olhou friamente e aquilo fez Sam se arrepiar. Ele não gostava desse olhar em Hazel na direção dele pois como conhecia a moça a muito tempo, ele sabia que ela só costumava direcionar esse olhar para as pessoas quando estava magoada com elas ou para os monstros que caçava e ele não queria de jeito nenhum ser o motivo da tristeza dela. — Você já disse o que pensa e eu não quero discutir com você. — Hazel desviou o olhar para o chão. — Só estamos perdendo tempo com isso.
— Mas…
A fala do Sam é interrompida com o som de um celular tocando, especificamente o de Hazel. Ela o atende assim que percebe que é Dean.
— Fala.
— Caiam fora daí agora. — a voz de Dean sai urgente e aquilo faz ela franzir a testa com preocupação.
— O que houve?
— É a polícia, eles estão aqui com o cara que nos atendeu na recepção. — falou rápido. — Você e o Sam tem que saírem daí agora.
— Mas e você e a Florence?
— Nós vamos dar um jeito, não se preocupe.
— Dean…
— Vocês tem que falar com o marido da Constance, descobrir porque ela ainda está aqui e se o papai falou com ele. — ele disse e desligou.
Hazel olhou para Sam que a olhava preocupado, a conversa de ambos sendo esquecida por enquanto.
Eles ouviram passos do outro lado da porta e foram em direção ao banheiro do quarto. Tinha uma janela relativamente grande no cômodo, o que era muito estranho, e eles conseguiram sair sem muita dificuldade do quarto de hotel. Ambos esperaram um tempo antes de voltar para a garagem do hotel e quando isso aconteceu, os dois conseguiram pegar o carro e foram em direção ao endereço do marido de Constance que ficava a algumas horas dali.
●●●●●
Horas depois, Hazel e Sam estavam na estrada voltando da casa do marido de Constance. Ele tinha esclarecido algumas dúvidas dos dois e confirmado, sem perceber, que Constance é mesmo uma mulher de branco. O silêncio era gritante dentro do veículo. Hazel mal olhava para Sam e isso só fazia o Winchester se sentir mal. Aquele silêncio acabou sendo interrompido pelo toque de celular da Hazel que atendeu e colocou no viva voz sabendo que era Dean.
— Assalto e sequestro é? — a voz de Dean saiu do outro lado da linha. — Isso foi inusitado, até para vocês.
— Só agradeça Dean. — Hazel diz em um tom brincalhão. — Estão livres?
— Sim e vocês precisam saber. — Dean parecia sério. — É o papai…
— É, ele falou com o marido da Constance e ele sabia onde ela está enterrada. — Sam interrompe Dean enquanto fala rápido. — Só não entendemos porque ele não terminou o serviço.
— Sobre isso, o papai saiu da cidade. — Dean disse sério.
— O quê? Como sabe disso? — Hazel perguntou e sentiu logo em seguida uma sensação estranha.
— Dean?
— Ele deixou o diário dele. — a voz de Florence foi ouvida.
— Mas ele não desgruda desse diário velho. — Sam afirma e olha para Hazel rapidamente, notando que algo estava acontecendo com ela. — Hazel?
— O que ele deixou? — a moça ignorou o Winchester ao seu lado e perguntou.
— Aqueles mesmos códigos de sempre, o cara parece o Yoda quando escreve. — a voz de Dean aparentava cansaço.
Antes que os ocupantes do carro pudessem dizer algo, Hazel viu uma silhueta mais a frente deles. Pega de surpresa, ela acaba avisando tarde demais para Sam que acaba freando o carro bruscamente após perceber a silhueta feminina prestes a ser atropelada. Alguns segundos passam enquanto o casal tenta recuperar o fôlego e ao longe, ambos escutam as vozes de Dean e Florence gritando no telefone.
— Estamos bem. — tranquilizou Hazel após pegar o celular novamente, já que este tinha caído no chão à frente do banco do passageiro onde estava sentada. — Foi só… — porém ela não completa a frase pois acaba olhando pelo o espelho retrovisor e vendo a silhueta de Constance sentada no banco de trás do carro. — Droga.
— Hazel? Sam? — Dean pergunta preocupado e Hazel acaba passando o endereço da antiga casa de Constance que era para onde ela e Sam estavam indo anteriormente e desliga o celular.
— Me levem pra casa. — a voz do fantasma não passava de um sussurro. Contudo, Sam e Hazel acabam ouvindo e se olham preocupados. — Me levem pra casa, agora!
— Não. — Sam nega olhando diretamente para Constance que acaba por olhar para ele irritada.
Naquele mesmo instante, as portas do carro são trancadas, o carro é ligado e este acelera seguindo a estrada em direção a antiga casa de Constance por uma força sobrenatural. Aquilo assusta um pouco Hazel e Sam que tentavam a todo custo não se desesperar com aquela situação.
Minutos depois, o carro para em frente à antiga casa, agora abandonada, de Constance e isso traz certo alívio para ambos os caçadores que pensavam em uma forma de saírem dali em segurança.
— Não posso voltar pra casa. — O sussurro doloroso vindo de Constance fez uma ideia meio doida aparecer tanto na cabeça do Sam quanto na cabeça de Hazel que já estava tentando formular um plano para saírem daquela enrascada.
— Você não pode voltar. — Hazel comenta e olha para os bancos de trás e se surpreende por não ver mais o fantasma de Constance ali. Contudo, ela acaba perdendo o ar quando vê Constance sentada no colo do Sam. — O quê?
— Me beije. — Constance pede olhando diretamente para Sam que paralisa por ter sido pego de surpresa. Constance se aproxima dele e começa a beijar o pescoço do Winchester mais novo, que tenta se afastar com certo esforço, já que Constance estava usando força sobrenatural para mantê-lo quieto.
— Não pode me matar… — Sam afirma enquanto olha para Constance nos olhos com firmeza. Aquilo a surpreendeu e a fez parar de beijá-lo. — Não sou infiel.
— Sim, você é. — Constance disse aquilo com firmeza e muito significado, e Sam notou que ela olhou de Hazel para ele e aquilo trouxe um pouco de clareza na mente do Winchester e confusão na de Hazel.
Antes que ele pudesse dizer ou fazer algo, o fantasma de Constance sumiu e aquilo fez tanto Hazel quanto Sam se encararem confusos. Alguns segundos depois, Sam grunhiu com dor pois sentia que seu tórax estava sendo destruído de dentro para fora. Logo, Constance apareceu no colo dele e a mão dela estava dentro do peito dele mostrando o motivo da dor.
Vendo que não tinha outra escolha a se fazer, Hazel pegou a arma que Dean costumava guardar no porta luvas do carro e atirou no fantasma que desapareceu, tomando todo o cuidado para não acertar no Winchester ao seu lado. E mesmo com o ouvido zumbindo por causa do barulho do tiro, Sam logo se recompôs e ligou o carro, acelerando o veículo em direção a casa abandonada que tinha pertencido a Constance, sendo vistos por Dean e Florence que tinham acabado de chegar nos terrenos da casa.
O impacto do carro com a frente da casa não foi tão forte, já que a casa já estava abandonada e destruída pelo tempo.
— Haz, você está bem? — Sam perguntou uns segundos depois do que fez.
— Estou, e você? — ela devolveu a pergunta e ele deu um leve aceno demonstrando que estava bem.
Ambos saíram do carro e notaram a aproximação do Winchester mais velho e da Singer.
— Vocês estão bem? — Dean perguntou preocupado e recebeu duas confirmações silenciosas, já que ambos olhavam ao redor e perceberam que estavam no que seria a sala da casa antiga.
— Vocês estão malucos? — Florence murmurou irritada e naquela hora, ela parecia e muito com seu pai quando estava irritada. — Atirar em um fantasma dentro de um carro e isso? — apontou ao redor. — Vocês realmente estão querendo morrer.
— Não tínhamos muito o que…
A fala de Hazel é interrompida quando um balcão é empurrado até eles e mantinha os quatro presos entre o móvel e a lateral do carro. Olhando para a frente, os quatro percebem o motivo de não estarem conseguindo se livrar do móvel. Era o fantasma de Constance que estava bem irritada por estar em um lugar que não queria. Logo, os faróis do carro começaram a piscar e água começou a descer pela escada fazendo os caçadores e o fantasma de Constance olharem para o topo da mesma. Lá estavam duas crianças, um menino que parecia ser o mais velho e uma menina. Constance parecia apavorada e em um piscar de olhos, as crianças já estavam no mesmo andar que os caçadores, abraçando a mãe que foi destruída.
— Empurra. — disse Dean e os quatro caçadores empurraram o balcão se livrando do mesmo.
— Foi aqui que ela afogou os filhos. — comentou Florence enquanto encarava a poça d'água que se formou onde os três fantasmas desapareceram.
— Era por isso que ela não podia voltar, tinha medo de encarar os filhos. — Sam diz.
— Acharam o ponto fraco dela. — Dean comenta enquanto olha para Hazel e Sam. — Bom trabalho.
— Não posso dizer o mesmo com a situação no carro. — disse Florence descrente. — Atirar num fantasma, sério Hazel?
— Funcionou, não foi? E as balas são especiais, o Dean quem fez. — Hazel esclareceu e Dean sorriu todo orgulhoso do próprio feito.
— Eu salvei a pele de vocês. — ele disse todo orgulhoso enquanto se abaixava para verificar o carro. — Mas uma coisa. Se tiverem arranhado o meu carro, eu mato vocês. — isso fez os quatro rir.
●●●●●
— O papai foi para esse lugar aqui, Colina Blackwater no Colorado. — Sam fala enquanto Dean dirigia o impala, Florence cochilava no banco de trás e Hazel olhava pela janela.
— Parece legal. — comentou Dean. — É longe?
— Uns mil quilômetros.
— Se a gente correr, chega lá amanhã de manhã. — Dean diz empolgado.
— Dean, eu… — Sam começa a dizer, mas não termina.
— Você não vai. — o loiro mais afirmou do que perguntou. Ele estava um pouco decepcionado por isso, mas tentava não demonstrar. O que era uma tentativa falha.
— Dean. — chama Hazel e o citado olha para ela pelo retrovisor. — Vamos deixar o Sam na casa dele e seguimos pro Colorado. — Sam a encarou pelo retrovisor também e Haz voltou a olhar pela janela. — Florence decidiu ir com a gente, então teremos ajuda para encontrar o John.
Nada mais foi dito entre eles depois disso. Dean continuou dirigindo e em algumas horas, ele já estava estacionando o carro em frente ao prédio onde Sam morava. O Winchester mais novo pegou a mochila que tinha levado na pequena viagem e saiu do carro juntamente com a Baskin que ia se sentar no banco da frente.
— Me liga quando encontrarem ele. — pediu Sam enquanto olhava para Dean que ainda estava dentro do carro. O loiro concordou em silêncio e Sam logo se ajeitou e encarou Hazel que estava em pé ao seu lado. — Foi bom revê-la.
— Digo o mesmo Sam, se cuida. — disse Hazel seriamente e a Baskin logo tratou de entrar no carro ao lado de Dean que a olhou com curiosidade. — Não pergunta.
Dean olhou para o caminho que Sam seguia e antes do maior estar muito longe, o loiro o chamou. — Nós quatro fizemos uma boa equipe.
— É. — concordou Sam e ele e Hazel trocaram um rápido olhar.
Dean logo começou a dirigir para longe dali, porém ele não foi muito longe. Ele notou que Hazel olhava para o nada concentrada e ele já tinha testemunhado isso algumas vezes para saber que tinha algo errado.
— O que foi? — ele perguntou preocupado.
— Temos que voltar. — Hazel sussurrou com a testa franzida.
Ela se sentia estranha. Ela já tinha tido esses lapsos algumas vezes e em todas as vezes, algo ruim acontecia. Só que dessa vez, ela se sentia estranha. Era como se estivessem sugando sua energia, a deixando cansada. Dean logo notou a palidez dela e se preocupou.
— Haz, ei, você está passando mal?
— Temos que voltar, Dean. — Hazel o olhou e mesmo pálida, ela demonstrava firmeza no olhar. — Agora!
A voz alta de Hazel fez Florence acordar sobressaltada e ela ficou confusa quando Dean virou o carro para a direção contrária à que iam.
— O que está acontecendo? — a loira perguntou preocupada.
— Tem alguma coisa acontecendo com o Sam. — foi a única coisa que Hazel disse.
Uns instantes depois, antes mesmo de Dean parar o carro completamente, Hazel saiu às pressa do veículo e correu em direção ao prédio onde Sam morava. Ela estava tão preocupada que não notou que a porta da frente estava entreaberta. Assim que entrou no quarto, notou Sam desesperado enquanto olhava para o teto. Lá, se encontrava uma moça loira de vestido branco que logo estava pegando fogo. Paralisada com a visão daquilo, Hazel foi puxada por Florence para sair dali, enquanto Dean puxava Sam que estava desesperado pelo que estava acontecendo.
Uns bons minutos depois, o prédio estava cercado por pessoas curiosas, pelos bombeiros e pela polícia. Hazel e Florence estavam lado a lado, encarando o prédio que antes estava pegando fogo.
— Como você sabia que tinha algo errado com o Sam? — Florence perguntou curiosa. Ela tinha presenciado uma única vez quando Hazel teve esse pressentimento. Porém, ela não tinha ligado esse fato ao que tinha acabado de acontecer.
— Eu não sei direito, só senti. — Hazel deu um suspiro cansado.
— Ei vocês. — a voz de Dean foi ouvida por ambas que o encararam. — Temos que ir.
Ambas concordaram e se aproximaram do carro. Sam, Dean e Florence já tinham entrado no mesmo quando Hazel sentiu que algo não estava certo no ambiente, ela se sentia vigiada. Olhando ao redor, ela encarou um local ao longe que não dava para ver muito por causa do escuro. Ela não via nada além da escuridão, mas ela sabia que tinha alguém ali que olhava diretamente para ela. Antes que a morena pudesse ir verificar, seu nome foi chamado por Dean.
Soltando um suspiro cansado, Hazel entrou no impala e logo o motor do carro foi ouvido.
●● Olá amorecos, como vocês estão? Espero que tenham gostado do capítulo. Tem alguns pontos importantes durante o cap, espero que tenham captado eles.
●● Comentem o que acharam do capítulo e sinto muito pela demora.
●● Desculpem se tiver algum erro.
●● Até o próximo, beijos!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top