𖤐 ˖࣪ ✉️009𝘈 𝘊𝘰𝘳𝘳𝘪𝘥𝘢, 𝘰 𝘋𝘦𝘴𝘢𝘧𝘪𝘰 𝘦 𝘌𝘭𝘦

Capítulo nove.
𝘈 𝘊𝘰𝘳𝘳𝘪𝘥𝘢, 𝘰 𝘋𝘦𝘴𝘢𝘧𝘪𝘰 𝘦 𝘌𝘭𝘦.

❛ / ❜Even if you hate me I still love you./ ❜





▬▬▬▬Estávamos na última volta.
Minha respiração era um ritmo descompassado, e minhas mãos grudavam no volante como se fossem parte dele. Eu não ia deixar aquele Daoming me passar, nem que eu tivesse que sair voando da pista.

Jackson, claro, estava disparado em primeiro — como sempre. Mas a briga pelo segundo lugar? Essa era pessoal.
Assim que dão a largada, afundo o pé no acelerador. O motor grita em resposta, os pneus cantam. Dou uma olhada rápida pelo retrovisor e sorrio de canto. Segundo lugar? Vai ser meu. Ponto final.

Mas Daoming Si está no meu encalço. Cada curva que faço parece atrair ele ainda mais. Seguro firme e não dou espaço, não vou deixar nem um centímetro de brecha. Porém, na próxima curva, a mais traiçoeira, vejo o carro dele colado no meu. Droga. Tento acelerar mais, forçar o motor ao limite, mas não adianta. Ele continua chegando.

Minha mente é um turbilhão. "Eu não posso perder agora. Não pra ele.”
Faço o máximo para segurar minha posição, o volante firme nas minhas mãos enqu. A linha de chegada já está no meu campo de visão, e quanto mais perto eu chego, mais meu coração parece que vai explodir no peito. Daoming Si está logo atrás, tão perto que quase consigo sentir o cheiro da arrogância dele.

Cada segundo se arrasta enquanto ele se aproxima, e no último instante estamos lado a lado. Merda. A linha de chegada passa num borrão, e o gosto antecipado da vitória amarga na minha boca.
Bato a mão no volante com força, a frustração crescendo junto com a minha respiração descompassada.

— Não foi dessa vez, Jiang, — diz Daoming Si, parando ao lado da minha janela, com aquele sorriso presunçoso que me dá vontade de acelerar só pra jogar poeira nele.

Olho para ele com minha paciência no limite.

— Empatamos, gênio, — retruco, apontando para o painel enorme que confirma o óbvio: chegamos ao mesmo tempo.

O sorriso dele vacila, e eu não consigo evitar um sorriso de canto. Que sensação boa é ver aquele ar de superioridade desaparecer, nem que seja por um segundo.

— Parece que nenhum de nós venceu, então, — ele diz.

Cruzo os braços.

— Na próxima sexta a gente desempata.

Ele ergue uma sobrancelha, como se estivesse considerando minha proposta, mas responde com aquele tom de desdém clássico:

— Vou ter que olhar minha agenda. Você sabe, sou um cara ocupado.

Reviro os olhos, mas não perco o pique.

— Engraçado, não parece.
Principalmente considerando que vivia me pedindo conselhos amorosos pra conquistar aquela garota que não cansa de fugir de você.

Meu tom é seco, e a pontada o atinge bem no ego. O sorriso confiante dele novamente dá uma leve tremida, e eu me permito um momento de pura satisfação. Dessa vez, o empate nem parece tão ruim.

— Ainda com raiva porque, num momento de estresse, eu sem querer joguei o bolo no seu rosto? — pergunta ele, erguendo uma sobrancelha como se fosse a vítima da história.

Eu dou uma risada seca.

— Você só pode estar brincando. Se toda vez que eu estivesse com raiva quisesse descontar em alguém as minhas frustrações, esse seu cabelo já teria sido raspado há muito tempo.

Ele revira os olhos, mas não perde a pose.

— Pelo visto, a resposta é sim.

Antes que eu consiga retrucar, sinto um braço musculoso pousar sobre meus ombros. Olho para o lado e vejo Takashi.

— Meus parabéns, linda, — diz ele, sua voz carregada de charme.

E, por um momento, até esqueço do Daoming Si e da sua cara de pau.

— Não foi exatamente uma vitória. Wang ficou em primeiro e nós empatamos, — diz Daoming Si, interrompendo minha resposta. Agora é minha vez de arquear uma sobrancelha, com um sorriso debochado no rosto.

Antes que eu pudesse jogar algo mais na cara dele, Takashi entra na conversa com a mesma confiança de sempre:

— Mas a Mei Ling aqui quase te venceu. E, na segunda volta, passou o Jackson por duas curvas. Então, sim, ela foi incrível.

Não consigo evitar orgulho que surge no meu coração. Claro que ele sabe como inflar meu ego.

— Enfim, vamos para o after na casa do Jackson. Mei, vamos no seu carro, — ele diz, pegando minha mão sem cerimônia.

Meus olhos  enquanto imagino a cara de Daoming Si — aquele olhar de puro cão raivoso. Ah, isso vai ser divertido...

[...]

O caminho até a casa do Jackson foi rápido. Assim que eu e Takashi entramos, ficou claro que a festa já estava a todo vapor. Gente bêbada por todos os lados e uma música incrível preenchendo o ambiente.

Caminhamos mais para dentro e vejo a galera dançando no meio da sala. Entre eles, reconheço Kai e Yi Jing. Assim que me notam, os dois vêm direto na minha direção, já com sorrisos no rosto.

— Segundo lugar, nada mal, Mei, — diz Kai, virando o resto da bebida como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— É, mas, infelizmente, empatei com aquele idiota, — resmungo, cruzando os braços.

— Bom, pelo jeito, sua noite vai ser incrível, — comenta Jing, lançando um olhar nada discreto para mim e Takashi. Antes que eu possa responder, ouço Takashi soltar uma risada, e meu rosto esquenta na hora.

— Vou pegar algo pra gente beber, — sussurra ele no meu ouvido.

Kai ri alto, me trazendo de volta à realidade.

— Um belo prêmio de consolação, Jiang Mei Ling.

Reviro os olhos, frustrada.

— Até você, Kai?

Ele só dá de ombros, rindo ainda mais.
Mas o riso não dura muito. Vejo as expressões de Kai e Yi Jing se transformarem em caretas, como se algo realmente desagradável tivesse acabado de acontecer. Nem preciso me virar para entender o motivo.

Daoming Si está entrando com seu grupo de amigos, menos Huaze Lei. Que ótimo, penso, sarcástica, enquanto tento ignorar sua presença.

Ele cruza o olhar comigo por um instante, mas não diz nada. Apenas segue em frente, como se eu não fosse digna da atenção dele.

— Aqui está sua bebida, — diz Takashi, entregando-me uma taça de champanhe.

— Obrigada, — respondo, retribuindo o sorriso enquanto seguro a taça.
Yi Jing, que nunca perde uma oportunidade, já está puxando Kai pela manga.

— Bem, eu e Kai vamos voltar para a pista de dança. Se divirtam! — diz ela, lançando um olhar suspeitamente sugestivo antes de arrastar Kai.

— Eles não são nada discretos — comenta Takashi.

— Não é da natureza deles — respondo, dando de ombros.

Takashi ri baixo ao meu lado. Com esses dois, a sutileza realmente não é uma opção.

— Você quer dançar? — pergunta Takashi.

Penso por um instante antes de concordar. Por que não? Não é todo dia que você tem alguém disposto a fazer sua noite valer a pena.

Seguimos até a pista de dança, e a música parece ainda mais alta ali. Começo a me mexer no ritmo enquanto Takashi me acompanha. Ele é bom nisso, confiante, e não demora para colocar a mão na minha cintura, guiando nossos movimentos.

Mas, como nada na minha vida pode ser simples, alguém esbarra nele, quase nos separando. Olho para ver quem foi, e, claro, é Daoming Si.

— Ah, mil perdões, não vi vocês aí— ele diz, com uma expressão tão falsa.

Se tem algo que eu tenho certeza, é que ele viu. E fez questão de esbarrar.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Jackson surge como um furacão.

— Ei, vamos jogar Verdade ou Desafio! — ele anuncia com um entusiasmo que não deixa espaço para argumentos.

— Espera, eu... — tento protestar, mas é inútil. Jackson já me puxa pelo braço, junto com Daoming Si, como se nossas opiniões não importassem.
Olho para trás e vejo Takashi nos seguindo.

Jackson nos leva para uma sala privada, onde algumas pessoas já estão reunidas em círculo, rindo e conversando. Solto um suspiro de alívio ao ver Kai e Yi Jing entre eles. Pelo menos não estou completamente perdida.

Me sento ao lado de Kai, e Takashi toma o lugar ao meu lado. Assim que todos se acomodam, Jackson, com sua energia incansável, começa a girar uma garrafa no centro do círculo.

Minha sorte, como sempre, é impecável: a garrafa para em mim.

— Verdade ou desafio, Mei? — pergunta Jackson, com um brilho ansioso nos olhos.

Eu nem penso muito. Verdade? Não. Não quero me expor, não quero abrir brechas.

— Desafio, — digo, tentando parecer confiante.

Jackson sorri, aquele tipo de sorriso que você sabe que não vai acabar bem. Ele finge pensar por um momento, mas o brilho malicioso nos olhos já entrega que a ideia está pronta.

— Eu desafio você a beijar ele. — Ele aponta diretamente para Daoming Si.

Minha mente trava por um instante...

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