𖤐 ˖࣪ ✉️004𝑬𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘊𝘢𝘳𝘵𝘢𝘴 𝘦 𝘙𝘰𝘴𝘢𝘴: 𝘜𝘮 𝘑𝘰𝘨𝘰 𝘗𝘦𝘳𝘪𝘨𝘰𝘴𝘰


Capítulo quatro.Entre cartas e rosas:um jogo perigoso.

❛ /Turn over the hour glass
The sand is falling down
Oh, it's too fast for you
For you/






▬▬▬▬Uma onda de emoções invadiu meu peito, e por mais que eu tentasse, não consegui disfarçar a raiva que borbulhava dentro de mim.

— O que você está fazendo aqui, Daoming Si? — perguntei, com raiva.

— Eu queria me desculpar pela maneira como agi ontem. Alguns eventos alteraram meu humor — ele disse.

— Bom, já pediu desculpas, pode ir embora. Um evento também está alterando meu humor e eu não quero ver ou falar com você — respondi. Eu geralmente não trato as pessoas assim, mas ele, desde o fundamental, me fazia agir dessa maneira inadequada.

Vi Daoming Si fazer um sinal, e algumas pessoas trouxeram flores. Algumas nem estavam na estação, e outras estavam em um vaso muito bonito. Eram minhas flores favoritas.

Eu mencionei isso uma vez, em uma conversa há muito tempo. Elas eram minhas favoritas porque meu pai me presenteou com elas. Não achei que ele se lembraria.

— Eu reconheço que fui um idiota, Mei Ling. Será que pode me perdoar só desta vez? — ele falou, com uma cara de tristeza que eu tinha certeza que era falsa.

— Só desta vez, Daoming Si. Da próxima, proibirei até sua entrada — falei, vendo-o fazer uma pequena comemoração. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele disse:

— Seu conselho deu certo. Fiz do jeito que você me instruiu e a Shancai me perdoou. Falei com ela mais cedo, e você precisava ver o rosto dela de surpresa. Acho que ela ficou tocada, até me deu um sorriso. Mei Ling, por favor, preciso de mais conselhos seus. — Daoming Si falou animado e continuou:

— Bom, será que você pode me ajudar todos os dias com meu progresso? Eu juro que, se me ajudar, pode me pedir qualquer coisa, qualquer coisa que desejar. — Ele praticamente implorava. E, infelizmente, não consegui recusar.

— Tudo bem, mas só darei conselhos quando estiver em uma hora livre durante o dia — falei.

— Acordo feito! Mas pode me pedir agora o que quiser — ele falou com expectativa na voz.

— Vou pensar e te digo, Daoming Si — respondi. Coisas assim precisam ser bem pensadas. Daoming Si concordou.

— Pode me dar mais um conselho, por favor? — ele perguntou. Com um suspiro de derrota, pedi para que me acompanhasse até a biblioteca. Subi uma pequena escada e peguei alguns ingressos que estavam sobre um livro que eu estava lendo.

Ao descer, pisei em falso e, antes de cair de cara no chão, Daoming Si me segurou.

O problema foi que meus lábios ficaram muito perto dos seus e, por pouco, não nos beijamos acidentalmente. Assim que olhamos um para o outro, ele me colocou no chão e nos separamos. O ouvi limpar a garganta, e minhas bochechas começaram a arder, provavelmente de vergonha.

— Esses ingressos são para um jantar em um restaurante um pouco diferenciado. O ponto é: passe a semana toda sendo gentil com a Shancai. Não seja bruto, nem com as pessoas ao redor dela. Na sexta-feira, invente uma desculpa de que você comprou os ingressos e, como não tinha muitas pessoas em mente, resolveu convidá-la. Prometa que valerá a pena. — O aconselhei, ignorando a situação que aconteceu momentos antes.

— Isso vai ser fácil — Se vangloriou Daoming Si. Com seu temperamento explosivo, eu definitivamente tinha minhas dúvidas.

— Só um instante — ele falou, atendendo o telefone. Pela animação, deveria ser um de seus amigos. Após terminar a ligação, ele se virou para mim, sorridente.

— Você ainda joga bridge? — ele perguntou.

— Não muito, mas acho que estou bem. Por quê? — perguntei, curiosa.

— Vamos jogar contra algumas pessoas daqui a uma hora. A pessoa que convidamos não poderá ir, e a única outra pessoa que sabe jogar bem, além de mim, Lei, Ximen e Mei Zuo, está em Paris no momento... — Ele falou, sem completar a frase.

— Então só restou eu — falei, cruzando os braços. Daoming Si fez um sinal afirmativo com a cabeça.

— Eu não sei, Daoming Si... — fui interrompida por ele.

— Vai ser divertido, Mei Ling. Eu prometo que vai valer a pena — ele falou, dando o seu melhor sorriso para me convencer. Mas por que eu sentia uma estranha sensação de déjà vu?

— Tudo bem — disse, me rendendo. Afinal, eu não tinha nada para fazer.

— Ótimo! Se importa se eu pedir para um dos meus assistentes trazer um smoking? — ele perguntou.

— Bem, eu tenho uma ideia melhor. Espere aqui — falei e subi para um dos quartos, mais especificamente o de Kai.

Ele e Yi Jing tinham alguns pertences aqui, já que vivíamos nos revezando para dormir na casa uns dos outros. Adentrei o closet e, após procurar, achei um que cairia perfeitamente em Daoming Si. Voltei até onde ele estava.

— Aqui está. É do meu amigo Kai, mas acho que vai servir e vai nos poupar tempo — disse, e ele me agradeceu. Chamei algumas pessoas para ajudá-lo. Subi para o meu quarto com algumas assistentes.

Ter algumas delas formadas em estética era muito útil, já que o horário era curto. Enquanto uma cuidava do meu cabelo, outra fazia minha maquiagem.

Pedi algo simples e assim fizeram. Escolhi um vestido azul royal, de cetim, com uma abertura nas costas. Quase pronta, escolhi uma bolsa clutch, perfeita para a ocasião.

Desci e vi que Daoming Si estava me esperando. O terno lhe caiu bem. Assim que percebeu minha presença, parecia que ia me dizer algo, mas se interrompeu e não disse nada.

— Vamos — disse, e ele concordou. Fiz menção de chamar o motorista, mas Daoming Si disse que com o carro dele seria mais rápido. E era verdade, porque a cada curva que ele fazia, eu sentia um vento na barriga. Chegamos ao lugar, Daoming Si abriu a porta e agradeci.

Ele me ofereceu educadamente seu braço, que prontamente aceitei. Meu eu de alguns anos atrás não acreditaria que estávamos compartilhando o mesmo ambiente por vontade própria.

Observei o local, um ambiente elegante. Já deveria saber que Daoming Si e seus amigos não iriam jogar em qualquer lugar.

Vi pessoas de várias nacionalidades. Fomos em direção ao restante do F4. Todos estavam muito bem arrumados, com algumas garotas ao redor, exceto Lei, que só estava bebericando um vinho enquanto observava ao redor.

— Olá, Si. Vejo que trouxe a outra jogadora, mas não imaginei que fosse uma tão bonita — disse Ximen, galanteador como sempre. Ele pegou minha mão e beijou em cumprimento. Sorri.

— Estratégia brilhante, Si. Vai desestabilizar o oponente — disse Meizuo.

— Olha, Mei Ling, também vou procurar conselhos amorosos, mas que conselhos devo pedir para quem está interessado na própria conselheira amorosa? — perguntou Meizuo.

— Agradeço pelos elogios, rapazes. E respondendo à sua pergunta, Meizuo, no momento a conselheira amorosa não está procurando o amor.

— Uma pena, agora quem disse foi Huaze Lei, e eu olhei surpresa.
— Parem de dar em cima da Mei Ling, ela veio nos ajudar hoje — disse Daoming Si, levantando uma sobrancelha. Ximen e Meizuo levantaram as mãos em rendição.

— Então, como funcionará? — perguntei, me referindo ao jogo de bridge.

Eles me contaram que a competição em que participaríamos não era tão comum, já que seria um grupo de cinco pessoas e cada pessoa jogaria com uma de outro grupo individualmente.

O grupo que mais ganhasse, venceria. Um sorteio foi feito para decidir os pares com quem jogaríamos. Vi meu parceiro de jogo, um coreano chamado Beom-Seok. Seu mandarim era muito bom e ele era bonito aos meus olhos.

Acho que ele pensava o mesmo, pois me deu uma piscadela e retribuí com um sorriso. Após a apresentação, um juiz veio até nossa mesa para dar início ao jogo. Tive que deixar de lado os pensamentos sobre o quão lindo era meu oponente.

Estudei as cartas em minhas mãos. O salão do clube estava silencioso, exceto pelo sussurro das conversas ao fundo e o tilintar das taças. Meu oponente deu um sorriso cativante, mas eu não me deixei distrair.

— Sua vez, senhorita — disse ele, com uma voz suave e um sotaque que agora era mais presente.

Olhei para a mesa e percebi que as cartas não estavam muito boas. As cartas não estavam a meu favor, Beom-Seok  o seu olhar parecia confiante. Mas eu não sou conhecida por recuar facilmente.

Joguei uma carta, calculando as probabilidades em minha mente. Beom-Seok arqueou uma sobrancelha, surpreso com minha a jogada. Mantive minha expressão impassível.

O sorriso do meu oponente desapareceu gradualmente à medida que eu ganhava terreno. Joguei, antecipando alguns dos movimentos dele.

Finalmente, fiz um lance ousado e, por fim, escutei o juiz me proclamar vencedora.

Observei o olhar de Beom-Seok. Ele parecia admirado. Retribui o sorriso, sentindo o calor da vitória.
Enquanto recolhiam as cartas, Beom-Seok estendeu a mão.

— Uma partida excelente, senhorita Mei Ling. Você é uma adversária à altura. — Apertei a mão dele, e ele pediu meu número, para caso eu resolvesse ir à Coreia, ele me daria um tour por Seul.
Vi que fui a última a terminar o jogo, quando notei os quatro me esperando.

Fui em direção a eles, mas fui interrompida por um puxão brusco em meu braço. Vi um senhor bêbado, quase na casa dos cinquenta, que mal se mantinha em pé.

— Olha, querida, que tal irmos a outro lugar, hum? — disse ele, apertando mais meu braço. Quando recusei, ele começou a ficar agressivo, mas sua mão foi tirada do meu braço bruscamente por Huaze Lei.

— Ela disse não — falou ele, ficando um pouco à minha frente. Mas não deu tempo para o senhor falar mais nada, pois Daoming Si apareceu e o socou no rosto, o fazendo desmaiar.

— Tirem essa escória daqui — falou Daoming Si, com raiva.

— Você está bem? — perguntaram Daoming Si e Huaze Lei ao mesmo tempo. Eu disse que sim. Daoming Si veio na minha direção, pegando cuidadosamente o braço que estava sendo apertado. Estava um pouco vermelho e, assim que ele viu, trincou a mandíbula, mas rapidamente o tranquilizei.

— Eu estou bem, só está vermelho.

— Eu deveria ter arrancado o braço dele — ele falou, com a voz cheia de ódio.
O tranquilizei novamente. Eu sabia que ele não estava brincando. Daoming Si sempre foi de certa forma protetor com os amigos dele.

Lembrei que no fundamental ele fez algo semelhante com um garoto que estava me perturbando. Ele não arrancou o braço do garoto, apenas quebrou.

— Não vamos deixar que esse acontecimento estrague nossa vitória. Aposto que todos vocês também venceram — falei, tentando deixar o clima mais leve. Apesar de estar um pouco assustada com a situação e quase desesperar minutos antes, decidi não deixar isso estragar minha vitória. Vi Ximen e Meizuo voltando.

Eles instruíram os seguranças onde deixar o corpo desmaiado. Não quis saber onde foi jogado.

Após confirmarem que eu estava bem, os vencedores foram anunciados e, sem surpresa nenhuma, vencemos. Decidimos tirar uma foto em comemoração e festejamos o restante da noite. Foi muito divertido.

Nos reunimos em uma mesa reservada com algumas bebidas para comemorar. Ri das piadas de Ximen e Meizuo e das tentativas de provocar Daoming Si, que resultaram em ameaças de um soco no rosto.

— Bom, acho que já está muito tarde. Vou levar Mei Ling para casa. Acho que ela já está bêbada o suficiente — disse Daoming, mas só consegui gargalhar do que ele falou.

Me despedi dos outros, mas minha voz saiu arrastada. Daoming Si me ajudou a entrar no carro, e deixei a escuridão me levar.

[...]

Assim que chego à casa de Mei Ling, olho para o lado e vejo sua forma adormecida. Tento acordá-la, mas não funciona; só escuto alguns resmungos incompreensíveis vindo dela. Saio do carro e, ao abrir a porta para Mei Ling descer, percebo que ela não consegue ficar de pé.

Então, a pego no colo, estilo noiva. Quando a empregada abre a porta, ela diz que vai chamar um dos seguranças para levar Mei Ling até o seu quarto, mas dispenso e apenas peço para ser guiado até lá.

Subo as escadas com Mei Ling nos braços, seguindo a empregada até um dos quartos no final do corredor, que presumo ser o dela. Assim que entramos, a levo até a cama. Mei Ling prende os braços ao redor do meu pescoço, e eu sussurro:

— Você tem que me soltar, Mei Ling — falo em um tom baixo. Ela abre os olhos lentamente.

— Daoming Si, obrigada por me defender. Foi muito divertido, e eu também me diverti no clube. Vou me empenhar para que você possa conquistar Shancai. E quem sabe você não me convida para o seu casamento no futuro? Vou logo avisando, Daoming Si, que não aceito menos que a primeira fileira — sua fala é arrastada.

Ela tira os braços ao redor do meu pescoço, mas agarra meu colarinho.

— Eu não estou brincando. Eu farei esse casamento acontecer, e não aceito menos que a primeira fileira — fala de forma ameaçadora, e eu dou um sorriso. Mei Ling solta meu colarinho e volta a dormir.

A acomodo na cama, tiro seus sapatos e a cubro com o edredom. Antes de sair, olho para ela e sussurro:

— Obrigado, Mei Ling.

Escuto um resmungo incompreensível e saio do quarto, para não perturbar seu sono. Ela continua sendo uma boa amiga, penso antes de entrar no carro e ir direto para casa.

[...]

—Como assim, Mei Ling? Tudo isso aconteceu em um domingo? — perguntou Yi Jing, incrédula.

— E eu achando que tinha me divertido ontem — Kai provocou com um sorriso travesso.

— Mas voltando ao seu beijo com Daoming Si — disse Yi Jing, animada.

— Não foi um beijo, foi um "não beijo" acidental — corrigi, mas ela ignorou minha tentativa de minimizar o acontecido.

Enquanto olhava ao redor, percebi que desde minha chegada à universidade, mais pessoas do que o normal vinham até mim pedindo conselhos amorosos. Outras cochichavam sobre mim enquanto eu passava pelos corredores.

Um grupo de garotas me observava de forma nada discreta enquanto conversavam.

— Vocês não notaram algo estranho na universidade hoje? Parece que está mais agitada do que o normal — comentei.

— Ah, você não sabe, Mei Ling? Você é o assunto do momento. Sua foto na comemoração do bridge com o F4 viralizou. As pessoas estão comentando muito — explicou Yi Jing, e isso explicava muita coisa, como o motivo de eu me sentir vigiada a manhã toda.

Passei a manhã me arrastando entre as aulas, lutando contra uma dor de cabeça. Coloquei meus óculos de sol para aliviar o incômodo da luz. Jurei que nunca mais beberia daquele jeito.

Enquanto caminhava pelo corredor, dei de cara com Suyin. Quase me esqueci dela, mas ao vê-la, me lembrei da nossa conversa anterior. Fui até ela e perguntei se ainda precisava da minha ajuda.

— Sim, por favor, Mei Ling — respondeu Suyin, com aquele olhar tímido que eu já conhecia.

A acompanhei até um canto mais reservado e escutei atentamente enquanto ela começava a desabafar.

— Estou apaixonada pelo meu veterano, mas... sinto tanta vergonha de me declarar para ele — começou ela, hesitante. — Ele deu alguns sinais de que também pode gostar de mim, mas fico muito nervosa.

Algumas semanas atrás, simplesmente fugi dele porque fiquei com medo. Desde então, tenho evitado encontrá-lo.

O tom triste na voz de Suyin era palpável. Pude sentir sua insegurança e o medo de cometer um erro.

— Agora não sei o que fazer, Mei Ling. Ele deve achar que não estou interessada nele. Nunca estive em um relacionamento antes e sou péssima com as pessoas — completou, com os olhos cheios de preocupação.

Parei por um momento, pensando em como poderia a ajudar. Precisava ser honesta, algo que realmente a ajudasse.

— Suyin, a primeira coisa que você precisa saber é que ele pode estar tão nervoso quanto você — comecei. — Às vezes, as pessoas que parecem confiantes também ficam inseguras, principalmente quando se trata de sentimentos.

Se ele deu sinais de que gosta de você, é muito provável que esteja esperando uma atitude sua.

Suyin olhou para mim, com um brilho de esperança começando a surgir em seus olhos.

— Mas, e se eu cometer um erro? E se ele não sentir o mesmo? — perguntou ela, um pouco hesitante.

— Olha, se você não tentar, nunca vai saber. E se ele não sentir o mesmo, pelo menos terá a certeza de que tentou — respondi, a encorajando.

— Que tal escrever uma carta para ele? Pode ser uma forma mais tranquila de expressar seus sentimentos. Diga a verdade, como você se sente em relação a ele e que suas ações anteriores não foram por falta de interesse, mas por timidez.

Os olhos de Suyin brilharam com a ideia.

— Uma carta... nunca pensei nisso — disse ela, visivelmente aliviada. — Acho que pode funcionar.

— Tenho certeza que sim. E lembre-se, seja honesta e clara. Não tenha medo de mostrar quem você realmente é — concluí, dando um pequeno sorriso. Suyin me agradeceu várias vezes antes de sair.

Olhei para o relógio e percebi que era hora do almoço. Como não tomei café da manhã, decidi comer algo saudável. Recebi uma mensagem de Yi Jing avisando que ela e Kai já estavam esperando por mim.

Fui para o refeitório, que estava lotado, e entrei na fila. Quando chegou a minha vez, pedi uma salada com frango desfiado e um chá gelado.

Procurei por Yi Jing e Kai e os encontrei em uma mesa um pouco maior. Me lembrei do mau humor de Kai mais cedo, o que provavelmente afastou outras pessoas de se sentarem ali.

— O refeitório está lotado hoje — comentei ao me sentar.

— Sim, quase não achamos uma mesa — respondeu Yi Jing antes de colocar um pedaço de temaki na boca. Ela realmente ama comida japonesa. Comemos em um silêncio confortável, ignorando o ruído ao nosso redor.

— Podemos nos sentar aqui? — perguntou uma voz conhecida. Olhei e vi Ximen, Huaze Lei e Meizuo. Eles tinham apenas bebidas nas mãos, provavelmente querendo um lugar para se sentar.

— Claro, podem sim — disse Yi Jing, animada. Os três agradeceram e se sentaram. Ximen e Huaze Lei ficaram ao meu lado e de Kai, enquanto Meizuo se sentou ao lado de Yi Jing.

— Que falta de educação a nossa, eu sou Meizuo — disse ele, se apresentando, seguido por Ximen e Huaze Lei.

— Eu sou Kai Huang, mas prefiro apenas Kai — disse Kai, com um tom nada animador. Não era para menos, já que ele festejou desde sábado e só chegou em Xangai ontem à noite.

Aposto que o senhor Huang o fez vir para a universidade mesmo assim.

Yi Jing também se apresentou, mas diferente de Kai, parecia apenas um pouco cansada.

— Soube que Mei Ling se juntou a vocês no bridge ontem — comentou Yi Jing.

— Sim, Mei Ling foi de grande ajuda ontem. Sem ela, não poderíamos ter competido — disse Ximen.

— E nem ganhado — completei, fazendo-os rir e concordar. O que não era bem verdade; eles poderiam ter ganhado sem mim.

Senti um peso no meu ombro e vi Kai apoiando a cabeça ali. Ele colocou seus óculos escuros, provavelmente por causa da claridade, e adormeceu.

— Desculpem pelo nosso amigo, ele e Yi Jing realmente comemoraram muito — expliquei, vendo um olhar curioso dos três. Dei um sinal para Yi Jing contar, já que ela estava ansiosa para isso.

Ela explicou de forma animada como festejaram em Xangai e depois em Seul, só voltando ontem à noite.

— Nossa, da próxima vez que fizerem uma festa, nos convidem — disse Meizuo, com os olhos brilhando de admiração.

— Pode deixar — respondeu Yi Jing. Deus, nem posso imaginar o que pode acontecer.

Conversamos por um tempo até que Daoming Si apareceu com mais duas pessoas. Uma delas era Dong Shancai, e o outro era um garoto agitado que eu não conhecia.

— Podemos nos sentar aqui, algum problema? — perguntou Daoming Si, e negamos. Demos espaço, e acordei Kai para que ele pudesse se mover. Ele resmungou sobre procurar outro lugar, mas voltou a descansar a cabeça no meu ombro.

Vi o olhar questionador de Daoming Si e apresentei Kai e Yi Jing.
Mais tarde, descobri que o amigo de Shancai se chamava Qing He.

Shancai parecia um pouco tímida, o que era compreensível, já que estava com estranhos. Notei que ela olhava muito para Huaze Lei, que estava conversando com Yi Jing sobre violinos, já que ela tocava desde pequena como hobby. Daoming Si observava Shancai com um sorriso, enquanto ela parecia um pouco incomodada.

— Ei, acho que te conheço — disse Qing He, virando-se para mim, animado. Escutei Kai murmurar "que novidade" e dei um leve beliscão nele.

— Sim, você é Jiang Mei Ling, a deusa da administração e a conselheira amorosa — disse Qing He, um pouco rápido demais, ficando envergonhado após a fala.Sorri para ele e o vi se engasgar com a bebida.

Daoming Si rapidamente o ajudou, dando alguns tapas nas costas que pareceram um pouco fortes demais, pelo som. Fiquei um pouco preocupada.

— Não precisa se desculpar, Qing He — disse quando ele pediu desculpas, vendo-o ficar aliviado.

— Dong Shancai, você é famosa. Assisti ao vídeo em que você chuta o rosto de Daoming Si e preciso dizer que achei impressionante — disse Kai, sem filtro algum. Após a fala de Kai, vi Daoming Si mudar sua expressão para pura raiva.

Ele apertou o punho sobre a mesa até seus dedos ficarem brancos. Olhei para Kai, que não parecia nem um pouco intimidado.

Pelo contrário, ele abriu um sorriso provocador. Esse era o momento para evitar uma briga. Dei um sinal para Yi Jing, e rapidamente demos uma desculpa para sair.

[...]

Após o término das aulas, voltei para casa. Cansada, fui até uma das salas de estar e pedi um chá para relaxar. Endireitei-me ao ver minha mãe entrar. Pelo olhar dela, senti o sangue congelar nas veias.


















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