02| 𝐀𝗣𝗢𝗟𝗢𝗚𝗜𝗭𝗘
"𝑻𝑜𝑑𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑎. 𝑵𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑚𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑜𝑎."
Amerie's pov:
── Prontos? Lutem! ── Sensei Lawrence disse, fazendo dois garotos começarem a lutar
── Ei, vocês só estão atacando. ── Se virou para Johnny ── Você não ensina defesa?
── A melhor defesa é mais ataque! ── Um dos garotos disse, antes de levar alguns chutes, caindo no chão.
── Eita. Por que tem uma pedra no meio do seu dojo?
Em alguns segundos, estava Sam e Demitri se rodeando, esperando o momento de contra-atacar.
── Lutem! ── continuaram com o movimento ── Muito bom... Continuem se circulando.
Eu olhei para o loiro ao meu lado, ele parecia tão indignado quanto eu.
── Não antecipem, fiquem focados.
── Façam alguma coisa! Que palhaçada é esta?
── Não é assim que funciona. Um de nós tem que ser provocado. ── O sensei jogou uma latinha nele
── Agora se sente provocado?
Em um piscar de olhos, limpavamos os carros, enquanto o senhor LaRusso dava ás ordens.
Estava ao lado de Sam, que as vezes me olhava de canto de olho.
Eu suspirei, sem paciência.
── Quer falar algo?
── Não. Você quer? ── indagou e eu olhei em volta
── Eu não quero que fique esse clima estranho entre a gente.── Murmuro, e pude ver seus olhos transparecerem confusão e surpresa.── Eu peço desculpas por tudo o que eu fiz no passado. Eu era uma adolescente raivosa, e... 'Tava passando por um momento difícil.
── Eu sei, mas, ainda não consigo confiar em você.
── Não quero que confie, só quero que possamos tentar não sermos inimigas.── Franziu o cenho e eu dei um sorriso pequeno ── Eu não me sentiria bem de continuar te odiando, ou sabendo que você me odeia.
Ela apenas desviou o olhar, e eu suspirei, sabendo que não seria fácil.
── Precisamos limpar os carros.
── Poderiamos pelo menos conversar mais tarde? ── Pergunto
── Não tenho nada pra conversar com você. ── Engoli em seco, abaixando meu olhar, apenas sussurrei um "Tudo bem." e continuei limpando.
Já estava de noite, Daniel me trouxe até casa, já que moravámos lado a lado.
Quando passei pela porta, ouvi um alarme disparar, mas não era de casa, e sim, da casa dos Larusso.
── Mãe? ── chamei, ela saiu da cozinha, me fitando
── Oi meu bem. ── sorriu
── Ah, você não ia na casa do Daniel? ── Ela assentiu, murmurando algo como "Vamos."
Andamos até a casa ao lado, e nem percebi quando Adelaine nos seguiu.
Minhas mãos suavam, por mais que eu estivesse bem com Daniel, eu não sabia como Amanda ou Anthony reagiriam.
Mamãe bateu na porta, ouvimos um barulho de conversa lá dentro, como se discutissem quem iria abrir a porta.
Quando a porta finalmente abriu, revelou a imagem de um adolescente, olhando atentamente para o celular, ele parecia nem ligar para a nós.
Entramos, e ele moveu o olhar entre nós três.
Seu corpo inteiro travou, e o meu também.
── Filho! Quem está aí? ── Amanda indagou, o menino continuou paralisado
Olhei para seu braço, vendo a pulseira amarela alí, sorri, enquanto o mesmo olhava a puldeira azul em meu pulso.
── Você... Cresceu. ── Digo, ele sorriu timidamente ── O que aconteceu com você?'
Ele revirou os olhos ── Se chama puberdade.
Apenas abri meus braços, vendo o mesmo se acomodar neles, em um abraço apertado.
Seu cabelos faziam cocegas em meu ombro, já que, ele estava quase do mesmo tamanho que eu.
Amanda e Daniel entraram no local, ao mesmo tempo que Anthony se afastou.
A mulher me olhou, não sabia o que tinha no seu olhar.
Me abraçou delicadamente, sorrindo.
── Que bom te ver, querida.
Assenti, ainda sorrindo. ── Queria ver como vocês estavam.
Em pouco tempo, estavam minha mãe, Amanda e Daniel conversando na cozinha.
Enquanto eu observava Adelaine e Anthony conversarem.
Suspirei, sabendo que precisava fazer algo.
── Ah, senhora LaRusso. ── a chamei e ela moveu seus olhos para mim, ainda com aquele sorriso ── Onde a Sam está?
Todos da mesa se entreolharam, e Daniel sorriu.
── Está no quarto, você sabe onde fica.
Concordei, subindo as escadas.
Parei em frente á porta de seu quarto, levantei uma de minhas mãos, logo bati levemente.
── Pode entrar. ── ela disse alto o suficiente, que desse para ouvir do outro lado da porta
Abri a porta, ainda com vergonha.
A morena parecia congelada, eu apenas fiz um gesto com a mão, como 'Podemos conversar?'
Se levantou, vindo até mim. ── O que você quer?
── Conversar.
Segurou minha mão, descendo as escadas comigo, no inicio, achei que ela queria me expulsar, mas não, apenas me levou até o jardim.
── Pronto.
Respirei fundo ── Queria esclarecer que eu quero tentar mudar, tentar se reconciliar.
── Nada que você faça pode trazer aquele garoto de volta.
── Foi um acidente. Você sabe disso. ── podia sentir meus olhos lacrimejarem
── Um acidente ? Você machucou ele, e ainda me machucou! ── Sua voz parecia quebrada
── Você não entende, eu 'tava fora de mim. ── Formou um nó em minha garganta ── Toda noite, eu tenho pesadelos com aquilo. A cena se repete na minha cabeça, várias e várias vezes. E, toda vez que eu fecho os olhos, eu vejo o rosto dele.
Uma lágrima desceu pela minha bochecha.
── Eu acordo toda madrugada soando frio, sentindo um aperto no peito, isso quando eu durmo. Você não sabe o quanto essa sensação é desagradável, a sensação de ter sangue nas mãos, o pior: sentir que ele está a todo momento na minha cabeça, sussurrando coisas terriveis. Ser chamada de assassina, sentir o gosto amargo em minha boca. ── Murmurei, quase inaldível devido ás lágrimas ── Sentir que um erro seu nunca vai ser esquecido.
Senti tudo desmoronar, eu chorava. Observei a garota na minha frente me acompanhar.
── Eu fui uma pessima amiga. ── Sua voz ecoou pela minha cabeça ── Eu aceito as suas desculpas, e... Me desculpa.
Sussurrei um "Tudo bem", enquanto nos abraçavámos.
Meu corpo relaxou com o toque, sorri abertamente.
── Ainda vamos ser amigas? ── Indagou
── Sim, vamos ser amigas.
Estávamos dentro do carro de Samantha, depois de sairmos do dojô, ela me chamou, alegando que tinha que fazer algo importante.
De início ela não queria me dizer o que iria fazer, mas acabou me contando.
Sam conversava com Miguel por ligação, enquanto eu apenas fazia desenhos aleatórios na sola do meu sapato.
Fiz um tipo de estrela, a conectando com outras duas.
── Temos que tentar de tudo, não importa o quanto difícil seja. ── a garota ao meu lado declara, ainda no telefone. Ela olhava para frente, e de longe, consegui ver um garoto andando de skate. Miguel disse algo como "Beleza" antes dos dois falarem tchau.
Saímos do carro e então notei melhor o garoto.
── Robby. ── Sam se aproxima
O Keene para, nos olhando.
── Prescott. ── me olha curioso, aceno timidamente
── Quanto tempo, deve ter sentido saudade das vezes que apanhou pra mim. ── sorri para ele, que revirou os olhos
── Claro, vai sonhando. ── A LaRusso olhou para nós dois, como se me perguntasse: "Tudo bem?" Assenti e ela abriu a boca
── Vinha aqui todo dia depois que fugiu, torcendo para te achar.
── O quê que você quer?
── Eu fiquei muito brava com você, pelo o que aconteceu na escola. Mas, eu juro, que nunca parei de me importar com você. ── Declarou
── Nem com o Miguel.
── Eu sei. Achei que tinha acabado, mas, era complicado.
── Não tem nada de complicado nisso, foi uma decisão que você tomou.── suspirei
── Tem razão ── fez uma pausa ── mas não significa que você tem que tomar a decisão errada. Você é uma boa pessoa. O meu pai sabe disso, o seu pai sabe disso.
── O meu pai também tinha uma escolha, e decidiu se tornar um fracassado bêbado que ainda não deu um jeito na própria vida. E agora, quer voltar atrás para se sentir melhor com ele mesmo? Isso não vai rolar.
── Por favor. ── suplicou ── O seu pai 'Tá tentando mudar, o meu também. Se você voltar, vai poder ajudar á unir todo mundo. É só isso o que eu quero.
Suspirou ── Então eu acho que vou ser a primeira pessoa a te dizer uma coisa: Você não vai conseguir o que quer.
── Beleza, só lembra disso, 'Tá? Foi decisão sua.── ele apenas fez um gesto com a cabeça, saindo de perto.
Entramos no carro novamente, ── Esse garoto é um idiota.
𝗡𝑶𝗧𝑬𝗦!
001' Desculpem pelos erros ortográficos.
002' Por mais que, a Amerie e a Sam tenham se resolvido muito rápido, ainda vai ter algumas intrigas entre elas! E a Amerie e o Robby NÃO eram amigos, e estavam longe de ser.
Vou aprofundar a relação da Amerie com os outros do dojô, no momento, eles ainda não se conhecem direito (a maioria).
003' Beijos da Camis!
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