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. *°. ✿ ೃ 🏮#ALONE#🏮˚♡ ⋆｡˚ ❀

[Cute 🌸]

❝ ━ Eu serei a sua morte, a sua salvação, então apenas me deixe te carregar!❞

[ :🌷: ]. Nome do personagem: Alone ("Hades").

[ :🎡: ]. Anime que se encontra: Saint Seiya: The Lost Canvas.

[ :🌟: ]. Quantidade de palavras: 11.068 palavras.

[ :🍨: ]. Dia postado: 08-10-2023.

[ :🐝: ]. Dedicado a: Pessoa que está lendo ❤.

[ :🌻: ]. Autora: Menina_Otaku_S2.

[ :☔: ]. Pedido feito por: Kill_The-Bee.

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˖ 🎀 ᝬWARNING 𖦹 ˖࣪،̲Ꮺ !

Todos os direitos desse capítulo são meus. Ele foi criado conforme uma ideia minha, logo, tenho direito de proibir qualquer um que faça cópia de sua escrita ou estilo. Ou seja, NÃO PERMITO INSPIRAÇÕES OU CÓPIAS DELE!

Por favor, não façam isso. Plágio é crime!

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𓏲 ָֹ⌗🌷.MUSIC.🌷៹✦͘˖

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𓄹 ۬﹢ Liana Flores ─ Rises The Moon › ᥫ᭡

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https://youtu.be/4ulbaSwsfKU

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Caso tiver algo que não gostou no capítulo, eu sinto muito! (^._.^)ﾉ

E sinto muito caso houver erros de escrita!

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✨🏮.{UNBREAKABLE RED}.🏮✨
[PARA MAIORES DE 15 ANOS]

A guerra fascina a imoralidade, pulveriza a compaixão e mancha as terras de sangue arrancado à força dos cavaleiros. Essa situação é tão fantasiosa e degradante que nem parecia possível, como isso ainda não teria feito a terra ser destruída em milhões de pedaços? Isso era um dos seus argumentos mais repetitivos atualmente. Afinal, a sua terra estava em paz, e não deveria estar acontecendo pelo planeta inteiro caso houvesse essa guerra? Então não acreditava em bobagens tão insanas e desgastantes.

Esses eram os pensamentos da jovem [Seu Nome e Sobrenome], uma bela garota de 13 anos que vivia num orfanato junto dos seus irmãos de consideração. Nesse local em específico havia três pessoas que se destacavam no seu círculo de amizade, eram eles... Sasha, uma jovem gentil e sonhadora, com certeza considerada a sua melhor amiga. Tenma, um menino "cabeçudo" e um tanto impulsivo, mas que ainda sim, tem um enorme coração e senso de justiça. E Alone que é o último que considera ser mais próximo da sua pessoa, e não é à toa, pois foi a pessoa que sempre esteve contigo e apoiou-te nos piores momentos. Inclusive no dia que Sasha foi adotada e retirada dos seus braços.

No dia que se separou dela, lembra fielmente que Alone se sentou na beirada da sua cama e deixou-lhe repousar a cabeça nas suas coxas enquanto se mantinha fazendo cafuné nos seus cabelos. Chorou muito de tristeza pela situação, mas depois se sentiu extremamente culpada por ver como foi egoísta em receber toda a atenção e deixar Alone só, já que ele era o irmão da garota. E para "piorar", após longas horas foi até ele lhe pedir desculpas, e o que recebeu foi um carinho no rosto e um sorriso dele perguntando se estava melhor. Naquele momento em diante, foi inevitável não se apaixonar por aquele garoto da sua idade.

Nesse exato momento, estava colhendo algumas maçãs com Tenma, ele era a escada e você o pegador. Na realidade nem deveriam estar pegando aquelas maçãs, pois elas eram do Senhor Kelebh que vinha tentando cultivá-las há muitos meses para darem mais frutos nesse ano. No entanto, a fome gritava mais alto, então apesar dos riscos ainda desejavam enfiar os seus dentes naquela suculenta fruta rica em água.

─ AAaah! Você devia fazer uma dieta...! Que pesoOOooO! ─ Tenma falou em tom suplicante.

─ Não sou eu idiota, é esse balaio nas minhas costas quase lotado de maçãs! ─ Continuou arrancando do pé e verificando se estavam bichadas antes de jogar para o balaio preso por uma corda nas suas costas.

─ [Nome] já chega, temos o suficiente!

─ Tá bem tá bem! ─ Pula dos ombros dele conseguindo aterrissar de maneira correta no chão. ─ Vamos antes que o Senhor Kelebh nos veja!

Ele concordou com a cabeça, te ajudando a retirar o balaio das suas costas e colocando nas dele. Porém, nesse meio tempo ouviu um gemido de desprezo, arregalando os olhos ao ver o dono do local com uma enxada em mãos e olhá-los com os olhos cerrados ao longe.

─ VOCÊS DE NOVO SEUS PESTINHAS?!

─ Uhh! Falando no diabo!

─ CORRE TENMAAAA! ─ Agarrou a mão esquerda dele com a sua direta, e saiu correndo o máximo que podia. No começo ele estava se atrapalhando com os pés, mas segundos depois já se recuperou e conseguiu te ultrapassar e forçar a ir mais rápido ainda.

Essa correria ia durar um longo tempo, sabiam disso, afinal aquele homem tinha um carinho gigantesco pelas suas maçãs. O que não contavam é que no meio de sua fuga encontrariam Alone jogado no chão encolhido, segurando algo enquanto era apedrejado por outros dois moleques claramente enfurecidos.

─ É bom nos dar um ótimo motivo para não machucarmos você e esse pulguento!

─ ... ─ Na hora que o loiro foi se virar para olhá-los frente a frente acabou soltando um pouco o aperto dos braços, revelando um filhote de cachorro branco entre eles com uma expressão de cansaço. ─ Eu... Eu só tenho isso.

Comunicou retirando de dentro da sua pequena bolsa um frasco de tinta vermelha, estendendo na direção deles.

─ Tinta? O que espera que façamos com isso idiota?!

─ E-eu paguei muito por ela, se quiserem podem vendê-la pelo preço de mercado ou até pelo dobro do valor! Dará para comprar muitos pães e ainda sobra! S-só peço que deixem-no comigo, não o machuquem mais!

─ Hmm... ─ Ambos se entreolharam e deram um sorriso malandro. ─ Quem diria que um vira-lata desse renderia uma boa grana!

─ Pois é! Pode ficar com ele fracote, não temos mais interesse nesse bicho inútil!

Um dos garotos arrancou o frasco da mão de Alone, dando risadas histéricas e indo embora com o outro possivelmente para comprarem o que quisessem. Infelizmente ou felizmente, as risadas deles não iriam se estender mais por muito tempo, pois de repente eles escutam dois pares de sapatos batendo no chão e aproximando-se. E no momento que foram se virar apenas sentiram algo esmagando as suas faces e voando para trás até baterem de bunda no mesmo chão duro.

─ [N-Nome]! Tenma!

─ Desgraçados! Como ousam jogar pedra num cão?! ─ A garota esbraveja já rangendo os dentes. ─ Dupla de idiotas!

─ Uh...! Que diabos foi isso...?! ─ Ambos se levantaram do chão fazendo uma expressão de ódio para ela. ─ Que pirralha forte...!

─ O que raios uma garotinha está fazendo aqui na rua? Por acaso é a nova concubina que ouvi falar? ─ Ri e passa a língua entre os lábios. ─ Até que é bonitinha, deve dar pro gasto~.

─ ...DO QUE VOCÊ CHAMOU A MINHA AMIGA?! ─ Tenma soltou o balaio com as frutas e correu até o dito-cujo, o dando um soco na região do peito e agarrando o seu colarinho até ficar com o corpo inteiramente aéreo. ─ REPETE SEU BABACA!

─ Solta ele seu merda!

O amigo do que estava suspenso no ar tentou ir para cima de Tenma e fazê-lo soltá-lo, entretanto ainda com muita raiva arremessou o corpo dele até o outro, fazendo os dois novamente "voarem" para trás até caírem em cima de algumas caixas de madeira.

─ Tenma pare com isso! ─ Alone se levantou e tentou intervir através da discussão para ele parar.

─ Acaba com eles Tenmaaa! ─ Gritou com um grande sorriso no rosto.

─ [Nome]!

Enquanto Tenma batia nos dois, você correu até o exato local e pegou o frasco de Alone que eles deixaram cair, o colocando no bolso para devolver depois.

─ Que fique de lição para vocês! Se chamarem a minha amiga disso novamente... Vocês não terão mais dentes para sorrir! ─ Bateu no próprio punho mostrando sua expressão de raiva. ─ AGORA SAIAM DAQUI!

Mesmo contrariados correram para as suas casas de mãos vazias, pois não queriam voltar com o olho roxo, deixando apenas o trio de amigos e o filhote de cachorro para trás.

─ Tenma por que fez isso? ─ Agarrou o pulso dele e segurou com um pouco de força. ─ E você [Nome], por que deu um chute no rosto deles?

─ Eles mereceram!

─ Não diga isso Tenma! ─ Deu um olhar de reprovação, claramente não gostando de nada dito pelo mesmo.

─ [Nome]?

─ ...Eu só não queria te ver apanhando... ─ Se encolheu um pouco, olhando para o cãozinho que se aproximava da sua pessoa.

O cão por sua vez coloca as patas dianteiras em cima do pé de [Nome], inclinando a cabeça para cima e mostrando a língua balançando a cauda. Essa ação amoleceu o seu coração, que não aguentou e abaixou-se para segurá-lo no colo.

─ Que fofinho~!

No fundo, o loiro estava chateado com a situação, entretanto, ao te ver segurando tão delicadamente e deixando que o bichinho lambesse a sua bochecha fez o seu coração amolecer.

─ Enfim... Vamos para casa.

─ Ele pode vir com a gente? ─ Estendeu o cão para eles, vendo o seu rabinho branco balançar de um lado para o outro com a língua de fora.

─ [Nome] você pirou? Claro que--.

─ Claro, sempre tem espaço para mais um. ─ Antes que Tenma terminasse a frase Alone o interrompeu e afirmou a questão da menor.

─ Eeeebaaaa~~! ─ Saiu na frente deles com o novo integrante em mãos sorrindo docemente. ─ Pode deixar amiguinho, eu vou cuidar muito bem de você~!

─ Alone, você endoidou? ─ O garoto puxou o amigo pela ponta da manga com uma expressão confusa. ─ Não temos condições para mantermos mais um ser no orfanato!

─ ...Eu sei disso.

─ Então por que deixou que [Nome] mantivesse o filhote?

─ ... ─ Olhou de relance para ti caminhando, não conseguindo desgrudar o olhar do seu enorme sorriso.

─ Você vai dizer para ela deixar o cachorro! ─ Ele falava mas não parecia receber uma única fagulha de atenção do outro. ─ Alone você está me ouvindo?!

─ Ah! Hmm, es... Estou...

─ Uuuhhhhh...! ─ Tinha momentos que o garoto só queria bater a cabeça numa pedra e esquecer desses olhares que vocês dão um para o outro. ─ Vai agora lá dizer para ela que foi um erro dizer para ficar com o cachorro!

─ Mas... Não quero deixá-la triste.

─ Eu também não quero, mas é necessário! ─ Dá dois tapinhas no ombro dele. ─ Vai atrás dela, e não amarela em!

─ ...Certo. ─ Alone aumentou o passo até ficar ao seu lado. ─ [Nome].

─ Hm? Ah oi Alone!

─ É... ─ Te olhou no fundo dos olhos e sentiu-se mal por apenas pensar em destruir o seu belo sorriso com as suas palavras. Estendeu a mão e fez um cafuné na cabeça do bichinho. ─ Qual vai ser o nome dele?

─ Estava pensando em Petit! Mas se tiver alguma outra ideia eu quero ouvir!

─ Não hahah, Petit está bom.

Continuaram andando mostrando os dentes docemente um para o outro, enquanto Tenma ficou para trás também mostrando os dentes, no caso de tanta raiva.

─ UUUUH, EU DISSE PARA NÃO AMARELAAAR! ─ Bufou batendo os pés fortemente no chão. ─ Por que ninguém me escuta?!

[...]

Chegando no orfanato o adentra e posiciona o filhote em cima da sua cama, fazendo com que as outras crianças viessem vê-lo. Alone fica sentado em sua cama, e Tenma apenas larga a cesta de maçãs no chão e fica perto da porta.

─ Awwwn, que fofo~!

─ Ele é tão bonitinho~!

─ Irmã podemos ficar com ele, podemos? Por favooor~~!

Os três olharam-te com olhinhos de cachorro abandonado e juntando as duas mãos praticamente te suplicando para ficarem com o cão.

─ O Alone disse que podemos ficar com ele, não é mesmo?

─ Sim, eu disse sim.

─ Ebaaa~~!!!

─ Mas o Tenma não quer deixar.

O garoto de cabelo castanho engoliu em seco ao ver em seguida as três crianças olhando de forma estranha para ele. Tendo que dar alguns passos para trás, pois eles estavam se aproximando.

─ Por que não podemos ficar com ele Tenma?

─ ...E-eu queria que pudéssemos ficar com ele, mas desse jeito não vamos ter mais condições para nos manter!

─ Mas eu posso trabalhar mais na igreja para me darem um aumento.

─ Não [Nome] não inventa!

─ Não estou inventando, posso fazer isso sem problema nenhum.

Os olhares deles pioraram e o nervosismo dele só crescia.

─ Por favor não insistaaaaammm!

Saiu correndo para fugir da situação, o que foi em vão por conta das crianças terem ido correndo atrás dele e estarem fazendo o maior escarcéu. Você e Alone só ficaram rindo da situação.

─ Temos que ir.

─ Sim sim... Vou ter que levá-lo junto, porque não confio deixá-lo aqui a mercê da sorte.

─ Tudo bem, acho que não vão se importar de ter um filhote de cachorro pela igreja se não causar nenhuma confusão.

─ Uhum. ─ Pegou o cachorro e saiu ao lado do loiro para irem fazer as suas tarefas do dia para ganhar uma renda extra.

[...]

Hoje o local estava estranhamente movimentado, não entendia a razão de tantas pessoas estarem indo para lá e para cá, só imaginou que estavam confessando seus pecados para o padre, afinal pecadores é o que mais há atualmente.

─ Petit pode pegar a pazinha para mim? ─ Virou um pouco a cabeça confuso. ─ Você sabe, a conchinha pequenininha!

Ele virou-se e foi correndo aonde deixou as suas ferramentas, sorriu nervosa desejando que havia entendido o que tinha pedido.

─ Olá, bom dia.

─ Hm?! ─ Virou-se velozmente e quase deu de cara com um homem. ─ Uuuh...

Não conseguiu se conter, já reparou no seu longo cabelo loiro e os olhos semelhante a uma barra de ouro. Realmente tentou desviar o olhar dele, porém a sua silhueta fez-te cair de joelhos mentalmente de tamanho espanto perante sua beleza.

─ O-oi senhor, está perdido?

─ Não estou perdido.

Por alguns segundos viajou no tom de voz dele, também prestando muita atenção nas suas roupas e na sua expressão facial tão serena. De repente o padre da sua igreja saiu de trás do loiro carregando um semblante sorridente.

─ [Nome] eu estarei ocupado ajudando as outras irmãs em assuntos pendentes, eu gostaria de ajudá-lo, mas não irei conseguir. Peço que faça isso para mim.

─ Claro senhor Kushin... ─ Devia estar com uma expressão esquisita, pois o padre arregalou um pouco os olhos ao encarar-te.

─ Sabe quem é ele, certo?

─ É... ─ Fica com as bochechas vermelhas de vergonha ao vê-lo bater a mão no próprio rosto e o outro colocar a mão em frente a boca e rir do seu desempenho.

─ Como eu disse... O Padre Hypnos veio nos visitar para ver quais são nossas condições, estarei ocupado hoje então peço que faça isso no meu lugar...!

─ Padre Hypnos?! ─ Congelou ao perceber haver achado um padre atraente, instalando um sentimento de imundice automaticamente. ─ Uhf, mil perdões!

─ Tudo bem, não aconteceu nada de mais.

─ ...É muito gentil da sua parte não ter ficado ofendido Padre Hypnos, que evoluído! ─ Saiu de perto de vocês sorridente novamente.

─ ...Bem... Aonde o senhor quer ir primeiro Padre?

─ Por favor, não precisa tratar-me de maneira tão formal.

─ Uh?

─ Chame-me apenas de Hypnos, tudo bem? ─ Jogou a cabeça centímetros para o lado, sorrindo de lábios para ti. ─ Desse jeito não fica tão estranho.

─ Certo... Aonde quer ir primeiro Hypnos?

─ Eu quero saber, o que você faz aqui nessa igreja?

─ Ah... Eu cuido do jardim da igreja, sabe como é, cortar a grama, limpar os bancos, tratar dos bichinhos e plantar flores novas quando preciso...

─ E o que está fazendo hoje?

─ Eu tenho que plantar algumas flores nas laterais do caminho. ─ Se virou e encarou para aonde elas se encontravam. ─ Mas... Não faço ideia qual devia plantar aqui, são todas tão lindas.

─ ...Poderia ver quais seriam?

─ Claro.

Hypnos caminha até o canto que todas estavam ainda nos seus vasos, se abaixou um pouco e mesmo de costas para ti viu mexer nelas por conta do movimento dos seus braços. De repente ele vira-se com alguns vasos com flores pretas na mão, o que te assustou porque antes havia olhado para elas e não achou nenhuma flor completamente dessa coloração.

─ Que tal essas?

─ Nossa... Eu nunca vi uma flor tão escura antes...!

─ Conhece essa espécie de flor?

─ N-não, eu nunca vi.

─ É uma flor amor-perfeito.

─ Amor-perfeito? ─ Estendeu a sua mão tocando nas pétalas delas, sentia como se não fosse uma flor comum, pois parecia sentir leves descargas elétricas ao tocá-la. ─ É bem bonita...

─ Se quiser posso ajudar-te a plantá-las.

─ Nã-não! ─ Tapou a boca ao se sentir imprópria ao gritar com o padre daquela forma tão autoritária. ─ Digo...! Não se estresse com isso Hypnos.

─ Ah está tudo bem, não será estorvo algum.

Ia tentar mais uma vez impedi-lo, entretanto o homem já havia passado por ti e ido até o caminho que comentou anteriormente que elas deveriam ser plantadas.

─ Quanto de espaçamento quer entre elas?

─ É... Uns vinte centímetros de distância?

─ Tudo bem.

Lentamente foi se aproximando dele que já se abaixou até os seus joelhos ficarem de encontro com o chão, [Nome] carregava uma vergonha tremenda ao estar se comportando daquele jeito na presença de um padre, então respirou fundo e tentou agir como agia normalmente com os outros cidadãos.

─ É a primeira vez que o senhor--, digo... É a primeira vez que vem aqui Hypnos?

─ Não é minha primeira vez, já vim aqui outras vezes não faz muito tempo.

─ Entendi... Nunca te vi vagando pelos territórios da igreja. ─ Não estava olhando para ele, mas por alguma razão sentia um olhar penetrante em sua pele vindo dele. E estava tão concentrada nisso que tomou um susto ao ouvi-lo rir suavemente.

─ Sempre que eu vinha você não estava pelas redondezas, só uma vez que lhe vi de longe.

─ ...Sério?

─ Você estava fazendo a mesma coisa que agora, e do nada se virou para pegar um saco de esterco.

─ E-espera, não me diga que foi a vez--!

─ Só te vi erguê-lo muito rápido, se desequilibrar e cair com tudo de bunda no chão e coberta de esterco.

─ AAaAAaAAAahhHhhHHh...! Não queria lembrar-me disso...! ─ Largou as plantas que segurava e escondeu o próprio rosto com as suas mãos.

─ Se acalme não foi tão ruim quanto pensa.

─ Uuuhhh... Não sei não...

─ [Nome]...?

─ ...Hm?

─ Esse é o seu nome, certo?

─ Sim, é sim.

─ Sabe o significado da amor-perfeito?

─ É... Não faço ideia.

─ Assim como o nome diz elas são flores que remetem ao amor-perfeito, duradouro e cheio de sentimentos profundos.

─ Ah...

─ Antigamente havia homens que antes de saírem das suas casas para uma missão perigosa entregavam essas flores para suas amadas, dessa maneira inconscientemente elas tinham a esperança reforçada que eles voltariam e o seu amor nunca seria esquecido.

─ ...Nossa, que significado lindo! ─ Olhou para elas e fez um carinho nas suas pétalas. ─ Essa época devia ser tão romântica...

Ficaram um tempo em silêncio, estava concentrada nas flores e ele lentamente erguendo a cabeça para deixar claro que te encarava.

─ Você gostaria de ganhar uma dessas não é?

─ O-o quê?

─ Eu vi o brilho nos seus olhos enquanto te contava sobre ela.

─ A-ah... Brilho nos olhos? ─ Sem conseguir pensar direito viu o homem pegar uma muda já fora do vaso e lentamente levar até a frente do seu corpo. ─ ...Se-senhor Hypnos...

─ Já te falei que não precisa chamar-me disso.

Finalmente largou o olhar das flores e o encarou de volta. Não entendia como, porém os seus olhos prenderam-se no dele e não conseguia mais desvia-los, como se estivesse presa num sono profundo sem conseguir fazer nada.

Entretanto, em um momento inesperado Petit apareceu perto dos dois com a pazinha na boca, e por alguma razão largou o item e começou a rosnar. Ao perceber que o homem estava chegando perto da sua dona saiu correndo latindo até eles. E apenas parou de latir ao enfiar os seus dentes ainda de leite na mão esquerda do loiro, que apenas reagiu afastando o animal, largando as flores e se levantando do chão.

─ Hy-Hypnos! ─ [Nome] se levanta confusa, entendendo só após ver Petit ao lado rosnando e sangue escorrendo até pingarem no chão da mão do outro. ─ PETIT POR QUE FEZ ISSO?

Sem pensar agarrou a mão ferida dele com as suas examinado o sangramento, não parecia grave e que logo pararia de sangrar, no entanto, se sentiu mal por aquilo e responsável. Então retirou de dentro do bolso do seu vestido um pequeno pedaço de pano e da sua bolsa uma pequena jarra.

─ Relaxe, não foi nada. ─ Comentou segurando pelo pulso com a outra mão a sua mão machucada.

─ Por favor deixe-me cuidar disso...! ─ Petit continuou rosnando e pulou parecendo estar tentando morder o padre novamente, o que te estressou e te fez afastar Petit dando leves "sai para lá" nele com a ponta do pé. ─ Para Petit! Sai daqui sai!

Rapidamente tirou a rolha da jarra e derramou água abundantemente pelo ferimento, logo após pegando o pano e o dobrando para ficar menor ainda, até que conseguisse enrolar por toda a região da mão dele ferida e amarrar na ponta.

─ Me desculpa por não ter os remédios para aliviar a sua agonia... Espero que isso já ajude.

─ Não precisava ter feito isso.

─ É claro que eu precisava! Você se feriu por minha culpa! ─ Olhou feio para o cão que reagiu colocando a cauda entre as duas pernas traseiras. ─ Petit isso foi muito errado!

─ Que barulheira é essa vindo daqui?!

─ AAH! ─ Quase teve um infarto ao ver Padre Kushin se aproximando e fazendo uma expressão de susto cada vez pior ao ir se aproximando.

─ Mas o que é isso?! Padre Hypnos a sua mão--...! ─ Sem que o outro conseguisse dizer algo naquela hora ele se vira para ti apontando bem para o seu rosto, e dava de perceber conter raiva nos seus olhos com toda certeza. ─ [Nome] você me disse que esse cão era manso, COMO ME EXPLICA ISSO?!

─ E-eu... Petit é manso, eu também não sei o que deu nele!

Já sentia as lágrimas descendo dos seus olhos com aquela gritaria, nessas horas desejava poder sair correndo e não voltar mais para aquele local. Entretanto, antes de conseguir dizer algo em meio aos gritos de Kushin o outro padre intervém fazendo um sinal de "basta" para ele, o que o fez se calar na hora.

─ Está tudo bem, eu mereci isso.

─ Hm?

─ Ah?

─ Estava passando a mão na barriga de Petit e [Nome] me pediu para parar, pois ele não gosta disso, bem acabei não ouvindo e tive as minhas consequências. Pare de gritar, isso me deixa incomodado.

─ Ah... Compreendo, desculpe-me pelo engano.

─ Só peço que tenha certeza de algo antes de punir alguém por conta daquilo. ─ Em meio ao diálogo dos dois, se encontrava perdida em seus pensamentos. Por que ele tinha mentido sobre o ocorrido? Era para fazer com que Kushin não te punisse pela ação de Petit? Mas por que faria isso? As dúvidas consumiam sua mente.

─ E-eu estou livre agora Padre Hypnos... Gostaria que te levasse pela igreja? Podemos conversar bastante sobre a vida e--...!

─ Agradeço o convite, mas já deu a minha hora. ─ Virou de costas para ele e te olhou com um leve sorriso nos lábios. ─ Obrigado por mostrar-me o jardim, é muito acolhedor e bem cuidado, está de parabéns.

─ ...O-obrigada.

─ ...Irei acompanhar o senhor até a saída.

Parada no mesmo lugar viu os dois se afastarem te deixando sozinha junto do cachorrinho branco. Olhou para as flores de amor-perfeito manchadas de sangue e engoliu em seco, abaixou-se para pegá-las e as colocou dentro de um pote de vidro que estava dentro da sua bolsa. Não sabia o motivo, simplesmente sentia que por alguma razão elas seriam importantes em algum instante.

[...]

Depois do seu turno terminar e o sol já estar se pondo resolveu voltar para casa, afinal o seu dia foi demasiado cheio para poucas horas. No meio do caminho passou por perto do caminho cercado de árvores, passava por ele todos os dias, mas sentia estar diferente naquele dia. Foi quando sem aviso Tenma aparece descendo aquele morro.

─ Tenma?

─ [Nome]!

─ Vá devagar você pode cair! ─ Quanto mais ele se aproximava conseguia ver que aparentava estar carregando alguém em suas costas. ─ Quem é esse nas suas costas?!

─ U-uhh...! Cuidado [Nome]!

Forçou a visão para identificar o dito-cujo e sentiu falta de ar ao ver um couro cabeludo loiro se aproximando. Não se aguentou e correu até onde o garoto estava e olhou sobre os seus ombros para garantir que não havia se enganado, e infelizmente era sim Alone adormecido nas sua"s costas.

─ O que aconteceu?

─ Não sei, eu só estranhei que não tinha o visto e vi terem pegadas vindo lá de cima, e quando fui ver ele estava sentado escorado inconsciente numa árvore!

─ Meu senhor...! ─ Deu uma olhada geral de longe nele. ─ Não parece ter ferimentos externos, mas precisamos levá-lo para o orfanato agora!

─ Então vamos logo!

Mesmo ambos cansados correram como nunca na vida e com os corações a mil, a preocupação comia as suas energias, mas ainda sim não queriam que o estado do jovem piorasse por simplesmente falta de esforço deles.

[...]

O tempo inteiro ficou de mãos dadas com Alone após deixá-lo na cama e examina-lo com cuidado para ter certeza que não esqueceu de nada. Se sentia extremamente aflita por anteriormente ter uma discussão com Tenma, e o motivo era simples. Um alerta de desmoronamento e enchente foi soado por todo o território, no entanto, apenas quem está dentro dos muros considerados "importantes" foram mantidos lá protegidos, não se importando com alguns civis e principalmente com o orfanato de vocês. Tenma teve um ataque de fúria e quis falar com o pessoal de lá, mas você insistiu ser muito perigoso, o que no final das contas não mudou nada, pois ainda sim o garoto saiu do local.

─ [Nome] estou com medo... ─ Caro chegou perto da sua pessoa e segurou o seu outro braço.

─ Está com medo? ─ Olhou para os outros e reparou que todos mantinham um semblante de nervosismo e apreensão, mãos juntas sem conseguir manter o olhar em um ponto fixo. ─ ...Vocês também estão meninas?

Antes de conseguir dizer mais alguma coisa sentiu um leve aperto na sua mão, e não era a que Caro mantinha ainda agarrada. Virou a cabeça bruscamente para olhar os olhos semiabertos do loiro trazendo junto uma alegria imensa para ti.

─ Alone! ─ Afastou o menininho e pulou sobre o corpo do outro, que levou os braços fracos até ti para te retribuir o gesto.

─ Alone está bem!

─ Ficamos tão preocupados... ─ Maria enxugou as lágrimas com um paninho que carregava consigo tentando não chorar mais.

─ Ainda bem que acordou! ─ Anna por outro lado continuou mostrando seus sentimentos agora de alívio.

─ ...O que aconteceu? Onde está Tenma?

─ ...É uma longa história, mas Tenma saiu para falar com as pessoas da cidade para nos deixar entrar no seu território por conta da enchente e do desmoronamento que podem acontecer a qualquer momento!

─ E ele foi lá mesmo assim?! ─ Por ter falado mais alto que o costume sentiu uma pontada na cabeça, repousando a mão na região para tentar diminuir a dor.

─ Sim... ─ Ao repensar se sentiu culpada pelo ocorrido, franzindo as sobrancelhas e levantando da cama. ─ Eu vou atrás dele!

─ O quê? ─ As meninas questionaram em conjunto.

─ É muito perigoso! Não vai por favor! ─ Caro chegou mais perto de ti novamente quase chorando.

─ Estou bem e preciso ajudar em algo! Eu vou voltar após tudo isso acabar!

No momento que virou de costas e deu alguns passos para frente em direção da porta sentiu um agarrão no seu pulso direito, sendo seguido por um puxão que quase te derrubou e trouxe de volta para o mesmo local onde estava em pé anteriormente.

─ VOCÊ NÃO VAI!

Os seus olhos arregalaram-se com o tom daquela voz, se virou pausadamente para trás dando de cara com um olhar mortal nunca visto antes de Alone na sua vida inteira com ele nesse orfanato.

─ ...O-o que...?

─ UUUUHH! ─ Te largou para colocar as duas mãos dessa vez em sua cabeça novamente, abaixando ela o suficiente para não ver o rosto dele. ─ É-é perigoso ir lá fora... Não vai...! Por favor...

Via como parecia desesperado dizendo essas palavras e realmente queria obedecê-las, porém enquanto sabia que eles estavam seguros no momento, tinha consciência que Tenma não estava nem um pouco há cada segundo que passava mais lá fora.

─ Alone me desculpa... Eu prometo voltar bem para cá com vocês.

─ É sério? ─ As crianças se aproximam todas. ─ Você promete [Nome]?

─ ...

─ Eu prometo para todos vocês. ─ Olhou para Petit no seu cantinho encolhido dormindo não aguentando segurar o sorriso. ─ Cuidem dele por mim.

─ Nós iremos!

Com essas palavras saiu do orfanato correndo sem olhar para trás. Uma vez na rua percebeu que a ventania era intensa e a chuva em questão de segundos deixou-te encharcada. Ainda sim, se manteve firme e foi em busca do seu amigo.

Infelizmente o clima se encontrava tão ruim que mal conseguia sair do lugar pelos seus pés se atolarem na lama, então foi se movendo como conseguia até parar em frente ao caminho onde mais cedo o garoto de cabelos castanhos veio a toda. Pensou ser um lugar bom para subir e conseguir ver além do seu alcance e enxerga-lo, logo se forçando a avançar apesar de escorregar muito.

E no momento que alcançou o topo saiu em um local nunca visto antes. Um belo jardim cheio de flores, céu em tom cinza-claro, com a chuva muito menos densa e uma ventania agradável. Parecia mágica ao analisar, o que não durou muito ao perceber que não era a única ali. Mais ao longe se encontrava uma mulher com um longo vestido preto e cabelos tingidos do mesmo tom. Se sentiu aliviada por encontrar alguém ali, sorrindo calorosamente acenando para ela.

─ Olá, você está bem?! ─ [Nome] a viu girar o rosto até atingi-la, apenas não contava da sua expressão mudar poucos segundos após fixar os olhos nos dela. ─ Hm?

─ VOCÊ...! ─ De repente estendeu a mão para cima da cabeça e fez surgir um forcado, apontando para sua pessoa em seguida. ─ SUA DESGRAÇADA, AGORA NÃO VAI ESCAPAR DE MIM!!!

Sentiu a sua espinha se arrepiar inteira, principalmente ao ver algo brilhante aparecer da ponta daquele forcado que mirava em ti. Só conseguiu se encolher um pouco e colocar as mãos na frente da cabeça esperando que acontecesse o pior.

─ AAAAHHHH!

Esperou pelo impacto daquela arma, no entanto, a única coisa que ouviu foi um grito feminino de dor. Ao abrir os olhos vê a mulher cercada de pétalas negras, o seu corpo inteiramente ereto e tenso.

─ ESTÁ ATRASADA PANDORAAAA!!!

─ GGY-YYAAAAHH-HHH!!!

Mais rápido que um raio as pétalas entraram em combustão, e em meio ao fogaréu a figura feminina desapareceu. Se encontrava tão em choque que mal percebeu algo estranho na sua bolsa, e quando abriu para verificar lá estava o pote despedaçado e as flores por alguma razão tendo somente o caule.

─ Ah não, as flores...!

─ CUIDADO!!!

Em questão de segundos sentiu a sua cintura ser agarrada e seu corpo ficar colado no corpo de alguém muito maior que você, sendo levada para longe de onde estava anteriormente. E em questão de milésimos de segundos depois o local tinha sido acertado por um raio, o que te fez voltar a si.

─ Está bem garota? Se machucou?

Moveu a cabeça para cima encarando um homem jamais visto antes por aquelas bandas, uma aparência única que recebia muito destaque pelos seus cabelos mais longos e sobrancelhas grossas.

─ ...

─ O que está fazendo aqui? ─ Perguntou-te olhando nos olhos, ficado sem resposta. ─ Ei menina, aconteceu alguma coisa?

─ E-eu... ─ Voltou a si ao ouvir um grito masculino de dor. ─ ...TENMA!!

Fez o seu corpo soltar do dele e correu para onde pensava ter ouvido o grito anterior ter vindo, tendo o outro no seu encalço te seguindo.

─ Menina espera é perigoso!

Seguiu caminho ainda em cima da montanha para olhar para baixo e ver Tenma lá em baixo socando algo como uma muralha de pedras que impedia a passagem de água no lugar que deveria.

─ Meu Deus ele não vai conseguir...! ─ Quando estava pronta para pular lá de cima e escorregar até ele, é segurada pelo pulso. ─ Me soltaaa!

─ Não deve fazer isso, é arriscado!

─ E daí?!

─ ...O quê?!

Uma pedra média desmorona e cai do seu lado, seus cabelos voam mais ferozmente e a chuva não dá trégua. Vira o rosto para ele com uma expressão de raiva, contendo olhos bem vermelhos, o que não dava de diferenciar se eram por conta das lágrimas ou apenas pela irritação que a chuva causava.

─ E DAÍ?! ELE PRECISA DE MIM, ME SOLTA!

O homem foi obrigado a te soltar por sentir um choque na mão que te segurava, e aproveitou esse momento para pular lá de cima e escorregar até chegar ao mesmo nível que o garoto.

─ AAAHH!

─ TENMA! ─ Correu para perto dele.

─ [N-NOME], O QUE FAZ AQUI?! SAIA É PERIGOSO!

─ UUUH, VOCÊ TAMBÉM?! EU NÃO VOU SAIR DAQUI!

Lá de cima o homem observava aflito, o que cessou ao sentir uma aura forte em volta dos dois e reparando que a menina e o garoto pararam de brigar. E como se não fosse nada um cosmo brilhante em volta deles apareceu e em conjunto acertaram aquelas pedras, ele com a mão e ela com o pé, fazendo enfim as pedras serem impulsionadas para cima e libertando agora a passagem bloqueada. Felizmente antes disso sendo salvos pelo castanho e serem colocados num local seguro agora desmaiados.

─ Que forças eram aquelas...

[...]

Muita coisa aconteceu em poucos dias e se tivesse que colocar tudo em ordem seria difícil, no entanto, de maneira resumida o tal homem que salvou vocês no último momento se chamava Dohko de Libra, e como o nome se refere era um cavaleiro de Atena. Por conta da admiração que teve por vocês os convidou para irem com ele até o Santuário virarem cavaleiros assim como ele. No começo ficou com receio por deixar Alone sozinho, mas Tenma colocou na sua cabeça que cada um deveria seguir o seu caminho, e que as crianças ainda estariam ali. E por mais incrível que parecesse o loiro não te impediu quando teve uma conversa particular sobre isso, só reforçou a pergunta se era aquilo que queria umas sete vezes, e quando assentiu todas elas não insistiu mais e te abraçou.

No momento de despedida de todos viu como Alone mantinha um semblante triste no olhar, então resolveu se manter o mais perto dele possível e segurar a sua mão o tempo todo. Ficaram assim até ele terminar um desenho de Tenma, se abraçaram firmemente alegando nunca se separarem um do outro e que iriam se reencontrar daqui dois anos. E então partiram com Dohko para o Santuário para desenvolverem os seus cosmos e virarem cavaleiros.

[...]

─ Não é justo! ─ Tenma se levantou com dificuldade e retirou a poeira alojada nas suas nádegas. ─ Como que consegue acumular tanto poder dentro dessas pernas minúsculas?

─ Não começa! ─ Pulou do chão e pousou em cima de uma pedra flexionando sua perna direita para cima, deixando bem aparente o seu cosmo no seu pé. ─ Eu só estou aquecendo!

─ Ah maravilha--! GYYAAAAH! ─ Gritou se esquivando brutalmente para o lado escapando de um chute avassalador que chegou a abrir uma cratera no chão. ─ Eu desisto!

─ Hahhaah! ─ Antes que pudesse comemorar a sua vitória com o garoto sentiu a presença de outra pessoa por perto, se manteve alerta e quando esperava ocorreu.

─ GALOPE DO UNICÓRNIOOOO!

─ CHUTE ÁGIIIIL!

Sem dificuldades impede o golpe de Yato com o seu, o fazendo se desiquilibrar em cima da pedra que estavam.

─ DENTE BRAVIO! ─ Acumulando o seu cosmo nos dedos do pé acertou o queixo dele, que gritou e voou para trás até cair de bunda no chão assim como Tenma. ─ Estão bem?

─ Minha bunda...! ─ Se contorceu esfregando-a com as duas mãos para amenizar a dor.

─ Que barulheira é essa? ─ Dohko apareceu rindo. ─ Pega leve [Nome], eu acho que eles não aguentam mais ficar com as bundas doendo.

─ QUÊ?! ─ Yato se levanta quase caindo novamente no processo. ─ Eu estou cheio de energia, cai dentro!

─ Não inventa Yato. ─ Tenma fica atrás dele e dá um tapa nas suas costas.

─ A-AAAIII AI AI AIIIII! ─ Se encolhe novamente no chão deixando que a dor o consuma.

─ Estamos quebrados...

─ CACETE TENMA! Essa doeu...!

Riram um pouco deles até que o mais velho se vira diretamente para te olhar nos olhos.

─ [Nome] Kardia pediu-me para te avisar que está te esperando no templo do Grande Mestre. E ele parece nervoso.

─ Meu mestre sempre está nervoso Dohko. ─ Sorriu gentilmente enquanto pulava de volta para o chão. ─ Vejo-os em breve!

Correu sem descanso por todas as casas dos cavaleiros até chegar a porta do templo destinado. Podia sentir o cosmo de algumas pessoas lá dentro e uma delas com toda a certeza era Atena. Reunindo coragem abre a porta revelando a sala com algumas pessoas, entre elas Shion de Áries, Kardia de Escorpião, o Grande Mestre, a Deusa Atena e até Dohko já havia chegado como um passe de mágica. Caminhou pelo tapete vermelho e curvou-se diante da Deusa e do Mestre.

─ Olá Deusa Atena e Grande Mestre, espero que tenham tido uma ótima noite.

─ Olá [Nome]. ─ Ela sorri docemente para ti, algo que sempre te faz derreter.

─ Amazona de Lebre penso saber o motivo de ser convocada.

─ ...Me perdoe, mas estaria mentindo se afirmasse ter conhecimento.

─ Kardia não comentou para você?

Olhou para ele perdida quase como um pedido de socorro, o que o fez revirar os olhos, sair do canto da sala e se posicionar ao seu lado um pouco mais à frente.

─ Não contei para ela com intuito de ser uma surpresa Grande Mestre.

─ Compreensível. ─ Deu uma pequena pausa antes de continuar. ─ Bem, Kardia é o seu mestre desde o seu segundo dia no Santuário, dois anos se passaram e fui informado que as suas habilidades estão excelentes e consegue dominar o seu cosmo com precisão.

─ ...Quem disse isso?

─ A maioria dos cavaleiros de bronze e de prata, e até alguns cavaleiros de ouro comentaram.

─ ... ─ Suas bochechas coraram em instantes, abaixando um pouco mais a cabeça na tentativa de esconder isso.

─ Ficamos sabendo que um local está sobre suspeita de espectros de Hades, Shion e Dohko iriam sozinhos averiguar as coisas, mas achamos melhor alguns cavaleiros de prata e de bronze irem junto.

─ Mas... Por que eu?

─ Pensamos que você se sairia muito bem nessa exploração. ─ Shion deu três passos para frente te observando atentamente.

─ Vemos como se esforça todas as noites para melhorar o seu desempenho, e Kardia concordou em levar-te para essa missão para adquirir experiência e habilidade no combate.

─ É sério? ─ Olhou para ele que só continuou olhando para frente.

─ Então o que me diz?

─ ...Eu... Uh... ─ Olhava para todos apreensiva porque queria muito isso, mas tinha medo de algo ruim acontecer, o que era o que a sua consciência dizia. ─ ...Tudo bem eu vou!

Ficaram mais alguns minutos conversando e ajeitando as coisas até saírem do lugar, só sobrando [Nome] e Kardia em frente ao templo.

─ Mestre.

─ Hm.

─ O senhor realmente me elogiou? ─ Olhou para ele com os olhos já lacrimejando de emoção.

─ Uh, eu falei para não te elogiarem, você fica muito chorona! ─ Saiu na sua frente descendo as escadas.

─ Muito obrigada por me dar essa chance mestre! Não irei te decepcionar! ─ Aumentou o passo para ficar ao lado dele.

─ Uh, vai descansar para hoje a noite e larga do meu pé!

─ Sim mestre! ─ Correu como uma lebre escadas abaixo deixando Kardia para trás.

─ Mulheres. ─ Bufou continuando seu trajeto.

Quando o homem chegou ao final de todas as casas sentiu uma sensação estranha, uma presença não detectável.

─ Quem está aí? ─ Sorriu grandemente sentindo o seu cérebro aflorar de emoção. ─ Apareça minha presa!

─ O que estava fazendo no templo do Grande Mestre?

─ Hm? ─ Virou a cabeça para trás murchando sua expressão ao ver ser Dégel de Aquário. ─ Estava me seguindo Dégel?

─ Só segui a multidão e te encontrei por acaso. O que está acontecendo?

─ Nada do seu interesse. ─ Voltou a prosseguir o seu caminho para se sabe lá onde.

─ Vi [Nome] indo para sua moradia, e ela só faz isso quando está de mau humor ou está se preparando para algo difícil.

─ E daí?

─ Que missão deu para ela?

─ [Nome] vai com alguns cavaleiros para um local que dizem estar sendo invadido por espectros.

─ Deixe-me adivinhar, achou que era uma ótima oportunidade para ela criar experiências e a indicou?

Dégel aguardou uma resposta, mas foi apenas ignorado pelo homem que seguiu caminho estressado sem dizer mais uma palavra.

─ Parece incomodado. ─ Dohko surgiu saindo da Casa de Áries. ─ Sabe, eu não disse nada mas também fui contra, pelo menos nessa missão não queria que ela e nem Tenma fossem.

─ ... ─ Virou o corpo na direção do libriano e aguardou que estivesse ao seu lado para continuar a conversa. ─ Tem algum motivo por trás?

─ Ouvi dizer que será na cidade que eles viveram durante a infância, e tenho receio do que pode nos aguardar.

─ Compreendo.

─ Tentaremos ao máximo mantê-la segura.

─ ... ─ Não disse nada, porém torcia para que nada muito ruim acontecesse, pelo bem dela e acima de tudo de Kardia.

[...]

O entardecer chegou assim como todos que iriam para missão. O tempo inteiro estava fantasiando junto de Tenma como seria essa expedição e que queriam muito chutar a cara de diversos espectros. Dohko e Shion disfarçaram ao máximo para não levantar suspeitas de onde iriam, porque desde metade do caminho já sabiam que a pior opção era o seu destino.

A ficha caiu quando parou e viu uma árvore com algo entalhado, e mesmo estando muito escuro para ver conseguiu sentir ao tocá-la as letras [Primeira Letra do seu Nome], A, S e T. Na hora as lembranças te acertaram em cheio como uma flecha, descobrindo onde estavam e fazendo a máscara se despedaçar. O que ficou nítido ao sair correndo na frente de todos os outros sem dar explicações.

─ [Nome]?

─ [Nome] onde está indo?!

─ É perigoso ficar vagando por aqui sozinho!

Tampou sua audição mentalmente e continuou correndo como nunca até ver várias casas cercadas de chamas, foi diminuindo a velocidade até estar no meio delas e os seus olhos serem domados por suas cores quentes e vibrantes. Se encontrava tão sem reação que ficou mais de um minuto encarando a situação até acordar novamente.

─ O orfanato!

Por sorte não era tão longe de onde estava, então com poucas curvas já encontrou o local com danos por todos os lados.

─ Annaaaa, Mariaaa, Caroooo! ─ Entrou sem rodeios e com muita aflição, e infelizmente o que tentou evitar imaginar aconteceu. Encontrou nas paredes diversos desenhos feitos a mão que sabia exatamente de quem eram, e uma sujeira escura e grudenta que não sairia mesmo que usasse vários litros de água, o sangue. ─ ...A-Anna... Maria... C-Ca-aro...!

Sentiu o vômito subir pela garganta, porém o engoliu novamente com dificuldade. E infelizmente a sua gritaria chamou atenção de um espectro que surgiu destruindo a parede e rindo alto demais.

─ SABIA QUE VIRIAM PARA CÁ, CAÍRAM EM NOSSA ARMADILHAAAA! ─ Sorriu te olhando de cima. ─ O quê? Mandaram logo uma garotinha? HAHAHAHAHHAAA! Não se preocupe, pois eu FLÉGIAS DE LYCAON A ESTRELA CELESTE DO CRIME, terminarei com o seu sofrimento rapidinho!

─ ... ─ Encarou por um segundo a sua face de canto de olho, em seguida dando um pulo para trás.

─ Ei eu disse para não se mexer!

─ CHUTE ÁGIL!

Aproveitou a distância para pegar impulso e acerta-lo em cheio na boca do estômago.

─ UH, sua pirralha! ─ Se aproximou novamente erguendo a mão para te socar. ─ VOU TE ENSINAR UMA LIÇÃO!

─ TOCA DE LEBREEEEE!

Assim dito uma vez, um buraco surgiu embaixo do espectro e o sugou para dentro de si só permitindo a sua cabeça sem estar submersa.

─ Acha que isso vai me parar?! ─ Tentou sair dali uma vez sem sucesso, repetiu o processo e ainda permanecia no mesmo lugar. Fez a mesma coisa várias vezes e ainda sim, nenhuma surgiu efeito. ─ O que é isso afinal?!

─ Diga adeus para a sua jornada aqui na Terra, pois jamais irá retornar! Não pelo menos para a superfície dela.

Sorriu cinicamente e o deixou afundar em meio de palavras de baixo calão. Estava tão frustrada e magoada que não sabia o que fazer depois disso.

─ [NOMEEEEE]!!!

─ Tenma?

─ Fale mais baixo Tenma e Yato, podem chamar atenção!

─ É ISSO QUE QUEREMOS!

─ [NOMEEEEEEEEEEEEEEE]!!!!

Conseguiu ouvir exatamente de onde vinham os chamados, indo correndo para se reunir novamente com o grupo. E assim que os viu começou a chorar e correr ainda mais até eles.

─ TENMAAA!

─ [NOME]! ─ Todos os cavaleiros berram em espanto.

Faltando poucos metros para alcança-los algo é disparado na sua frente, te fazendo "voar" para trás caindo com tudo.

─ A-ai!

─ [Nome]!

Segundos de silêncio passaram quando ouviu Tenma chamar o nome de Alone, e quando ouviu a voz dele seu coração pulou no mesmo instante. Tentou abrir os olhos para ver o que estava rolando, entretanto aquela coisa produziu um clarão tão forte que não conseguia abrir os olhos sem que a sua cabeça inteira doesse além de sua visão sair toda borrada. E para tudo piorar poucos segundos depois as suas orelhas ficaram reproduzindo um zumbido insuportável.

Minutos se passavam e não sabia de nada o que acontecia em redor da sua pessoa, até o momento que sentiu um toque suave no seu ombro que te fez virar totalmente o corpo para aquela direção. Sem esperar aquela mão saiu do seu ombro, porém voltou junto com a outra e pressionaram juntas a lateral da sua cabeça.

─ ...Há... Anto... Emp...[No]--...

─ ...AI ...RTO... DEL... LONE...!

─ [NO]... [OME]...!!!

Começou a ouvir novamente com dificuldade, no entanto, depois de mais alguns segundos sua audição estabilizou-se e voltou escutar as madeiras estalando por conta do fogo que as consumiam.

─ Está me ouvindo melhor agora?

─ !!!! ─ Dessa vez conseguia ouvir a voz perfeitamente do seu querido amigo. Possuía consciência que era arriscado abrir os olhos e mesmo assim fez, dessa vez não sentiu dor e conseguiu ver perfeitamente o rosto de Alone, o que fez os seus olhos encherem de lágrimas.

─ Há quanto tempo [Nome], você cresceu muito durante esses dois anos.

─ ...

Em êxtase por aquela visão retirou as mãos dele ainda presente das laterais da sua cabeça até junta-lás e levar até o seu peito onde encontrava o seu coração.

─ Estava com tanta saudade... ─ Sem aguentar soltou um grande sorriso com as lágrimas escorrendo abundantemente.

─ ... ─ Reparou que o garoto arregalou os olhos e permaneceu assim por poucos segundos, logo movendo o seu corpo para ficarem mais próximos sorrindo docemente.

─ [NOME] CAIA FORA!

─ Hm?

─ NÃO CAIA NA LÁBIA DELEEE [NOMEEEEE]!!!

Ergueu-se para ver por cima do ombro do loiro, dessa vez contigo tendo que arregalar os olhos de espanto. Tenma, Yato, Shion e Dohko junto com os de mais cavaleiros estavam no chão parecendo terem feridas graves.

─ TENMA, YATO!!! ─ Largou as mãos dele e deu a volta no seu corpo para correr até os meninos, porém sentiu um agarrão e um puxão muito forte te fazendo parar no mesmo lugar. ─ ALONE ME SOLTA--!

Quando se virou para encara-lo seu ser tremeu inteiramente, ali novamente, se encontrou com aquele olhar maluco de dois anos atrás parecendo ter piorado e se tornado mais penetrante.

─ A-Alone...!

─ Fique aqui.

─ ... ─ Olhou para os seus amigos no chão se rastejando e depois para ele com a vontade de chorar aumentando cada vez mais.

─ [NOME]!

─ FIQUE.

Sem perceber o homem foi aproximando a mão livre da sua boca, não mudando nada por ainda estar estática por aqueles olhos continuarem encarar-te de maneira tão avidamente.

─ ...Alone... Alone por favor...!

─ Maldito Hades...! ─ Com muita dificuldade Tenma se levantou do chão com um olhar de raiva e determinação. ─ SE AFASTA DELA SEU CRETINO!

Não esperou mais e reuniu sua força para lançar seu golpe "Meteoro de Pégaso" mirado em Hades, que só ergueu os braços e "engoliu" o seu ataque retornando-o ainda pior. A sua raiva surgiu e deu um soco na cara do loiro que te soltou sem dizer nada.

─ O QUE DEU EM VOCÊ?! TENMA É NOSSO AMIGO, PERDEU A CABEÇA?! ─ Se afastou e preparou as suas pernas para ataca-lo. ─ DENTE--!

Num piscar de olhos seus, Alone se "teletransportou" para sua frente e sem conseguir raciocinar vê que é agarrada pela cintura e beijada nos lábios pelo mesmo.

─ !!!!! ─ Continuou imóvel até ver as suas bocas se afastando com uma fumaça escura saindo delas.

─ ...Seus lábios continuam tão ricos e tênues. Você não mudou nada mesmo [Nome]~! ─ Percebeu uma troca repentina de tons de voz comparando as duas frases, no entanto, começou a se sentir tonta e as coisas foram escurecendo.

Sem mais conversas [Nome] caiu inconsciente nos braços do homem que soltou um fino sorriso, e que por alguma razão teve o cabelo antes loiro banhado pela cor mais escura existente.

─ [N-Nome]...!

─ [NOOOOMEEEEEEEEEEEE]!!!!!

─ Pobres almas prometo salvá-las da próxima vez que nos encontrarmos. ─ Te olhou de canto de olho aumentando o próprio sorriso.

Sem aguardar mais um minuto desapareceu sem deixar rastros contigo, deixando cavaleiros de diversas idades desolados e solitários.

─ MALDITOOOOO! ─ Tenma socou o chão com toda força deixando as suas lágrimas escorrerem.

─ ... ─ Yato se culpou internamente por não conseguir fazer algo para te proteger.

─ ...Temos que voltar para o Santuário. ─ Shion levantou junto de Dohko com dificuldade. ─ Temos que contar para Atena o que encontramos.

─ PRECISAMOS IR ATRÁS DELE!

─ Tenma...

─ ISSO MESMO, A [NOME] ESTÁ EM PERIGO HÁ CADA SEGUNDO MAIS COM AQUELE DOIDO!

─ Até você Yato?

─ Tenma ouça Shion, nós precisamos retornar.

─ NÃO SE IMPORTAM COM ELA POR ACASO?!

─ Que pergunta! É claro que nos importamos!

─ ENTÃO POR QUE NÃO VAMOS ATRÁS DELA?! YATO TEM RAZÃO ELA CORRE PERIGO! AINDA CONSEGUIMOS IR ATRÁS DELE!

─ Não vê como estamos feridos? E o mais importante no momento é avisar a todos e tratar nossos machucados. ─ Shion declarou.

─ SERÁ QUE NÃO ENTENDE?!

─ Dohko e eu sabemos muito bem como é perder alguém, então não venha com esse papo para cima de nós! ─ Pela primeira vez o ariano expressou a sua angústia tão livremente, o que fez os dois alterados calarem a boca por um breve tempo.

─ Tenma e Yato nós temos noção que [Nome] não está segura e como devem estar aflitos pelo seu bem, mas agora precisamos urgentemente retornar e ver como todos estão. ─ Dohko olhou para trás mostrando os outros soldados ainda caídos no chão com a respiração fraca. ─ Conseguem me entender? Também nos importamos com ela, mas não tem o que fazer agora.

─ ...

Tenma suspirou e de cabeça baixa foi andando pelo mesmo caminho que vieram com Yato logo atrás. Os dois cavaleiros de ouro ficaram apreensivos com isso, e principalmente angustiados com o que poderia acontecer.

[...]

Dias passaram-se e a sua vida virou de cabeça para baixo em pouquíssimo tempo. Acabou tendo que ficar com os espectros de forma obrigatória, o que te fez ter investidas de raiva e ser trancada numa gaiola em uma sala vazia. O único que podia ir lá era o próprio Hades, mais ninguém era permitido.

E esse era mais um dia que estava ali presa sem alguém para papear, até que Hypnos apareceu. E sim Hades era o único que poderia entrar, entretanto o loiro não ligava.

─ Como foi a noite? Teve um bom sono?

─ ... ─ Se virou para o outro lado claramente incomodada com a sua presença.

─ Não seja rancorosa, isso aconteceu há dois anos. E entenda o meu lado tive que mentir para não levantar suspeitas.

─ Não justificava dois anos depois prender-me numa gaiola, nada justifica!

─ Bem... Concordo com o que diz.

─ ??????

─ Foi Pandora que deu a ideia com receio que fizesse algo para arruinar os planos do Imperador.

─ ...Não entendo o motivo dela odiar-me tanto! Desde a primeira vez que nos vimos ela tentou me matar, e eu não fiz nada para ela!

─ Eu lembro desse dia, ela estava com um ódio que daria de sentir há quilômetros de distância.

─ ...Lembra? ─ Tentou lembrar exatamente o que aconteceu, sabia que Hypnos não estava por perto no local daquele dia, apenas as flores amor-perfeito banhadas com o seu sangue te acompanhavam. ─ Foi você que fez aquilo com as flores?!

─ ...Não sei do que está falando. ─ Deu meia-volta e seguiu para a saída.

─ Hypnos espera!

─ Hm? ─ Parou e virou a cabeça te olhando por cima dos ombros.

─ Obrigada por aquilo... ─ Suas bochechas coraram por tais palavras. Ele apenas voltou a cabeça para frente e riu baixo.

─ Disponha. ─ Seus olhos banharam-se com uma aura estranha ao mexer em seu óculos. ─ Se quiser posso te ajudar sair dessa gaiola.

─ Como?

─ É algo complicado, mas sei que é capaz.

─ O que é?

─ Terá que ceder aos pedidos do Imperador.

─ ...Como é?

─ Vejo que sempre que sai daqui fica mais estressado, está negando-o não é?

─ ...Eu não quero Hades, quero o meu melhor amigo Alone de volta! ─ Agarrou as barras com os lábios trêmulos. ─ E Hades é muito esquisito vindo com o papo que estou mais teimosa comparado a quando ele me conheceu originalmente. Não entendi o que ele quis dizer com isso.

─ Deixe-me te contar um segredo. ─ Se aproximou de onde estava com as mãos atrás do corpo e um sorriso de lábios serenos. ─ ...Aquele ainda é Alone, ou uma parte dele.

─ ...O que?

─ O Imperador Hades de verdade ainda adormece, as únicas vezes que uma parte dele se manifesta é quando você o irrita.

─ É sério...?

─ Claro, jamais mentiria para ti.

─ ... ─ Encarou o chão pensativa, será mesmo que valia a pena ou que o que Hypnos dizia era verdade? Uma parte de si negava com todas as forças, no entanto a outra se abasteceu de esperança por ter uma chance mínima de Alone ainda estar consciente.

─ Posso te apoiar me comunicando com ele, só que aí gostaria que me fizesse um favor.

─ ...O que seria?

─ Aceite minha proposta e contarei em detalhes. ─ Sorriu quase tão brilhantemente quanto a sua estrela na testa.

─ ...

[...]

De volta ao Reino de Atena, as coisas não estavam nem um pouco pacíficas. Dias se passaram, e naquele ponto todos souberam da sua situação e aceitaram que já estaria morta. Tenma e Yato imploravam todos os dias para irem atrás resolver as coisas, ao que sempre recebiam desaprovação e até palavras duras para aceitarem a realidade. Atena jamais pensou que estaria morta, porém tinha receio de mandar mais cavaleiros com um risco alto de morte.

Naquele dia os dois novamente tentaram e receberam outro "não". Frustrados com tudo isso sentaram-se em frente do Templo de Aquário e bufaram.

─ Bando de covardes...

─ Como conseguem dormir a noite sabendo que [Nome] corre perigo?! ─ O castanho soca o chão rangendo os dentes. ─ Se fosse eles no lugar tenho certeza que [Nome] faria de tudo para ajudá-los mesmo que tivesse que arriscar a sua vida!

─ Eu não vi nenhum cavaleiro de ouro falar sobre faz dias.

─ Até o mestre Dohko deixou para lá! Uh, não sei mais o que fazer!

─ ...Por que não falamos com os outros cavaleiros de ouro?

─ Como assim Yato, está louco?

─ Me escuta, temos que falar com os cavaleiros mais próximos dela! E tirando nós, os cavaleiros de ouro são essas pessoas!

─ ...É mesmo eu esqueci completamente de Kardia e Manigold!

─ Manigold está fora por ter uma missão, vamos falar com Kardia!

─ Vai funcionar, ele é o mestre dela e adora uma luta! Primeira vez que usa esse cérebro direito Yato! ─ Deu um tapa nas costas dele em sinal de parceria.

─ AAAIII, TENMAAAA! ─ Bufou estressado devolvendo o tapa com rancor.

─ Não façam isso.

─ AAAAH! ─ Gritaram em conjunto de susto ao ouvir e viraram para trás para puramente ver Dégel com uma expressão muito séria.

─ ...

─ Que susto!

─ Por que não devíamos? Ninguém está se mexendo para nada!

─ Não é como se não quiséssemos Pégaso.

─ ...

─ Temos que cumprir com o que nos é dito, e acredite quando digo que muitas vezes alguns de nós só queremos fugir e ir atrás do que deseja.

─ ... ─ Tenma cessou a sua gritaria e olhou para o chão tristonho. ─ ...Só queria saber se [Nome] está bem e se não está ferida.

─ ...Venham comigo, e silêncio.

Os cavaleiros de bronze seguiram o dourado até descerem algumas casas e chegarem no Templo de Escorpião, era esquisito o fato de estar tudo tão silencioso por Kardia sempre fazer uma cena ao sentir algo ruim.

─ Notaram? ─ Continuaram em silêncio observando cada centímetro lá dentro ao perceberem que tudo se encontrava com rachaduras ou que estava quebrado.

─ ...Aonde ele está?

─ O que aconteceu aqui?!

Dégel suspirou alto arrumando os seus óculos no seu rosto.

─ Kardia foi atrás de [Nome].

─ O QUEEE?! ─ Ambos soltaram chocados.

─ Até eu me surpreendi, então não julgo as reações de vocês.

─ Mas por quê?!

─ ...

[...]

─ Atena, temos péssimas notícias.

─ ...O que aconteceu com vocês?

Enquanto a deusa observava os seus cavaleiros feridos, os demais cavaleiros de ouro permaneceram imóveis, menos Kardia que tentava ver se a sua discípula se encontra entre eles.

─ Ao explorar a área fomos atacados...

─ ...

─ E foi pelo próprio Imperador Hades.

─ ... ─ Atena olhou atentamente localizando Tenma, Yato e outros cavaleiros voltando atenção para eles após. ─ Onde está a Amazona de Lebre?

Tenma abaixou mais ainda a cabeça tendo que se apoiar nos seus braços para não cair, Yato virou rosto e Shion e Dohko morderam o lábio.

─ Sentimos muito deusa Atena... Hades a levou. ─ Shion comunicou com grande dificuldade.

─ ...

A sua expressão era de total tristeza, e isso vinha não apenas de relação entre deusa e amazona mas também pela sua amizade.

A discussão levou um longo tempo e Kardia tinha sido o único sem dizer nada, só em um momento teve que ser impedido por Tenma ter tido dito na sua cara não ligar para a amazona por não mostrar querer procurá-la.

Ao final quando todos tomaram seu rumo Dégel foi falar com Kardia, o que foi impedido por Tenma novamente se intrometendo aonde não deveria.

─ Por que não me apoiou a procurá-la?! Eu ainda quero saber!

─ ...

─ Fala Kardia!

─ ...Cala boca.

─ ...Quê?

─ ...Quem você pensa que é para tentar dizer-me o que fazer? ─ Virou o corpo para trás com ódio estampado e sua unha principal pegando uma coloração vermelho vivo. ─ EM SEU PIRRALHO DE MERDAAA!!!!

Dégel sabia no que resultaria esse combate, então se lançou na frente do castanho e não abaixou a guarda.

─ Kardia não ligue para isso.

─ Não enche Dégel! ─ Rosnou inconformado.

─ [Nome] não ficaria feliz em ver-te nesse estado e se virando contra os seus aliados, não faça besteiras.

─ ... ─ Ao tocar no assunto da menor seus nervos acalmaram-se um pouco, entretanto fechou os punhos com força. ─ Tsk, quem liga?

─ ??????

─ Se a garota foi pega por Hades deve estar morta, e se morreu... Era porque era uma fraca inútil.

─ !!!!! ─ Os outros dois chocaram-se com a resposta, mas diferente de Dégel que disfarçou o outro se encheu de ódio.

─ COMO PODE DIZER ALGO ASSIM DA SUA PRÓPRIA DISCÍPULA?! ─ O jovem Pégaso segurou-se para não partir fisicamente para cima do outro. ─ EU SINCERAMENTE NÃO SEI COMO ELA CONSEGUIA TE ATURAR, MUITO MENOS QUANDO ELA DIZIA QUE TE AMAVA COMO MESTRE!!!

─ !!!!!!

─ UH, EU NÃO PRECISO DE VOCÊ VOU ATRÁS DELA SOZINHO! ─ Marchou para longe dali pisando forte.

Sobrando apenas os dois dourados, Kardia se virou e partiu para algum lugar que Dégel suspeitava ser seu templo, acabou esperando alguns minutos para ir vê-lo aonde pensava se encontrar. E como imaginou lá estava o homem com a sua unha vermelha enfiada em um dos pilares com uma aparência nem um pouco boa.

─ Maldição...! UUUHHH! ─ Retirou a unha com tudo fazendo o pilar desmoronar. ─ ...E ainda teve a audacia de dizer que não iria me decepcionar...

Observando-o atentamente via que a sua respiração ficou ofegante e trêmula, porém ao ver uma lágrima escorrer das bochechas do escorpiano até o seu queixo e ao chão, não conseguiu manter a sua expressão séria de costume.

─ [Nome]... Sua idiota...!

─ ...

[...]

─ Na manhã seguinte não o vi mais pelo Reino de Atena.

─ ...

─ ...Ele realmente me levou a sério...

─ Kardia é alguém muito sincero, e aquela foi a primeira vez que o vi mentir tão descaradamente. Quase não o reconheci...

─ ... ─ Não conseguia acreditar que tinha zombado do azulado por não aceitar sua proposta e dito que iria atrás da menina, sendo que foi exclusivamente o contrário.

─ Você fez o que ele mais odeia... Ser mandado, ficar esperando e duvidar das suas habilidades para ganhar e proteger quem ama.

─ ...Proteger que ama?

─ ...

[...]

No final o esquema entre você e Hypnos funcionou, finalmente saiu daquela gaiola apertada e pôde andar mais livremente. E o que ele queria em troca? Queria que ficasse quando pudesse de olho em Pandora por sentir que ela escondia algo deles que podia arruinar os seus planos.

Nesse momento andava com Alone pelo palácio conversando sobre o cotidiano.

─ Essas roupas ficaram bem no seu corpo.

─ Acha mesmo? Eu também gostei delas, Hypnos que me ajudou a escolhê-las.

─ Hypnos hm? ─ Olhou para o lado parecendo pensativo.

─ O que foi?

─ Não é nada.

─ Entendi...

Continuaram andando até ele quebrar o silêncio novamente.

─ Vejo que está se dando bem com os outros espectros.

─ É... Eles são ruins em algumas coisas mas também são bem divertidos!

─ Algum já tentou algo contigo?

─ Hm? Que pergunta é essa Alone?

─ Apenas uma dúvida, por que está tão nervosa com essa pergunta?

─ N-não estou nervosa só fui pega desprevenida.

─ Hm.

─ ...E não nenhum deu em cima de mim.

─ Nem mesmo Hypnos?

─ ...Sim, nem mesmo ele. ─ Desviou o seu olhar ao lembrar dele e das vezes que ele chegava tão perto do seu rosto que sentia que ia explodir.

─ Não deveria mentir para mim.

─ Mas... Eu não est--!

Parou na mesma hora por esbarrar no corpo dele que se intrometeu na sua frente, e ao olhar para cima reencontrou novamente aquele olhar louco de um tempo atrás.

─ Não minta para mim, isso me deixa muito irritado.

─ ...Desculpa mas não estou mentindo Imperador Hades!

Se encolheu por receio de sofrer algum ataque, o que te surpreendeu muito ao sentir na realidade ser envolvidas pelos seus braços gentilmente até ter o corpo inteiramente colado ao dele e a sua cabeça descansar em seu peitoral.

─ Que isso não se repita, fui claro? ─ Fez um cafuné na sua cabeça paralisada. ─ Uma pobre menina não consegue realmente sentir quando um homem tem um desejo por ela, não é?

─ ...

Em meio a conversa dos dois um estouro foi ouvido há uma boa distância, em seguida uma nuvem de poeira subiu junto com um tremor provocado pelo solo. Ele soltou-te e foi até a beirada da varanda visualizar o que seria aquilo, mantendo sempre uma expressão séria.

─ Um cavaleiro de Atena? Como soube que estávamos aqui?

─ SAIAM DA FRENTE!!! ─ Mais um estouro junto de um grito dessa vez surgiram, causando uma onda de gritos de espectros que voaram para direções diferentes sem harmonia.

─ ...

Se virou e foi embora dali te deixando sozinha para trás, o que com certeza aproveitou para ir onde ele estava antigamente tentar ver o que ou quem fazia aquela algazarra.

─ KARDIA! ─ Seu coração pulou ao vê-lo e seu choro de felicidade surgiu.

─ O que está fazendo aqui sozinha?

Sentiu dois braços envolverem a sua cintura e te puxarem até colar os seus corpos, assustada olhou para cima e deu de cara com Hypnos.

─ É perigoso ficar sozinha aqui, venha comigo.

─ ME SOLTA! ─ Tentou fazê-lo soltar-te em vão, não conseguindo mais se acalmar.

─ Achei que estava começando a gostar de ficar aqui, mas pelo jeito me enganei! ─ Mesmo se debatendo o deus do sono virou o seu corpo para ficar de frente para ele, segurou-te pela cintura com uma mão e com a outra o seu rosto, te beijando na testa, ficando paralisada até perder as forças e mais uma vez acabar desmaiando nos braços de alguém. ─ Relaxe, vou assegurar-me de proporcionar-lhe ótimos sonhos...

─ MALDITOS ESPECTROS! AGULHA ESCARLATEEEE!

Com o lançamento do seu golpe acabou com a maioria dos espectros, conseguindo ver lá na frente um enorme castelo negro.

─ Aí está você... ─ Forçou um pouco mais a visão por ver um brilho ao longe, e quis destruir o mundo ao ver [Nome] imóvel nos braços de alguém que com certeza não era seu aliado carregando uma aura maligna. ─ DESGRAÇADO!

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Se gostaram deixem a "★", ela me motiva muito!

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⌦Querem continuação?
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Próximo Capítulo: Kaoru Hitachiin (Hate❌+ Cute🌸).

Espero que tenham gostado.
Gostei muito de fazer esse capítulo. Para mim foi interessante escrever novamente uma história tão longa e "divertida". Só espero que não tenha ficado muito maçante em alguns momentos.
Espero que eu tenha agradado a pessoa que pediu~! Se quiserem me pedir mais alguma história sobre algum personagem fique à vontade!

O próximo capítulo sairá em breve.
Prometo.❤️

Abraços com muito amor para uma pessoa linda, você mesma. 🌹❤️✨

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✨🍃🌹ƒiм!🌹🍃✨