Capítulo 14
O TRIBUNAL DAS ASAS DOURADAS: SOB O ENCANTO DO PRIMEIRO ENCONTRO
Amarilis estava jogando algumas pedras no ar e as fazendo levitar, Petúnia, vendo isso, se levantou rapidamente.
— Agora já chega, Lis!
Amarilis se assustou e deixou todas as pedrinhas caírem em sua cabeça, ela passou a mão em seu cabelo para retirar as pedras e exclamou:
— Tuni!
Petúnia pegou na mão de Amarílis e a ajudou a levantar.
— Já chega, você vai agora lá falar com o Helianthus!
— Tuni, eu n...
Erguendo a mão, Petúnia apenas disse:
— Já! Agora! Imediatamente! Vai voando! Vai! Já foi? Tá aí parada por quê? Vai! Agora, Lis!
Petúnia disse essa última parte empurrando a amiga para fora do símbolo do Sol, que contrariada, seguiu voando, Petúnia suspirou, e de repente ela viu algo que chamou sua atenção. Ela foi atrás e descobriu ser uma fada que nunca vira antes. Só chamou a atenção porque era um cara muito bonito.
Pegando velocidade, ela parou na frente dele, que parou de súbito e quase perdeu o equilíbrio.
— Quem é você?
O rapaz sorriu para ela, um sorriso que Petúnia achou muito sexy.
— Meu nome é Caladium.
Caladium pegou a mão de Petúnia e beijou delicadamente, coisa que fez Petúnia se derreter toda.
— E nome, linda? - Perguntou ele.
— Petúnia
Caladium sorriu outra vez.
— Que nome lindo! Petúnia combina com você, linda. É um prazer conhecê-la.
Caladium olhava atenção cada centímetro do corpo de Petúnia, e era recíproco.
— O que faz aqui, Caladium?
Ele, olhando para o decote generoso de Petúnia, respondeu:
— Estou apenas tendo o prazer de desfrutar de sua companhia, linda. Não há prazer maior do que você.
— Vem comigo, para desfrutarmos juntos esse prazer.
Petúnia colou seu corpo em Caladium.
***
Sob o céu estrelado, o jardim mágico pairava como um sonho moldado pela noite. Flores feitas de pura luz irradiavam um brilho suave e dourado, espalhando tons iridescentes que mudavam como as cores do crepúsculo, enquanto galhos cristalinos reluziam e refletiam o brilho das estrelas. Borboletas luminescentes flutuavam ao redor, pousando levemente sobre pétalas que pulsavam ao ritmo de uma melodia inaudível, como se ecoassem a própria magia do jardim.
Amarílis e Helianthus se encontraram no centro desse cenário etéreo, e, ao pronunciarem os nomes um do outro, uma energia mágica e suave encheu o ar. Voaram em direção ao centro do jardim suspenso, atravessando a névoa roxa mística que serpenteava ao redor, deixando atrás de si um rastro brilhante, como uma trilha de estrelas. As flores abaixo deles pareciam se curvar, criando uma reverência enquanto os dois flutuavam em direção ao encontro.
Finalmente, no ponto mais alto do jardim, seus olhares se encontraram, e se abraçaram em um gesto que parecia unir não apenas seus corpos, mas suas almas. Helianthus segurou o rosto de Amarílis com ternura, e a luz dourada que irradiava, graças às flores mágicas, se mesclou ao brilho lilás que irradiava dela. As pétalas ao redor abriram-se como se o próprio jardim os acolhesse, sustentando-os em um leito de energia cintilante. Seus lábios se encontraram num beijo profundo, e uma onda de magia pareceu correr entre eles, intensificando o brilho ao redor e transformando o jardim numa profusão de luz.
Quando o beijo terminou, ambos riram ao perceber que tentaram falar ao mesmo tempo.
— Eu preciso falar com você! — Disseram, em uníssono, e riram outra vez.
Helianthus levantou a mão, gesticulando para ela falar.
— Amarílis, vá você primeiro, minha linda. — Disse ele, sorrindo.
Ela tocou a ponta do nariz dele com o dedo, num gesto carinhoso.
— Não, Helianthus, quero que você fale, meu amor.
Ele sorriu, inclinando-se para beijá-la mais uma vez.
— Amarílis, eu preciso...
Nesse momento, uma figura imponente voou até eles. Agave, com suas asas douradas, tão radiantes quanto as próprias flores do jardim, aproximou-se, interrompendo a cena. A presença dela era majestosa, como se o jardim tivesse sido criado apenas para combinar com sua aura de poder. Suas asas, assim como as flores ao redor, pareciam feitas de magia líquida, cintilando intensamente.
Amarílis olhou assustada para a mãe, sentindo uma pontada de apreensão. Antes que Agave pudesse falar, ela voou em sua direção, tentando explicar.
— Mãe, posso explicar! Ele não é o que você pensa, não é o assassino que você acredita ser... Eu... eu o amo!
Mas Agave manteve o semblante sério, e sua voz soou firme:
— Amarílis, quero que você volte agora mesmo para o palácio.
— Mãe, você não entende... — começou ela, a voz carregada de desespero.
— Eu já disse para entrar! — Agave a interrompeu, seu olhar intenso não admitindo protestos.
Amarílis abriu a boca para falar, mas o olhar severo da mãe a fez hesitar. Agave voltou-se para Helianthus, mantendo a mesma expressão firme.
— Helianthus, eu quero falar com você a sós.
Helianthus piscou, surpreso, mas assentiu lentamente.
— Você... quer falar comigo?
Agave confirmou com um aceno breve.
— Acho que não fui justa com você.
— Acha, mãe? Pelo amor das asas florais! — exclamou Amarílis, indignada.
Agave a fuzilou com o olhar, deixando claro que não toleraria mais interrupções.
— Chega, Amarílis Hippeastrum Attenuata Ferguas νεράιδα! Eu quero falar com Heliantos a sós. Saia agora, ou terei que chamar os guardas!
Com relutância, Amarílis lançou um último olhar para Helianthus, cheio de preocupação, antes de se afastar. Porém, ao invés de seguir para o palácio, ela permaneceu próxima, flutuando nos arredores do jardim suspenso, atenta a qualquer sinal da conversa que estava prestes a acontecer.
Agave e Helianthus sobrevoavam o jardim mágico em um silêncio que parecia encher o espaço ao redor de tensão. As asas douradas de Agave brilhavam intensamente sob a luz das estrelas, reluzindo como se fossem forjadas com a própria essência do jardim suspenso. Sua postura era imponente, exalando uma confiança inabalável. Ela flutuava de forma serena, dominando cada movimento com uma precisão quase sobrenatural, enquanto observava o cenário ao seu redor, os olhos percorrendo o jardim com um olhar penetrante.
Helianthus, ao seu lado, sentia uma leve apreensão crescer dentro de si. Suas asas negras batiam de forma ritmada, mas havia uma hesitação em seus movimentos, uma incerteza que contrastava com a presença firme de Agave. Ele sabia que essa conversa era importante, talvez crucial para definir seu destino ao lado de Amarílis e em Nεrάιδα, e o peso desse momento o fazia olhar para Agave com uma mistura de respeito e temor.
Aos poucos, a mãe de Amarílis quebrou o silêncio, sua voz suave, porém carregada de firmeza.
— Helianthus, creio que você já sabe os motivos de eu querer falar a sós com você — disse Agave, sem desviar o olhar das luzes que flutuavam ao redor, como se estivesse absorvendo a essência do jardim em cada palavra.
Helianthus assentiu, a voz falhando um pouco quando respondeu.
— Um deles, imagino que seja Amarilis.
Agave o observou por um instante, e um leve sorriso despontou em seu rosto, embora seus olhos continuassem sérios.
— É verdade. Amarílis não é apenas uma filha para mim, mas uma parte vital deste reino. Você sabe que, eu sendo a rainha, preciso ter certeza e controle de tudo aqui em Nεrάιδa.
Helianthus olhou para as flores brilhantes abaixo deles, tentando absorver o peso das palavras de Agave. Ele respirou fundo, encontrando coragem para responder.
— Eu entendo, e o fato de eu... estar com Amarílis não é simples para você, e que minha presença aqui em Nεrάιδα possa abrir algumas lembranças que despertam mágoa em você. Mas eu sei o que sinto por Amarílis. Sei que, por ela, estou disposto a enfrentar qualquer obstáculo, qualquer sacrifício.
Agave continuou a observá-lo em silêncio, e então assentiu levemente.
— Suas palavras são bonitas, Helianthus, mas quero ver sua determinação com mais clareza. O amor é poderoso, sim, mas ele também pode ser passageiro e facilmente abalado. É preciso mais do que paixão para permanecer ao lado de Amarílis.
Ela deu um leve impulso e subiu alguns metros, seu semblante radiante refletindo o brilho dourado do jardim abaixo. Helianthus a seguiu, ainda um pouco tenso, mas encontrando segurança na decisão que já havia tomado.
— Eu não espero que confie em mim tão rápido, senhora Agave, mas estou disposto a provar meu valor — disse ele, a voz ganhando mais firmeza à medida que as palavras saíam de seus lábios. — O que quer que seja necessário, eu farei.
Agave permaneceu em silêncio, contemplando o jardim mágico abaixo deles por mais alguns instantes antes de finalmente assentir.
— Veremos, Helianthus. Este é apenas o começo.
Ele viu que acima deles além das estrelas ainda possuía algumas flores flutuantes, ele tocou uma delas.
— Sabe Helianthus, tudo isso...
Ela fez um movimento amplo com o braço mostrando todo o jardim suspenso, o castelo abaixo deles e todo o reino de Nεrάιδα
— Toda essa magia, faz parte de cada fada que habita esse reino, e não foi fácil reconstruir tudo isso. Sua mãe consumiu Nεrάιδα, porque foi muito ambiciosa e egoísta. Zaieva, em vez de sustentar a magia, quis tudo para si e destruiu todos para sugar toda a magia.
Helianthus concordou, sua mãe realmente não respeitava a magia, muito pelo contrário, qualquer resquício ou pitada de magia que ela identificava ela pegava apenas para ela.
— Mas entendo que você não é sua mãe, - continuou Agave - vejo muita magia em você, e vejo amor no seu olhar, e entenda que...
Agave se calou, Helianthus não soube o porquê de imediato, mas logo avistou. Por estarem muito acima do jardim suspenso podiam ver o reino inteiro de Nεrάιδα, e ele sentiu seu coração afundar quando viu um grande exército vindo de Mediocris. Tanto Agave quanto Helianthus sabiam estar sendo liderado por Zaieva
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