You're going home with me.
Capítulo 12.
Você vai para casa comigo.
BETTY COOPER
Acordei mais exausta do que quando fui dormir. Estava cansada e não havia dormido bem, por mais que aquela cama fosse a coisa mais confortável em que eu houvesse deitado nos últimos anos.
O cheiro de Jughead impregnava o quarto, como se ele estivesse ao meu lado. Mas não estava, eu estava sozinha no quarto escuro. A casa era dele, não era de se estranhar que seu perfume estivesse em todos os lugares.
Sentei-me na cama e peguei meu celular que havia deixado embaixo de meu travesseiro. Passei os olhos por minhas mensagens, respondendo algumas de Chuck, e por fim passei os olhos por minhas chamadas perdidas. Havia uma de Hank, o médico de meu pai.
Meu coração começou a bater na boca. Alguma coisa havia acontecido.
Enquanto esperava que Hank atendesse a ligação que estava no viva voz, troquei meu pijama por uma roupa confortável e agradeci a Chuck que havia me deixado ficar em sua casa até que eu conseguisse resolver minha vida.
- Hank, o que aconteceu? - questionei, agarrando meu celular assim que a chamada fora atendida.
- Eu sinto muito, senhorita Elizabeth, seu pai faleceu nesta madrugada. - a voz suave de Hank tinha um pesar que fez a notícia ser ainda mais dolorida.
Sem conseguir responder, sentei-me na cama.
Não sabia o que sentir. Dor? Alívio? Tristeza? Felicidade?
- Sei dos seus problemas com seu pai, mas acredito que queira estar presente no enterro dele. - o médico voltou a falar. - Posso pedir para o advogado de seu pai enviar as papeladas para você por email, você as assina e amanhã mesmo tudo estará resolvido.
Uma lágrima solitária escorreu por minha bochecha e eu engoli em seco.
- Obrigada, Dr. Hank. - minha voz sai como um sussurro sôfrego.
"Pensei pelo lado bom, Betty Cooper. Agora você terá dinheiro suficiente para ter a sua filha e pagar tudo o que o seu pai roubou dos Jones." - pensei comigo mesma.
Engoli o choro pela décima vez ao sair do quarto. Queria estar bem para passar mais um pouquinho de tempo com a minha filha até poder vê-la de novo. Não teria estômago para morar embaixo do mesmo teto que Jughead, então combinaria com Cheryl de ver Brianna pelo menos um pouquinho todos os dias, mas longe dele.
Quando coloquei os pés para fora do quarto, ouvi a voz de Veronica estremecer os vidros das janelas. Ela estava furiosa, e, aparentemente, era minha culpa. Tendo em vista de quantas vezes ela usou palavrões e meu nome na mesma frase nos últimos quinze segundos.
- Ela é a mãe da minha filha, Ronnie. - Jughead alterou a voz.
- E eu sou sua namorada! - grunhiu Veronica.
- Ai garota, cala a boca. - Cheryl irrompeu a sala, e, assim como os outros dois, nem notou minha presença. - Se você acordar a Bree por causa de crises de ciúme, eu vou tirá-la daqui pelos cabelos. - ameaçou enquanto caminhava pela cozinha.
- Vá pro inferno curupira.
- Ronnie, Cheryl tem razão. Nós vamos acabar acordando a Brianna. Vamos lá para fora.
- Não, Jughead. - Veronica coloca-se de pé e começa a andar de um lado para o outro, até que se depara comigo, parada próxima a entrada da sala ao lado da cristaleira. - O que você está fazendo aqui?
O rosto de Veronica fica vermelho e ela começa a andar em minha direção. Respiro fundo e encolho os ombros.
- Eu já estou indo embora. - minha voz mal sai, e eu caminho em direção as escadas. - Vou me despedir de Brianna. - aviso, voltando minha atenção a Jughead.
- Não, Betty. - dita ele e eu congelo. - Me espera lá em cima, precisamos conversar antes de você decidir fazer qualquer coisa.
Relaxo os ombros assim que escuto o resto de sua frase. Quando Jughead começou a falar, esperava que ele estivesse tentando me impedir de me despedir de nossa filha, mas, graças a Deus não era isso.
- Jughead, você não pode estar falando sério. - Veronica parou no último degrau da escada, ainda encarando-me.
- Meu Deus, essa chata ainda está aí? - gritou Cheryl da cozinha.
- Jughead Jones, eu sou sua namorada. Será que você pode, pelo menos, me defender da sua amiga que me odeia sem motivos? - grunhiu ela.
Desisti de ficar assistindo o show particular de vughead naquela maldita sala de estar que só me trazia lembranças horríveis e subi as escadas em direção ao quarto da minha filha. Brianna estava sentada em seu chiqueirinho, dando gargalhadas com suas bonecas. O sonzinho do riso infantil fez meu coração se renovar. Foi como se o mundo ao meu redor tivesse deixado de existir e só estivéssemos nós duas ali.
- Não vejo a hora de levar você para morar comigo. - murmurei, pegando a no colo e arrumando seus fios bagunçados. - Agora não existe mais nenhum perigo de você estar comigo, minha princesa.
Um suspiro de alívio escapou por meus lábios, enquanto Bree estava distraída em sua interessante conversa com a boneca ruiva que mais parecia uma cópia de Cheryl.
- Me desculpe pela Veronica... - a voz de Jughead me dá um pequeno susto. - Nós podemos conversar?
- Não, Jughead... Eu te dei todas as chances de conversa do mundo. A única coisa que eu quero agora é distância de você e poder ver minha filha sempre que eu quiser. - digo baixo, sem olhá-lo nos olhos. Não queria começar uma briga e aborrecer minha filha.
- Betty... Eu sei que o que eu fiz não tem perdão, mas, por favor, entenda meu lado. - suplica ele.
- Jughead, eu estou indo. Combinei com a Cheryl de que veria a Bree através dela. Espero que não se oponha. - dito firme, e passo por ele com a minha filha ainda nos braços.
Enrolei o máximo que eu pude até ir embora, não queria me despedir de Brianna.
O dia se arrastou. Eu não tinha para onde ir até a noite quando encontrasse com Chuck depois da corrida.
Minha cabeça estava uma confusão. Eu não conseguia raciocinar direito. O reencontro com a minha filha, descobrir a verdadeira pessoa que Jughead havia se tornado, e a morte do meu pai, haviam me deixado sem chão. A ficha finalmente havia caído, e por mais que eu quisesse me enganar, eu sabia que estava sozinha.
Agora, mais do que nunca, era apenas eu por eu mesma, e minha filha.
Deixei meus pertences no banco de trás do carro de Chuck e o estacionei do lado de fora da área de corrida já que não iria competir hoje e caminhei em passos preguiçosos até o bar.
Enquanto colocava algumas doses de tequila para dentro, minha cabeça viajava em direção a todo o tempo que fiquei longe da minha filha. Não conseguia saber se a queimação na garganta era graças ao líquido latino que descia pela mesma, ou pelo choro que eu tentava prender ao lembrar que perdi seus primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro resfriado.
Será que um dia eu conseguiria recuperar o tempo perdido?
- Um beijo pelo seu pensamento. - uma voz masculina por trás de minha cabeça fez com que eu submergisse do limbo de tristeza em que me encontrava.
- Ah, oi, Chuck... - sorri, forçando uma expressão aliviada.
- Tenho boas notícias. Suas drogas chegaram. - avisou, abraçando-me por trás e deixando um beijo quase que babado em meu pescoço.
- Esquece esse lance. - minha voz falha. - Não preciso mais da grana e agora mais do que nunca preciso ficar longe de problemas.
- Você está de sacanagem, certo? - Chuck puxou-me pelo braço, fazendo-me saltar do banco em que estava sentada diante do bar. - Betty, o que eu vou fazer com a porra da droga? - gritou contra meu rosto, enquanto me afastava do bar.
- Eu não sei, Chuck. Não pode devolver? - questiono baixo, com a garganta quase fechado de pânico. Nunca havia visto Chuck tão aborrecido.
- Não, eu não posso. - ditou entre dentes e empurrou meu corpo já mole por conta da bebida contra uma pilastra da parte externa da pista de corridas. - Eu não vou pagar a sua dívida, Betty Cooper. Mas, como você é mulher, as coisas são bem mais fáceis pra você.
Chuck me encara dos pés a cabeça, com um sorriso que me embrulha o estômago.
- Vou levar você ao meu traficante, e você vai pagá-lo, com seu corpo, com o que quer que você tenha pra pagar, por que não vou ser morto por sua causa. - ditou num tom ameaçador, tornando a se aproximar. - Mas antes, você vai me pagar. Ou você realmente acha que eu esqueci o que me prometeu assim que as drogas chegassem a você?
- Chuck, por favor. Não faz isso comigo. - o desespero começou a tomar conta de mim, fazendo com que lágrimas grossas começassem a tomar conta de minha face apavorada. - Não faz isso, Chuck, por favor, eu só estive com um homem na vida, anos atrás. Por favor. - supliquei enquanto ele me arrastava pelo braço em direção ao seu carro.
Chuck não me ouviu, continuou me arrastando até seu carro e nem ao menos se preocupou com as pessoas olhando enquanto passávamos.
Ele iria me machucar. Na frente de todas aquelas pessoas se fosse preciso.
Meu estômago doeu e revirou. Minha respiração começou a falhar e minha carne tremia como se eu tivesse acabado de tomar um susto.
Quando consegui focar minha visão, antes embaçada pelo choro, dei-me conta de Chuck já havia livrado-se de parte das minhas roupas. A única coisa que o impedia de me quebrar para sempre era minha calça jeans.
Nós estávamos atrás do carro dele. Eu lutava com todas as minhas forças enquanto tentava cobrir meu corpo quase completamente nu, gritando por socorro.
- Cala essa maldita boca. - a mão pesada de Chuck fez minha bochecha esquerda arder.
- Betty? - ouvi alguém gritar meu nome, e uma fração de segundos depois, Chuck estava no chão. - Betty, meu Deus, o que está acontecendo aqui? - os braços me envolveram, apertando-me contra um corpo conhecido.
Era Jughead.
Ele me envolveu em sua jaqueta de couro e me entregou nos braços de Cheryl.
Não consegui enxergar muito do que aconteceu a seguir. Só entendi que Jughead havia batido em Chuck e o colocado para correr depois de pegar minhas malas, quando ele se aproximou novamente, com as mesmas e os nós dos dedos e rosto feridos.
- Você está bem? - questionou ele, tomando-me dos braços de Cheryl e afagando meu cabelo. - Você vai pra casa comigo agora. Não quero você perto desse maldito nunca mais. Entendeu?
- Onde está a Brianna? - questionei ao notar que minha filha não estava com eles.
- Com a namorada de Cheryl. Vamos. Bree vai adorar ver você. - sussurrou ele, antes de embalar-me em seus braços e me levar embora.
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Espero que tenham gostado do capítulo.
Me perdoem a demora para postar, expliquei o que está acontecendo no meu perfil
Comentem, e deem estrelinha, por favor. Até o próximo.
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