Welcome back home.

Capítulo 21.
Bem vindo de volta.
BETTY COOPER

Se Brianna perguntasse por Jughead mais uma vez eu provavelmente desabaria na frente dela. Desde que ele foi preso injustamente, venho inventando um zilhão de desculpas diferentes.

A mais recente era que ele havia ido visitar a vovó. E ironicamente, a algumas horas atrás, junto com a mensagem de que o apartamento de Jughead estava pronto, Cheryl disse que a irmã e a mãe de Jughead estavam na cidade.

Jellybean e Gladys passariam um tempo em Riverdale até que a mãe de Jughead estivesse bem para morar sozinha de novo. Segundo Cheryl, Jellybean havia dito que a situação de sua mãe só piorava a cada dia. E Jughead jamais permitiria que sua mãe se matasse aos poucos e sua irmã fosse negligenciada.

Não posso negar que me sinto culpada pelo que as duas estão passando. Parece que tudo o que meu pai fez no passado os assombra até hoje. Graças a ganância dele, a família de Jughead perdeu um pai e marido, e agora perdia uma mãe para um vício que ela havia adquirido graças a depressão que fora causada pela perda do marido.

Meu pai cavou a cova dos Jones e da nossa própria família por causa da sua sede por dinheiro.

- Mamãe? - Brianna chama minha atenção e solta uma gargalhada sonora quando joga a água da banheira para o alto, fazendo algumas gotículas respingaram em mim.

Ela havia acordado bem hoje, e isso me deixava extremamente feliz. O tratamento estava avançando, e logo ela estaria pronta para o transplante. O problema era de quem ela receberia esse transplante.

Beijo sua bochecha gorda e passo a mão molhada por seus cabelos antes de enrolá-la em sua toalha da pequena sereia, ou melhor, "toalha da tia cheryl" como ela falava.

- O que foi, meu amor? - questiono levando-a em meus braços para o quarto.

- Fome. - ela dá de ombros e enruga o nariz, exatamente como Jughead, o que me faz sorrir largamente.

- Quem tá com saudade da tia Cheryl?

Me assusto com a voz animada e Cheryl e logo vejo sua cabeleira ruiva passar por mim e pegar minha filha nos braços, que grita "eu" com os bracinhos levantados. Solto uma risada e nego com a cabeça, me afastando um pouco para observar as duas abraçadas rodopiando pelo quarto.

- Preciso de um hiper favor seu. - Cheryl me lança aquele sorrisinho de sempre. Parece que ela não envelheceu nenhum ano desde a primeira vez que nos vimos.

- Hm... O que você precisa, Cher? - questiono cruzando os braços enquanto a observo cuidar de Brianna, secando-a, enquanto minha filha gargalha e brinca com os cabelos ruivos da tia de coração.

- Preciso que você dê um pulo no apartamento do Jug, já está pronto, mas preciso que você dê uma olhada no quarto da Jellybean antes que a Toni a leve para lá. - Cheryl me entrega uma cópia da chave do apartamento e logo volta sua atenção a Brianna. - Ela chegou com pouquíssimas coisas. Só algumas mudas de roupa e uns pares de sapato. Queria que você visse o que ela precisa pra eu comprar algumas coisas pra ela.

- Eu e Jughead podemos cuidar disso, Cher, não precisa se preocupar.

- Eu sei que vocês podem, mas eu quero fazer isso, tá bem? Preciso bajular alguém agora que minha Brebree está um grude com essa mãe chata. - Cheryl brinca enquanto aperta minha filha, agora já vestida e de cabelos penteados, nos braços.

- Tudo bem. Eu vou lá fazer isso e vou aproveitar para levar pra lá as coisas do Jughead que estão na casa da Toni.

- Já fiz isso. - Cheryl sorri em minha direção. - As coisas de vocês já estão no apartamento. Tudo organizado e no lugar. Fiz questão de dar como um presente de casamento uma decoradora que deixou o apartamento perfeito e ainda organizou tudinho.

- Você é um anjo, Cheryl! Mas... Jughead e eu não estamos nos casando.

- Você fala demais, Cooper. Juntar as escovas de dente e dividir a mesma cama não deixa de ser um casamento, agora vá, preciso começar a comprar as coisas da JB.

Decido por não retrucar, no fim, Cheryl tinha razão. Moraríamos juntos de qualquer maneira, por mais que não fosse uma coisa oficial como sempre sonhei, não deixava de ser um casamento.

Me despeço de Brianna e Cheryl antes de pegar minha bolsa e deixar o quarto de hospital.

Rodo às chaves do carro de Jughead no indicador e nego com a cabeça. A corrida era dali a poucos dias, e infelizmente não poderíamos competir. As regras eram claras sobre a desistência ou ausência de um dos participantes da dupla, se um estivesse fora, o outro também estava.

No caminho, para o apartamento, faço algumas ligações para os advogados do meu pai, que continuavam cuidando de tudo que um dia fora dele, para saber se tinha como reverter a cláusula da maioridade para eu assumir a empresa e as contas dela. Mas, pelo jeito, não tinha reversão.

Não é que o dinheiro que eu tenha herdado fosse pouco, mas, como eu não podia trabalhar até Brianna estar cem por cento bem, eu não sabia quanto tempo duraria. A casa em que eu morei estava à venda, mas pelo valor ser alto por causa do tamanho da propriedade, nenhuma oferta havia chegado ainda.

Tento esvaziar minha cabeça ao estacionar na garagem do prédio. Subo de elevador até o último andar e paro uns instantes em frente à porta da cobertura.

A casa de Jughead havia sido vendida por um milhão e meio. Afinal, ela era, assim como a minha, uma das melhores e mais bem localizadas casas da cidade. Mas, por mais que pareça que isso seria muito dinheiro, não era. Uma grande quantia desse valor era paga em impostos, Jughead precisou pagar algumas dívidas do hospital, e com o que sobrou comprou esse apartamento.

Por isso a competição era tão importante. Se vencêssemos, com o dinheiro do prêmio ele conseguiria se manter por mais um tempo e pagar as dívidas da faculdade. E o dinheiro da venda da minha casa, seguraria as demais despesas e as contas dos tratamentos da nossa filha.

É de enlouquecer qualquer um saber que eu tenho uma quantia absurda de dinheiro, mas não posso usá-la até completar vinte e um anos. Não falta muito tempo para isso, mas até lá, as coisas provavelmente ficariam mais apertadas que nunca se não déssemos um jeito de participar da corrida e de vender minha maldita casa.

Saio de meu transe ao ouvir o barulho do elevador descendo e me aproximo mais da porta do apartamento. Procuro pela chave que havia jogado em minha bolsa e assim que a acho trato de abrir o apartamento e entrar.

Cheryl era mesmo um anjo. O apartamento estava todo decorado lindamente, com um ar aconchegante e belas cortinas. Jughead era um cara sortudo por ter uma melhor amiga como ela.

Deixo minha bolsa no aparador próximo a porta e caminho brevemente pela sala que era um ambiente aberto para a cozinha. Sorrio olhando pro balcão, imaginando como seria tomar café da manhã ali com Jug e a nossa filha.

Duas batidas na porta me assustam, me arrancando do meu devaneio.

Era provavelmente Toni, e eu ainda nem havia olhado o quarto de Jellybean.

Me aproximo da porta em passos largos e a puxo de uma vez, sem nem olhar ou perguntar quem era.

Ao vê-lo dou um pulo para trás assustada, e logo meus olhos se enchem de lágrimas.

- Betty!

Jughead sorri largamente e avança em minha direção. Seus braços me envolvem em um abraço apertado e ele segura minha nuca enquanto roça o nariz em meu pescoço.

- Meu Deus, que saudade que eu estava do seu perfume. - ele sussurra em meus cabelos e eu preciso engolir o choro para respirar.

- Jug, eu não acredito. Você está aqui, eu não acredito! - digo rindo em meio às lágrimas.

Jughead se afasta minimamente para segurar meu rosto entre suas mãos. Ele sorri olhando em meus olhos e suas mãos envolveram meu rosto.

- Eu senti tanto a sua falta.

Sussurro quando sinto os lábios dele tocarem os meus. É a melhor coisa que senti em semanas. Os lábios macios envolvendo os meus em um beijo calmo e intenso repleto de saudade, era tudo que eu precisava para não perder minha sanidade.

A língua de envolve a minha de maneira suave, enquanto nossos corpos estão cada vez mais colados.

Nós sorrimos e choramos entre os beijos por longos minutos até ele separar nossos lábios e olhar em meus olhos.

- Eu não posso nunca mais ficar longe de você. Por favor, promete que você não vai ficar longe de mim. Nunca mais. - ele sussurra e eu aceno em afirmação com a cabeça várias vezes antes de voltar a beijá-lo.

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capítulo que vem tem o tão esperado hot, animadas???

comentem muito, deem estrelinhas e não esqueçam de passar no @bugheadreams para ler minhas adaptações e one shots!

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