It was worth it.
Capítulo 27.
Valeu à pena.
BETTY COOPER
Bella nasceu numa manhã ensolarada, pegando-nos de surpresa por chegar uma semana antes do previsto. Jughead quase caiu duro no chão da sala quando minha bolsa estourou, e eu só conseguia parar de rir do desespero dele, quando vinha alguma contração forte.
Quando a médica entregou minha filha em meus braços, por alguns segundos, eu senti o pânico da lembrança do parto de Brianna, mas logo vi Jughead ali, ao meu lado, com a mão entrelaçada em meu cabelo, e os olhos fixos na nossa garotinha, que diferente de Brianna, era idêntica a ele.
Uma semana depois do nascimento da nossa Bella, Brianna foi enviada para a cirurgia que a curaria daquela maldita doença. Jughead e eu ficamos de mãos dadas durante todo o procedimento. E precisamos de muita fé e muito cuidado para que nossa filha se recuperasse perfeitamente bem e sua medula se regenera-se da maneira correta para que ela ficasse completamente curada.
Foram meses de acompanhamento, cuidados especiais, preocupações, visitas ao médico, mas, também foram meses de esperança, alegria e de reconstrução.
Depois de tudo o que eu passei, nunca conseguiria imaginar que estaria ao lado do meu primeiro amor, com nossas duas filhas saudáveis e felizes como nunca. Jughead estávamos mais felizes que nunca, e ele já tentava me coagir para tentarmos um menino.
Assim que completei vinte e um anos, fiz questão de partilhar legalmente os meus bens com Jughead, devolvendo para sua família tudo o que lhe era de direito. A primeira coisa que meu noivo fez, sendo o homem incrível que eu sempre soube que era, foi fazer uma poupança para cada uma de nossas filhas e uma para sua irmã, para garantir que seus estudos estivessem pagos até o fim da faculdade, mesmo que não precisássemos economizar para isso. Ele comprou uma casa luxuosa e segura para que sua mãe e irmã vivessem. Gladys já havia recebido alta, e voltara a cuidar de si, da casa e da filha tão bem quanto sempre fez. Jug havia finalmente conseguido terminar a faculdade, e agora estava ao meu lado à frente da empresa, ajudando-me não só no trabalho, mas com meus estudos também. Além disso, resolvemos dar de presente para Cheryl, também conhecida como nosso anjo da guarda, um apartamento para que ela e Toni pudessem se mudar logo depois que se casaram.
Nós havíamos herdado uma incontável quantia de dinheiro, mas nossas prioridades não haviam mudado. Nossa família e nossos amigos sempre estariam à frente do dinheiro e da riqueza. Não era à toa que nossos amigos mais próximos, Cheryl, Toni, Veronica e Archie estavam também trabalhando conosco na nossa empresa.
Fazer faculdade, cuidar de duas garotinhas e um marido e ainda trabalhar não era tarefa fácil, mas, eu já consegui lidar com tarefas muito mais complicadas do que essas. O que fazia tudo ser tão mais tranquilo, além do apoio de Jughead e dos nossos amigos, era o quanto eu amava minha família e o quanto me sentia realizada por finalmente ter conseguido fazer justiça, encontrar minha filha e devolver aos Jones o que lhes era de direito.
Aquela era provavelmente a terceira vez no dia que eu ligava para casa para ouvir a voz de Brianna e saber se Bella, que havia começado a andar no último fim de semana estavam bem. A essa altura, Donna, a babá das meninas, já nem atendia mais o celular quando sabia que era eu ligando, ela o dava direto para minha filha mais velha, que sempre o atendia com empolgação.
- Mamãe! - Brianna grita animada do outro lado. Minha garotinha está com quase seis anos, mas seu jeitinho de bebê não mudou absolutamente nada. - Eu acabei de chegar da escola! Já sei escrever meu nome! - seu gritinho animado aquece meu coração e enche meus olhos de lágrima.
- Como você é esperta, meu amor! - digo sorrindo e recosto meu quadril na mesa do escritório. - A mamãe vai chegar mais cedo hoje, quero ver você escrever seu nome pessoalmente! - digo animada e ela fica ofegante, como se estivesse correndo pela casa.
- Tá bom, mamãe! Agora eu vou brincar, tá? Tchau. - falou de uma vez e logo desligou o telefone.
Soltei uma risada nasal e encarei o quadro acima da minha cadeira. Era uma foto enorme, ampliada, onde estávamos eu com Bella em meus braços e Jughead com Brianna nos dele, no dia em que recebemos a notícia que nossa princesinha estava completamente curada da leucemia.
- Posso saber o porque está rindo sozinha?
A voz suave de Jughead me assusta, fazendo-me virar em direção a porta de minha sala, ainda sorrindo.
- Acabei de falar com a Brin. - digo dando a volta na mesa. - Ela disse que aprendeu a escrever o nomezinho dela, e eu a prometi que iria para casa mais cedo para vê-la fazer isso pessoalmente. - explico, caminhando até ele, e envolvo-o com meus braços pelo pescoço.
- Ela é inteligente igual a você. - ele sorriu, envolvendo seus braços ao redor da minha cintura e roçou os lábios por minha mandíbula. Sinto as mãos deles apertarem minha bunda e estremeço.
- Jughead você andou olhando meu aplicativo de novo?
Ele solta uma gargalhada, mas logo me encara culpado, encolhendo os ombros.
- O que posso fazer se eu quero um menino? - reclama ele, erguendo-me pela cintura e sentando-me em minha mesa.
- E por isso o senhor precisa ficar bisbilhotando meu aplicativo de ciclo menstrual para saber quando estou no meu período fértil para me provocar? - estreito os olhos, cruzando os braço, tentando o máximo prender o riso.
Ele encolhe os ombros novamente e suspende as mãos em rendição.
- Não pode culpar um homem por tentar.
Eu solto uma gargalhada sonora e nego com a cabeça.
- Não temos tempo para outro bebê agora, meu amor. - murmuro, segurando-o pelas bochechas e selo nossos lábios. - Porém, faz tempo que não fazemos amor nessa mesa... - sorrio sugestiva e arqueio a sobrancelha.
Jug, pronto, como sempre, se afasta apenas um passo e começa a soltar sua gravata, enquanto eu, descaradamente desabotoo sua cabeça, impulsionando o corpo para frente para alcançar seu pescoço e beijá-lo.
- Cheryl quer saber quando vamos nos casar, ela e a Toni estão planejando uma viagem pela Europa que deve durar em torno de seis meses. - lembra Jug, enquanto seus lábios se ocupam do meu pescoço, e suas mãos me livram de minha blusa.
- Diga para ela que se ela conseguir organizar o casamento em um mês, me caso com você mês que vem. - digo sorrindo, mas nunca havia falado tão sério na minha vida.
- Você está falando sério? - Jughead questiona com um sorriso largo, e morde meu lábio inferior.
- Acho que nunca falei tão sério. Já devíamos ter nos casados a milhões de anos.
Finalizo o assunto, tomando-o pela nuca e juntando nossos lábios num beijo quente e intenso. As mãos de Jughead adentram minha saia e quase posso sentir o calor de seus dedos aproximando-se de minha intimidade quente quanto escuto um grito exasperado vindo da porta.
- Mas que merda, vocês dois! Vão para um motel! - reclama Archie.
Jughead coloca-se em minha frente, de costas para mim e encara o melhor amigo.
- Caralho, Archie. Quantas vezes eu já disse para não entrar na presidência sem ser anunciado. - reclama.
- Não me culpe se a secretária da Betty está em horário de almoço. - ele ri e nega com a cabeça. - Temos uma reunião com os investidores em menos de quinze minutos, precisamos de vocês.
- Enrole-os, já estamos indo. - dito, falando pela primeira vez desde o susto.
- Pervertidos! - Archie debocha ao sair da sala.
- Como vou para uma reunião duro desse jeito? - Jughead choraminga, virando-se de frente para mim. Sinto minha boca salivar ao ver o volume nítido em sua calça social.
- Eu vou te recompensar, depois do jantar, eu prometo. - digo com um sorriso sacana e pulo da mesa, dando um beijo demorado nos lábios do meu noivo.
[...]
A reunião foi exaustiva, mas, a consolação foi que conseguimos fechar o negócio e estender os contratos por mais cinco anos. A rede de joalherias só fazia crescer, e era difícil acreditar que Jughead e eu estávamos dando conta de tudo aquilo juntos, carregando os sobrenomes dos maiores rivais do ramo.
Quando chegamos em casa, fomos recebidos com gritos de comemoração de Brin e Bel, as duas estavam animadas, dançando - Bella estava dançando sentada, para ser mais precisa - a música tema de algum filme de princesas da Disney.
- Fiquei sabendo que a minha garota esperta, a mais inteligente do mundo todo, agora já sabe escrever o próprio nome? - Jughead anuncia ao pegar Brianna nos braços, e eu sorrio feito uma tola os observando, enquanto caminho até Bella.
Ela agarra-se em meu pescoço e eu a encho de beijos, voltando a me aproximar de Jug e Brin. Beijo minhas filhas, abraçando-as por algum tempo, e logo seguimos os quatro até a pia da cozinha para lavar as mãos, com Donna ao nosso alcance.
Quando sentamos os quatro na mesa de jantar - Jughead em uma ponta, eu na outra e as meninas em suas cadeirinhas entre nós - eu faço algo que jamais havia feito em minha vida.
Rezo.
Eu faço uma oração silenciosa a Deus, agradecendo-o por me dar forças o suficiente para chegar até ali, e me dar aqueles três presentes, que era a única razão pela qual eu enfrentei tudo o que enfrentei.
Valeu à pena.
Valeu à pena cada lágrima, cada sofrimento, cada momento sombrio. Valeu à pena o medo, a luta, a distância. Tudo valeu à pena, porque agora eu os tinha ali, comigo, diariamente, e sabia que aquilo nunca mudaria.
Eu que vim de uma família pequena, composta apenas por meus pais e eu, agora tinha um marido, - mesmo que ainda não tenhamos nos casado no papel - três irmãs de alma: Cheryl, Veronica e Toni, as duas filhas mais lindas do mundo, e um irmão mais velho, que atendia por Archie e mais parecia um pai para todos nós, e, por todos eles, tudo valeu à pena, e eu faria tudo de novo.
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meu deus, eu nem acredito que falta apenas três capítulos pro fim da história! eu vou explodir!!!!!
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