I'm not going anywhere.
[Leiam: Gente, leiam o bendito capítulo de apresentação antes de fazer perguntas nos comentários, por que é chato saber que a resposta está lá, que eu tive o trabalho de explicar e a pessoa não se deu ao trabalho de ler.
A Lili vai fazer vocês passarem bastante raiva, mas ela e o Cole terminam a história juntos sim, como já havia esclarecido no capítulo inicial. E por fim, é bem chato esse lance de "não entendi isso" "não entendi aquilo", a história ainda está bem no início, sendo desenrolada, vocês só vão entender no desenrolar da história. E eu não vou responder perguntas como "ela está sendo obrigada a fazer isso?", e coisas semelhantes por que seria spoiler.
Não sei por que insisto em postar essa história, já que não é a primeira vez que percebo que as pessoas não têm paciência pra ler uma coisa desenrolada aos poucos e que não é nada clichê. Enfim, é isso. Boa leitura.]
•••
Os dois últimos meses haviam sido extremamente conturbados devido a vários fatores. Um deles era o fim do ano se aproximando, e com isso, a saída de drogas era cada vez maior.
Reforcei a segurança nas entregas, mas não mudei a rota que fazia antes das drogas seguirem caminho para meus clientes, eu precisava que aquele filho da puta acreditasse que eu não fazia nenhuma ideia de quem estava fodendo com minhas vendas.
Mal sabia ele que as únicas cargas que ele havia conseguido roubar nesses dois meses foram pequenos presentes meus para ele.
Zoe havia sido treinada por todos nessa casa, afinal, ela precisava aprender um pouco do que cada um de nós fazia de melhor.
Era estranho vê-la tão enturmada e familiarizada conosco, parecia que ela estava ali à anos. Mas, pelo que ela havia me revelado de sua história, era normal que ela fosse assim, carente e aberta demais a quem quer que se oferecesse a cuidar dela. E mesmo que eu não quisesse pensar daquela forma, eu sabia que aquilo poderia nos causar muitos problemas quando ela começasse a se aproximar de Tommy para seguir com meu plano.
Dylan já estava internado, e as coisas estavam feias, o que me fazia ter mais uma preocupação. Eu não podia deixar que nada acontecesse com ele, Dylan era a única família que havia me restado, e eu não o deixaria se destruir. Ele ficaria naquela clínica até que estivesse totalmente limpo e livre de seus vícios.
A namorada de Zoe chegaria dentro de algumas horas, KJ e Jordan já haviam saído para buscá-la. Era estranho perceber que de alguma forma parecia que Zoe não estava mais tão preocupada com a chegada de Noah, e eu sabia que isso seria motivo pra bastante confusão. Minha única esperança era que terminasse na cama, e de preferência comigo no meio das duas.
Sequei meu rosto com uma toalha branca que estava pendurada próxima ao tatame e lavei meu rosto com a água gelada que estava em minha garrafa, logo tomando alguns goles da mesma.
- Já está se sentindo preparada? - questiono observando atentamente Zoe, que vinha em minha direção, refazendo seu rabo de cavalo.
- Acho que sim. - torceu os lábios. Ela me parecia insegura, mas eu sabia que ela havia absorvido tudo o que a foi ensinado, ela conseguiria fácil se defender. - Foram pouco mais de dois meses de treino intenso, pelo menos sobreviver eu sei que consigo. - brinca e eu nego com a cabeça soltando um riso abafado.
- KJ e Jordan logo chegam aqui com sua namorada, é melhor que vá tomar um banho e prepare seu discurso. - tomo mais um gole de minha água e a encaro. - Tenho a sensação de que ela não vai gostar ou concordar com essa situação.
- Eu já estou metida nisso até o pescoço, Cole, eu não vou deixar que a opinião dela mude a minha. - apenas assenti e acenei para que ela deixasse a sala de treinamento.
Zoe aproximou-se de mim e beijou meu rosto, como ela sempre fazia, logo deixando a sala.
E ali estava escancarado o jeito de menina inocente e carente. Todo o contato físico que ela podia ter com as pessoas ela tinha, por isso, se dava tão bem com Jordan, e os dois viviam abraçados e fazendo carinho um no outro. Devo confessar que algumas vezes a situação até me estressa, não sou do tipo que gosta muito de amizades cheias de intimidades.
Caminho até o estande com os alvos e escolho uma das armas posicionadas sobre o balcão, logo apontando para o centro do alvo que estava à minha esquerda e atiro acertando em cheio o mesmo.
Fiquei ali por algumas horas, treinando minha pontaria e descarregando os pensamentos que eu não queria que estivessem em minha cabeça.
Eu não soube de Lili desde o acontecimento no provador, e ficar remoendo e guardando toda a raiva que eu senti por conta da situação não estava me fazendo nada bem. Dois meses haviam se passado e eu continuava alimentando um sentimento ruim dentro de mim, mas não o ruim que me dava prazer, e sim, o ruim que me destrói pouco a pouco, mesmo que eu não quisesse assumir.
Saí da sala de treinamento, e depois de tomar um longo banho frio, me enfiei em meu escritório por horas. Eu precisava resolver os assuntos dos chips que meus seguranças e motoristas passariam a usar, e meu pessoal de confiança também, caso concordassem. Eu não tomaria mais volta, nem perderia mais ninguém de vista dentro daquela casa, todos seriam monitorados vinte e quatro horas por dia através de um computador que era mais seguro e impenetrável que minha mansão. Zoe era a primeira da lista, e já havia concordado com aquilo.
Meu celular vibrou mostrando o nome de KJ no ecrã, pausei minha ligação na outra linha, e logo o atendi.
- O que foi? - questionei brevemente sem dar muita atenção ao que ele falava com alguém antes de voltar sua atenção para mim.
- Acabamos de chegar, desça com a Zoe, acho mais seguro. - pediu. Uno minhas sobrancelhas em total confusão.
- Vocês trouxeram a namorada dela ou uma assassina em série? - debocho e KJ se mantém em silêncio, deixando-me ainda mais confuso.
- Nada disso, porém, a garota tem uma pinta bem estranha, além do que ela parece um garoto. - diz em um tom baixo e eu rio alto revirando os olhos.
KJ, como sempre, conservador em pontos totalmente desnecessários.
Desliguei o telefone sem dizer absolutamente nada, e voltei para a outra linha, terminando o assunto dos chips alguns minutos depois. Sai de meu escritório o trancando e mandei uma mensagem para o celular de Zoe para que a mesma me encontrasse na sala.
Entrei no estoque e carreguei minha arma que estava com menos balas do que deveria e a prendi em minha cintura, logo partindo em direção a sala. Encontrei uma Zoe de cara inchada, com um rabo de cavalo bagunçado, e um de seus shorts curtos que terminavam no contorno de sua bunda, que sempre, sempre me faziam pensar em fazer de um tudo com ela. E não ia demorar muito pra que aquilo saísse dos meus pensamentos, eu podia não ter sentimentos por ela, mas ela era gostosa demais pra que eu deixasse de tocá-la como ninguém nunca fez.
Maneio minha cabeça na tentativa de espantar meus pensamentos sujos quando a vejo vindo em minha direção esfregando os olhos. Umedeço os lábios e passo meu braço por cima de seus ombros, a guiando para a saída principal da casa.
Zoe parece acordar ao se deparar com a figura de aparência masculina e expressão marrenta a sua frente quando saímos de casa. Ela se afasta de mim e corre pros braços da garota, que a segura no colo e a aparentemente a aperta. Noah era pouca coisa maior que Zoe, talvez uns cinco centímetros no máximo, mas ela era mais larga, e eu tinha quase certeza que por baixo daquela blusa cinza de mangas cumpridas havia um tanquinho tão talhado quanto o meu.
Me aproximo devagar das duas e vejo a garota de olhos claros me encarar em total confusão. Zoe se afasta dela e para o meu lado, enche o peito de ar e me olha como se pedisse ajuda.
- Você pode me explicar o que está acontecendo aqui? - sua voz soa grave e seu olhar está focado no rosto de Zoe. - Porque eu estou aqui?
- Vamos conversar lá dentro. - dito autoritário ao ver que Zoe estava gelada e sem saber o que responder.
- Eu não vou a lugar nenhum. - ela responde no mesmo tom e eu cruzo os braços, a encarando com o maxilar trincado e respiro fundo para não pegá-la pelos cabelos e jogá-la dentro de casa.
KJ e Jordan se posicionam atrás dela, e eu apenas faço um sinal com a mão para que eles parem.
- Eu vou explicar. - Zoe fala com a voz falha e eu afago suas costas para tranquilizá-la, em um ato involuntário. - Vamos entrar, está frio aqui. Se depois que conversarmos você quiser ir embora, eu vou entender. - ela diz calma.
Noah parece relaxar os músculos e respira fundo logo assentindo com a cabeça. Zoe estende a mão em sua direção e ela a pega, logo a acompanhando em direção a entrada da minha casa.
Não consigo evitar rir da situação, parecem um casal de bonecas por serem tão pequenas em meu ponto de vista. Nós a seguimos e eu as guio ao meu escritório, ignorando o olhar das outras pessoas que circulavam pela minha casa.
- Então? - Noah questiona Zoe assim que passamos pela porta de meu escritório. Zoe a guia até o sofá de dois lugares e as duas se sentam ali. Me encosto na porta e cruzo meus braços. - Ele precisa mesmo ficar aqui? - questiona se referindo a mim e eu a encaro com um sorriso cínico no canto dos meus lábios.
- Ele é o motivo pelo qual estamos aqui. - Zoe diz antes de despejar toda sua história em cima de Noah. História essa que eu me enganei em acreditar que ela já sabia, e em seguida contou o que sabia de nosso plano.
Como eu imaginei, Noah não concordou com a situação. Tentou de todas as formas convencer Zoe de irem embora dali pra recomeçar uma vida nova com ela. Eu não me movi, nem sequer dei um pio sobre a situação ou expressei minha opinião, apenas observei tudo atentamente, observando cada gesto das duas.
A sede de vingança de Zoe era tão grande, ou até maior que a minha, e por isso, ela não cedeu a Noah. E no fim das contas, mesmo depois das duas terem se acertado, ficou resolvido que Noah não ficaria mais que dois dias ali.
A convenci de aceitar que eu a "ajudasse" até que ela pudesse se reerguer. Em breve ela estaria ocupando um dos meus imóveis, e conseguiria um emprego em alguma filial das joalherias que faziam parte do império de meu pai.
Eu não confiava em Noah, mal confiava em Zoe. Então fui curto e grosso, deixando claro que ela seria obrigada a usar o chip, e que estava proibida de tocar em meu nome, ou na situação para qualquer pessoa que fosse, ou voltaria para a prisão num piscar de olhos. Ela pareceu entender, e pude jurar que vi um resquício de medo em seus olhos.
•••
[Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo!]
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