Help!

[Quero agradecer pelos comentários no capítulo anterior, fiquei super feliz. Me motiva demais quando vocês comentam, obrigada mesmo!]

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O ecrã de meu celular acendeu pela milésima vez com o nome de Tommy. Mais uma ligação ignorada.

O único motivo pelo qual eu estava ali, era porque o pai de Cole sempre acreditou que eu era o melhor partido para o filho dele. Ele é um dos muitos da família que acredita que eu fui embora da vida de Cole porque não concordava com o que ele fazia. Ingênuo. Mal sabia ele que eu havia destruído o coração de seu filho por causa de uma aventura. Mas também, mal sabia ele, que eu me arrependia amargamente disso.

Ver Cole tocando naquela garota fez meu sangue ferver. Imaginar que ele a tocava, a beijava me embrulha o estômago violentamente.

Suspiro cansada e corro os olhos pela sala, percebendo Cole subir as escadas, depois descer e sair discretamente do salão pela porta que dava acesso ao jardim.

Digo aos garotos que iria ao banheiro e me afasto deles. Passo por algumas pessoas que tentam puxar assunto e logo as corto da maneira mais educada que conheço. Eu precisava alcançá-lo, e falar com ele. Só não sabia o que.

Deço os pequenos degraus e me deparado com o enorme e florido jardim, cheios de esculturas, árvores e alguns banquinhos brancos. Estranho ao ver um carro estacionado no jardim, já que ali havia um estacionamento. Dou de ombros e caminho em direção ao Cole, mas paro ao vê-lo conversando com Zoe.

- Você realmente não tem um pingo de amor à vida. - a voz de Tommy soa próxima ao meu ouvido e eu arregalo os olhos totalmente alarmada e assustada. - Por que não atendeu minhas ligações? E o que caralhos você está fazendo aqui? - sinto sua mão pesar em minha nuca e seus dedos puxarem meu cabelo quando ele me vira bruscamente me fazendo encará-lo.

- É aniversário do meu ex sogro, e eu obviamente fui convidada. Não podia deixar de comparecer. - digo com um sorriso cínico em meus lábios e cravo minhas unhas no pulso de Tommy. - Tira sua mão de mim, porque eu não quero passar vergonha aqui dentro. E acredite se quiser, não duvido muito que um dos seguranças daqui te acertem com um tiro se perceberem que você está me machucando. - debocho.

Tommy me olha com ódio. Seu maxilar está travado e as veias de seu pescoço saltam como se ele estivesse gritando. Ao contrário do que eu imaginei, ao invés de me soltar, Tommy agarra meu cabelo com ainda mais força e começa a me puxar em direção, ao que mais tarde eu fui perceber que era seu carro.

Tentei o tempo inteiro não gritar, não queria chamar ainda mais atenção do que já estava chamando e ainda de quebra causar uma confusão.

- Eu vou matar você quando chegarmos em casa. - ele fala entre os dentes e empurra meu corpo contra o carro, me fazendo gemer de dor com a forte pancada em minhas costas.

- Eu não vou pra casa com você! - empurro seu peito e tento passar por ele, mas Tommy me puxa pela braço e torna a me jogar contra o carro. - Me deixa passar, Tommy! Está tudo acabado entre nós dois, eu não sou propriedade sua! - me controlo pra não gritar e volto a empurrá-lo.

Ele ri de maneira debochada enquanto cruza os braços e nega com a cabeça, como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais tola do mundo. Sem conseguir conter a raiva, soco seu peitoral várias vezes e finalmente o empurro para longe de mim. Tento me afastar, mas Tommy me alcança e agarra meu braço com tanta força que faz o local começar a formigar. Ele levanta a mão em direção ao meu rosto e eu apenas fecho os olhos já esperando a dor que logo queimaria meu rosto.

- Você vai perder as duas mãos se continuar com isso. - abro os olhos de supetão e fico alguns segundos sem respirar ao perceber que Cole estava atrás de Tommy, com os braços cruzados e com os olhos escuros de tanta raiva que devia estar carregando.

- Olha só quem está aqui... - Tommy sorri e me joga pra longe fazendo com que meu corpo se choque contra o gramado verde do jardim.

- Cole, vamos entrar por favor. - Zoe pede um tanto quanto distante e eu reviro os olhos me levantando. Ela e Tommy trocam alguns olhares e eu a encaro incrédula.

Tommy ri e nega com a cabeça, logo voltando a me pegar pelo braço bruscamente, ele destrava seu carro e me empurra pra dentro do carro.

- Eu avisei. - ouço a voz de Cole soar totalmente alterada e já não sinto mais o aperto de Tommy em meu braço.

Quando viro pra entender o que acontecia, vejo Cole em cima de Tommy no chão distribuindo socos pelo rosto e barriga do mesmo sem nenhuma dó. Senti meu coração apertar ao ver aquela cena, e não consegui me mover tomada pelo nervoso.

Cole e Tommy compartilhavam do mesmo defeito, eles só paravam de brigar quando seu oponente estivesse desmaiado. Não é atoa que Cole fora obrigado a fazer lutas por anos pra aprender a ter disciplina, mas fora em vão.

Zoe se aproximou dos dois correndo e se colocou no meio deles quando estavam novamente de pé. Ela aproximou suas mãos do peitoral de Cole, mas ao invés de conseguir pará-lo, ela tomou um soco na altura da boca que a levou ao chão.

Finalmente consegui me mover e saí do carro correndo em direção a ela. Sua boca estava machucada e ela parecia que poderia desmaiar a qualquer momento. A puxei para longe dos dois e pude perceber que finalmente as pessoas começaram a perceber a briga e saiam de dentro do salão de festas.

Deixei Zoe sentada no chão próxima ao carro de Tommy e corri até Cole, com medo de que ele acabasse preso por matar Tommy. O vi chutar o moreno o fazendo cair de costas no chão com as mãos em sua costela. Aquele era o momento.

Me aproximei de Cole com calma e segurei seus ombros quando senti que ele voltaria pra cima de Tommy.

- Cole, por favor. Chega. - peço com a voz trêmula. - Eu estou bem, ele não me machucou, se acalma, por favor. - apoio minha testa em suas costas e envolvo meus braços ao redor de seu tronco.

Cole parece relaxar aos poucos e o sinto respirar fundo, como se tentasse se controlar. O viro de frente pra mim com cuidado, e posso perceber Tommy no chão, praticamente desacordado enquanto tateava seu corpo. Seguro o rosto de Cole entre as mãos e o olho nos olhos por alguns segundos.

- Por que você deixa ele te tratar assim, Lili? - a decepção nítida em seus olhos faz meu coração doer.

Abro a boca pra responder mas logo a fecho ao ouvir um estalo alto. Encaro o rosto de Cole que agora está estranhamente pálido, ele leva as mãos pra sua barriga e eu me desespero ao ver o sangue escapando por entre seus dedos.

- Socorro! - eu grito desesperada e tento segurar seu corpo em meus braços, e acabo caindo ajoelhada no chão junto com ele.

Cole geme de dor e revira os olhos diversas vezes como se lutasse para que eles não se fechassem. O abraço o mais apertado que consigo o mantendo perto de mim, sem saber o que fazer.

Continuo chamando por ajuda até ver uma cena que me deixa completamente paralisada. Zoe ajuda Tommy a se levantar, e o coloca dentro do carro, e logo Tommy arranca com o mesmo.

Então ele não estava tão machucado assim. Ele armou aquilo pra machucar o meu Cole.
Sinto o ar me faltar e meu peito doer quando algumas pessoas me afastam de Cole e o levam para longe.

- Você está bem? - não consigo identificar de quem é a voz, nem muito menos enxergar. Minha visão começa a escurecer e meu corpo sua como se eu estivesse competindo uma corrida de bicicletas em baixo de um sol de quarenta graus.

- Meu irmãozinho!

O choro desesperado de Trinity é a última coisa que eu escuto antes de ficar completamente inconsciente.

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