Don't be a hypocrite!

[Leiam as considerações finais, por favor!]

•••

Zoe havia passado o nome completo da tal garota para Cole por escrito. O rapaz realizou todas as ligações necessárias para que ela fosse solta o mais rápido possível, e agora, era só esperar que Zoe chegasse da rua com Camila, para ter certeza de que a garota de quem ele recebi a foto era a certa.

Cole levantou-se da poltrona e guardou o celular, chaves e arma em seu bolso. Caminhou até a porta do escritório e quando girou a maçaneta da mesma, deu de cara com Jordan pronto para bater na porta.

- O que foi? - perguntou, chamando a atenção do rapaz, que o encarou de olhos arregalados.

- Eu acabei de receber as papeladas para a internação do Dylan. - informou, e só aí Cole notou a pilha de papéis nas mãos do moreno. - Eu imprimi e trouxe pra você assinar, se estiver tudo certo, o Dylan será levado amanhã de manhã. - explicou.

O jovem respirou fundo, controlando-se para não dar pra trás e umedeceu os lábios assentindo. Pegou os papéis das mãos de Jordan, trancou a porta atrás de seu corpo e seguiu pelo corredor. Encostou o polegar no aparelho biométrico ao lado da porta do quarto principal e a mesma se abriu.

Todas as portas daquela casa possuíam aquele pequeno aparelho com as digitais de Cole cadastradas, assim, ele podia entrar em qualquer lugar sem as chaves, enquanto os outros usavam as chaves tradicionais. Bateu a porta fazendo com que a mesma se trancasse e andou até a mesa onde ficava o computador. Largou os papéis ali e foi em direção ao banheiro.

Precisava de um banho.

Livrou-se de suas roupas e entrou embaixo da água quente do chuveiro.

As palavras de Dylan não saíam da cabeça morena do rapaz. Cole estava ciente que tudo aquilo fora um show de drama de seu irmão caçula, e que estava certo em fazer aquilo. Que, no momento, o melhor para Dylan era a reabilitação. Dylan não fazia ideia da metade do que aconteceu entre Lili e o irmão mais velho pra ela ir embora, mas ele havia conseguido atingi-lo profundamente.

Desde que o pai dos dois abriu mão dos negócios para viver uma vida normal com a mãe e a irmã mais nova deles, Cole assumiu tudo aquilo. Não foi necessidade, foi capricho. Ele queria ter o poder que seu pai teve a vida inteira, queria viver na adrenalina, e conseguiu tudo isso. Apesar de ter perdido algumas coisas no caminho, e ter afastado algumas pessoas para a segurança delas, como fez com a irmã caçula. Ele era feliz do meu jeito.

Cole tinha quantas mulheres quisesse, na hora que quisesse, sem fazer nenhum esforço. Os cabelos semi-longos de cor escura e os olhos azuis reluzentes chamavam mais atenção do que sua conta bancária exorbitante. Ele tem dinheiro para coisas mais fúteis do mundo, e pode garantir que não é pouco dinheiro. E o melhor, ele não corro risco de ser preso, afinal de contas, sua família é respeitada por todos os corruptos do país. Sendo assim, ele pode, entre aspas, viver uma vida normal.

Seu único problema tem sido aquele merda roubando suas mercadorias, e aquilo o tirava do sério, fazia-o perder o sono. Já que o sistema de segurança das entregas, de sua casa, e qualquer coisa que ele coloque as mãos, é impenetrável. O que o fazia pensar que ou o merda do Tommy era muito bom em roubar, ou que tinha um traíra dentro de sua casa. E ele estava cada vez mais perto de descobrir isso.

Cole sacudiu a cabeça de leve como se pudesse espantar seus pensamentos sombrios e respirou fundo. Terminou o banho e secou seu corpo enquanto saia do banheiro, indo direto para o armário. Vestiu-se com roupas confortáveis e jogou-se na cama sem se preocupar em fazer mais nada depois de pegar os papéis, que foram relidos no mínimo umas dez vezes até que ele finalmente os assinasse.

Cole deixou o quarto com os papéis em mãos, atrás de Jordan para que ele pudesse resolver as coisas, e quando ia bater na porta do quarto do mesmo sentiu uma mão em seu ombro e virou-se calmamente.

- Você vai mesmo fazer isso? Vai me deixar num lugar pra malucos? - Dylan encarava-o com as mãos fechadas em punhos e o maxilar travado. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, e sua voz trêmula. Ele estava chorando antes de vir até seu irmão mais velho.

- Você pode me odiar o quanto quiser, Dylan, mas eu estou fazendo isso pelo seu bem. - passou a língua pelos lábios e suspirou pesadamente. - Não é um lugar para malucos, é uma clínica de reabilitação, e quando você estiver bem, você vai receber alta e voltar pra casa.

- Eu devia ter ouvido a nossa mãe desde o início. - Dylan falou com raiva e parecia se controlar para não gritar. - Você tem tanta sede de poder que esquece sua família, eu nunca devia ter vindo atrás de você, nunca! - aquilo atingiu Cole como um tiro no peito.

Ele respirou fundo e encarou o irmão, trincando o maxilar, numa tentativa de controlar-se para não avançar no rapaz.

- Deixa de ser hipócrita! - gritou e apontou o dedo no rosto de Dylan. - Você só veio comigo porque sabia que ia conseguir se drogar fácil, sabia que ia ter liberdade para fazer o que quisesse, e nunca esperou que eu tomaria uma atitude de homem, e agiria como seu pai pra você não se afundar! Sai da minha frente agora antes que eu te dê todas as porradas que eu sempre me controlei pra não te dar! Some da minha frente! - Cole esbravejou, com o rosto quase colado no de Dylan.

- Ei, cara, calma. - Jordan, que havia surgido atrás de Cole e estava parado na porta de seu quarto, segurou-o pelos ombros, afastando-o de Dylan, que em seguida sumiu corredor a dentro.

O moreno respirou fundo algumas vezes e afastou-se de Jordan, logo virando em sua direção lhe entregando os papéis da internação de seu irmão caçula.

- Resolve isso pra mim. - pediu baixo e afastou-se indo em direção ao escritório.

- Cole! - a voz de Camila soou alta.

Cole bufou e revirando os olhos largou o corpo sobre o sofá de couro de dois lugares, e encarou a porta. Abusada como era, não demoraria muito para que Camila adentrasse o escritório sem avisar.

Dito e feito.

Camila adentrou o escritório puxando Zoe pelo pulso. As duas estavam afobadas, pareciam ter subido as escadas correndo.

- Onde é o incêndio? - questionou com escárnio, as olhando e pôde ver Zoe encarando-o dos pés a cabeça. Foi quando Cole lembrou que além de estar sem camisa, estava sem cueca e só com a calça de moletom. Sorriu passando a língua pelos lábios e largou-se ainda mais no sofá.

- Nós já compramos tudo o que ela precisa, e eu comprei umas coisas pra mim também. - deu de ombros.

Camila era como se fosse a irmã mais velha de Cole, mesmo que fosse mais nova que ele. Era ela quem cuidava de basicamente tudo na ausência de Cole. Tinha personalidade forte e um senso de justiça invejável. Ela era uma das poucas pessoas no mundo em quem Cole confiava de olhos fechados, era por isso que ela era o braço direito dele. Ela e KJ eram.

- Então pede pros garotos colocarem as coisas no quarto da Zoe, eu preciso conversar com ela. - Camila lançou-lhe um olhar malicioso, fazendo Cole rir e negar com a cabeça. Zoe pareceu tensa e incomodada. Mas era normal, não deve ser todo dia que se deve sua liberdade a um estranho.

Camila pegou as poucas sacolas que estavam nas mãos de Zoe e logo tratou de sair do escritório. Cole sentou-se na poltrona, dando espaço para que Zoe se sentasse, e depois de receber um sinal dele, ela o fez.

- Preciso que me diga se essa é a garota certa. - caminhou até a mesa, pegou o retrato e voltou a se sentar ao lado de Zoe, lhe entregando a foto.

Ela sorriu abertamente e passou os dedos pelo pedaço de papel logo assentindo com a cabeça.

- Sim, é ela. Quando ela chega? - questionou animada, seus olhos brilhavam.

- Dentro de dois meses. Porque não posso fazer o mesmo que fiz com você, se não desconfiariam e daria problema pra quem me ajuda. - Zoe suspirou triste enquanto ele explicava. - Nós vamos conseguir uma redução de pena pra ela, e no máximo em dois meses ela estará aqui.

- É melhor que nada, não é?! - questionou retoricamente.

- Enquanto isso eu vou treinar você, e te ensinar a fazer o verme do Tommy acreditar que você é louca por ele. - sorriu debochado e ela revirou os olhos. - Relaxa, ok? Você não vai ser obrigada a absolutamente nada, até onde você vai para convencê-lo é uma escolha sua. - assegurou e ela assentiu.

- Posso te fazer uma pergunta? - questionou e Cole franziu o cenho. - Eu sei que não devo me meter, mas a curiosidade não cabe em mim. - arqueou as sobrancelhas e assentiu para que ela seguisse em frente. - Porque todo esse plano quando você pode mandar alguém atrás dele e mandar prendê-lo? - questionou confusa.

- É um questão de honra, Zoe. Se eu fizer isso, não vou cessar minhas desconfianças, nem muito menos conseguir meu gran finale.

[Sexta feira começo a postar uma comédia chamada Sequestrando nossos ídolos, já está no meu perfil. Será uma shortfic e já está pronta!

Não deixem de comentar e deixar estrelinhas!

As coisas estão perto de começar a esquentar e eu prometo que a espera pela aparição da Lili vai valer muito a pena!]

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