Bem...
... me lembro como se fosse hoje, apesar de ter sido ontem…
Meu ultimato deu resultado, afinal, cá estou eu, vivinho da silva, falando com vocês? Ou eu seria somente uma voz rodando na sua cabeça?
Sem essa!
Na manhã seguinte a voz não desapareceu, mas vejam só, alguém, provavelmente o dono da estação de rádio, conseguiu traduzi-la para mim.
Ainda era difícil de suportá-la, se repetindo sem parar, mas ao menos agora eu tinha um objetivo, que não era dos mais comuns, mas já era alguma coisa.
A frase repetida era simples e sucinta: “Para fazer a voz parar você vai ter que ao doutor contar!”
Não é lindo? Até rima!
Fiquei imaginando qual seria o seu significado por vários dias, apesar de que não tinha dúvida alguma do que tinha que fazer, mas tinha o receio de que isso me levasse para o temido hospício, então bolei uma maneira de o fazer, sem parecer tão louco assim.
O que me deixava preocupado era seguir uma ordem de alguém que, de alguma forma, invadiu a minha mente, mas existia ainda outra possibilidade que me causava medo. E se de fato eu estivesse ficando demente? E se eu fosse um sério risco para a sociedade?
Não queria ser lembrado como um dos loucos que saem por aí matando pessoas, preferia ser lembrado como um louco que não suportou a pressão e deu um fim para a sua existência. Afinal, deste último grupo existiam muitos e mais famosos do que eu!
Contudo, eu sempre fui um cara inteligente e curioso. Não é falsa modéstia por aqui, não tenho mais tempo para isso. Queria chegar ao fundo daquilo, ver até onde aquilo poderia me levar.
E atendendo a maldita vozinha incansável e repetitiva, fui atender ao seu pedido…
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