CAPÍTULO 54 - YURI MARTEL

Yuri Martel

NARRADO POR YURI MARTEL

- Pô... fa.... – e minha respiração ficava descompassada – fa... fa.... fa... vô.... vô...vô... vôr... me... – e mais um sopro de ar entrou nos meus pulmões – a... a... a... ju... ajuda... a... a.. ju... ju... ju... da... ajuda.... a... a.... – mas minhas respiração estava contra minha vontade.

Eles tiraram o toura força e depois me puxaram para beirada do estábulo. Eu não sabia quem era quem naquele mar de gente que me apalpava.

" Cael, CAel, cael, cael, cael- meu cérebro so pensava nisso – Ca... ca...caelllll... ca...el...el... é... é... é... el...

- ca.. ca... ca... dê... ê... ê... meu... cá... cá... cá... el... el... el...

Após dezenas de pessoas afastarem o touro de mim, apenas vomitei uma bola de sangue com areia e me virei de lado. A dor era tanto que não conseguia respirar direito, pensar, ou falar. Queria era trocar de corpo com alguém

"Yuri, você vai ficar bem!" – disse uma voz vindo de fora da minha. E depois eu perguntei como se estava vomitando sangue.

Ele me respondeu "amor". Então eu comecei a chorar, sem ar, piorava as coisas porque nem chorar eu conseguia. "Meu amor" eu pensava comigo mesmo.eu não consigo ir a diante. Por favor, me mate aqui. Eu não... eu.... não... não... eu consigo... ir... ir... ir... pra... pa... pa... pra... pa... pra... fren... fren... fren-te.

- Voce não vai a lugar algum Yuri. Você é meu amor, minha vida. Você é minha promessa... me e não vou te deixar.

- Eu... na... não... na... não... co... co... con... sigo... com... co... consigo... – puxei todo ar que permitia ante do vomito e dor – respirar - Te amo...

E ai eu apaguei. Anos se passaram até esse dia. Eu me lembro bem dos dias que fiquei na cadeia. E lá, me fizeram de "mulherzinha:" até conseguir minha própria defesa. Até conseguir uma base solida. Não havia mais dor, não havia mais falta de ar. Eu estava lá, caminhando entre as pessoas. Não havia Cael, por mais que meu coração dissesse que sim. Eu queria poder controlar o que estava sentindo, tanto fisicamente com a falta de ar, mais o amor que tinha pelo meu noivo.

- Voce matou um cara o comeu depois? – perguntou um dos presos.

- Não! Eu não preciso mentir! Eu não fiz isso!

- Todo mundo sabe que fez! – retrucou o preso que eu mais me identificava.

- Quer dar a bunda, então por que não dá pra quem tá vivo?

Então 03 caras me intimaram para cagar com eles, mas quando cheguei lá, eles me estupraram. Eu me senti completamente injustiçado. Eu sou tudo isso eu vocês sabem. Porra louca, não curte família, dado, drogado, mas não sou mentiroso. Acordei ainda com dificuldades para respirar. Olhei para os lados, buscando qualquer familiaridade com o local, mas ele estava mal iluminado e com uns bips irritantes. Bips que invadiram até meus sonhos.

- Yuri? – chamou uma voz calma - Me pediram, caso você acordasse e não estivesse ninguém aqui, para você ficar calmo.

- E... aonde eu estou? – perguntei com pouca voz ao rapaz.

- Esse aqui é um Hospital. Estamos na Capital.

- Na capital? – ainda com dificuldade para entender os fatos.

- Sim! Disseram que você teve muita sorte com em estar vivo após ataque do Zebu. Prazer, eu me chamo Levi e estamos dividindo o mesmo quarto. Lógico que motivos bem diferentes.

"foda-se quero meu namorado, onde ele está?"

- Você sabe o meu nome?

- Claro, quem não o conhece? Primeiro que estás aqui há 03 dias...

- 03 dias? – senti me coração espremer meu peito.

"Cael? Cadê o Cael? Minha mente martelava esses nome"

- Segundo que eu o vi em vídeos de rodeios: "O homem que dominara o Zebu".

- Acho que não o domino mais!

- Não fique assim! Você ainda é considerado o cara. Muitas pessoas do hospital vieram aqui prestar solidariedade ao seu caso. Mas, depois de uma idiota tentar tirar uma foto, seu marido proibiu qualquer pessoa entrar.

- Meu marido? – perguntei atônito.

- Cael? Um rapaz muito bacana e bem prestativo!

"Bacana e bem prestativo?"

- E... aonde ele está?

- Ele e minha esposa foram jantar. Na verdade, devem estar para chegar!

Acho que nunca senti um alivio tão grande. Eu nunca havia me sentindo tão sozinho quanto nesses 10 minutos no hospital. Estava tão aliviado que comecei a rir sozinho, mas parei logo que meu corpo começava a doer. A porta se abriu e por ela passaram uma moça, muito bonita por sinal, na verdade os dois formavam um casal bonito. Ela acendeu a luz do quarto e fez uma cara muito surpresa ao me ver e ele abriu um sorriso.

- Até que enfim a Bela Adormecida acordou! – disse a moça vindo me cumprimentar.

"ha... ha... ha..."

- Você me deu um baita susto nas pessoas daqui. Em especial o Cael aqui. Esse raapz vale ouro. Não saiu do seu lado 01 minuto.

Olhei para ele que sorria e estava vermelho.

- Sem falar o quão prestativo ele é! Sempre comprando coisas boas para nós comermos. Quando eu não estou aqui, ele sempre o Levi a ir ao banheiro e a tomar banho.

Procurei os olhos do meu "Super Homem" que olhava seu pés.

- Pois é, eu nem saberia quem eu sou, graças a ele – disse procurando os olhos do meu "marido".

- Em falar em banheiro, eu preciso ir – disse o Levi fazendo esforço para se levantar, deixando o lençol escorrer pelo seu corpo semi nu, apenas tampado por dois curativos no estômago e uma cueca boxer branca. Mais que depressa o Cael o ajudou a levantar e entregou o terrível "trabalho de Hércules" a esposa dele.

"Que difícil o serviço solidário do meu marido!"

Esperei ele se aproximar, ainda com o sorriso estampado na cara.

- Então estamos casados? – perguntei arrancando uma gargalhada gostosa dele.

- Não olhou sua mão esquerda? Casamos para garantir meus bens!

Tirei minha mão debaixo das cobertas e lá estava a aliança na mão esquerda.

- Ficou bem melhor na esquerda! - concordei fazendo ficar numa expressão e choro.

Seus olhos estavam cheios d'água e suas mãos trêmulas percorriam meu rosto.

- Como você está meu amor? – perguntou ele me dando um beijo e esfregando seu rosto no meu. Lembrava até aqueles cachorros grandes e todo carinhoso.

- Bem! Meio grogue de remédios, mas bem!

Ele não parava de sorrir e chorar ao mesmo tempo.

- Eu quase morri de saudades. Quase mesmo. Eu fiquei contando cada pinta que você tem no corpo. Na verdade, até sei o numero delas.

- Mas você não estava aqui ao meu lado ou estava "ocupado" sendo solidário com meu colega de quarto?

- Por favor, esperei quase 4 dias para te ouvir. Pode fazer desse momento um momento especial?

Seu rosto estava visivelmente com semblante de cansaço. E puxei ele para mais um beijo. E o coloquei deitado no meu peito. Ficamos lá, em silêncio até meu colega de quarto sair do banheiro. Ele estava com uma toalha em volta da cintura. No mínimo eles perceberam minha felicidade, mas não ia falar disso agora, por favor.

- Você não sabe o susto que eu passei.

- Me desculpe! O que eu passei?

- O Zebu quase o matou. O chifre dele atravessou você de fora a fora. A sorte o que mestre cervejeiro estava na cidade e ele o trouxe aqui de helicóptero.

- Precisou de tudo isso? Quero dizer, foi tão grave assim?

- Depois de operado, não! mas o nosso susto fora essa chifrada que você levou. Todo mundo achou que perfurou os pulmões, mas não! Ele apenas rasgou seu couro por dentro.

O casal da cama ao lado nos chamou a atenção. Eles estavam bem caladinhos pela "amizade"

- Nós vamos dar uma volta pelo hospital. O médico pediu ao Levi que ele andasse um pouco – disse a moça de cabelos negros.

O rapaz, até que enfim, estava com uma roupa descente.

- Vocês querem alguma coisa? Que chamem os médicos ou enfermeiro?

- Por favor! – respondeu o Cael mais que depressa.

- E... caso alguém venha medicar o Levi, avise que fomos andar um pouco.

Esperamos eles sair para continuar.

- E... quando eu cheguei aqui, eles não queriam me deixar ficar contigo como acompanhante. Apenas familiares, como irmãos; pais, ou esposa. Liguei para seus irmãos, para que algum deles pudessem ficar no meu lugar e, mais que depressa a Yara mandou eu dizer que sou casado contigo, até eles poderem chegar.

- Meus irmãos estão aqui?

- Estão sim. Estão hospedados num hotel aqui ao lado. Sua irmã fez um barraco na recepção para que eu pudesse ficar com você de acompanhante em tempo integral.

- Yara fez barraco? Nunca vi isso! Pra ela chegar nesse nível, o caso desse ter sido feio. Agora estou entendendo um pouco da gravidade da coisa!

- Eles vão visita-lo amanhã cedo no horário de visitas. Quero aproveitar que você acordou e vamos lhe dar um banho descente.

- Credo, três dias sem tomar banho!

- Não é bem todo sujo. Eles o limparam e duas vezes ao dia eu o limpo com um pano. Mas é horrível ficar assim... na espera!

- Ué, não disse que somos maridos?

- Reze para NUNCA ver o seu homem dessa forma. É difícil você estar ao seu lado e não o ver sorrir, falar, brincar, você apenas fazia o esforço de respirar.. Eu o limpava, na esperança que você acordasse, mesmo que fosse para voltar a dormir no mesmo minuto, mas não tive êxito. Estou há três dias dormindo de hora em hora.

- Por quê?

- Porque você é medicado de hora em hora. Uma hora é antibióticos, depois, anti-inflamatórios, depois pra dor, depois pra limpar seu curativo, depois para tirar sua frauda.

Enfiei minha mão mais que depressa dentro da coberta e senti um plástico que deveria ser da fralda.

- Você fica tão sexy de fralda Yuri.

- Isso é um convite?

- Com certeza! Ainda mais agora você tem uns 04 buracos a mais no seu corpo...

- Cuzão! Eu desmaiado e você mexendo nos meus buracos!

- E olha que eu mexi mesmo! Mexi em todos eles, ajudei a limpar o bebezão ai e olha que vi umas coisas bem feias... tem dois drenos em você que ficam vazando o dia todo.

- Voce mexeu em todos os meus buracos?

- Todinhos Yuri! Tem que amar muito!

- mexe com mil vacas por ano e reclama de cuidar do seu marido! Quero ver quando for sua vez, lá quando você tiver 70 anos. Eu não vou te limpar. Vou contrata uma velha chata.

Ele apenas ria e transbordava em lágrimas.

- Te amo, sabia? Estava com saudades de você, da sua risada.

- Eu nem tenho palavras para agradecer o que fizestes por mim. Nunca, em mil anos, vou poder retribuir o que você fez!

- Apenas me ame de volta e estará tudo certo!

- Mas... ainda falaremos sobre essa sua solidariedade.

Depois dois enfermeiro chegaram no quarto. Explicaram que precisaria em ter um cuidado muito grande para não haver infecções. Então, o cael deveria extrair o conteúdo do dreno de hora em hora. Eles mostraram o motivo do dreno. Era o liquido que se formava dentro da pela. Sempre que a acumulado, lembrava um molho rosê. Mistura de vermelho com branco. Aquelas placas de pus deveria ser retiradas, até sai liquido que lembrava de sangue que ficam nos fundos dos sacos plásticos de carne de supermercado. Eles autorizaram eu retirar a fralda e me liberaram para um banho. Foi difícil levantar e caminha até o banheiro. Nada de muita dor, mas geravam certos incômodos quando fazia força extra. O Cael me abraçou e me ajudou a caminhar até o banheiro.

- Nossa, não sabia que era tão difícil! – enfim quando pude me apoiar na barra de metal que tinha de fora a fora.

- Difícil é carregar meu marido que pesa 105 kilos e está com está relando o sovaco fedendo a cebola podre, bem na minha cara!

- Quer que eu volte a dormir? Peço para ficar mais um mês dormindo.

- Pra mim, sem problemas. Tenho companhia no quarto – disse ele me dando um beijo na boca.

- Cael Martel! Eu arranco seu pinto num tapa se brincar com isso.

- Ah, tenho algo a dizer: em falar em pinto...

Foi automático. Ele nem acabou de completar a frase e eu retirei a fralda;

- Como assim eles retiraram meu piercing? – perguntei quando o Cael fechara a porta do banheiro para ninguém me ver pelado.

Ele começou a rir e depois tirou o objeto metálico de dentro da carteira.

- Eles precisaram por sonda em você nesses dias. Retirou a sonda nessa manda!

- E por que não colocou de volta?

- Vou te lembrar pela ultima vez. Era pra você estar morto! Pare com piadas toscas!

Apenas concordei com a cabeça e o deixei me lavar. Não era delicado com eu, mas ele fazia seu melhor. Me sentia uma cava tomando banho, pelo carinho de rinoceronte dele. Eu me lembro apenas de comer comida do hospital. Estava tão boa que comi a minha, a do Cael e do Levi. E então o Cael esperou as luzes se apagar e ficou fazendo carinho, propositalmente para eu dormir.

- Cael, eu vou dormir se continuar assim, fazendo carinho!

- Agora sim você pode dormir. Precisava apenas disso, saber se você estava bem. Agora faço questão de você dormir. Assim vamos embora mais rápido.

- E você?!

- Ninguém vai me tirar do seu lado, fica frio. O pior já passou!

- Que lindo você é!

- Nem é por isso! Quando você me deseja: durma com os anjos! Eu respondo que sim! Mas... eu decidi que você vai dormir apenas com "anjas" ou "Deus". Sapequinha do jeito que és, você pega até os anjos. Vai que aparece um anjo loiro, de olho azul, todo saradão dizendo "fic frio que vou te olha na noite!". Hum, toma no cu dele. Aproveitando meu marido dormindo pra olha – lo.

- Ah, olha quem fala. Eu prefiro um anjo do meu parceiro de quarto.

- Prefere porra nehuma. Agora vsmos dormir que o médico passa muito cedo.

- Ok meu amor! Te amo mais que tudo!

- Eu também te amo!

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