CAPÍTULO 10 - YURI MARTEL - PARTE 03

Narrado por Yuri Martel

O meu tio Caio fico estacionado até o meu pai desaparecer de vista. Durante 03 horas de estrada, ele apenas sorrira uma vez. Se eu calculasse o número de sorrisos que ele dera em horas, vezes o número de tempo que eu poderia estar acordado ao seu lado, dariam 05 sorrisos por dia. Agora se eu pegasse um ano corrido ao seu lado, dariam mais de 1800 por ano. Levando em conta que cada um deles dura cerca de 01 a 05 segundos, eu passaria (em um ano) cerca de 01 hora e meia com o sorriso dele no rosto. Pois é, eu estava tão entediado com ele que até contas absurdas de matemática já estava fazendo.

- Está com fome? – perguntou ele me acordando do sonho absurdo.

Demorei uns segundos até entender que estava realmente acordado.

- Desculpe tio? – disse esfregando os olhos com as mãos.

- Perguntei se está com fome ou apenas parar um pouco para esticar? – disse ele com um sorriso forçado.

- Sim, vamos esticar um pouco – concordei retribuindo o sorriso.

Ele parou num posto bem grande a beira da rodovia. Entramos no restaurante e logo fui atacando as comidas.

"Já que fodeu tudo, então vou comer até me acabar!"

Catei quase 900 gramas de comida.

- Você vai beber algo? Posso fechar sua compra? – perguntou a moça do caixa.'

"Puts, tô sem grana!" – disse passando as mãos no bolso.

- Deixa que eu tenho dinheiro – disse o tio Caio colocando sua mão no meu ombro, como forma de me confortar.

Olhei para o prato dele que tinha apenas um kibe. Senti meu rosto pegando fogo na hora.

- Já disse que está tudo bem! – disse ele abrindo um sorriso.

Ele acabara de quebrar minha estatística sobre a quantidade de sorrisos que eu ganharia em 01 ano. Sentamos numa mesa que ficava de frente pra TV. O que seria bom, já que ambos não sabia um modo de puxar assunto um com o outro. Éramos de culturas diferentes. Eu conhecia o Brasil, festas, baladas, carros, homens, mulheres, luxo. Ele conhecia tudo sobre roça. No meu caso, como eu era um alienígena na sua Terra, era melhor eu começar a praticar o que viria pela frente.

- Tio Caio, posso saber o que farei na cidade? – perguntei enfiando uma garfada de comida na boca.

- Você vai ajudar o Cael a administrar a minha fazenda! – disse ele me encarando.

- Ajudando em quê?

- Cael é o maior criador de gado e um dos maiores produtores de hortifrúti da cidade. Porém, ele não tem os números que eu preciso para saber o quanto ele está produzindo.

- Entendi! Ele cuidará do pasto e animais e eu dos números? – perguntei sentindo um pouco mais aliviado – Eu achei que vocês me colocariam para tirar leite e tratar galinhas.

Ele deu uma risada alta.

- Isso seria bom, faria você ter um pouco mais de entendimento dos negócios. Mas, como eu disse, quem manda lá é o Cael. A única coisa que você irá fazer, é colocar tudo o que ele faz no papel.

- Administração básica?

- Exatamente!

- Então não é tão ruim assim! – disse comendo agora um bom pedaço de torta de frango – Pelo menos ficarei com o computador.

- Ainda prefiro os animais – disse meu tio começando a comer o kibe dele.

- Quem sabe um dia eu te levo para conhecer o outro lado do Brasil? – disse abrindo um sorriso.

Eu adorava fazer amizade com aqueles senhores da melhor idade, que era todos safados, adorava suas histórias e modo com que encaravam a vida. O que não me faltavam nessas festas era esses senhores que bancavam diversões a mais para nós.

- Acredito que estou morando na melhor parte dele – respondeu meu tio colocando pimenta no salgado.

- Vamos lá! Quem sabe você e o Cael não faça um tour comigo por todos os lugares que conheço! Vocês não iriam dispensar aquele monte de mulher bonita?

Ele começou a gargalhar e eu o acompanhei. De fato ele já batera o recorde de risos de acordo com toda aquela conta louca que fiz agora no carro. Até que era bom vê-lo sorrindo. Confortava-me saber que minha prisão domiciliar seria um pouco mais agradável.

- É mais fácil você levar a montanha para passear do que seu primo Cael – disse o meu tio.

- Por quê?

- Acho que ele não é do tipo que sai muito. Na verdade, ele não sai nada de casa!

- Que divertido ele aparenta ser! – ironizei.

- O Cael é trabalhador...

- E é divertido? – perguntei enfatizando a ironia na esperança que meu tio entendesse a piada.

- Ele até pode ser divertido!

- Meu pai não economizou quando disse que eu iria para um lugar muito melhor do que eu poderia imaginar – disse fazendo meu tio fechar a cara. As palavras saíram sem que eu pudesse ter percebido.

"Como eu sou um idiota de boca grande!" – pensei.

- Tio eu não quis ofendê-lo.

- Não ofendeu! – respondeu ele seco e ríspido – Você vai para um lugar melhor. Basta aceitar isso!

Comi o toda a comida que tinha no meu prato. Fui ao banheiro mais uma vez enquanto meu tio pagava a conta. Respirava fundo enquanto lavava meu rosto. Acho que estava começando a aceitar que o lugar aonde eu iria, era bem pior do que imaginava. Pior no sentido de isolado. Sai do posto e fiquei lá fora esperando. Fazia uma madrugada bem fria e ventava muito. A placa na lateral indicava 300 kilômetros para chegarmos a Porto Alegre – RS.

- Sabe a parte boa? – perguntou meu tio acendendo o cigarro de palha.

- Não!

- Essa é a última parada antes de Poti.

"Não seria essa a parte ruim de toda viagem?!" – perguntei a mim.

- Que maravilha! – disse suspirando – O que me assusta é a outra placa.

Meu tio cerrou os olhos e olhou para a placa que estava nas bombas de combustível.

"PRÓXIMO POSTO DE COMBUSTIVEL: 122 KILÔMETROS"

- Não se preocupe vamos chegar vivos.

- Valeu Tio Caio!

- Yuri, garanto que você vai gostar de lá. Vai gostar tanto que não vai querer mais voltar para São Paulo.

- Quem sabe! – respondi abrindo a porta do carro, colocando meu moletom novo e sentando na camionete.

- Está com frio? – perguntou ele batendo a sua porta e colocando o cinto.

- Frio? Estou congelando aqui!

- Então vai assustar quando chegarmos a Poti. Lá é muito mais frio – disse ele sorrindo.

- Nada mais me alegra do que saber que ainda nem cheguei no limite do frio – disse arrancando uma gargalhada dele.

- Seu primo custa a andar de agasalho. Então, eu aposto que logo, logo, você estará que nem ele – disse dando a partida na camionete e voltando para rodovia.

- Que mais eu preciso saber do meu primo?

"Já que estou indo para casa do inimigo, nada melhor que conhecê-lo."

- Ele é um bom rapaz! Como eu disse, ele é muito trabalhador, competente, faz seus próprios negócios, é super-respeitado, honra seus compromissos fielmente. Ama os animais que ele tem na sua fazenda. Faz questão de estar presente em cada nascimento e abate de cada um dos animais que da sua terra vive.

- Que homem prendado!

- Sim! Ele é muito esforçado. Vai dar uma canseira em você – disse meu tio abrindo outro sorriso.

- Hum. Já começo a me preocupar um pouco. Ele é casado e tem filhos?

- Nada! Cael é super reservado. Não é casado, não namora, não sai com mulheres, não sai com homens – disse ele perdendo – Desculpe Yuri, eu quis dizer amigos quando falei sobre homens...

- Tio, não se preocupe! Os envergonhados aqui são vocês, quando fala da vida pessoal dos parentes – disse dando um tapa de conforto no ombro dele.

- Yuri, tenho certeza que sou muito mais mente aberta que seu pai. E olhe que eu moro no fim do mundo

- Não sabe o quão cheio de alegrias meu coração fica quando vocês se chamam Poti de "Fim do Mundo" – disse dando um sorriso amarelo.

- Podemos chamar de "Cu do Mundo" se preferir? – disse ele abrindo uma gargalhada gostosa.

- Acho que já concordo que você seja melhor que meu pai. Pelo menos no humor!

- E você é bem mais comunicativo que o Cael!

- Mesmo não conhecendo o Cael, eu agradeço! – disse.

Ficamos papeando todo o caminho até o sol começar a nascer sob uma camada fina de nevoeiro. Ele parou o carro no canteiro indicando que ele precisava urinar. Aproveitei e desci para me "esvaziar". Estava muito frio. Algo que fazia minhas bochechas arderem e meus olhos lacrimejarem. Dei um longo suspiro, sentindo aquele cheiro de orvalho.

- Que cheiro bom! – disse vendo uma grande quantidade de fumaça saindo da minha boca.

- Isso chama-se ar puro – disse ele rindo.

- Mesmo esse cheiro de coco de vaca?

Ele riu alto.

- Principalmente! Você vai amar o cheiro da merda de vaca que nunca mais conseguira sentir o que vocês chamam de esgoto.

- Entendo – disse indo até uma árvore e comendo a urinar.

"Que bacana! Até o meu mijo solta fumaça aqui!"

Voltei ao carro onde o meu tio estava parado na frente da camionete.

- Consegue ver ao fundo duas colinas? – perguntou meu tio apontando para dois pontos muito altos ao fundo.

- Sim! – respondi mesmo tendo que fazer força para distinguir aquele borrão verde marrom, com muita neblina.

- Essa mais perto de nós, a menor, é onde eu moro.

Apenas concordei com a cabeça.

- Então a minha será aquela "maiorzona" lá longe? – perguntei olhando para uma colina alta e bem mais espessa que a primeira que meu tio mostrara.

- Ela mesmo!

Era tão alta que o sol já iluminava o topo.

- Parece ser linda daqui. Ainda mais com aquele nascer do sol.

- Você verá tanto isso, todos os dias, até seu ultimo dia aqui garoto – disse ele sinalizando para voltar para dentro da camionete.

Andamos mais uns 10 kilômetros até chegar a entrada da cidade, onde tinha uma estátua do Cristo Redentor de braços abertos, com os dizeres "Sejam Bem-Vindos". Lá da estrada via-se que o prédio mais alto era da Igreja da Matriz.

"Que confortante!" – disse a mim mesmo enquanto procurando qualquer outra coisa que parecesse com um prédio.

Adentramos na cidade e inúmeras casinhas iam passando pelas janelas. Havia muitas pessoas nas calçadas, todas bem agasalhadas, todos de gorro. Seguravam cuias de chá que expeliam uma boa quantidade de fumaça quente. Todos acenavam enquanto meu tio passava por eles.

- Não está muito cedo para ter tanta gente na rua? – perguntei ao olhar o relógio que marcava 05:56 da manhã.

- Que país é esse que acordam depois das 06 da manhã? – retrucou meu tio abrindo o vidro e deixando aquele ar congelante entrar.

- Todos que eu saiba! Menos o Japão. Aqueles japas trabalham 24 horas – disse rindo.

- Não são só os "japas" que trabalham muito – disse ele dando uma ênfase naqueles japas.

- Tá, eu entendo!

- Que horas os paulistanos acordam? – perguntou ele olhando dentro dos meus olhos.

- Cedo. Mas porque eles precisam pegar o transito – respondi.

- Um paulistano que não conhece a própria cidade. Isso é raro – disse ele rnido.

- Gostava mais de você quando tirávamos sarro do mundo.

- Yuri, São Paulo não para! Na verdade, é raro hoje uma cidade, mesmo que seja uma pequena metrópole, não trabalhar 24 horas por dia.

- Entendo! Mas por que vocês daqui de Poti acordam tão cedo?

- Essas pessoas vivem das fazendas! O pessoal que tira leite acorda umas 04 horas ou 05. Pessoal das verduras passa lá pelas 03 da manhã. Quando se meche com planta e animais, você precisa entender que eles fazem os horários deles.

- Acho que tivesse chicotes e eletrochoque! – disse dando uma gargalhada.

- Vou te dizer uma coisa bacana sobre o Cael e outras pessoas daqui. Eles têm muito amor com os bichos e plantas. Esse tipo de piada pode não ser bem vinda aqui. Facilmente você perderia um dente por falar mal dos animais em publico.

- Eu perderia um dente por falar mal de animais?

- Esqueceu do "facilmente" – disse meu tio com um sorriso torto.

- Quando eu achei que você não se parecia nada com o meu pai...

- Não pareço mesmo! Estou sendo seu tio e amigo. Você é a carne fresca da cidade. Muitas pessoas vão gostar de você e muitas já odeiam você.

- Sem ao menos me ver?

- A cidade é pequena e os boatos correm fácil. Por isso, tenha muita atenção. Até as pessoas o conhecer, é melhor você andar sempre com o seu primo.

- Aquele que arrancaria "facilmente" meu dente caso eu falasse mal dos animais? – perguntei fazendo o sinal das aspas com os dedos.

- Sim!

Tenho que concordar com o meu tio. A cidade era pequena. Havia um ou dois mercados grandes e vários bazares. Haviam farmácias, umas oficinas, uma lojas de roupas, nada muito grande. O que mais encontrava ali eram botecos. Esses não faltariam nem no cu do mundo com chamavam aqui.

- Cerveja Poti? – perguntei enquanto lia um cartaz na rua.

- Sim! Feita aqui e vendida em todo Rio Grande do Sul e países que fazem divisa com nosso estado.

- Nunca ouvi falar!

- Cuidado com o modo que fala Yuri!

- Mas é uma verdade! – disse encarando meu tio – Agora não posso mais dizer verdades?

- Pode e deve, mas fiscalize o modo de conversar.

- Ok! Eu não conheço a cerveja Poti! Ficou melhor? – perguntei fungando.

- Sim. Ganharia um ponto se acrescentasse "Mas gostaria muito de experimentar!"

- Ok! Já entendi!

Atravessamos toda cidade até começarmos a pegar estrada de novo. Andamos uns quilômetros no asfalto e depois chegamos à estrada de terra.

- Se você pegar aquele caminho a sua esquerda, dará direto a minha fazenda – disse meu tio apontando uma estradinha estreita, porém, longa – seguindo reto, chegaremos a fazenda do Cael. Sua futura casa. Você não consegue ver a montanha, porque está coberta pela neblina, mas assim que chegarmos, você entenderá porque o chamam

Olhei para estrada a frente. Era comprida também. Porém, muito mais larga e com araucárias dos dois lados, formando um paredão de árvores.

- É lindo! – disse contemplando aquele belo caminho, com aroma das árvores.

- É sim! Vai se acostumando, são 20 kilômetros de estrada de chão, cercada de pinheiros.

- Bacana Tio!

- Bacana é quando se conhece bem. Não ache que esse caminho lindo seja tão divertido quando estás sozinho. Você pode se perder nesse matagal.

Continuamos o caminho em silencio. Fiquei contemplando todo aquele verde que tinha ao nosso redor. Paramos numa clareira onde mais seis carros juntaram ao nosso, formando uma comitiva.

- Para que tudo isso?

- Negócios Yuri! Apenas tratando de negócios.

Concordei com a cabeça. Não sabia o que era tudo aquilo, então apenas continuei meu silencio. Agora que o sol estava mais alto, dava para ter uma noção do quão grande era aquele lugar. Pena que a neblina dificultava tudo. Represas largas e mais represas iam passando ao fundo. Entramos numa espécie de túnel formado pela copas das altas araucárias e demais árvores. Eram tão altas e grandes que chegava a ficar escuro.

- Está gostando? – perguntou meu tio.

- Sem duvidas!

E sem duvida mesmo era uma das melhores vistas até hoje. Nunca tinha passado debaixo de um túnel de árvores.

- Então bem vindo a montanha Yuri Martel – disse ele quando o carro saiu daquela alameda e dando de frente para uma colina tão alta que o topo era tampado por nuvens – Se gosta da vista daqui de baixo, vai amar a vista lá de cima. E uma represa que não tinha fim ficar bem ao lado do pé da montanha. Fazia um espelho d'água.

Passamos pelo primeiro mata-burro e seguimos viagem contornando a colina. Ela era alta, larga, com muitas árvores de um lado e com várias plantações de outro. Minha duvida era como alguém poderia plantar algo num lugar tão íngreme.

- É muito bacana! Acho que nunca conheci algo assim – disse boquiaberto.

- Vai ver muito mais que isso – disse ele num sorriso maior.

O carro dele parou na porteira. Ao fundo havia um grupo de pessoas. Deveriam ser as pessoas que moravam ali.

- Quer que eu abra? – perguntei num gesto de educação.

- Hoje não! – disse ele descendo e indo até a porteira. ]

Ele a abriu e depois entrou no carro novamente, tocando a camionete até encostar num rapaz que estava deitado ao chão.

- Melhor ficar aqui! – disse o meu tio colocando a mão na minha perna.

Ele desceu e foi falar com rapaz que levantou num pulo. Era um rapaz baixo porém troncudo. Cabelos escuros, mal cuidados e compridos até o meio das costas. A barba passava do peito. De tão velha já tinha uma tonalidade de encardida. Estava sem camiseta e enrolado a uma manta. Ele era forte. Tinha braços fortes, antebraços grossos, costas largas, barriga normal. Não era gordo e nem magro. Era um corpo moldado com trabalho.

- Puta que pariu! Se eu tô quase morrendo e frio com todos esses agasalhos, imagina esse mendigo.

Ficaram conversando por uns minutos até um cara baixinho e de terno se juntar a eles. O rapaz que estava com eles, estava inquieto com meu tio. Até que por fim, o rapaz agachou num monte de fezes e jogou na cara do meu tio. Varias pessoas correram ao seu encontro para ajudar a limpar. Meu tio veio até a minha janela.

- Desculpa tio! Nem reagi porque não sabia que esse babaca ia fazer isso!

- Estou acostumado – disse ele deixando aquele cheiro de merda entrar dentro dos meus pulmões.

Meu estomago revirou legal.

- Por que esse infeliz fez isso?

- Essa cara que você chamou de babaca e infeliz é o seu primo – disse meu tio encarando – pode não parecer por debaixo daquela cabeleira e barba imunda, mas é o seu primo. Ele falava e, ao mesmo tempo, cuspia catarro com merda de vaca no chão do carro.

"Que amor! Vou trabalhar com parente que ainda por cima se veste como um mendigo!"

Meu tio disse que ficaríamos lá até o meu primo sair de casa.

- Posso andar aos redores? – perguntei olhando meu tio ainda passando vários panos no rosto.

- É a sua casa Yuri! Sinta-se a vontade. Tome cuidado apenas com os animais – disse ele com olhar carrancudo.

"Do jeito que ele falara comigo, até parecia que eu estava no Jurassic Park. Sem falar que o único animal dessa fazenda era o Cael!"

Caminhei pelo pasto branquinho por causa da geada. O frio de lá era incomparável com o frio que sentia na minha terra. Era algo que entrava nos pulmões e os fazia congelar. Continuei a caminha pelo pasto até chegar à beira do riacho que dava numa imensa represa. Ao longe, na porteira, o meu primo passava de com sua camionete rumo à cidade. As chances dele vir me cumprimentar ou qualquer coisa que enquadre como ofensa, já foram descartadas. Pelo menos até aquele momento

- Gostou? – perguntou o meu tio fazendo dar um pulo de susto.

- Você sabia que há uma alta probabilidade de alguém morrer quando é assustado? – perguntei ao vê-lo ficando roxo de tanto gargalhar.

- É para você ficar esperto! Você vai ficar na minha casa até o almoço. O Davi cuidará para que você entenda tudo sobre sua nova função aqui nessa colina. Te ensinará todos os programas e regulamentos. Pode parecer um besta aos olhos de quem mora em São Paulo, mas é bem mais complexo que imagina. Após ter uma boa noção do que fará aqui. Ele o levará para conhecer Poti. De lá, você volta com seu primo. Tudo bem pra você?

Apenas concordei com a cabeça e o segui até sua camionete.

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