CAPÍTULO 02 - ZEBU CAEL



Narrado por Zebu Cael

Era uma edição inédita e especial fazer um rodeio onde a final era no réveillon de 2012. Apenas campeões das 10 últimas edições de Barretos poderiam participar, ou seja, somente os fodas dos fodas.

Ele precisa de apenas 07 pontos para ser o Campeão dos Campeões de Barretos. Milhares de vozes explodiram num som que era tão forte que fazia as tábuas que me cercavam tremer.

Eu engoli seco. Catei minha foto do meu irmão Cauê que guardava dentro das minhas vestes.

"Com Deus eu me guio,

Com Deus eu me levanto,

Peço sua Graça meu Deus,

E do espírito do meu irmão,

Em nome do Pai, do Filho, do Irmão,

Amém!"

Essa não é uma oração comum. Era uma oração inventada pelo meu irmão mais velho. Rezo ela todos os dias antes de dormir e ao acordar. E todas às vezes antes de sair montado num touro.

- Posso dar o ok? – perguntou uma voz distante.

Apenas fiz meu costumeiro sinal de "joia" e o cara saiu correndo.

- Boa sorte – disse o Tomé do lado de fora – Você já é campeão.

- Não sou nada ainda. Tem mais esse aqui – disse fazendo o capataz ficar sério.

E se o Zebu faz o que ele faz a maioria das vezes, o Zebu é Campeão de Barretos – disse o locutor lá fora. E não estou falando do touro não, estou falando do nosso Zebu, daquele que desafia a morte ano após ano aqui. Nosso Zebu que faz todos os touros tremerem perto dele.

- É agora grandão. Não estou aqui para te machucar – disse encostando minha cabeça no touro enquanto ele bufava alto e forte. Era uma locomotiva feita de carne – não estou aqui para te machucar.

Soou a buzina e a porteira se abriu.

- Vem preparando o Zebu. Vale a concentração. Vale a frieza. Agora vem você Zebu. O touro é complicado do Simom. O touro é embaçado, difícil de montar. Ele de Poti do Rio Grande do Sul. Abreeeeeeee a porteira. O Zebu consegue segurar a girada. Apenas 08 segundos. Vai embora, vai firme nele, chegou. Zebu, Zebu, Zebu é Campeão aqui em Barretos – disse o locutor aos berros.

Cai no chão e sai correndo enquanto a equipe afastava o touro de mim. Tinha muita terra na minha boca. Meu coração estava a mil por hora. O som abafou e, ao mesmo tempo em que tentava ouvir que estava acontecendo eu não conseguia distinguir nada. O pessoal que estava na arena me levantou nos ombros e correram comigo em volta dela. Milhares de pessoas gritavam meu nome. Eu conseguia me ver no telão. É era eu mesmo no telão. Agora sim eu cai na realidade. Agora sim eu estava rindo atoa. Agora sim eu pulava e abraçava a todos. Depois que eu e os demais competidores recebemos a nossa premiação, era hora de viver meus 15 minutos de fama.

Dei entrevistas para mais de 10 TVs locais. Fui de camarote a camarote cumprimentar os donos. Tirei foto com artistas e até subi no Palco Principal. Naquela noite era Chitãozinho & Xororó e depois teve Ivete Sangalo. Ambos eu fui homenageado. Fui eu quem fiz a contagem regressiva para o ano de 2012. Foi a maior alegria da minha vida. Saímos dos palcos e fomos nos divertir com os mortais.

- Esse é meu menino – disse o Tomé dando um abraço apertado.

- Se eu ganhasse R$ 1 real cada abraço seu Tomé estaria rico – disse arrancando um sorriso largo do negro.

Tomé era o capataz da minha montanha. Era um negro de 50 anos, com 1,95 de altura e deveria pesar seus 120 kilos. Dava medo em qualquer um. Então ele ia abrindo caminho por onde eu queria passar. A mulherada se jogava nos meus braços, me beijava, apertava a minha bunda, sem falar no meu pau.

- Tomé, se eu não sair daqui do meio, vou ficar sem minhas bolas – disse ao Tomé.

Ele agarrou meu braço e me puxou para um canto onde eu ficava atrás um cinturão de seguranças. Fiquei no camarote por mais 03 longas horas, tirando fotos e mais fotos. Saímos do recinto e fomos para um hotel na cidade.

- Você sabia que ia ganhar! – disse o Juan, o argentino, rapaz que trabalhava na minha montanha – Você siempre ganha.

- Eu nunca sei quando vou ganhar Juan. Animais são imprevisíveis – disse esticando o braço e pedindo para que me dessem a minha pinga.

- Lógico que sabia! Você fala com ele – Retrucou o Aldo, irmão do Juan que trabalhavam na minha fazenda.

- Não falo com nenhum animal. Aliás, vocês estão felizes que eu ganhei, então vamos comemorar – disse arrancando a minha camisa.

O cara da van parou na porta do hotel. Subimos no quarto e fui direto para ducha.

- Vamos nos encontrar em 01 hora – disse o Aldo colocando a cabeça dentro do box.

Eu fiz uma promessa quando criança, que cortaria meu cabelo e minha barba somente quando eu achasse o amor da minha vida. Lógico que não estava há 20 anos sem me barbear. Todo ano bissexto o cortava os cabelos e a barba pela metade. Cabeleira que chegava até em cima da bunda. A barba quase no umbigo. Lavar tudo aquilo demorava muito. Tenho 1,70 de altura e pesava 80 kilos. Kilos que eram bem distribuídos pelos serviços da fazenda. Eu carregava bezerros no colo, sacos de arroz, sacos de milho, feijão, porcos. Tudo o que eu pudesse carregar eu carregava, então meu corpo era uma armadura. Sem falar na força que tinha para segurar um touro.

Fechei a ducha, enrolei meu cabelo e minha barba na toalha e pulei pelado na cama. Acordei assustado com Juan e o Aldo pulando em cima de mim.

- Noches señor campeones dos campeones – disse Juan me empurrando.

- Que foi cucaracha? – perguntei assustado. Tinha caído num cochilo e ido para outro mundo.

- Non se lembra que tienes que salir com todos e mais as mulheres? – perguntou o Aldo – Quero comer muchar bucetchinhas.

- Eu quero dormir, tem como? – perguntei enquanto os dois me jogavam no chão.

- Non saímos enquanto você non se aprontar – disse o Juan.

Coloquei uma roupa o mais rápido possível e saímos do quarto rumo a piscina. Lá encontramos dezenas de pessoas que gritaram meu nome enquanto eu passava pelo. A festa estava regada a champanhe, cerveja, uns ex-bbbs, e muita gente que nunca tinha visto na vida. A maioria veio saiu da festa de peão e vieram até essa PVT. Bebemos a noite toda e só saímos ao amanhecer. Eu, os rapazes da minha fazendo e mais um dúzia de mulheres subimos até o nosso quarto. Era de praxe após eu ganhar os rodeios fazer esse surubão.

Ao contrário do que se imaginavam, a única coisa que era permitida ali dentro era o álcool. Nada de drogas, nada de qualquer substancia que pudesse tirar o foco e dar problemas maiores. Sempre que um dos meninos via alguém consumindo algo, era retirada do quarto imediatamente. Se há algo no mundo que eu mais detestava, eram as drogas. Deixei o pessoa de lado, tirei minha roupa, fiquei apenas de cueca branca, boxer, encostado no parapeito de uma das janelas. Observar os garotos excitados era o que me dava mais tesão. Sentia tesão na forma que eles possuíam as mulheres. Eu não sabia de onde vinha tanta energia daqueles argentinos que comiam uma menina atrás da outra.

- Non vai querer nenhuma mesmo? – perguntou o Aldo chegando bem perto de mim.

Aquele cheiro de suor, aquele cheiro de macho, aquele cheiro de sexo de deixava louco. Sem falar no pau dele, meia bomba, que acabara de gozar, pingando leite pelo chão, estava a poucos centímetros da minha mão. Meu coração estava a mil. Tinha horas que eu me imaginava comendo aquelas mulheres e tinha hora que me imaginava com os rapazes. O que havia de errado comigo?

- Quebre essa promessa por você – disse o Tomé me acordando do tranze.

- Eu só vou trepar, foder, relar, beijar aquela mulher que eu amar um dia. Vocês sabem das regras, vocês sabem o lugar de vocês.

Prometi a mim mesmo que jamais colocaria a mão em alguém a não ser o amor da minha vida. Não é atoa que estou com essa cabeleira imensa e essa barba de mendigo.

- Estás bien – disse o Aldo pulando na cama.

Olhei para trás onde as garotas se divertiam naquele bacanal. Mas nada me chamava atenção, talvez pelos meus rapazes que estavam ali. Gostava de ver a forma como eles comiam as meninas. A forma que suas bundas contraiam e relaxavam. Da forma que eles judiavam das garotas. Da cara de dor que elas faziam quando eles metiam sem dó. Enfiei a mão na minha cueca. Meu pau tava trincando. Comecei a bater punheta vendo aquela cena. Meu saco doía de tesão. Ver aqueles rapaz que conheci crianças e hoje estão aí, dando show na cama.

Uma das meninas veio até mim, com uma taça de champanhe.

- Nenhuma das minhas meninas são boas o suficiente para você? - perguntou uma morena usando apenas lingerie.

- Não, são todas lindas! Eu que sou o problema aqui. Eu que tenho meu coração guardado a outra mulher –respondi tirando a mão de dentro da cueca.

- E essa animação toda aqui? – perguntou ela colocando a mão dentro da minha cueca – tô vendo que alguém está babando de tesão.

- Você é a Tina a cafetina, não é? – perguntei segurando a mão dela e fazendo ela alisar ainda mais meu pau duro.

- Sim! – respondeu ela ao ver a minha "animação".

- Se você colocar a mão em mim mais uma vez, eu juro que tiro todas vocês desse quarto com uma – eu disse abrindo um sorriso ainda mais malicioso.

Ela apenas tirou a mão da minha cueca e foi até o outro canto do quarto, resmungando alto com o Tomé.

- Você deveria ter mais paciência com elas. Você é o famoso da noite. Milhares aqui dariam a xana de graça, se você pedisse.

Apenas serrei meus olhos, vesti minhas roupas e saí daquele quarto.

- Saímos daqui ao meio dia. Então aproveitem – disse ao Tomé enquanto eu passava pela porta e a batendo com força.

Entrei no meu quarto e fui para o chuveiro novamente. Tava com tanto tesão que bati duas punhetas ali mesmo.

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