008
˖࣪ ❛ A VERDADE
— 08 —
— ELES ME SEQUESTRARAM. — digo talvez pela décima quinta vez, ouvindo rosnados novamente. Ei, parem de serem selvagens. Eu digo "olá", você diz "grr", eu respiro e você diz "grr". — eu me jogo na cadeira. — Esta conversa não avançará se você continuar grunhindo.
— Que porra é você e o que está fazendo conosco? — um deles salta para dizer, eu analiso.
— Um ser maravilhoso que está rodeado por seis homens. — olhei para todos. — Com você sem camisa e eu com a camisa rasgada por sua causa. — eu disse diretamente para aquele cara, Embry. — Parece um episódio pornô.
— Uau, Fallon. — Jacob está enojado. — Sem traumas, por favor. — ele cobre os ouvidos.
Sam, o Alfa, pigarreia, chamando minha atenção. Olhei para ele com desdém, essa conversa não deu certo por causa das pulgas selvagens e eu lançando meus comentários cheios de ironia. Ninguém saltou para me atacar novamente depois de me cheirar, ninguém tentou me aniquilar depois de me sentir. Eles ainda rosnavam para mim e quando eu fazia algum movimento eles ainda estavam um tanto alertas, eu os entendia, era tudo muito novo e confuso para eles.
— Só vamos repetir uma vez. — ele caminhou no meio de todos, chegando na minha frente, me desafiando. — O que você é?
Eu sorri quase visivelmente. Levantei-me e mesmo usando botas com salto pequeno, Sam ainda era mais alto que eu. Mas, embora seus olhos estivessem cheios de curiosidade, meus olhos estavam cheios de superioridade.
— Oh, lobinho. — eu sussurro, dando um passo à frente, ficando a centímetros de distância. — Você sabe perfeitamente bem o que eu sou.
— Um sugador de sangue não pode ser. — ele sibilou, olhando para cada detalhe do meu rosto, incrédulo. — Isso não faria sentido.
— Sam? — perguntou um de seus lobos, e ele não foi o único confuso. Todos estavam, todos menos Paul e Jacob, que já sabiam.
— O destino tende a ser uma merda quando quer, sabe? — eu comentei. — Irônico que um ser como eu esteja destinado a ser como você.
A tensão havia aumentado, a matilha não entendia aquelas palavras escolhidas que saíam da minha boca, olhavam para seu Alfa em busca de respostas, mas ele havia começado a respirar pesadamente, preocupando Jacob e Paul.
— Experimente. — ele me desafiou.
E eu adorava desafios.
Sam deduziu meu sorriso como uma resposta positiva. Ele saiu daquela cabana ainda chateado, deixando a porta aberta para mim. Soltei um bocejo falso e comecei a sair, sendo seguido pelo resto do bando.
— Aconteça o que acontecer, fiquem fora disso. — Sam ordena, olhando para os meninos, especialmente Paul e Jacob, que estavam dispostos a desafiar seu alfa por mim.
— Calma, crianças. — comentei em voz alta, tirando o casaco e me posicionando na frente de Sam a uma distância segura. A mamãe vai mostrar a eles como é lutar de verdade.
Não me mexi, esperei que ele desse o primeiro passo. Eu queria dar a ele uma pequena vantagem, só um pouquinho. Estávamos no meio do grande campo do bando, gostei do lugar. Tudo verde, rodeado de árvores, o ar estava mais fresco que o normal.
E, quando Sam soltou um rosnado ao se transformar em lobo, pássaros voaram para fora da floresta mais profunda com um rosnado tão imponente. Por outro lado lá estava eu, ainda estática no meu lugar, observando-o se aproximar de mim a uma velocidade impressionante.
— Ole. — eu zombei quando me esquivei dele com facilidade.
Vejo como o chão abaixo dele se moveu quando suas garras entraram neles. Ele se lançou sobre mim novamente, eu agarrei seu focinho quando ele tentou me devorar, literalmente. Posso ver a matilha querendo interferir, mas com meu olhar mortal e o rosnado de Sam, eles não se movem nem um centímetro.
Nossos golpes ecoaram, a maneira como Sam me bateu com suas garras e me jogou e a maneira como tentei causar-lhe o menor dano possível. Mesmo se eu quisesse, não poderia machucá-lo.
— Merda! — grito frustrada quando sua grande garra acaba rasgando completamente minha camisa, revelando meu sutiã. — Só porque vocês são exibicionistas não significa que eu também queira ser.
Fiquei com raiva.
Meu corpo colidiu com uma árvore e eu poderia jurar que ouvi rachaduras nas minhas costas e a árvore caiu, partida ao meio. Estávamos entrando na floresta, não estávamos mais ao ar livre em meio ao seu gigantesco terreno. Perdemos os da matilha.
Éramos só ele e eu.
Agarrei a mesma árvore com a qual ele havia me batido e joguei nele, conseguindo derrubá-la.
— Seus cachorrinhos são obedientes. — comentei com zombaria quando percebi que, como Sam havia dito a eles, não importava o que acontecesse, eles não se envolviam.
Ela o ouviu ofegar e rosnar para mim, mesmo com metade da árvore sobre ele. Caminhei devagar, agarrando o que estava dificultando a respiração dele e jogando fora, libertando-o.
— Eu não queria fazer isso, Sam. — murmuro, agachando-me e observando seu pelo preto começar a ficar molhado com o sangue do ferimento que causei. — Mas você queria que eu te mostrasse o que eu sou...
O lobo se afasta o melhor que pode quando tento tocá-lo, franzi os lábios em frustração, não queria fazer isso. Eu não usava isso há milênios.
Fechei os olhos, colocando a mão na superfície da terra, sentindo a umidade. Pensei, me concentrei e aconteceu o que eu menos queria. Eu podia ouvir Sam ofegante quando algumas raízes de árvores o agarraram, aprisionando-o, impedindo-o de recuar enquanto eu me aproximava.
O lobo tentou me morder, mas consegui colocar a outra mão livre em seu focinho, bem na ponta de seu nariz, sorrindo divertida para ele. Ele estava começando a se acalmar, senti a frieza do seu nariz contrastando com o calor da palma da minha mão. Sua ferida sarou quando eu o toquei.
E seu lobo finalmente me aceitou.
Eu sabia disso quando ele fechou os olhos e respirou com facilidade.
— Aqui está o que você queria. — eu sussurrei, quando ele abriu os olhos.
— É você. Você realmente é.
Sorri ainda mais quando pude ouvir sua voz em minha cabeça.
— Claro que sou, idiota! — eu ri, soltando-o.
(...)
POV NARRADOR
Jacob foi o primeiro a olhar para cima quando ouviu dois batimentos cardíacos.
Todos ficaram surpresos ao ver seu Alfa carregando a nova vampira nas costas, que estava confortavelmente deitada de costas olhando para as unhas com arrependimento devido à manicure estragada.
— O que...? — a confusão de Quil foi revelada quando Fallon caiu das costas de Sam quando ele retornou à sua forma humana.
— A princesinha é exigente. — ele revirou os olhos, sendo empurrado por Fallon ao ouvir isso.
— Você estragou minhas unhas, meu cabelo e minha blusa de grife. — ela começou a listar. — Me carregar é o mínimo que você pode fazer!
— Estou passando por um momento muito estranho. — Embry sussurra para Jared, que estava no mesmo humor.
Fallon começa a caminhar em direção à casa, seguida por Sam. Os dois adultos se entreolham com a testa franzida e depois se viram para olhar a matilha, que ainda estava estática em seu lugar.
— Vocês não queriam saber a verdade? — Sam olhou para eles com uma sobrancelha levantada.
— Vamos, cachorrinhos. — Fallon faz sons com a boca enquanto seus dedos estalam.
Paul e Jacob começaram a andar parecendo irritados com a ação de Fallon, os outros seguiram os meninos mais confusos do que antes. Eles viram a vampira se jogar no sofá enquanto Sam se encostava na parede, desconfiados e ainda em estado de choque eles começaram a sentar na frente de Fallon.
— Oh, você é um amor. — Fallon aceitou as roupas que a esposa de Sam, Emily, havia lhe dado, a vampira faz uma careta quando ela as cheira. — Você não tem algo que não cheire a cachorro?
— Ele simplesmente... Ele acabou de sair da máquina de lavar. — Emily se pergunta, cheirando a camisa.
— Bem, você deveria trocar o amaciante, ehhh. — Fallon comentou, tirando sua própria camiseta manchada e rasgada de qualquer maneira, colocando a camisola de Emily.
— Fallon. — a voz paciente de Sam cresceu.
— Um pouco de pipoca e vinho para me motivar a contar a história? — indaga a mulher, querendo a todo custo evitar contar-lhes o motivo da união.
— Oh meu Deus. — Paul grita enquanto esconde o rosto nos braços. — Apenas diga a eles o que você é!
— Não levante a voz para mim! — ela também se emociona, olhando mal para ele. — Jacob, sem spoiler. — então aponta para o menor.
— Não dou spoilers!
— Bem, o fato de você ter me contado o final de Diários de um Vampiro diz exatamente o contrário.
— Não que Stefan fosse seu personagem favorito. — ele bufa entediado. — Quanto você chora pela morte dele?
— Stefan morre? — Embry olha para ele em estado de choque.
— Ainda dói. — Fallon finge choramingar.
Sam fica impaciente e caminha para o lado de Fallon.
— Ou você conta a eles ou eu conto a eles. — ele decidiu com estresse, vendo Fallon mudar seu rosto de falsa tristeza para um mais sério.
— Ora, ora, não me pressione. — ela levanta as mãos em sinal de rendição, acomodando-se melhor no sofá e engolindo em seco ao ver que a atenção de todos estava voltada para ela. — Você já ouviu a história do lobo druida?
— Não foram essas as histórias que seu pai nos contou, Jacob? Sobre as mulheres controlando a natureza? — Quil lembra, olhando para o garoto, que assentiu um tanto hesitante.
— Meu pai não contou toda a história.
Fallon falou novamente quando Quil se virou para olhar para ela.
— A cada cem anos nasce uma druida, destinada a uma matilha de lobos, destinada a proteger a floresta a que pertence. — suas mãos tremiam enquanto ele falava. — Minha mãe era uma druida de uma matilha na Alemanha, há muitos séculos, uma druida não decide qual matilha proteger, são os deuses. Venho de uma família de druidas onde o legado terminou quando... Quando fui transformada em vampira.
— Como você sabia que éramos sua matilha?
— Eu não sabia. — ela responde à pergunta de Jared, sorrindo levemente. — Nosso vínculo me trouxe até Forks, eu não tinha ideia que havia uma matilha aqui, mas no momento em que coloquei os pés na floresta, pude ouvir os batimentos cardíacos de todos vocês.
— O que é uma druida para os lobos?
— Sua protetora. — Fallon havia dito, lambendo os lábios subitamente secos. — Elas cuidam de suas terras, cuidam de suas vidas, de seu legado até que a morte decida tomá-las. Uma druida lobo tem um vínculo desde que nasce o primeiro da matilha, ela não sabe onde está, mas sente isso.
— Você sentiu isso quando nossos pais e avós nasceram?
— Não, pessoal. Eu não senti isso porque eles não eram minha matilha destinada. Como eu te disse, comigo o legado das druidas acabou. Os deuses, por algum motivo, decidiram colocar meu lado druida para dormir até que a matilha que eles acreditavam ser meu destino estivesse completa. Suas vidas estão ligadas à minha.
— E como isso funciona com o seu lado vampiro? Você não é como os Cullen.
— Eu sou uma híbrida. A minha parte druida mantém minha humanidade, tenho certas características de uma vampira normal; Meus olhos podem mudar de cor, minha pele pode quebrar como cera, posso passar dias sem dormir ou comer, mas isso é quem decido. — Fallon explicou. — Minha mente está ligada a Paul, Jacob e Sam, pois eles já me aceitaram como parte de sua matilha, mas preciso que vocês façam o mesmo.
— Como fazemos isso?
— Concentre-se no meu batimento cardíaco.
Jared foi o primeiro a notar os batimentos cardíacos de Fallon. Quil, Embry, Brady e Collin seguiram em sincronia. Os batimentos cardíacos de Fallon eram lentos, lentos demais para o gosto deles, mas estavam lá. Eles sentiram que seus lobos começaram a ficar inquietos como se estivessem presos por centenas de correntes com espinhos, o olhar que Fallon deu a eles era muito significativo para eles, muito intenso. Um após o outro, eles reclamaram enquanto caíam no chão.
'Vocês cheiram como cachorro molhado.'
— Você falou comigo! — Embry se encolhe, caindo para trás.
— Você a ouviu? — Quil olhou para eles. — Eu também!
'E parece que vocês não tomam banho.'
— Fallon, pare agora! — Collin grita, agarrando sua cabeça. — É estranho.
— Bem, vocês vão se acostumar com o quão irritante ela pode ser. — brinca Paul, vendo Jacob acenar com a cabeça e Fallon ficar ofendida.
— Você consegue ouvir tudo o que pensamos? — Brady pergunta.
— Só se eu quiser.
— Que maravilha! Uma garota da matilha e não é Emily nos repreendendo por comer demais. — Quil comentou, fazendo o resto rir.
— Não vou repreender vocês por comerem demais, mas definitivamente não vou permitir que me vejam com vocês desse jeito. — ela apontou para eles com desgosto. — Vocês parecem sem-teto.
Dizer que eles ficaram ofendidos era um eufemismo.
— Não acredito que você é nossa druida. — Embry gagueja.
— E eu não posso acreditar como Forks deixa meu cabelo crespo. — ela reclamou, tocando seu cabelo castanho e olhando para ele com pena.
— Oh, Deus. — os olhos de Sam embranquecem. — Muito blá, blá, blá, venha, vamos te mostrar o local.
Fallon dá um pulo enquanto segue Sam, ouvindo os passos apressados dos demais.
— Você pode controlar a natureza? — ela ouve Quil perguntar.
E todos ficaram em completo silêncio enquanto uma raiz brotava do chão, agarrando-o pelo tornozelo e fazendo-o beijar o chão. A risada da matilha foi imediata quando o viu coberto de terra por todo o rosto.
— Ai está.
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