004
˖࣪ ❛ PEQUENO CHIHUAHUA
— 04 —
— EI! — RECLAMA O ADOLESCENTE.
— Concentre-se. — eu o repreendo. — Viemos buscar chocolates e sorvetes. Não é para você flertar com o caixa.
— Eu não estava flertando!
Olhei para ele com uma sobrancelha levantada. — Acalme seus hormônios.
Agora estávamos em um supermercado na periferia da cidade, já que não havia nenhum aberto em Forks naquela época.
Eram exatamente 03h27 e a senhorita Isabella Swan começou a se sentir deprimida por causa do estado de magreza de seu ex-namorado.
E quem estava com ela, infelizmente? Exato! O pirralho e eu. Agora nós dois tínhamos que sair correndo em busca de sorvetes e chocolates porque era isso que Isabella queria, preferíamos andar pela cidade inteira ao invés de ouvi-la falar sobre Edward.
— Senhora, é o meu chocolate! — virei um pouco a cabeça e encontrei a cena de Jacob brigando com uma velha por causa de uma barra de chocolate.
— Não me interessa! — a senhora gritou para ele.
— Bem, não me importa se você tiver que levar esse chocolate para o seu marido! — Jacob ataca. — Tenho que levar esse chocolate para uma amiga que está chorando pelo ex-namorado!
Mudei meu carrinho para poder ir em direção a eles.
— O que está acontecendo? — pergunto calmamente.
A senhora literalmente quase quebrou o pescoço pela rapidez com que se virou para me ver.
— O que está acontecendo? — ela olha para Jacob e depois para mim. — Seu filho imprudente não respeita os mais velhos!
Ela acabou de dizer que Jacob é meu filho? E aí? Se fosse meu filho, ele definitivamente teria os genes do pai.
Respirei fundo. — Com licença, ele caiu quando era pequeno. — bati no ombro da criança.
Agarro Jacob pelo braço e o puxo para cima para poder continuar procurando o que deveríamos carregar.
— Ele caiu quando era pequeno? Fallon está falando sério? — ele me olha e eu apenas encolhi os ombros.
(...)
Estacionei meu carro em frente à casa de Isabella, as luzes estavam apagadas e toda a vizinhança estava em silêncio. Jacob desceu depois de pegar todas as sacolas do supermercado, porém eu não tinha nenhuma e caminhei calmamente até chegar à varanda da casa da minha companheira.
— Obrigado por me ajudar. — ele diz ironicamente.
— Sem problemas. — respondo, enquanto coloco a chave na fechadura e abro a porta.
O andar térreo estava vazio porque o pai de Isabella tinha algumas coisas para fazer na delegacia e ficaria fora a noite toda.
Parei quando ouvi algo. Olhei para Jacob em pânico e ele olhou para mim da mesma forma.
— Não seja péssima! Ela colocou Olivia Rodrigo! — gritei, começando a subir as escadas.
Nós dois subimos as escadas correndo ouvindo a música que vinha do quarto da menina.
— Oh, i hope you're happy! — eu ouvi a voz de Isabella. — But not like how you were with me! — abrimos a porta e a vimos deitada de bruços na cama enquanto tomava uma garrafa de vodca? Na mão dela.
De onde você tirou essa garrafa?
— I'm selfish, i know! Mentira, não sou! — ela choraminga. — I can let you go! Isso sim é verdade!
Jacob olhou para mim procurando instruções minhas.
— Segure os pés dela, eu vou levantá-la pelos braços. — o moreno balança a cabeça e nós dois caminhamos em direção à cama.
— Bella. — Jacob a chama.
— Edward, por que você me deixou? — Bella ignora o menino e continua chorando.
— Essa menina não sabe o que é dignidade. — eu comentei, agarrando-a pelos braços.
Assim que Jacob a agarrou pelos pés nós dois começamos a caminhar em direção ao banheiro, o melhor que pude abri a torneira e o som da água começou a tocar, ofuscando levemente o som da música.
— Para que tenha mais sentimento. — pedi desculpas ao ver o olhar confuso do menino. — Isabella, você vai entrar no chuveiro agora mesmo. — eu disse para a morena que agora estava sentada no vaso sanitário.
— Eu quero ir com ele! — ela estava muito bêbada.
— E eu queria um pônei de Natal, mas você vê. — ela sorri, franzindo os lábios. — Nem tudo que você quer você pode ter.
Eu não tenho você, por exemplo.
Isabella mal entrou no chuveiro e eu a fiz sentar, observei Jacob sair, nos deixando sozinhas no banheiro enquanto ele ia em busca dos doces que levamos para a humana.
— Por que você é tão difícil? — sussurrei olhando para ela. — Por que é tão difícil para você esquecê-lo?
— Fallon? — ela gagueja, olhando para mim.
— Olá, linda. — eu dou um sorriso levemente enquanto tirava os fios molhados de seu rosto.
— Por que ele não me amou o suficiente para ficar comigo? Eu não era o suficiente para ele? — agora ela não estava mais soluçando, mas as lágrimas ainda caíam de seus olhos.
— Algumas pessoas não percebem o que está diante delas. — comento, sentindo um nó na garganta. — Talvez ele não fosse para você. Talvez alguém apareça e faça você sentir como é realmente ser amada por alguém. — ela olha para mim melhor.
— Você acha que vou encontrar outra pessoa? — Bella me pergunta.
— Acho que você já encontrou, Isabella. — ela me trouxe para mais perto dela para falar mais baixo. — Você simplesmente não percebeu isso ainda.
Bella sorri estupefata.
— Você é muito bonita. Gosto do seu cabelo e dos seus olhos. — Bella agarra meu rosto e posso sentir meu coração morto batendo mais rápido que o normal. — Também gosto do formato dos seus lábios...
Estou me comportando como um adolescente. Isso não é muito taki taki rumba da minha parte.
— Merda, como eu gostaria que você me contasse essas coisas quando estivesse sóbria. — ri me levanto com um movimento e ela coloca o rosto nas mãos novamente. — Já volto. — eu disse a ela e antes de sair dei-lhe um beijo na cabeça.
— Por que você não a beijou? — eu pulei no meu lugar quando ouvi a voz de Jacob.
Ele estava encostado na mesa dela enquanto segurava uma barra de chocolate na mão.
Olhei mal para ele porque ele me assustou. — Porque ela está fora de si. — respondi, obviamente. — Não vou beijá-la assim e, se o fizer, pelo menos quero que ela se lembre disso.
— Ei! — reclamou quando peguei o chocolate dele e coloquei na boca.
— Mude a música. — eu pedi. — Não estamos aqui para ser amargos.
Procurei nas roupas de Isabella um par de shorts e camisetas para que ela pudesse se vestir. Voltei para o banheiro enquanto ouvia Jacob mudar a música conforme eu pedia.
— Uau, minha música! — Isabella gritou, começando a rir loucamente.
— Você é assustadora, garota. — eu olhei para ela com horror quando seu humor mudou radicalmente.
— Men's is square like Madison! I can't even really get mad at'em! — começou a cantar a música "Ain't Shit" de Doja Cat. — They fall, then i gotta facepalm!
— Bem. — Jacob riu. — Ela reviveu. — soltei uma risada quando vi como Isabella começou a cantar com mais emoção.
— Men's ain't shit! — ela gritou mais alto.
— Sim. Sim. Sim. Venha aqui. — eu agarrei Isabella. — Saia por um segundo. — ordenei a Jacob e ele acena sabendo o motivo. — Agora você vai me ajudar, ok?
Ela balança a cabeça distraidamente.
Começo a tirar a roupa dela sem tocar em partes que não deveria, então também não olho muito para ela e me concentro apenas em vesti-la novamente. Ela parecia uma garotinha agora, seguindo minhas instruções quando eu disse a ela para sentar no vaso sanitário para que eu pudesse secar seu cabelo para que ela não pegasse um resfriado mais tarde.
— O que faremos com tantos doces e oito potes de sorvete? — Jacob quis saber, erguendo as duas sacolas em minha direção.
Olhei dele para Isabella, que estava deitada em sua cama enquanto eu a cobria até os ombros e então olhei para as malas e de volta para Jacob.
— Como o que? — ele ergueu uma sobrancelha sem entender meu tom. — Obviamente vamos comê-lo enquanto maratonamos Criminal Minds. — eu disse a ele, obviamente.
Assim que Jacob saiu do quarto para ir organizar melhor a sala, me virei novamente para olhar para a garota que estava na cama.
— Como eu gostaria que você já me amasse como você o ama. — eu disse em um tom suave. — Vou fazer você esquecê-lo, Liebe (amor). — beijei sua testa e por alguns segundos fechei os olhos.
(...)
Senti como se alguém mexesse meus ombros tentando chamar minha atenção, abri lentamente os olhos e fechei-os rapidamente quando a luz os atingiu. Pisco várias vezes para voltar à realidade e olho para o meu lado onde vejo um Jacob, dormindo profundamente enquanto abraça um pote de sorvete de morango como se sua vida dependesse disso.
— Olá, Fallon. — ouvi a voz de Charlie na minha frente.
Ele ainda usava seu uniforme de policial, mas na mão tinha uma xícara de café.
— Olá, Charlie. — eu cumprimentei sonolenta. — Que horas são?
— São exatamente oito da manhã. — ele responde depois de olhar o relógio na parede.
Balancei a cabeça distraidamente enquanto empurrava Jacob do sofá e o observava cair no chão.
— Juro que não vou mexer no creme para os pés! — ele gritou
— Que tipo de obsessão você tem com os pés? — eu pergunto lentamente.
— Oh, é você. — diz ele, percebendo isso. — Por que você está me empurrando? Qual foi o mal que eu fiz?
Olhei para ele sério. — Você comeu meu chocolate branco ontem. Maldito traidor.
Nós dois ouvimos uma risada de Charlie enquanto ele caminhava em direção à cozinha.
— Comprei donuts para vocês e tem um café. — ele nos informa, desaparecendo ali.
— Obrigado, Charlie! — dizemos em uníssono.
Nós dois nos levantamos e começamos a caminhar em direção à cozinha enquanto eu observava Jacob colocar a caixa de donuts e eu deixar duas xícaras na mesa.
— Isabella já está acordada. — eu disse a Jacob.
— Como sabe? — ele queria saber.
— Daqui posso ouvir suas reclamações e também seu cheiro. — coloquei o café nas xícaras e sentei-me.
Ouvi passos lentos descendo as escadas e então vi a figura sonolenta de Isabella cruzando meu campo de visão. Seus cabelos estavam desgrenhados, seus olhos ainda fechados, mas ela sabia por onde andar, sua blusa era maior que ela e ela usava calça cinza.
— Parece que você morreu e voltou à vida. — disse Jacob.
— Você parece muito mal, Isabella. — eu apoiei.
— Obrigada, pessoal. Juro que adoro quando as pessoas me dizem essas coisas. — Bella nos mostrou o dedo médio.
— Quem mandou você ir beber Vodka pura? — mencionei recostando na cadeira.
— Eu pensei que fosse cidra. — Jacob e eu rimos da desculpa dela. — Não riam! Mal consigo abrir os olhos!
— Você é cega o suficiente para não ler o enorme título que diz "Vodka"? — Jacob leva um donut à boca.
— Minhas lágrimas não me deixaram ver bem. — Bella apoiou a cabeça na mesa enquanto continuava a reclamar.
Passamos a manhã inteira fazendo comentários, rindo e às vezes tirando sarro da Isabella. Neste momento estávamos deitados em frente à TV enquanto assistíamos a um desenho animado e terminávamos de comer os doces que trouxemos de manhã cedo.
Levantei-me de repente, chamando a atenção dos dois adolescentes.
— Onde você está indo? — Isabella perguntou, observando enquanto eu pegava minha bolsa e meu celular.
— Tenho algumas coisas para resolver em casa, mas volto mais tarde. — eu a tranquilizo, sorrindo levemente para ela. — Você vem comigo, criança? — olhei para Jacob.
— Oh, sim, sim. — ele se levanta. — Meu pai vai me matar. — ele sorri engraçado enquanto pega o último doce da sacola.
— Até mais, Liebe. — eu disse a ela enquanto a beijava na cabeça.
— Liebe? — ela me olha confusa e eu sorrio para ela de forma sedutora, embora ela não tenha percebido.
— Adeus. — acenei enquanto eu e Jacob saíamos de uma vez por todas.
★
— Então você já encontrou a lista? — Jacob pergunta.
— Sim. — olhei para a estrada. — Só precisamos começar a seguir os passos e bum! problema resolvido.
— Quando começamos? — ele pergunta novamente.
— Talvez amanhã. — dei de ombros.
Meu telefone começou a tocar.
— Eu sou Fallon, mas se você é alguém que quer me pedir alguma coisa, eu não sou Fallon. — eu disse assim que atendi a ligação.
— Olá, solzinho brilhante. — responderam-me do outro lado.
Pisei no freio e vi Jacob reclamar.
— Como você conseguiu meu numero? — foi a primeira coisa que perguntei a ele.
— Ai, você me machucou, Fallon. — diz ele zombeteiramente.
— O que está acontecendo? — eu revirei meus olhos com seu tom.
Do outro lado da linha, você pode ouvir alguém roubando seu celular.
— Tornado? — merda, está aí também.
— Olá para você também. — eu disse um pouco mais calmo. — O que vocês querem? Não era suposto nos vermos no final do ano?
— Mudança de planos, raio de sol. — ele gritou lá de trás. — Você ouviu falar da reunião?
— Isso não é o importante. — ele interrompeu. — Está tudo bem? Você não recebeu uma visita inesperada?
Eu fiz uma careta. — Primeiro, não vou àquela reunião estúpida. Em segundo lugar, o que você quer dizer com visita?
— Os bonecos dele nos fizeram uma visita acolhedora há poucos minutos, acabaram destruindo quase toda a minha sala, mas nada sério. — ele me explica.
— Eles rasgaram minha jaqueta! — o outro gritou novamente.
— Você poderia parar de gritar? — eu suspirei. — Não, ninguém me encontrou ainda. Não sinto muito pela sua sala de estar e não sinto muito pela sua jaqueta. — murmuro.
— Tão bonita como sempre. — a ironia em sua voz era evidente.
— É estranho, você tem que tomar cuidado, Fallon. Esses idiotas tendem a ser bastante reservados. — o outro me avisa.
— Acho que ninguém vai me encontrar... — não terminei de falar quando ouvi algo bater na porta do piloto. — Falei muito rápido?
— Você falou rápido demais. — disseram juntos. — Mate-os como nós fizemos.
— Claro. — sorrio divertida, antes de desligar a ligação. — Fique aqui e não vá embora por nada no mundo. — ordenei a um Jacob um tanto confuso e preocupado.
— M-mas você vai lutar sozinha?
— Não seria a primeira vez. Eu diria que você vai me acompanhar, mas quero que continue vivendo até me dizer o lugar onde comprou seu xampu. — dei um tapinha no ombro dele antes de sair do carro.
Dei apenas um passo e já senti como eles me cercaram. Eram mais de cinco deles e me olharam seriamente.
Oh merda, aqui vamos nós de novo.
— Ele nunca vai aprender. — eu disse, olhando para o céu com um ar entediado.
Não vou te aborrecer muito, eu prometo. Isto será rápido e sangrento. Ah, sim, querido.
Agarrei um pelo braço para usá-lo como escudo quando outro fosse me atacar. Senti seus golpes, mas devolvi com mais força. Estar no meio da floresta me ajudou ainda mais na agilidade e força. Um deles ia me agarrar mas eu fui mais rápida e acabei arrancando a mão e o braço esquerdo dele. Mais dois saltaram sobre mim impiedosamente enquanto de um momento para o outro me seguravam pelos dois braços.
— Fallon Düsterheit. — um deles me chamou. — É hora de você voltar para nós.
— Acho que não, capitão. — sorri, divertida. — O dia em que voltarei para você é porque minha cabeça não está mais presa ao meu corpo.
Primeiro cortei um peito antes de voltar para lá.
— Leve-a. — ele ordena, fazendo-me sentir mal.
Quando os dois vampiros que estavam me segurando iam me levar, senti meu corpo cair no chão enquanto uma enorme sombra passava sobre mim. Apertando os olhos, levantei a cabeça, observando um grande lobo destruir aqueles vampiros com força. Não sobrou nenhum, estavam todos mais mortos do que já estavam.
Endireitei-me rapidamente e fiquei imóvel enquanto o lobo se aproximava até que seu focinho estivesse a centímetros do meu rosto.
Ele rosnou para mim e me mostrou os dentes.
— Alguém tem que ir ao dentista. — comentei enquanto delineava cada parte do rosto.
— Fallon! — Jacob veio para o meu lado enquanto empurrava o lobo com cautela.
— Qual é a raça do seu cachorro? — olhei do lobo para Jacob. — Acho que é o Poodle. — soltei uma risada curta ao ouvir o lobo rosnar.
— Paul, você poderia? — o menino olhou para ele suplicante.
O lobo me olhou sujo por alguns segundos antes de desaparecer nos arbustos.
— Quem era? — me perguntou.
— Pessoas sem nenhum senso de moda. — eu respondo, olhando para os vampiros desmembrados.
— Quem é você e o que está fazendo aqui? — ouço uma terceira voz se aproximando perigosamente de mim.
Não havia mais nenhum lobo, porém agora era um homem moreno com cabelos negros e um olhar assassino. Ele tinha uma tatuagem no braço, não usava camisa e só usava short.
— Eh, olá? — olhei para ele com uma careta. — Quem é você?
— Por que você está aqui, sugadora de sangue? — abri a boca com indignação e ele me olhou com desconfiança. — Você não cheira como eles. — ele sussurra, acho que isso foi mais por ele do que por mim.
— Olá, sou Fallon. — estendi minha mão. — Quem é você, pequeno chihuahua? — repito a pergunta.
— Ela é confiável. — Jacob diz a ele, vendo como o outro cara não apertou minha mão.
Cautelosamente, ele aceita minha mão e a aperta. O rosto dele não estava mais sério, mas o que aconteceu com mais um, surpreso?
Merda, merda, merda. Ele já percebeu isso?
— Paul Lahote. — se apresenta.
— Obrigada por ligar para ele. — tentei fingir insanidade com o que aconteceu e olhei para Jacob.
O menino balançou a cabeça. — Eu não liguei para ele. — então ele olhou para o outro cara. — Como chegou aqui? Como você sabia onde estávamos?
Paul faz uma careta.
— Eu nem sei. — ele dá de ombros. — Eu estava andando pela floresta e de repente senti alguém me chamando, mais como se estivesse sussurrando em meu ouvido que deveria vir aqui. — explicou ele.
Ele já percebeu isso.
Ambos os lobisomens olharam para mim.
— Quer comprar pizza para o almoço? — sorri nervosamente sabendo que era hora de conversar.
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