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˖࣪ ❛ QUEM É AQUELA QUE PARECE MORTA?
— 02 —
ANDO ARROGANTEMENTE PELOS corredores da escola, meus óculos escuros cobrindo meus olhos, meu cabelo preso em meio rabo de cavalo, minha saia acima dos joelhos e minha blusa. Os olhares não estavam nem um pouco escondidos e ficaram ainda maiores quando saí do carro minutos antes.
Fui até a secretária onde deveriam me dar o horário das aulas e coisas insignificantes.
— Bom dia, querida. — a velha me cumprimenta.
— Bom dia. — eu dou um pequeno sorriso. Não é um sorriso sincero, mas pelo menos é um sorriso. — Eu venho por causa da minha agenda.
Ela balança a cabeça para começar a procurar em alguns papéis e finalmente encontrar o meu. Foi muito fácil para mim me matricular nesta escola, os mortais são tão fáceis de manipular, bastava um simples rabisco nos meus registros e eles caíam.
Vir para esse instituto não foi por opção, se dependesse de mim agora estaria em casa assistindo uma série ou na floresta curtindo a natureza. Mas, ao saber que a estranha humana da floresta - que, aliás, é minha parceira - viria para este instituto, não perdi tempo me matriculando. Eu queria estar perto dela, e sim, eu sei que doeria muito saber que seus sentimentos não são compartilhados.
Mas minha mãe não fez frango, não, não, não. Ela fez um grande alarido, sim, senhor!
— História. — dizia no primeiro agora, ótimo. Eu bufo um pouco antes de agradecer à senhora e me virar. Eu ia começar a andar, mas uma figura atrapalha meus passos.
— Olá! Eu sou Eric Yorkie. Você deve ser Fallon, a nova garota. — ele falou com grande emoção, o que me fez fazer uma careta/ — Serei seu guia pela escola.
— Olá. — respondi secamente.
Eric era um menino de olhar oblíquo, provavelmente de ascendência asiática, cabelos pretos um pouco longos, tudo nele irradiava alegria e luz.
Que chato.
— Venha comigo! Vou levar você para sua primeira aula! — ele me disse quando o sinal tocou.
Por que ele está gritando?
Os corredores estavam quase vazios e as poucas pessoas ali guardavam apressadamente suas coisas em seus armários ou corriam para a próxima aula. Eric me levou até uma sala de aula que ficava no segundo andar, era quase a última porta à esquerda. Percebi que já havia gente ali e que a professora estava limpando a lousa.
O menino que me acompanhava pigarreou um pouco, chamando assim a atenção da mulher. Ela era um pouco grande e tinha cabelos loiros, suas olheiras eram visíveis e suas roupas eram um pouco reservadas. Ela parou o que estava fazendo e se aproximou de nós, mas focando sua atenção no menino.
— Professora Maya. — ele cumprimenta. — Ela é a nova aluna. — Eric aponta para mim e eu apenas aceno com a cabeça em saudação.
Examinei todo o local, sem interesse em lembrar os rostos dos alunos, mas um rosto chamou minha atenção.
Excelente! Estamos na mesma turma e coincidentemente ela não tem companheiro de mesa.
— Quem é aquela que parece morta? — eu sussurro para Eric. Surpreendendo-o conversando com ele, mas ele ainda me respondeu.
E sim, a pobre humana parecia morta. Suas olheiras eram muitas e seu cabelo estava um pouco bagunçado, seu olhar estava perdido e sem brilho, ela parecia mais magra desde a última vez que a vi e muito mais pálida, antes ela não tinha as olheiras no rosto.
— É Isabella Swan, a filha do xerife. — ele responde e depois se despede já que não compartilhamos a aula juntos.
A professora me olhou por alguns segundos. — Pode sentar ali na mesa, senhorita... — ela deixou a palavra no ar esperando que eu lhe dissesse meu nome.
— Fallon. — eu completo e começo a caminhar em direção à mesa.
Seu cheiro logo chega às minhas narinas e em vez de me fazer perder o controle, me acalma. Ela estava tão concentrada olhando para a janela que nem percebeu que eu estava lá. Ela estava vestida com jeans e um grande moletom marrom, mordendo o lábio nervosamente.
Tem um perfil legal.
Assim que deixei cair dois livros sobre a mesa, consegui chamar sua atenção. Ela abriu os olhos surpresa e suas bochechas ficaram vermelhas.
Ela parecia fofa.
— Você... — ela sussurrou. Agora as coisas eram ao contrário?
— Olá, garota estranha da floresta. — zombei e ela olhou para baixo, um tanto envergonhada. — Eu não me apresentei antes. Meu nome é Fallon. — estendi minha mão para que ela pudesse apertar. — Mas você pode me chamar de amor da sua vida. — pisquei para ela e ela tossiu forte como se tivesse engasgado com a saliva, provavelmente o fez.
A humana ainda mais envergonhada aperta a mão dela com a minha e uma corrente percorre minha espinha e sei que ela também sentiu quando viu como seus olhos se abriram um pouco.
Sorri e bati na mesa com os dedos, ela olhou para frente e eu imitei sua ação.
Durante toda a aula; Não sei do que se tratava, Bella estava anotando tudo em seu caderno. Ela estava muito focada, mas seu olhar estava distante, era como se ela estivesse no automático e, enquanto seu corpo estava em Forks sua mente estava em Saturno.
Os filhos que nunca tivemos vivem em Saturno. Não vamos nem ter, porque meus dedos não engravidam.
O sinal tocou e todos começaram a guardar suas coisas enquanto eu me concentrava em não rir dos meus pensamentos.
É um momento sério, Fallon.
— Ei! — gritei quando percebi que a morena já estava prestes a sair da aula. — Eu me pergunto se você poderia me mostrar a escola? — ela engasgou um pouco.
— Sim? — eu levantei minha sobrancelha com sua resposta. — Sim! Quero dizer... Sim. — eu queria rir da tentativa dela de não parecer interessada.
Era uma questão de tempo até que ela sentisse algo por mim. No final estávamos ambas destinadas a ficar juntas, mas eu não queria pressioná-la, queria que as coisas fluíssem.
Não vou pressioná-la, além disso, sei que ela está com o coração partido.
Fiz um gesto com a mão para ela sair primeiro, os corredores estavam lotados e sinceramente fiquei irritada com os alunos bagunceiros do local.
Viramos uma esquina que levava às escadas. A morena ia falar comigo, mas seu pé escorregou e ela quase caiu e eu poderia até garantir que ela ia rolar escada abaixo se não fosse eu ter ido na frente para agarrar seu braço e puxá-la para mim, tão perto que nossos rostos estavam a centímetros de distância.
— Em seguida, você tem que ter um pouco mais de cuidado porque nem sempre estarei atrás de você, Isabella. — digo a ela em um sussurro e seu pulso começa a acelerar.
Seus olhos castanhos colidiram com os meus. — Obrigada, Fallon.
Meu nome em seus lábios era tão... Requintado.
Ela se endireitou novamente e começamos a voltar para o refeitório, ambas em silêncio. Silêncio que obviamente quebrei.
— Por que tão quieta?
— Huh? E-eu só estava pensando. — ela franze os lábios quando ia falar de novo, parecia que ela não tinha certeza, mas ela ainda perguntou. — Tem certeza que quer que eu lhe mostre a escola?
— Sim. — coloquei as duas mãos nos bolsos.
— Não seria melhor se o Eric te fizesse um tour?
— Aquele Eric não fica em silêncio por um segundo. — eu admito. — Gosto da sua companhia, você gosta da minha companhia? — eu pergunto inocentemente.
— Sim. — Bella não pensa duas vezes. — Você é alemã, certo?
— Meu sotaque é tão acentuado? — eu dou um sorriso.
— Sim, é. — Bella olha para mim com o canto do olho. — A Alemanha é um lugar legal
— Você já esteve lá? — meus olhos brilham, mas os dela não.
— Oh não! Eu gostaria, mas não. Eu gostaria de viajar para lá um dia. — ela responde.
— Eu poderia te levar. — abro a porta do refeitório para que ela entre primeiro.
Eu faço uma careta ao ver tantas pessoas.
— Você está bem? — sua voz me traz de volta.
— Sim, é que as pessoas me sobrecarregam muito rapidamente. — eu admito. — Eles são seus amigos? — aceno para um pequeno grupo em uma das mesas.
Havia um loiro bastante turbulento, uma morena que obviamente estava apaixonada por ele, tentando demais chamar a atenção dele. Uma garota de cabelos escuros e óculos que estava com uma câmera sobre a mesa, um homem de cabelos escuros que conversava animadamente com Eric - que também estava na mesa - todos estavam olhando para nós, especialmente Bella.
— Você poderia dizer isso. — Bella franze um pouco as sobrancelhas.
— Você quer comer comigo lá fora? — eu perguntei quando percebi seu desconforto.
Percebo como Bella olha para uma mesa específica, pisca várias vezes e acaba olhando para mim e depois sorri para mim e acena com a cabeça. Seguimos em direção à mesa onde estavam expostas algumas frutas e biscoitos. Peguei uma garrafa de água, uma caixa de chiclete e uma maçã.
O lugar estava bastante quente, mas assim que saímos o frio nos atingiu com muita força, eu não senti tanto, mas a humana sim. Havia poucas pessoas no pátio, então agarrei a mão dela - mas não antes de pedir seu consentimento; Eu não queria que as coisas ficassem estranhas - e comecei a guiá-la para a lateral da escola e havia um pequeno banco cercado por algumas plantas.
Adoro isso, senhores!
A morena acaba por sentar-se e eu sigo-a, as vozes já se ouviam quase como sussurros e os poucos pássaros começaram a cantar entre as árvores da floresta. Claramente, o único que podia ouvi-los era eu.
Conversamos sobre coisas triviais até que me ocorreu fazer dez perguntas.
Obviamente eu já sabia tudo sobre a vida dela, mas não contaria a ela que contratei um investigador particular, não, não, não. Até descobri que ela tinha um cachorro chamado solovino. Quem chama o cachorro deles de "solovino"?
— Primeira memória? — eu pergunto.
Bella pensa um pouco. — Eu tinha quatro anos, lembro que minha mãe me levou para brincar num parque perto da minha casa. Algumas meninas começaram a me incomodar, então me lembrei do que meu pai tinha me contado. — sentei-me direito no banco. — Se elas baterem em você, bata nelas duas vezes mais. — olhei para ela um pouco em estado de choque e levantei a sobrancelha divertidaZ — É claro que não! Eu apenas joguei areia nelas. — ela brincou com a manga do moletom.
— Ah, eu entendo. Garota má? — eu dou uma pequena risada. — Definitivamente uma garota má.
— Eu me senti mal e comprei sorvete para elas. — Bella completou rapidamente.
— Isabella! — eu balancei a cabeça e ela soltou uma pequena risada.
— Com que idade foi seu primeiro amor?
— Eu nunca estive apaixonada. — olhei para ela e ela abriu um pouco a boca.
— O que? — ela me pergunta novamente. — De absolutamente ninguém?
— Emma Watson conta? — eu zombei um pouco.
— Oh, vamos, Fallon!
— Estou falando sério, nunca me apaixonei! — eu exclamo. — Nunca senti aquele friozinho na barriga nem aquele nervosismo estúpido. O amor geralmente é patético.
Eu queria dizer a ela que me apaixonei. E ela é provavelmente meu primeiro amor verdadeiro, mas sou uma estrela do rock! E nós, estrelas do rock, não perdemos nossa dignidade.
— O amor não é patético. — ela defendeu.
— Não? — cruzei os braços. — E você? Você já se apaixonou? — obviamente ela se apaixonou daquele garoto com nome feio.
— Provavelmente... — ela hesitou? — Sim. Na verdade sim. — olhou para baixo.
Por favor, não diga o nome dele. Por favor, não diga o nome dele. Por favor, não diga o nome dele.
— Seu nome era Edward.
Oh pu...!
— Então... Esse tal do Estéfano. Este é o seu primeiro amor? — eu pergunto.
— Edward. — Bella corrige. — E sim. Você pode dizer que sim.
— Foi Elías quem te deixou no meio do nada?
Bella suspirou um pouco. — Sim.
— Ah, amiga. — caramba, até me machucou. — Quer saber, eu vou ajudá-la a superar isso.
— Eu não quero superar isso! Eu sei que ele está voltando.
— E se não voltar? — Bella não responde e eu suspiro um pouco cansado. Eu a amo, mas não vou pressioná-la para superar isso num piscar de olhos. — Bom. Se você não quiser superar isso, pelo menos vou ajudá-la a se distrair. — eu ofereço.
Ela não diz nada e apenas olha para os sapatos.
— Eu quero que ele volte... — Bella sussurra.
— Não brinque comigo. — eu reviro os olhos e me levanto.
— Espere! — sua mão agarrou meu pulso e eu olhei para o lugar. Ela percebe, mas não me solta. — O farei. Você é minha amiga? E eu quero fazer isso. Seria bom.
Estrondo! Ignoraremos a parte em que ela me chama de "amiga" para não partir meu coraçãozinho morto.
Eu sorrio um pouco. Deixe começar o plano dos "10 passos para superar ou se distrair do rompimento com seu ex-namorado".
Isso será divertido...
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