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CAPÍTULO OITENTA E QUATRO
calma antes da tempestade.

8ª temporada, episódio 23

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ONDE ESTAMOS COM AVERY? — Owen perguntou depois de escrever grandes palavras de 'AVERY' no quadro branco.

— Retendo ofertas da USC, Penn, Tulane e Emory. — Mark respondeu enquanto virava sua cadeira para o chefe. — Tulane e Emory estão apaixonados. Eles o querem muito.

Owen assentiu e escreveu outra linha de palavras no quadro. — Grey?

— Uh, ainda entre Boston e Seattle. — Derek respondeu com firmeza.

— Se vou perder um dos meus talentosos residentes e meu melhor neurocirurgião, adoraria uma decisão mais cedo ou mais tarde.

Derek suspirou, — Você e eu, Hunt.

O chefe balançou a cabeça e escreveu outro nome no quadro. — E Lawrence? — Ele perguntou, olhando tanto para o neurocirurgião quanto para o cirurgião plástico. — Algum de vocês sabe?

— Recebi muitas ligações... Ela recebeu ofertas em todo o país. — Compartilhou Derek, — E uma no Canadá.

— Hum, mas é uma decisão apertada entre UCSF e Hopkins. — Acrescentou Mark com um sorriso no rosto enquanto girava uma caneta na mão.

— Espere, Seattle não está - este hospital não está em suas opções? — Bailey saltou em seu assento, fazendo com que os plásticos se voltassem para ela.

— Ela nunca falou sobre Seattle... — Mark franziu as sobrancelhas com um encolher de ombros. — Bem, veja, a UCSF ofereceu um laboratório com funcionários para ajudar com seus muitos artigos de pesquisa, e Hopkins está basicamente jogando dinheiro nela. E o que ela ganharia aqui além de um salário mais alto de um residente para um bolsista?

Os assistentes nas salas de conferência ficaram em silêncio, e ele cruzou os braços na frente do peito. — Só estou dizendo, se você quer que ela fique, você tem que apresentar uma oferta melhor.

— Como eu gostaria de ter dinheiro jogado em mim quando eu era um sujeito. — Derek riu, — Eu definitivamente iria ou ficaria onde quer que seja.

Mark assentiu com um sorriso, sabendo que o neurocirurgião também estava tentando convencer o chefe a fazer ofertas.

Norah estava sentada na ilha da cozinha, folheando os papéis que ela havia colocado na bancada. A colher de chá estava em sua boca e uma tigela de sorvete derretido ao lado dela.

— Kai está dormindo. O que você está fazendo acordada?

Ela levantou a cabeça para vê-lo empurrando-se para fora do batente da porta do quarto e caminhando em direção a ela com um rosto sonolento; sem camisa, com o cabelo bagunçado. — Decisões, amor, escolhas difíceis.

Ele passou os braços em volta do ombro dela por trás, e ela inclinou a cabeça para trás em seu ombro. — Seattle não está em suas opções?

— É, na verdade, porque Kai tem apenas seis meses, e se mudar de um lugar para outro parece muito para ele. — Ela suspirou, puxando um papel debaixo de um de seus arquivos. — Mas muitas coisas ruins aconteceram aqui, sabe? Eu quase morri aqui duas vezes... Possivelmente três, e depois há... Eu simplesmente perdi muitas pessoas aqui.

— Tudo bem. — Ele falou e deu um beijo no topo de sua cabeça. — Basta escolher qualquer lugar que você decidir que é melhor para o seu futuro. Então, nós três podemos nos mudar para uma casa em vez de um apartamento. Kai pode crescer em uma casa grande com quintal e até piscina. O que você acha?

Ela se virou para ele com um aceno sólido. — Eu digo que é perfeito, — ela sorriu, — mas, por favor, não construa como que Derek está fazendo. Eu te amo, Mark, mas eu realmente não confio em você para construir uma casa, já que você não pode cozinhar uma refeição sem queimar a panela.

— Tudo bem. — Ele murmurou de volta amargamente, parecendo ofendido. — Hunt ainda quer sua decisão o mais rápido possível, no entanto.

— Eu sei. É por isso que estou sentada aqui pensando.

— E comendo. — Ele adicionou através de um bocejo. — Sorvete?

— Doce. — Ela deu de ombros e virou a cabeça para ele. — Você quer algum?

Olhando para a sobremesa liquefeita, ele balançou a cabeça. Ele olhou para os muitos papéis e cartas sobre a mesa, depois para os cestos e presentes enviados de hospitais de todo o país que estavam se acumulando em seu apartamento. Ele descansou o queixo no ombro dela enquanto seus olhos pousaram em um item suspeito.

— O que é isso? — Ele cutucou em direção ao cartão na borda da mesa.

— Oh aquilo? — Ela o pegou, seus olhos examinando o nome e o número de contato nele. — Minha mãe biológica-

— Sua o quê?

— Mãe biológica. Você sabe, aquela que me entregou em uma cesta? Ela, que aparentemente era minha examinadora para minhas pranchas. — Ela compartilhou, e ele olhou para ela sem expressão. — Ela me pediu para ligar para ela se eu quiser que nos conheçamos.

Ele descansou o queixo no ombro dela novamente, os dois olhando para o cartão na mão dela. — Bem... Você vai ligar, não é?

Ela deu de ombros levemente, fazendo a cabeça dele subir e descer junto com seu movimento. Era uma oferta que ela poderia aceitar, com certeza, mas ela nunca pensou em encontrar a mulher em sua vida.

— Sem volta atrás. — Ela citou com uma exalação suave. — Eu amo a vida que tenho agora. Você, Kai, todos os outros que eu conheci e amo. Então, não, eu não vou ligar para ela.

Ela colocou o cartão de lado, junto com os papéis na pilha de descarte, sentindo-o plantar uma trilha de beijos na lateral de seu pescoço. Ela riu levemente enquanto passava a mão pelo cabelo dele, sentindo o rosto dele afundar em seu ombro com um zumbido suave.

— Tudo bem, vamos lá, garotão, vamos dormir um pouco.

Mark estava com as mãos nos quadris enquanto esperava o elevador. Ele esperou, e as portas se abriram; o outro que estava no elevador era apenas a pessoa que ele menos queria ver.

Ele entrou com um suspiro alto, de pé ao lado de Derek, que sorriu para ele. — Então, como está indo a proposta?

— Eu quase fiz três noites atrás. — Mark admitiu antes de soltar outro suspiro. — Mas então... Eu não fiz.

— Você não fez? — Derek balançou a cabeça e tossiu de volta uma risada, ganhando um olhar do cirurgião plástico.

— Ok, eu ia, e então ela voltou de São Francisco e me abraçou como... Como um coala. E então eu apenas... — Mark desistiu de elaborar sua desculpa e balançou a cabeça. — Sim, eu não fiz.

— Hum.

— Ela vai surtar. — Ele insistiu. — Sabe, essas perguntas continuam surgindo na minha cabeça, como... E-E se ela me recusar? Ou se eu estiver indo um pouco rápido demais? Ou se ela achar que eu só estou propondo porque nós temos um filho juntos? Não me entenda mal, eu a amo, e eu quero estar com ela, mas todo o período de nós separados me matou. Eu gosto do jeito que as coisas estão agora, mas ao mesmo tempo, eu quero mais - eu quero uma vida inteira com ela.

— Ok, pare - você é que está surtando, e parece que você está me pedindo em casamento agora. — Derek revirou os olhos para o atendente tagarela. — Mark, ela não vai recusar você, pelo menos espero que não. — Ele brincou, e Mark fez uma careta. — E quanto a se é muito rápido-

A porta do elevador se abriu e lá estava a mulher em questão com um largo sorriso no rosto. — Ah, meu segundo e quarto humanos favoritos em um só lugar!

— Você deveria apenas perguntar a ela. — Derek sugeriu com um sorriso malicioso enquanto a residente entrava no elevador com um olhar confuso em seu rosto.

— Hm? Me perguntar o quê?

— N-Nada. — Mark afirmou e sorriu de volta para ela.

— Perguntar se... — Derek começou, e os olhos de Mark se arregalaram duas vezes, enviando-lhe uma ameaça de morte. — Você vem conosco para Boise.

Norah estreitou os olhos com as palavras dele. — Na noite passada, você escolheu Lexie para a viagem, e você me jogou todos os seus casos de Neuro. — Ela lembrou com uma carranca, mas antes que Derek pudesse falar, ela levantou a mão para cortá-lo. — Tudo bem, senhor hipócrita-

— Eu vou parar aí antes que eu mude de ideia. — Ele riu, empurrando a mão dela para baixo. — Passe meus casos para Nelson porque os exames desta manhã mostraram que ambos os gêmeos precisarão de descompressão espinhal depois de separados. Então, já que você agora é uma neurocirurgiã certificada pelo Conselho-

— Oh, inferno sim! — Ela gritou; seus olhos brilharam, e um sorriso se formou em seu rosto. — Nossa, posso te abraçar?

Derek levantou uma sobrancelha para Mark brevemente antes de rir para a morena. — Só se eu não for mais um 'idiota'. — Ele sorriu, mantendo os braços abertos.

Norah bufou antes de mergulhar para o abraço; Mark sorriu suavemente para si mesmo com a empolgação dela com a próxima cirurgia. — Espere, merda. — Ela franziu a testa enquanto se soltava do abraço, — E Kai?

— Torres e Robbins podem tomar conta dele. — Sugeriu Mark. — Nós vamos ficar fora por um dia. Dois, no máximo. — Ela pensou por um momento antes de concordar com a cabeça.

— Reúnam-se no saguão antes das dez esta noite. — Derek informou.

— Ugh, é uma droga que você está indo para Boston. — Norah resmungou, franzindo as sobrancelhas para o neurocirurgião. — É uma merda mais que Boston retirou minha oferta para você.

— Eu sou o Dr. Shepherd. O que você esperava?

Ela revirou os olhos para o atendente, assim que o elevador parou no próximo andar. — Até logo. — Ela sorriu antes de se virar para o namorado, — Te amo!

As portas se fecharam antes que ele pudesse responder. Ele soltou um longo suspiro enquanto Derek ria ao lado dele.

— Ela pode me amar mais do que você se você não se apressar com o anel.

— Apenas... Cale a boca.

— Nós podemos adicionar espaguete quarta-feira à lista de coisas que não vou sentir falta deste lugar. — Afirmou Jackson enquanto colocava o garfo ao lado de seu prato.

— Sim? Olhe para Alex aí que está em seu sexto prato? — Norah bufou enquanto Alex enfiava o espaguete em sua boca, murmurando algumas palavras com a boca cheia.

— Bolo de chocolate para o almoço? — Jackson arqueou uma sobrancelha para ela.

— Estou comendo o que eu gosto antes de dizer adeus a este lugar. — Ela deu de ombros enquanto dava uma mordida no bolo. — E agora, bolo de chocolate, porque de alguma forma parece mais saboroso hoje.

— Ei, ouvi dizer que Stanford tem um chef da fazenda à mesa. — Meredith virou-se para Cristina, — Você pode mandar seu pedido direto da sala de cirurgia.

— Bem, eu vou levar isso em consideração. — Cristina assentiu enquanto fazia uma nota mental. — Ainda não tomei minha decisão.

— Bem, tem que ser Stanford. Onde mais você iria?

— Não sei. Posso ficar. — Respondeu Cristina. — Está tudo na mesa.

— Ela gosta de espaguete também. — Alex zombou com um sotaque horrível, fazendo com que todos caíssem na gargalhada, exceto April, que parecia amarga. — Oh, Norah, você está aceitando a oferta do Hopkins?

— Escolha difícil entre Hopkins e USFC. — Afirmou a morena e apontou o garfo para ele. — Você está tomando, não está? Ouvi dizer que o refeitório deles tem seu próprio nutricionista.

— Então vamos ser colegas de trabalho de novo? — Alex sorriu com o pensamento, e Norah riu.

O telefone de April tocou, fazendo com que a discussão e o risos desaparecessem. — 2-1-2. É Nova York. — Ela olhou para o telefone. Apesar do incentivo de seus amigos para atender a chamada, ela deu de ombros e voltou para sua comida. — Más notícias só são más notícias se você pegar o telefone.

Cristina olhou para o resto do grupo antes de suspirar e pegar o telefone tocando. Ela atendeu a chamada e pressionou-a contra o ouvido. — April Kepner falando. — Ela imitou com uma voz mais estridente. — Oh, realmente? Ok. Ok. Oh meu Deus. Ok. Não, não, não, não. Não, obrigada.

Os outros residentes olharam para ela com interesse. — Eles... Eles não puxaram minha oferta? — April perguntou esperançosa, mas suas esperanças foram destruídas quase de uma vez.

— Ah, não. Eles fizeram. — Informou Cristina. — Eu apenas imaginei que é assim que você soaria diante da rejeição.

O grupo ficou quieto, e Norah teve que segurar a risada. Ela pegou a caixa de batatas fritas na frente dela que não lhe pertencia. — Ei, April, você quer as batatas fritas de Alex?

— Não se forem batatas fritas de pena. — April brincou.

— Eles têm o mesmo gosto. — Alex insistiu e ajudou a passar as batatas fritas para o residente emburrado.

— Você ainda tem Case Western e Seattle, certo? — Jackson tentou confortá-la, mas ela puxou o braço de seu aperto. — Você vai ficar bem.

Cristina ignorou sua estranha interação e se virou para ele. — Uh, então o que Sloan pensa sobre Tulane?

— Ele não pesou de uma forma ou de outra. — Jackson compartilhou com um suspiro. — Há algo de errado com ele... Acho que ele está com problemas ou algo assim. É como se houvesse muita coisa acontecendo em sua mente.

Quando o grupo de residentes virou a cabeça para Norah em uníssono, ela olhou para eles e balançou a cabeça com uma carranca. — Ele parece muito bem para mim. — Ela alegou enquanto estendeu a mão para a bandeja de Cristina para pegar seu picles.

O telefone de April tocou de novo, e ela o encarou irritantemente enquanto Cristina varria o telefone. — 2-1-6. Cleveland.

— Talvez a Case Western esteja oferecendo assistência de empréstimo. — Meredith tentou enquanto sua melhor amiga esperava que a outra residente atendesse o telefone.

Norah levantou uma sobrancelha para o olhar hesitante no rosto de April antes de pegar o telefonee atendera ligação.

— Aqui é a Dra. Kepner falando. — Ela falou, imitando o sotaque do residente. — Mm-hmm? Oh, uau. Bem, eu sou uma cirurgiã incrível, então é uma perda para seus pacientes por me expulsarem desse seu programa só porque eu não recebi um e-mail 'Certificado '- adeus!

Norah estava girando na cadeira da sala de tomografia enquanto assobiava uma música. Ela quase tropeçou quando sua cadeira foi parada abruptamente por Bailey, que a cumprimentou com um olhar furioso; Derek apenas riu do comportamento do residente.

— C3 a C5 estão todos inflamados. — Ele apontou enquanto estudava as varreduras exibidas.

— Então está lá. O verme está em sua coluna cervical. aninhado... Esperando. — Bailey acrescentou com uma voz tensa, fazendo com que a dupla Neuro compartilhasse um olhar curioso.

— Bem, há uma chance de paralisia. — Afirmou Norah, apertando os olhos para os exames. — Paralisia completa, posso ser claro.

— Sim, precisamos chegar lá rápido. Caso contrário, ele vai ficar tetraplégico. — Derek soltou um bufo, já passando o prontuário para o residente.

— Vá. Eu vou com vocês dois. Estou no seu seis. — Bailey falou com os olhos apertados. — Vou prepará-lo. Tranque e carregue, pessoal. — A cirurgiã geral saiu da sala, deixando dois neurocirurgiões muito confusos e devidamente preocupados olhando um para o outro.

— O Bailey está chapada ou algo assim? — Norah questionou, mas Derek apenas deu de ombros para ela.

— Eu suspeito de maconha.

Norah estalou o pescoço para a esquerda e para a direita antes de olhar para a coluna através do microscópio. — Hm... C3 e C4 estão uma bagunça. — Ela apontou.

Derek assentiu com um suspiro. — Nós vamos ter que ir mais longe aqui do que eu esperava.

— Você também pode ir até o C5. — Bailey falou ao lado da tela que mostrava o close-up da coluna do paciente. — Quero dizer, pelo aspecto desta lesão, é onde o bastardo montou sua colmeia.

Derek olhou para ela antes de erguer uma sobrancelha para o residente à sua frente, que tinha o mesmo olhar perplexo que ele. — Eu não quero que seja mais invasivo do que tem que ser.

— Não discuta com ela. Ela está estrelando seu próprio filme de ficção científica. — Ben falou ao lado deles com uma leve zombaria, mandando Bailey um olhar do outro lado da sala de cirurgia. — Você mexe com ela, ela vai sacar sua arma de raios e atomizar sua bunda.

— E ele ainda está fazendo beicinho. — Ela zombou, balançando a cabeça. — Você é um médico. Esta é realmente a primeira vez que você perdeu um almoço e as palavras cruzadas por causa de uma cirurgia?

— Foi importante para mim. — Ben tentou raciocinar.

— Bem, este parasita é importante para mim.

— Sim, eu posso ver isso.

— Você sabe o que? — Bailey retrucou: — Tudo bem. Vamos fazer isso agora mesmo. Me dê as malditas palavras cruzadas.

— Esqueça-

— Oh, não. Ninguém nunca vai esquecer isso. — Ela zombou antes de levantar a voz na sala, — Onde está a bolsa do Dr. Warren?

Norah estava nitidamente desconfortável em uma sala de cirurgia com o casal discutindo enquanto Bailey a rodeava para pegar a bolsa de Ben. — Ei, Derek. — Ela falou, sua voz implorando por uma mudança de assunto, — Jackson mencionou que Mark parece... Perturbado. Alguma ideia do porquê?

O atendente ergueu os olhos brevemente para a residente com um sorriso reprimido sob a máscara. — Não, não faço ideia. — Ele brincou e voltou seu olhar de volta para o microscópio.

— Vamos ver. — Bailey limpou a garganta. — 'Cordilheira peruana'. Ah, Andes...

— C3 ou C4? — Norah perguntou ao atendente após obter uma melhor visualização através da luneta.

— Qual é o seu palpite?

Ela franziu as sobrancelhas antes de murmurar baixinho: — Eeny, meeny, miny, moe-

— Dra. Lawrence. — Ele enviou-lhe um olhar sem graça. No entanto, antes que ela pudesse engolir uma resposta espirituosa, suas palavras ficaram presas no fundo de sua garganta.

Uma pontada de calafrios percorreu sua espinha; um que ela não conseguia identificar.

Os calafrios familiares a fizeram franzir as sobrancelhas, mas ela afastou sua mente disso e dirigiu sua atenção e foco de volta para a coluna do paciente. — Hum, C4, eu acho... Vamos.

— 'Minha pergunta para você', alguém? — Bailey levantou a voz novamente. — Lawrence? Você é inteligente.

— Com todo o respeito, não me arraste para isso. — A residente respondeu friamente, e Derek bufou sob sua máscara.

— Tudo bem. — Bailey apertou os olhos para as palavras cruzadas, — Duas... Nove... Treze... Treze letras, alguém?

— Quinze. — Ben corrigiu.

— Não, estou olhando. São treze.

— Não, são quinze. — Ele insistiu. — Conte novamente.

— Eu acabei de contar. — Ela zombou dele frustrantemente. — O que, você tem visão de raio-X do outro lado da sala?

— 'Quer casar comigo' é a minha pergunta para você. — Ben finalmente falou, cansado de suas suposições.

A sala de cirurgia ficou em silêncio com a rapidez; os olhos de várias equipes cirúrgicas se arregalaram. Derek lançou um olhar curioso para a residente à sua frente para perceber sua possível reação, mas o rosto de Norah permaneceu sério na cirurgia.

Bem, ele a treinou bem, isso era certo.

— E a razão pela qual é tão fácil é porque eu fiz as palavras cruzadas. Levei dois malditos meses, para não falar em fazer uma maquete do The New York Times. — Ben olhou para Bailey, que congelou com o choque. — A frase tem quinze letras. 'Quer' - quatro; 'casar' - cinco; 'comigo'... Quinze.

— Bem, Warren é um cara brilhante, com certeza. — Norah murmurou baixinho, sentindo que a tensão na sala de cirurgia não era do seu agrado. — Isso é um inferno de um gesto, no entanto.

Derek inclinou a cabeça para o lado e tentou ajudar o cirurgião plástico em particular. — Eu acho que é ótimo, no entanto. Você não é fã de grandes gestos para propostas? — Ele perguntou com cuidado.

— Nós dois sabemos que eu odeio surpresas. — Ela apenas deu de ombros, sua concentração não foi quebrada da coluna do paciente enquanto ela retraía a membrana. — Mas isso? Isso é doce - oh, ei, veja o que temos aqui.

O atendente Neuro olhou para trás através do microscópio antes de escolher o parasita com o fórceps. — Entendido. Foi em C4.

— Acho que a sorte está comigo hoje. — Ela riu antes de estalar a língua. — E quer saber? Estou me sentindo com sorte, entomei uma decisão pela minha bolsa.

— Então, mamãe e papai vão ficar fora por um tempo, e você vai ficar com sua prima. — Norah murmurou para Kai, que tinha uma mão abraçando seu pescoço.

Quando seu pai tentou carregá-lo, ele desviou o olhar imediatamente, fazendo Norah rir. Mark bufou antes de pegar um brinquedo da bolsa do bebê, dando um passo até o menino. A cabeça de Kai se ergueu do ombro de Norah imediatamente com os olhos brilhando.

— Vamos, homenzinho, você sabe que quer isso. — Mark arrulhou enquanto acenava o elefante de pelúcia na frente do rosto do menino. Os olhos de Kai seguiram para a esquerda e para a direita junto com o movimento do brinquedo enquanto os três se dirigiam ao saguão do hospital.

Norah arqueou uma sobrancelha para o namorado antes de rir. — Ele não vai me deixar por você, sabe? — Ela sorriu, e Kai riu do olhar derrotado no rosto de Mark.

O saguão já estava começando a se encher com os cirurgiões que estavam no caso dos gêmeos siameses em Boise. Todo mundo estava conversando ou olhando os arquivos dos pacientes com suas malas ao lado deles.

Callie caminhou até eles do lado onde estavam dois carrinhos de bebê; Sofia estava em um deles. Timothy havia se agachado ao lado dele e estava fazendo a garota explodir em gargalhadas; Lexie estava atrás dele com um sorriso suave no rosto.

— Tudo bem, Torres, aqui estão todas as coisas de Kai... Eu suponho. — Mark murmurou enquanto passava a bolsa de bebê para Callie.

Ela franziu as sobrancelhas para ele enquanto pendurava a bolsa no ombro. — Você supõe?

— Bem... — Ele coçou a cabeça com uma risada nervosa, — Vamos esperar que eu não tenha esquecido nada, ou eu vou ser morto pelo amor da minha vida.

— Ei, eu ouvi isso! — Norah lançou-lhe um olhar sem graça, e ele sorriu em resposta.

Mark deu um beijo no lado de sua bochecha, apenas para ser saudado por um tapa forte de seu filho. Ele encarou Kai com um suspiro ofendido, e o garoto deu uma risadinha. — Você tem competição, amor. — Norah riu, e Mark abaixou a cabeça para seu filho.

— Você não pode ter sua mãe só para você. Temos que compartilhar, ok? — Ele gesticulou entre os dois, — Nós conversamos sobre isso antes... Por favor? — Ele acrescentou a última parte em um sussurro. — Venha aqui, homenzinho.

Kai se inclinou e Mark o carregou dos braços de Norah, a última esticando os braços pela dor de carregar o bebê não tão pequeno. Ela assistiu com admiração enquanto Mark murmurava palavras para Kai enquanto o menino olhava para o pai com atenção.

Ela não conseguia entender o que ele estava dizendo, mas o sorriso crescente em seu rosto foi o suficiente para iluminar sua noite.

Demorou mais alguns minutos para o casal finalmente se separar de seu filho. Mark deu mais um beijo na cabeça de Kai antes de acenar para ele enquanto o menino era colocado em outro carrinho.

Norah enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta do Seattle Grace Mercy West Hospital, soltando um longo suspiro. — Tem certeza que você arrumou tudo, amor? — Ela perguntou. — Tipo, tudo, tudo?

— Tudo está embalado nesta mala aqui. — Mark assegurou com um aceno de cabeça, mas ela ainda estava olhando para ele com os olhos apertados. — E eu não esqueci seus antidepressivos. — Acrescentou com um encolher de ombros, — O que poderia dar errado?

— Eu não sei, nós- — ela cortou sua frase e enfiou suas palavras em seu estômago, — ... Não importa. Eu não vou dizer nada.

Ele levantou uma sobrancelha para ela. — Você está se preocupando.

— Eu sei, eu só... Não sei. — Ela suspirou e coçou o pescoço.

Os calafrios de antes tinham um rastejo persistente nas costas dela, mas eles desapareceram quando ele jogou os braços ao redor dela. Ela se inclinou contra seu peito e escutou o som suave de seu coração batendo enquanto ele a apertava com um abraço sufocante.

— Tudo bem, tudo bem, amor - eu preciso respirar aqui! — Ela resmungou antes de levantar a cabeça para ele com um sorriso. — Contei a Hunt sobre minha decisão, mas ele não ficou feliz... Mas vamos para São Francisco!

Derek animou a cabeça quando ouviu seu anúncio. — Você está escolhendo USCF sobre Hopkins?

— O quê?! — Meredith e Cristina falaram em coro, ambas olhando para a morena com os olhos arregalados.

— Ah, vamos lá, não me dê esse olhar. — Suspirou Norah, olhando para o olhar compartilhado das duas residentes de 'o que diabos você está pensando' em seus rostos. — A pesquisa da USCF com seu grande financiamento é uma oferta brilhante. Sem mencionar as vagas de emprego depois que eu completei minha bolsa-

— Nós estamos indo para São Francisco! — Mark a cortou com um beijo que ela se inclinou para mais; Cristina soltou um barulho antes de retomar sua conversa com Meredith.

— Seu filho da puta! Eu tive que ouvir isso de Hunt? O que, você não conseguiu nem ser homem o suficiente para me dizer? — A voz de Arizona soou do corredor com Alex, que recuou para a parede. Callie tentou acalmar a esposa, mas não estava funcionando. — Não, seu cão de merda ingrato!

— É Hopkins! — Alex exclamou no atendimento da Pediatria. — Você foi pra lá. Você, de todas as pessoas, deveria saber-

— Você é um desgraçado miserável, miserável! — Arizona disparou de volta para o residente, que ficou de olhos arregalados.

Timothy soltou um assobio baixo enquanto ele e Lexie caminhavam até o grupo perto do posto de enfermagem, ambos vestidos com jaquetas hospitalares. Ele estava puxando uma mala atrás dele e uma mochila por cima do ombro quando ele estreitou os olhos para sua irmã. — Então, quando você estava neste caso?

Norah se virou e se encostou no peito de Mark, refletindo o olhar curioso no rosto do irmão. — Esta manhã. Eles precisam de Neuro extra. — Ela afirmou antes de responder sua pergunta, — Quando você estava? Quero dizer, por que você estava?

Ele colocou a mochila sobre o balcão e deu de ombros. — Bem, quando lhe perguntam se você está interessado em um caso como este, quem se importa com a porra da especialidade que você está buscando? — Ele respondeu. — Eu digo aproveite a oportunidade e mexa sua bunda.

Lexie concordou com a cabeça antes de se virar para o residente mais velho. — Você tomou uma decisão? Sobre-

— Hum. Estamos indo para San Fran! — Ela exclamou e viu os olhos dos dois residentes mais jovens se arregalarem.

— Droga. Achei que você ia ficar aqui! Eu apostei em Seattle! — Timothy se levantou com uma carranca. Quando Norah chutou sua canela, ele estremeceu antes de se inclinar para um abraço. — Bem, eu vou sentir sua falta, querida irmã.

— É apenas um voo de duas horas de distância, irmãozinho. — Ela riu, seus braços apertando ao redor do corpo dele...

... Sem saber que esta era a última vez que ela estaria abraçando seu irmãozinho em seus braços.

— Mas vou sentir mais falta do meu amigo Kai.

— Idiota. — Ela zombou, empurrando-o, e ele riu de volta para ela.

— Hum. — Timothy sentou em sua mala com os braços cruzados em cima da alça. — Ei, quanto tempo dura o vôo para Boise?

— Uma hora e meia. — Lexie respondeu enquanto ela bocejava, descansando o braço na cabeça dele. — Apenas o suficiente para uma soneca.

— Bem, para sua sorte, alguém pode ter mencionado uma ou duas vezes que eu tenho um ombro forte. — Ele sorriu.

Ela riu com um aceno de cabeça. — E esse alguém adoraria tirar uma soneca naquele ombro mais tarde.

Lexie estava deitada no ombro de Timothy enquanto ele descansava a cabeça na dela.

Meredith e Derek estavam discutindo suas possibilidades futuras em Boston.

Cristina estudava alguns casos com a lâmpada acesa acima da cabeça.

Arizona estava olhando pela janela enquanto se frustrava com a licença de seu residente.

Norah estava pensando em Kai enquanto abraçava o braço de Mark enquanto a mente dele vagava de volta para a caixa de veludo em sua gaveta.

Os oito logo se retiraram para descansar no voo supostamente pacífico - nenhum deles se preparou para o evento catastrófico que lhes foi apresentado, esperando que caíssem na ratoeira.

Se ao menos o tempo pudesse ser parado.

Porque desta vez foi, na verdade, a calmaria antes da tempestade.

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