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CAPÍTULO OITENTA E DOIS
são francisco.

8ª temporada, episódio 21

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ESTOU ENJOADA.

Norah tinha o cabelo preso em um coque bagunçado enquanto corria de um lugar para outro em seu apartamento. Mark a observava preocupado enquanto a ajudava a arrumar a bagagem.

— Isso é ruim, oh meu Deus. — Ela gritou enquanto jogava o saco de produtos de higiene pessoal em sua mala. — Por que diabos eu pensei que fazer as malas na manhã em que eu deveria voar era uma coisa boa?

— Norah, você tem que parar de surtar. — Mark tentou. — Você é boa. Você já tem tudo o que precisa aqui. Seu terno está passado, você tem um conjunto extra de roupas, seus saltos estão guardados de forma limpa, seus artigos de higiene estão embalados, você até tem seus flashcards e suas muitas pastas aqui.

Ele fechou a mala e franziu as sobrancelhas quando ela continuou andando pelo quarto. — Acho que estou esquecendo alguma coisa. — Ela afirmou, quebrando a cabeça para lembrar o que ela havia esquecido.

— Ei, olhe. — Ele a segurou firme enquanto seus olhos procuravam os dele, seus ombros relaxados um pouco quando ela encontrou os azuis. — Se você não consegue pensar nisso, provavelmente não é importante de qualquer maneira. — Ele raciocinou. — Respire fundo.

Ela fez isso e sentiu seu corpo se desenrolar um pouco antes de ficar tenso novamente. — Oh merda, e se-

— Não. Você está apenas se desesperando.

— E se Kai sentir minha falta? — Sua voz saiu baixa, seus lábios curvados para baixo.

Ele suspirou antes de dar um passo mais perto dela, suas mãos segurando ambos os lados de seu rosto. — Vou ligar para você todos os dias, ok?

— E se-

Ele a interrompeu batendo seus lábios nos dela, sentindo seu corpo endurecido afrouxando enquanto ele lentamente envolvia seus braços ao redor de sua cintura. — Kai está com sua prima agora, e nós temos alguns - sagrados - minutos de sobra. — Ele murmurou, apoiando-os, — E eu sei como clarear sua cabeça.

Seus joelhos bateram na beirada da cama, e ela caiu para trás, suas costas batendo no edredom macio. O beijo deles foi aquecido instantaneamente - apenas se separando quando ele tirou a camisa - mas conectado mais uma vez, ansiosamente.

Norah tinha Kai sentado em seu quadril quando Timothy se aproximou deles. Ele descansou o queixo no ombro da irmã enquanto o garotinho colocava a mão suavemente no rosto do tio.

— Boop. — Timothy gritou enquanto cutucava o nariz do garotinho com o dele. Kai soltou uma risadinha tímida e enterrou o rosto no pescoço de Norah enquanto seu tio sorria.

— Lembre-se, se você vai surtar, pense na praia. Sol brilhante, areia quente, o som das ondas. — Lembrou Timothy. — E eu estarei esperando você voltar e me dizer que você esmagou todos eles.

— Oi, baby aqui! — Norah sibilou para ele enquanto cobria os ouvidos de Kai. Timothy enviou-lhe um sorriso de desculpas, e ela sorriu, — Mas confie em mim, eu vou.

— Tudo de bom. — Lexie falou ao lado dele, dando um abraço de lado na residente mais velha.

— Ah, obrigada Lexie. — Norah sorriu. — Nosso trabalho duro - definitivamente vai valer a pena.

— Você está nervosa?

— Nervosa? Na verdade não. Louca, no entanto? Sim, meio que. — Ela respondeu, e Lexie levantou uma sobrancelha para ela. — Olhe em volta.

Eles viram os muitos atendentes no compartimento de ambulâncias, que desejavam boa sorte a seus residentes, além de dar conselhos de última hora; Lexie e Timothy bufaram da carranca de Norah.

— Ou seu tio Derek está totalmente confiante com sua mamãe, ou ele é um babuíno que não se deu ao trabalho de aparecer. — Ela murmurou para Kai, que olhou para ela.

Timothy deu um tapinha nas costas dela com uma gargalhada. — Shep está totalmente confiante com você, absolutamente. — Ele assegurou, — Ele é um babuíno que está totalmente confiante com você.

— Sim, espero que sim.

— Sei que sim. — Lexie corrigiu, e Norah sorriu de volta conscientemente.

— Tudo bem, Kai Jr., venha para o seu tio Timmy. — Timothy levantou a criança dos braços de Norah. Ela tirou a mão do menino de sua boca e deu um beijo em sua bochecha antes de ir procurar seu namorado.

— Agora, coma salmão para o jantar, — Mark falou ao lado de Jackson, — e diga ao serviço de quarto para se certificar de que não está congelado. Você perde ômega-3 se estiver congelado. — Jackson assentiu sem entusiasmo enquanto mandava mensagens de texto em seu telefone. — Avery, você está me ouvindo?

— Estou tentando não ouvir. — Admitiu o residente com sinceridade.

— Tudo bem, como você está em dinheiro? — Mark perguntou, segurando um maço de notas na frente dele. — Achei que você precisava de um pouco. — Jackson simplesmente piscou antes de aceitar, agradecendo-lhe estranhamente.

— Mas certifique-se de tratar bem minha namorada com isso. — Acrescentou o atendente antes de enviar seu residente para o ônibus. Ele então se virou para Norah, que tinha uma sobrancelha levantada para ele. — Ah, vamos lá, você está com ciúmes?

— Não. — Ela sorriu, — Por que eu deveria estar? — Ela descansou a cabeça em seu peito enquanto ele a tinha em um abraço apertado.

— Você vai se sair muito bem, Laurie.

— Eu sei, — ela afirmou com um sorriso, — mas quando você ver Derek, diga a ele que ele é um idiota que não pode mandar embora sua residente favorita.

— Uau, ele não está aqui? — Mark zombou levemente antes de abaixar a cabeça para um beijo. — Não se preocupe. Vou chutar a bunda dele quando o vir.

— Acho bom. — Ela suspirou. — Vejo você em três dias. Certifique-se de que Kai morda o brinquedo de dentição e não o cobertor.

— Okay. — Ele respondeu com um aceno de cabeça.

Ela estreitou os olhos com um dedo apontado para o rosto dele. — Nem pense em tentar alimentá-lo com sorvete.

— Entendi.

— Mark, é melhor você colocá-lo para dormir na hora e não brincar com ele a noite toda. — Ela lançou-lhe um olhar severo, e ele assentiu timidamente.

— Eu vou... Manter isso em mente.

— Tudo bem, eu te amo! — Ela murmurou para enquanto caminhava para o ônibus.

— Te amo mais. — Ele sorriu orgulhosamente para ela enquanto ela dava um último beijo na cabeça de Kai antes de embarcar no ônibus. O sorriso preso em seu rosto era incomparável à imensa quantidade de vibração em seu peito.

— Lembre-se da praia! — Timothy gritou, e ela apenas revirou os olhos para ele com um aceno.

— O que há na praia? — Mark perguntou ao jovem curiosamente enquanto pegava Kai de seu tio.

— Hum? Oh, esse é o nosso pequeno segredo. — Timothy riu e deu um tapinha no ombro dele, deixando o cirurgião plástico intrigado.

Norah foi direto para a parte de trás do ônibus e sentou-se no assento vazio. Ela havia conectado seus fones de ouvido e tocado uma música aleatória enquanto esperava que o resto dos residentes do quinto ano tomassem seus lugares.

— C-como... Como você está dormindo? — April arqueou uma sobrancelha para ela com uma voz gaguejante.

— Bem, para começar, eu durmo de olhos fechados.

A ruiva encarou a morena sem expressão. — Você não está tipo... Eu não sei, nervosa o-ou algo assim? E-eu quero dizer, este... Este é o Conselho Americano de Cirurgia que estamos falando, e-

— April, eu acabei de fazer um bom sexo fumegante esta manhã. — Norah a cortou secamente. — Eu aconselho você a agir também. Realmente ajuda com os nervos.

Cristina bufou antes de se virar para a morena. — Querida, ela é virgem.

— Ah, certo. Foi mal.

Jackson estreitou os olhos e se inclinou para frente de seu assento. — É por isso que Sloan me deu esse dinheiro, sabendo que eu sou... um Avery?

Norah abriu um olho e riu para ele. — Acho que sim.

— Como você faz isso? — Alex questionou April, que tinha acabado de ser surpreendida por um homem. — Você esteve aqui, tipo, dois minutos.

April caiu no sofá da sala de espera do hotel. — Meu examinador vai me odiar também, instantaneamente.

— Não se preocupe. — Cristina disse a ela.

— Uma em cada cinco pessoas falha nos conselhos. — April brincou.

— Ooh, então pelo menos um de nós aqui vai falhar, hein? — Norah apontou, e April parecia horrorizada.

— É apenas um teste. — Jackson tentou aliviar a situação, — Todos nós já lidamos com coisas piores. Ninguém está sangrando na sua mesa. Nós ficaremos bem.

Meredith se afastou do grupo de seis, arrastando Cristina junto com ela. A dupla mergulhou em uma conversa longe deles enquanto os outros quatro residentes continuaram sua conversa.

— Na verdade, não vamos ficar bem. — Norah falou novamente, e os outros voltaram suas atenções para ela. — Realmente. Quero dizer, façam as contas. Se houver uma centena de pessoas aqui, vinte de nós vamos falhar.

Alex e Jackson franziram as sobrancelhas enquanto ouviam suas palavras, percebendo o pior da situação. — Cara, você não está ajudando. — Alex brincou.

— Eu sei. — Ela sorriu antes de sentir seu estômago roncar. — Ei, vocês estão com fome? Porque eu estou.

April se levantou de sua cadeira com um olhar alarmante ainda em seu rosto. — Eu... Nós deveríamos nos registrar e depois almoçar. — Ela sugeriu, — Eu vou chamar Meredith e Cristina.

Norah deu de ombros e tirou algumas barras de chocolate de sua bolsa, jogando uma para os dois homens sentados ao seu redor. — Nós todos vamos passar. — Ela murmurou, mais para si mesma.

Ela estava nervosa? Bastante. Pode ser. Mas sua maneira de acalmar seus nervos era fazer com que outras pessoas se sentissem ainda mais nervosas do que ela - dessa forma, ela poderia ter certeza de que estava perfeitamente bem.

Cruel, mas eficaz.

April gritou alto, fazendo com que os três virassem suas cabeças para ela. — V-você está com gripe estomacal?!

— Mer tem o quê?!

— Zola está com gripe estomacal. — Cristina gritou de volta para eles.

Os três se levantaram de seus assentos quando Meredith vomitou na lata de lixo ao lado dela. Cristina segurou o cabelo para trás, mas foi afastada por April, uma vez que sua melhor amiga vomitou. Os cinco agora estavam em uma fila em frente a Meredith, que tinha um olhar culpado em seu rosto; Norah estava lentamente se afastando deles.

— Zola está com gripe estomacal e você não disse nada? — Jackson exigiu.

— Como você pode? — April a encarou incrédula. — V-você está tentando sabotar todos nós?

— Não é como se fosse a peste negra! — Meredith tentou raciocinar, mas ainda recebeu olhares acusadores de seus amigos.

— Você deveria ser nossa amiga!

— Ah, April, acalme-se-

— V-Você fica exatamente onde está! — Alex estalou para Meredith quando ela tentou dar um passo mais perto deles.

Ela revirou os olhos com um suspiro antes de olhar para a residente que estava a uma distância deles. — Isso é realmente necessário, Norah? — Ela perguntou, olhando para a morena que estava a pelo menos seis metros de distância deles. — Você está sendo tão dramática quanto Mark!

— Não, não, eu não estou arriscando! — Norah balançou a cabeça ferozmente, — E por favor, não engasgue, porque eu vou vomitar também.

— Vamos. — Alex suspirou, ainda mantendo distância de Meredith, — Vamos registrar.

— Oh meu Deus, Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus-

Norah estava pirando. Grande momento.

Os outros quatro residentes - excluindo Alex, que voltou para Seattle - ficaram parados na porta de seu quarto de hotel. Todos estavam vestidos e prontos para descer para o café da manhã. Eles pararam no quarto da morena; ela estava procurando freneticamente por... Algo.

— Por favor, não me diga- — ela gritou quando não conseguiu encontrá-lo, — Oh não, oh não - isso é ruim. Acho que vou chorar.

— Norah, não podemos ajudá-la se você não nos disser o que está procurando. — Meredith falou, observando a morena preocupada.

— E-E o que quer que seja, n-não poderia ser tão ruim, certo? — April perguntou embora ela estivesse cheia de nervos.

Jackson assentiu lentamente e acrescentou: — Você trouxe seu cérebro. Isso... Isso deve ser suficiente.

Cristina revirou os olhos e se afastou da parede, caminhando até Norah. Ela a segurou em seu lugar, suas mãos segurando o rosto da morena. — Querida, use suas palavras. — Ela exigiu, olhando para os tensos olhos castanhos.

Norah mal conseguira dormir a noite inteira de tanto pensar. E quando ela pensou demais o suficiente, sua mente decidiu pregar uma peça maligna nela e a lembrou sobre a coisa que ela havia esquecido de trazer.

— E-eu acho que deixei meus, hum, antidepressivos em Seattle. — Ela engoliu em seco, sua voz trêmula.

A sala ficou em silêncio e os olhos de todos se arregalaram; Cristina baixou as mãos e assentiu. — Sim, isso é ruim. — Ela afirmou com firmeza. — Alguém ligue para Sloan agora mesmo.

Mark foi até Derek no posto de enfermagem; o último virou a cabeça brevemente para ele antes de retornar aos seus mapas.

— Sabe, Norah estava muito chateada com você ontem por não mandar sua residente favorita embora. — Mark falou, e Derek ergueu uma sobrancelha para ele com curiosidade. — Ela te chamou de 'idiota'.

— Zola está com gripe estomacal.

Mark o encarou por um momento antes de assentir. — Tudo bem, tudo bem, compreensível. — Ele mudou de uma perna para outra, suas sobrancelhas franzidas com suas palavras presas no fundo de sua garganta.

Derek clicou sua caneta antes de devolver o prontuário para a enfermeira com os olhos apertados para o outro atendente. Quando o cirurgião plástico começou a bater o pé ansiosamente, ele suspirou. — O que?

— Eu tenho uma pergunta.

— Sim?

— Bem, hum... — Mark coçou o pescoço nervosamente, — Eu realmente não sei se você é a pessoa certa para perguntar?

— Só para salientar, você soa como Tim quando ele engravidou Callie. — Derek levantou uma sobrancelha para ele com curiosidade. — Mas continue.

Mark respirou fundo, reunindo a sequência de palavras de seus pulmões. — Norah já falou com você sobre casamento? — Ele deixou escapar, sentindo suas orelhas esquentarem.

Derek demorou um pouco para processar suas palavras. — Por que ela iria? Eu sou um homem casado. — Ele arqueou uma sobrancelha para Mark, que piscou em sua resposta.

O neurocirurgião levou mais um momento antes que as palavras fossem absorvidas. — Oh. — Mark estava passando a mão pelo cabelo agora, olhando para o rosto atordoado do outro atendente. — Oh, espere, — Derek bufou, — ontem à noite-

— Sim, não. Não vamos falar sobre a noite passada. — Mark suspirou sem jeito. — Mas eu queria - Deus, eu queria tanto. — Ele exalou, — Mas uh... Eu não queria assustá-la, e ela... Já estava bastante assustada com a coisa toda das pranchas.

Ele ergueu os olhos para encontrar os de Derek. O neurocirurgião tinha as sobrancelhas franzidas para ele.

— O-o quê?

— Parece estranho dizer isso, mas... — Derek deu um tapinha nas costas dele, — Estou orgulhoso de você, de verdade.

— Oh, graças a Deus - eu pensei que você ia me dar um soco de novo. — Mark suspirou, balançando a cabeça. — Eu... Eu preciso de respostas, Derek, realmente preciso de respostas.

— Aquela mulher está totalmente apaixonada por você, Mark. Você não tem nada com que se preocupar. — Derek respondeu com um sorriso malicioso. — Encontre a hora certa, a ocasião perfeita e o lugar perfeito. E então fique de joelhos e faça a pergunta.

Mark assentiu, tomando notas mentalmente. — Ok.

— Mas, só para lembrá-lo, — Derek sorriu de volta para ele, — Meredith e eu nos casamos em um Post-It, então meu conselho pode não ser confiável.

— Ugh. — Mark suspirou e revirou os olhos. Seu telefone tocou em seu bolso, e ele o tirou, lendo o contato nele. — Ah, olha quem é.

— São sete da manhã. — Derek vislumbrou em seu relógio. — Por que ela está ligando?

— Só há uma maneira de descobrir. — Mark deu de ombros e atendeu o telefone, colocando a chamada no viva-voz enquanto o segurava entre ele e o outro atendente. — Ei, Laurie. Derek está comigo, e você está no viva-voz.

Maaaaaaark-

— Bem... Isso não soa bem. — Derek comentou e olhou para o cirurgião plástico preocupado.

— Norah, o que você fez? — Mark perguntou, mas uma zombaria alta respondeu pelo telefone.

Não, não... É o que eu não fiz. Você sabe o que eu não fiz? Não levei meus antidepressivos. 'Provavelmente não é importante', meu traseiro, Mark Sloan, eu não trouxe meu maldito antidepressivos-

— Tudo bem, pare de andar e respire fundo. — Ele a interrompeu e ouviu os passos parando do outro lado do telefone, seguidos por longas respirações profundas e expiradas.

Derek estreitou os olhos, — Isso é realmente ruim.

— Cale a boca. Você não está ajudando. — Mark retrucou antes de trazer o telefone para perto de si. — Norah, escute. Em primeiro lugar, você é uma das melhores residentes que eu conheci na minha vida. Você é um gênio, e você pode literalmente fazer uma cara séria em qualquer situação séria. Você se sairia muito bem.

Houve uma longa pausa do outro lado do telefone, e os dois atendentes trocaram um olhar perplexo. Mark verificou se a chamada ainda estava ativa, e estava.

— Laurie?

Que porra é essa? — A voz de Norah brincou, — Estou ligando para Tim-

— Ok, espere, espere. — Mark tentou novamente, — Você nunca precisou dos remédios para exames e outras coisas, certo? Apenas um item estava ao seu lado todas as vezes. Onde está sua moeda da sorte?

Eu... Puta merda - eu também não embalei a moeda! — Norah gritou: — Eu sabia que deveria ter verificado minhas coisas antes de sair do nosso-

— Espere, Norah-

Mark Everett Sloan, juro por Deus, estou negando sexo a você-

— Ei, ei, ei, tudo bem, pare aí mesmo. — Os olhos de Mark se arregalaram, e Derek bufou ao lado dele. — Eu arrumei, — ele falou pelo telefone, — verifique o compartimento interno da sua mala. Há um pequeno zíper atrás da maior.

Eles ouviram alguns ruídos arrastados, assim como os outros residentes conversando ao fundo. Um baque alto foi seguido pelo som de zíperes sendo puxados.

Ah, encontrei! — Norah informou encantada, e Mark respirou aliviado. — Ooh, a nota de um dólar está aqui também!

— Nota de um dólar? — Derek questionou.

Lembra do tumor espinhal de Isaac?

Os olhos do atendente do Neuro se arregalaram de surpresa. — Oh, uau. Não acabou em uma máquina de venda automática?

Não. — Ela respondeu, estalando a língua. — Oh, ei, você ainda é um idiota, sabe?

— Sim, sim, eu entendi a mensagem. — Derek riu.

Mark puxou o telefone para mais perto de si. — Tudo bem, Norah, você está bem agora?

Sim. — Ela respondeu através de um monte de ruídos arrastados. — Pelo amor de Deus, Cristina, me devolva meu desodorante - Oh, obrigada, Mark. Diga a Kai que eu o amo. Tchau!

— Eu te amo- — a ligação terminou do outro lado, e Mark olhou para a tela do telefone com um suspiro.

Derek deu um tapinha nas costas dele com um sorriso reprimido no rosto. — Não se preocupe. Minha esposa faz isso comigo também. — Ele riu, — E sua futura esposa também. Isso é depois que você encontrar o momento certo para propor, é claro.

— Hmph.

Os cirurgiões estavam sendo chamados, um após o outro, e entraram em suas respectivas salas de exames.

Norah balançou a perna nervosamente enquanto estava sentada em uma cadeira do lado de fora dos muitos quartos. Ela estava brincando com a moeda no bolso com a nota de um dólar escondida em outra.

Sua mente estava em branco... Mas de um jeito bom. O que significava que sua cabeça não tinha começado a pensar nos piores cenários com ela acabando desmaiando no meio do teste - oh ótimo, agora ela estava pensando nisso.

— Querida, você vai ficar bem. — A tranquilizou Cristina.

Norah levantou a cabeça para Cristina e Meredith sentadas à sua frente. — Eu vou ficar bem. — Ela repetiu, respirando fundo antes de expirar.

A porta ao lado de sua cadeira se abriu e uma mulher alta saiu com uma prancheta na mão. — Honorah Lawrence.

A morena segurou um guincho quando sentiu sua respiração engatar e seu coração martelando. Ela exalou profundamente, limpando seus pulmões enquanto segurava seu pulso para sentir as batidas fracas - um ritmo que ela precisava muito bem.

Ela se levantou e se virou para a mulher cujos olhos encontraram os dela. A mulher mais alta em seus 50 e poucos anos tinha uma postura assustadoramente reta, alguns grisalhos sob seu cabelo castanho escuro e um par de olhos castanhos ferozes.

— Bom dia, doutora, meu nome é Angelina Chapman. — Ela se apresentou com um sotaque misturado com Londres e Boston.

Norah piscou ao ouvir o nome da mulher. Definitivamente tocou um sino em algum lugar, mas o que a assustou foi que tocou um sino não por ser um neurocirurgião. Era familiar em uma parte de sua vida antes da cirurgia.

— Bom dia, Dra. Chapman. — Ela apertou a mão fria estendida para ela, sentindo-se ligeiramente alarmada com sua semelhança. Mas ela permaneceu uma cara séria, acrescentando um sorriso a ele.

A mulher mais velha sorriu de volta; as rugas nas laterais de seus olhos e o calor de seu sorriso de alguma forma aliviaram a mente confusa de Norah.

E então a atingiu – a familiaridade do nome era um passado inundado em sua vida.

Angelina Chapman, sua examinadora principal, era sua mãe biológica.

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