068

CAPÍTULO SESSENTA E OITO
criança maravilha.

7ª temporada, episódio 12

———— ✦ ————

NORAH ACELEROU PELO CORREDOR, alcançando o resto dos residentes do quarto ano. Ela empurrou Jackson e Alex para andar na frente deles; os dois homens apenas estreitaram os olhos para ela e deram de ombros.

— O que é isso, todo mundo foi chamado? — Jackson questionou.

— É aquela época do ano novamente, — respondeu Alex, — os filhotes nasceram.

April arqueou uma sobrancelha com sua resposta, visivelmente confusa. — Isso é algum tipo de código?

Norah riu e esclareceu: — Alunos do primeiro ano de medicina. — O grupo de seis chegaram ao saguão onde Webber acabara de chegar com os estudantes de medicina atrás de Lexie.

— Bom dia. Atrás de mim estão os internos e residentes de amanhã. Hoje vocês vão mostrar a eles como é ser um cirurgião. — Prefaciou Webber; os estudantes de medicina estavam sorrindo sem jeito para eles. — Quando vocês vão para a cirurgia, eles vão para a cirurgia. Quando eles têm uma pergunta, vocês respondem.

— É como um serviço comunitário ordenado pelo tribunal. — Cristina baixou a voz com um resmungo.

— Eu prefiro estar pegando lixo do lado da estrada. — Meredith bufou.

— Eu prefiro levar um tiro na cara. — Norah entrou na conversa. Elas estreitaram os olhos para ela com olhares perturbados em seus rostos. — O quê? Ainda muito cedo?

Lexie limpou a garganta antes de ler os nomes em sua prancheta para atribuir os residentes a seus respectivos alunos de medicina. — Fred Wilson, você está com a Dra. Yang. Kira Donnelley, com a Dra. Grey. Hudson Powell, com a Dra. Kepner. Laurel Pinson.

Uma mulher alta com um belo rosto e figura deu um passo à frente, fazendo com que os dois residentes do sexo masculino se animassem de uma só vez. — Minha. — Ambos discutiram em um sussurro enquanto seus olhos se fixavam na estudante de medicina. Norah bufou com os olhares ansiosos nos rostos, balançando a cabeça.

— Laurel, você está... Com o Dr. Karev. — Lexie informou. Alex sorriu enquanto Jackson grunhia de frustração. — Edward Taylor, Dr. Avery. Hunter Dubois, Dra. Lawrence.

Um homem esguio com maçãs do rosto salientes se arrastou até Norah com um sorriso chamativo, mas nervoso no rosto. — Eu sou a Dra. Lawrence. — Norah se apresentou, — É um prazer tê-lo para o dia.

— Eu sou Hunter. — Ele cumprimentou e olhou para a mão dela que estava esperando entre eles. — Eu não... Faço apertos de mão. — Sua mão estava hesitante em apertar a dela; no final, ele optou por uma onda. Ela riu levemente com o movimento desajeitado dele.

— Vou escolher meu residente-chefe em alguns meses. — Webber levantou a voz. Embora suas palavras fossem para Cristina, ele ganhou toda a atenção dos residentes do quarto ano. — E você ainda é um excelente candidato.

— A corrida para Chefe dos Residentes começou?

— Desde quando?

— Chefe, há quanto tempo você está nos avaliando? — Norah perguntou com as sobrancelhas franzidas.

Webber olhou para o grupo com um sorriso malicioso no rosto. — Desde o seu primeiro dia aqui. — Os residentes se entreolharam chocantemente com os olhos arregalados.

— Estou feliz por não ter cortado os fios do LVAD. — Norah sussurrou com um sorriso.

Alex levantou uma sobrancelha para ela com uma risadinha, — Lembra quando você deu um soco em uma colega de trabalho?

Seu rosto caiu enquanto ela beliscou a ponte de seu nariz estressantemente. — Ah, merda.

Norah estava no elevador com Hunter. Era bastante estranho entre eles, já que ele não era muito de falar. Ela notou como ele estava constantemente mexendo no punho das mangas e evitando contato visual com quase todo mundo.

— Nervoso? — ela quebrou o silêncio.

— Elevadores só me fazem... Hum, claustrofóbico. — Hunter respondeu.

— Eu também entendo isso às vezes.

Eles saíram dos elevadores quando chegaram ao terceiro andar. Hunter seguiu atrás de Norah enquanto eles caminhavam pelo corredor. Ao mesmo tempo, Mark descia na direção oposta e sorriu ao vê-la.

— Que horas você sai do trabalho? — Ele perguntou e ela arqueou uma sobrancelha para ele, — Jantar?

— Nós não fazemos jantar. — Ela lembrou.

— Bar do Joe, então. — Ele afirmou em vez disso, — Até logo.

Ela balançou a cabeça ligeiramente quando ele passou por ela. — Aquele era o Dr. Sloan, Chefe de Plásticos. — Ela informou ao estudante de medicina, — Então, Dubois, algum interesse particular em um determinado departamento ou especialidades?

— Estou pensando em cardiotorácica... — Ele respondeu, afastando o cacho do cabelo do olho, — Ou neurocirurgia.

— Ooh, então você gosta de hardcore? — Ela assentiu com um sorriso antes de virar para outro corredor onde viu Meredith e Jackson, assim como seus alunos de medicina, esperando do lado de fora de uma sala de tomografia. — Venha aqui.

Eles caminharam até eles; Norah viu três atendentes olhando os exames de dentro. — Podemos, uh, entrar e ver os exames? — O estudante de medicina de Jackson perguntou-lhe que o residente lhe deu um tapinha no ombro.

— Quarto bem pequeno. Vamos esperar.

Norah notou Hunter tentando dar uma olhada dentro da sala, sua figura alta curvando-se ligeiramente. Ela olhou entre ele e os três atendentes dentro e decidiu tirar uma foto.

— Dr. Shepherd? — Ela gritou, — Se importa se eu e meu aluno de medicina entrarmos e darmos uma olhada rápida? Não vamos incomodar.

Derek olhou entre Owen e Callie na sala, e eles deram de ombros para ele. — Tudo bem, entre. — Hunter tinha um leve sorriso no rosto enquanto ele e Norah empurravam Jackson e seu estudante de medicina de aparência entediada. — O que você vê, Lawrence?

Norah olhou para os scans enquanto os estudava. — Lesões em tandem? Uma translocação de fratura em L4 e L5. — Ela apontou antes de passar para a parte superior da coluna, — Isso é uma faceta unilateral saltada em C5 e C6?

Derek assentiu sem palavras e ela se virou para seu estudante de medicina confuso. — Tem uma pergunta para mim, Dubois?

— Hum... S-sim. — Hunter gaguejou levemente enquanto compunha suas palavras. — Eu sei que translocação de fratura significa uma fratura nas costas, mas o que é, unilateral... Faceta?

— A faceta saltada unilateral significa que uma das articulações do pescoço do paciente foi deslocada. — Explicou Norah a ele. Ele assentiu com um suave 'oh', antes de fazer uma careta ao pensar nisso.

— Esse é seu marido?

— O quê? Sim.

— Posso dizer, jackpot? Quero dizer, você pode trabalhar com isso o dia todo e ir para casa com ele à noite?

A curta troca de palavras entre Meredith e sua aluna de medicina não foi tão silenciosa quanto eles pensavam.

Enquanto Hunter tinha uma carranca visivelmente perturbada no rosto, Norah tentou não cair na gargalhada na sala de tomografia. Derek levantou a cabeça para ela, sentindo-se estranho; ela deu um tapinha nas costas dele com um sorriso zombeteiro.

— Vamos, Dubois, vou lhe mostrar nossa Neuro Wing antes do almoço.

— Ei.

— Ei de volta. — Timothy sorriu enquanto Norah se sentava à sua frente no refeitório. — Como está seu estudante de medicina?

— Tímido.

— Você sabe quem ele me lembra? — Ele perguntou e declarou, — Jace. — Ela não pôde deixar de concordar com as palavras de seu irmão. — Você sabe, todo... Quieto e desajeitado, e tropeçando em si mesmo... — Norah quase bufou quando viu Hunter chutando o próprio tornozelo enquanto ele estava indo para os outros estudantes de medicina em outra mesa, — E sim, tímido.

Lexie, Jackson e April colocaram suas bandejas na mesa e se sentaram com os irmãos, junto com Meredith e Cristina, que estavam em uma conversa separada.

— O que é isso? — Lexie perguntou, empurrando a cabeça em direção a outra mesa não muito longe deles.

Os residentes viram Alex sentado à mesa onde os estudantes de medicina se reuniam. Ele estava ensinando técnicas de sutura a seu aluno de medicina em uma banana. Os dois trocaram olhares e risos.

— Vamos lá, você o culpa? — Jackson falou: — Ela é gostosa.

— Não seja um porco. Ele está sendo nojento. — April franziu a testa para ele, — Para não mencionar pouco profissional.

— Eu concordaria com você, April. Palavra-chave: seria. — Norah falou, e a ruiva arqueou uma sobrancelha para ela com curiosidade. — Bem, veja, eu diria que essa tanga é mais inteligente do que não profissional.

Todos levantaram a cabeça da comida e olharam para a estudante de medicina em questão. — Droga! — Jackson zombou em frustração.

— Não profissional! — April sibilou antes de balançar a cabeça em decepção. — O-O que há de errado com eles? — Ela suspirou, — Eu nunca fui tão burra quando estava na tv faculdade de medicina.

— Eles são fracos e covardes. — Cristina deu de ombros.

— Menino louco.

— Desatento.

— Vagabunda.

— Conhece seu maldito caminho para as calças de Alex.

— Uau, — Lexie expressou, roubando um punhado de batatas fritas da bandeja de Timothy, — vocês todos parecem muito velhos.

Os residentes mais velhos lhe enviaram um olhar compartilhado.

Webber limpou a garganta enquanto entrava no vestiário dos residentes. O grupo de residentes do quarto ano se animou imediatamente quando viram sua entrada, a voz e as conversas morrendo instantaneamente.

O chefe levantou o pedaço de papel em sua mão e começou a ler: — Dra. Yang: 'faltou paciência e compaixão básica'; Dra. Kepner: 'não querendo delegar'; Dra. Grey: 'parecia ter muita coisa acontecendo pessoalmente hoje'; e Dra. Lawrence: 'um pouco agressiva e sedutora com seu chefe'.

Norah estreitou os olhos, juntando-se aos olhares ofendidos dos outros residentes listados.

— O único de vocês que parecia realmente ensinar hoje foi o Dr. Karev. — Informou Webber, e eles zombaram incrédulos do residente sorridente. — O resto de vocês falharam - grande momento.

Alex tinha um olhar presunçoso em seu rosto enquanto saía do vestiário; os outros residentes do quarto ano ainda estavam carrancudos para ele. — Eu odeio esse cara. — Jackson resmungou.

— Vai arruinar minha chance como Residente Chefe se eu socá-lo agora? — Norah perguntou genuinamente.

— Por favor, querida. — Cristina gemeu, — Eu vou cobrir você para o chefe.

Norah dormia profundamente ao lado de Mark em suas roupas. Eles estavam abraçados um no outro depois de uma longa noite.

Seu sono foi interrompido quando o edredom acima deles foi puxado com força. Ambos se afastaram quando uma terceira pessoa subiu na cama e se espremeu entre eles.

— Bom dia, Callie... Eu preciso de um baú para deitar, mas você tem peitos no caminho. — Norah murmurou e descansou a cabeça no ombro da outra.

— Torres, estamos cansados e com sono. — Mark murmurou com uma tentativa de puxar o edredom, mas Callie o puxou para fora de seu alcance.

— Sim, eu ouvi todos os ruídos de sexo imaculado, mas eu tenho uma emergência séria - urgente - crucial agora. — Callie anunciou para o casal adormecido, que mal resmungou um reconhecimento.

Ela virou a cabeça para Norah, que já havia cochilado, depois para Mark, cujos olhos estavam começando a se fechar novamente. — Mark, levante! — Ela sibilou enquanto batia em seu rosto repetidamente.

— Ai, ai, ok! — Ele gemeu e esfregou sua bochecha, — Tudo bem, qual é a sua emergência séria, urgente e crucial?

— Estou grávida.

Ambos os pares de olhos se abriram; Norah levantou a cabeça do ombro de Callie enquanto ela e Mark olhavam para a mulher deitada ansiosamente entre eles.

— Estou acordada ou estou chapada? — Norah questionou enquanto tentava piscar sua consciência de volta em sua cabeça.

— Eu estou grávida. — Callie confirmou novamente, seu rosto virando um pouco para Norah, — Com um bebê - o filho de T-Timothy.

Ela levou cinco segundos inteiros antes que Norah se levantasse da cama; seus olhos se arregalaram duas vezes. — Puta merda. — Foi tudo o que ela conseguiu dizer naquele momento. — Ele... V-você disse a ele?

— Não, eu só... Acabei de receber os resultados do teste. — Callie admitiu com um pânico crescente sob sua voz. Ela passou a mão pelo rosto e soltou uma risada fraca.

— C-Como eu conto para ele? E eu conto para Arizona - quero dizer, como eu conto para Arizona? — Ela perguntou, suas palavras dirigidas à mulher mais jovem, — Ela é toda 'eu voltei do Malawi porque eu sinto sua falta', e eu não sei se ela vai desistir de mim novamente! Oh meu Deus-

— Tudo bem, Torres, acalme-se. — Mark apertou seu ombro quando ela estava à beira das lágrimas.

— Diga a eles direito, e diga a verdade a ela. — Aconselhou Norah, — E você definitivamente contará a eles em breve.

Ela pulou da cama quando Callie começou a pirar no ombro de Mark, o último dando-lhe um abraço reconfortante. — Eu tenho que ir cedo. O teste de Alzheimer de Derek está começando hoje.

Ele estreitou os olhos para sua namorada, que estava vestindo uma de suas camisas de manga comprida de tamanho maior que cobriam seus dedos e até a metade de suas coxas. — Norah, estou ficando sem boxers se você continuar usando todas as noites. — Ele notou enquanto ela se dirigia ao banheiro.

— Então lave sua roupa, Sloan.

Timothy deixou um som sair antes que suas palavras ficassem presas na garganta novamente. Ele ainda estava tentando processar as informações que recebeu. Seus olhos estavam arregalados enquanto ele olhava para o teto em sua cama.

Callie estava deitada ao lado dele, tendo que parar antes do trabalho desde que ela havia se mudado de volta para seu apartamento com Arizona.

— Você tem que dizer alguma coisa. — Ela falou, — Palavras. Diga palavras. — Ela se sentou na cama depois do longo e inquieto silêncio no quarto, ficando um pouco em pânico desta vez. — Timothy! Diga palavras. Palavras!

— Eu nunca soube que eu era tão fértil? — Ele guinchou, e ela exalou, caindo de volta no travesseiro ao lado dele.

— Isso é... Alguma coisa.

— Um maldito bebê?

— Crescendo como uma erva daninha no meu útero. — Ela confirmou com um único aceno de cabeça.

— Não é como uma erva daninha. Un pequeño milagro. — Ele falou, virando-se para ela na cama, — Espere, Arizona sabe? Espere, você vai ter esse bebê? Quero dizer, eu vou respeitar sua decisão e tudo.

— Eu vou ter esse filho, e Arizona sabe. — Ela afirmou e o viu piscar para ela, — Tim, você... Você não tem que fazer isso. Eu estou te dando um cartão 'sair da prisão'. Sem ressentimentos. Você pode ser o tio legal-

— Você está brincando comigo? — Ele engasgou, seus olhos brilhando quando pousou seu olhar em seu estômago, — Aquele é o meu filho lá - uau. Eu sou um pai, não um tio legal... N-Nós somos pais de uma criança maravilhosa!

Ela riu, sentindo-se um pouco aliviada com a reação dele. — Ok! Você está dentro... Ou não? — Ela franziu a testa quando notou que seu rosto empalideceu, sua expressão caindo a cada segundo. — Tim?

— Oh meu Deus... Como eu conto para Lexie? — Ele passou a mão pelo rosto, sentindo o pavor subindo em seu peito, — Nós... Oh, foda-se.

— Hum, sim, nós fizemos? — Callie olhou para o pânico dele enquanto se levantava da cama. — Ok, você pensa sobre jsso.

Timothy gritou um pouco enquanto enterrava o rosto nas mãos, uma onda de horror e excitação enchendo seu peito.

Norah e Alex andavam lado a lado enquanto deixavam o quarto do segundo paciente para o teste de Alzheimer. Ela fechou a porta gentilmente atrás dela enquanto ele segurava um prontuário na mão.

— Como você convenceu Derek a deixar você entrar? — Ela perguntou. Ele deu a ela um sorriso, e ela arqueou uma sobrancelha para ele. — Você o subornou?

— O quê? Não, claro que não. — Alex riu, — Eu tenho meus caminhos. — Eles foram até a sala de cirurgia onde o atendente do Neuro estava parado, anotando no prontuário do paciente anterior com Meredith ao lado dele.

— Dr. Shepherd, paciente número dois, Daniel Cobb, foi admitido e está em um quarto agora. — Notificou Norah ao atendente.

— A esposa dele tem algumas perguntas para você. — Acrescentou Alex.

— Eu entendo porque ele escolheu Norah, mas eu... Não posso acreditar... — Meredith balançou a cabeça, fazendo uma careta para Alex, — Ele escolheu você para essa coisa em vez de mim?

— Bem, o Dr. Shepherd não queria deixar nada ao acaso. — Ele sorriu de volta para ela.

— Agora, todos vocês podem ir para o inferno.

— Nós faríamos o inferno nossa cadela. — Norah deu de ombros para a figura furiosa de Meredith.

— Meredith, estava aberto a todos os residentes. — Declarou Derek com indiferença enquanto começava a se afastar, os dois residentes seguindo atrás dele. — Karev e Lawrence fizeram um trabalho melhor ao me lançar.

— Estava aberto a todos os moradores, exceto um! — Meredith soltou um grito frustrado enquanto as enfermeiras viravam a cabeça em sua direção.

— Cruel, Derek... Cruel.

Timothy estava se arrastando pelo corredor depois de entregar a consulta de obstetrícia naquela manhã. A notícia inesperada ainda estava no topo de sua cabeça; Arizona enviou-lhe olhares mortais desde a manhã. Ele ainda estava pensando em como contar a Lexie sobre isso.

A sensação de Lexie Grey escorregando de suas mãos estava subindo por seu pescoço.

Ele passou por uma sala de conferências e inverteu seus passos, cambaleando para dentro dela e fechando a porta um pouco bruscamente atrás dele. Mark e Derek ergueram a cabeça para o residente, que parecia bastante pálido.

— Tim, parece que você está prestes a desmaiar. — Derek apontou enquanto o jovem começava a andar de um lado para o outro.

— Eu... Tudo bem, v-vocês dois parecem ser as pessoas certas para um conselho, mas ao mesmo tempo eu... Eu realmente não confio em nenhum dos seus malditos conselhos? — Timothy levantou a cabeça para os dois assistentes, que estreitaram os olhos para ele.

— Mas eu estou aqui porque vocês dois são definitivamente mais crescidos do que meus amigos residentes, e v-vocês são duas das pessoas favoritas da minha irmã, e ela vai ficar feliz por mim... Ou me matar. Então fique feliz com isso e deixe meu filho sem pai, o que, por experiência, não é uma coisa boa-

— Pare aí. — Derek interrompeu, — Recuar um pouco - seu filho?

— Ele engravidou Torres. — Mark explicou sem rodeios.

— Sim, e decidimos ser co-parentais. Espere, como você sabe? — Timothy questionou, piscando para o rosto sorridente. — Certo, você é o melhor amigo de Callie. Espere, isso significa que Norah já sabe?! Porra, inferno-

Derek olhou para o residente com os olhos arregalados, piscando com a informação. Timothy Lawrence nunca foi de entrar em pânico e gaguejar como naquele momento; ele sempre foi uma pessoa de cabeça fria e calma... Hoje não.

— Eu estava querendo perguntar, o que diabos aconteceu com sua promessa? — Mark perguntou enquanto observava divertidamente o desastre de terror que se desenrolava à sua frente.

— Sim, boa pergunta... O que diabos aconteceu... — Timothy parou antes de virar a cabeça de volta para eles, — Foi uma vez, antes de Lexie e eu voltarmos a ficar juntos, então eu não traí... Eu- foi sorvete sexual, uma noite, sem compromisso.

— Parece que agora você tem uma corda por dezoito anos. — Mark bufou para o jovem que gritou; Derek balançou a cabeça com um suspiro.

— Sim, eu estou ciente. — Timothy enfatizou, — Eu estou apaixonado por Lexie, mas ela provavelmente quer uma porra de um canal radicular mais do que um filho. E eu acabei de voltar com ela, e eu... Eu posso estar com o legal Tio Tim, mas por que diabos eu iria querer ser legal Tio Tim? Eu sou o pai da criança! Essa é a porra da minha criança maravilha! E-Esta é provavelmente a melhor notícia da minha vida!

— Mas eu... Eu estou ferrado, não estou? — Sua voz era baixa desta vez, — Vai ser um ou outro?

Derek suspirou, cruzando os braços sobre o peito. — Como Meredith e eu podemos tentar por meses e não ter sorte, e você olhar para alguém e um bebê aparecer?

Timothy balançou a cabeça com um encolher de ombros tenso antes de levantar a cabeça para o cirurgião plástico. — Mark, Callie precisa de apoio emocional.

— Por isso. Parabéns, cara.

Derek colocou as mãos nas luvas cirúrgicas enquanto Alex ajustava o ângulo do aparelho na cabeça do Sr. Cobb. O atendente interveio e fez alguns ajustes finais enquanto os dois residentes ficaram de lado, observando suas ações.

— Tudo bem, Sr. Cobb, tudo parece bem. — Derek informou ao paciente que estava acordado enquanto ele pegava a broca da enfermeira. A broca zumbiu em sua mão, e o sr. Cobb piscou um pouco, antes de se acalmar.

Norah observou enquanto Derek inseria a broca na cabeça do paciente, seu trabalho manual lento e preciso. Suas mãos estavam imitando as ações do atendente de lado. Era uma coisa que ela sempre fizera, mas raramente percebia, mas sempre era notada pelas enfermeiras instrumentais na sala de cirurgia.

— Ok, estamos quase lá. — Derek informou.

— Posso pegar o envelope, por favor? — Norah pediu e virou-se para a enfermeira ao lado dela, que segurava o pacote lacrado com segurança.

Ela tirou o conteúdo com cuidado e entregou a droga ao atendente. Alex ergueu a cabeça levemente enquanto sua colega residente abria o relatório oficial.

Este paciente foi delegado para receber: PLACEBO

Os cirurgiões compartilharam um olhar desapontado, mas continuaram com a cirurgia mesmo assim. — Ok, Daniel, vou inserir a sonda agora. — Informou Derek com um tom neutro, injetando a solução salina na cabeça do homem. — Muito bem, Sr. Cobb.

Para o paciente, seria uma 'droga milagrosa' que havia entrado em seu corpo, mas todos os outros na sala de cirurgia sabiam que não havia droga administrada. O que importa agora é como o Sr. Cobb acordaria e como sua condição, espera, não pioraria.

Tudo se resume à psicologia.

Norah não era fã do sentimento que ela tinha agora - um que tinha suas esperanças até o topo... E depois esmagando-as direto para o fundo.

Tudo o que ela podia fazer era esperar que o próximo paciente do teste recebesse o agente ativo - que ironia isso era.

Norah saiu dos elevadores com um bocejo. Enquanto ela se dirigia para a entrada do hospital, ela foi puxada de lado com urgência por um Arizona de aparência mal-humorada.

— Uh, você precisa de uma carona para casa? — Norah perguntou, mas a atendente balançou a cabeça.

— Callie está grávida. — Arizona deixou escapar, e Norah assentiu com um sorriso tenso.

— Sim... Já me disseram.

— Olha, eu amo Callie, e Timothy... É humano e tem bons genes. Quero dizer, ele é fofo e inteligente. E eu quero ter um filho com Callie. Só não tenho certeza se quero ter um filho de Callie com Tim. Ele é simpático, adorável, e as enfermeiras não chamam Lawrence e Lawrence de seus residentes favoritos sem motivo.

— Eles fazem? — Norah se animou antes de ganhar um olhar duro que a fez encolher-se, — Tempo errado, entendi. Vou calar a boca.

— Apenas... — A loira balançou a cabeça com um suspiro, — Você pode me dizer algo que me faça querer ter o filho de Callie com seu irmão? —

— Tim é um cara brilhante. — Disse Norah, — Ele é como você disse, adorável. Ele é confiável, ele é atencioso, responsável, paciente e ele cozinha muito bem. Ele está sempre lá quando você precisa dele e, honestamente, ele é minha definição de um cara perfeito... E ele está lá.

Arizona seguiu o olhar da morena atrás dela e viu o homem mais jovem de pé à distância, acenando para elas sem jeito. Ela lançou-lhe outro olhar antes de ir embora. Timothy correu até sua irmã com um sorriso de lábios apertados.

— Eu sei que você já sabe, e você provavelmente está brava que eu não ouvi isso de mim primeiro, mas por favor, não me mate. — Ele deixou escapar imediatamente, sua voz baixa.

— Eu não estou brava, porque eu sabia antes que você soubesse. — Ela brincou, balançando a cabeça. — Você vai ser um ótimo pai, Tim. Eu sei disso.

Ele exalou em alívio; não era bem a reação que ele esperava, mas definitivamente era uma reação que ele precisava depois do dia de debates em sua cabeça.

— Eu amo Lexie, e ela... Ela não vai querer... Você sabe. — Ele suspirou pesadamente, — E eu não posso deixar meu filho crescer sem pai... Porque nós sabemos como essa porra parece, e é... Eu simplesmente não posso fazer isso com meu filho.

Norah suspirou ao ver a expressão em seu rosto. A mistura de melancolia e ansiedade, ainda alimentada com um biquinho de excitação atrás de seus olhos.

— Eu vi o batimento cardíaco hoje. — Ele falou com um sorriso agora enquanto enfiava a mão no bolso para tirar a foto do ultrassom daquela manhã. — Sou pai.

Ela riu levemente com o sorriso crescendo em seu rosto. — E eu vou ser uma maldita tia - uau.

Eles ainda estavam admirando a imagem em preto e branco que ele segurava com força. As bordas do quadro eram perfeitas; ela jurou que ele estaria tramando em breve.

Norah suspirou e cutucou o braço de seu irmão, — Eu estou dirigindo. Vamos.

— Vamos?

— Para a casa da fraternidade, — ela afirmou, — pela minha experiência, esconder as coisas da pessoa que amamos não faz bem a ninguém.

Timothy estava em frente à casa de Grey-Shepherd, com o fundo da garganta seco. Ele bateu o pé depois de tocar a campainha, ansioso pelo que vai acontecer em breve.

Derek atendeu a porta com um olhar conhecedor em seu rosto. Ele deu um tapinha no ombro do jovem antes de chamar Lexie.

Ela caminhou até a porta com um sorriso no rosto, vendo sua aparição inesperada, mas uma carranca imediatamente caiu sobre ela quando percebeu seu pavor. — Você vai entrar? — Ela perguntou, mas ele balançou a cabeça.

— Não, uh... — Ele respirou fundo antes de exalar pesadamente, — Lex, você vai me odiar, como realmente me odiar, desta vez. Eu... Callie está grávida.

— I-Isso é uma ótima notícia! Ela adora bebês. Elas... Elas fizeram uma coisa de peru baster ou algo assim? — Lexie perguntou enquanto Timothy permanecia em silêncio, — Quero dizer... Espere um minuto, Arizona acabou de voltar, e elas... Isso foi antes delas- — ela parou quando percebeu a quietude do outro lado.

O olhar inquieto em seu rosto e seu olhar de evitação foram suficientes para ela saber a verdade.

— Lexie, eu não estou pedindo nenhuma responsabilidade de você, mas essa criança é uma parte de mim. — Ele murmurou, — Eu não posso deixar o bebê crescer sem um pai. E eu quero que você faça parte da minha vida, então podemos... Descobrir isso?

Ela ficou atordoada na porta, olhando para ele. Um pedaço dela não queria nada mais do que estar com ele, mas um pedaço maior estava com uma raiva irracional.

O olhar doloroso em seu rosto e suas palavras sem palavras foram suficientes para rasgá-lo ao meio.

Mesmo que ele estivesse preparado para o que era esperado, ele ainda estremeceu quando a porta da frente se fechou na frente de seu rosto, um pouco duramente demais. Mais uma vez, ele fez amizade com o silêncio que o prendeu em seu lugar.

Infelizmente, era um ou outro.

— Eu dei para ele os cobertores extras. — Mark informou enquanto entrava na sala onde Norah estava lendo algumas coisas.

Timothy decidiu ficar depois de ter a porta fechada na cara de novo; o silêncio em seu apartamento era muito sozinho.

Norah sentiu a cama afundar quando Mark subiu na cama. Ele tirou o diário da mão dela antes de se inclinar para um beijo. Ela suspirou enquanto ele descansava a cabeça em seu colo, observando suas feições, embora já tivesse seu rosto memorizado.

— Como está o Alzheimer?

— Deprimente e ainda a ser curada. — Ela respondeu com um suspiro pesado, desligando a lâmpada ao lado de sua cama. — Estou preocupada com ele. — Ela admitiu, — Tim, quero dizer. São muitas responsabilidades da noite para o dia.

— Ele pode lidar com isso. Ele tem um monte de gente ao seu lado. — Assegurou, — Além disso, o garoto tem duas mães incríveis e um pai maravilhoso, e tia Norah, que vai dar uma surra em qualquer um que se atreva a tocá-los.

— E o tio Mark legal que mora no final do corredor. — Ela acrescentou com uma risada enquanto seus dedos passavam pelos cabelos dele. — Você sabe, nós não fomos criados por pais que estão... Lá. — Ela falou em voz baixa, — Isso faz muito dano para a criança. Tipo, nossa infância foi-

— Bastante. — ele concordou.

— Sim. E esse bebê vai ser mimado. É apenas... bom saber.

Ela o observou enquanto ele descansava em suas pernas com os olhos fechados, o pequeno sorriso puxando o canto de sua boca. Qualquer que fosse o sonho que ele tivesse, ela queria estar nele. Qualquer fantasia e imaginação, ela queria ser incluída.

Ela queria ser uma parte dele, tanto quanto ele era uma parte dela. Eles estavam certos.

— Você sabe, nosso filho será amado.

Levou alguns segundos antes que as palavras dela fossem gravadas, e sua mente o processasse. Seus olhos se abriram, saltando de seu colo. Ele olhou para seu rosto meio adormecido com as sobrancelhas franzidas.

— Espere, espere, Laurie, espere. N-Nosso... Você está-

Seus olhos se abriram e ela virou a cabeça para ele. — O que... Não! Mark, não, eu não estou grávida... Não! — Ela não conseguiu segurar a risada quando ele exalou profundamente e deixou cair a cabeça em cima do travesseiro.

— Oh meu Deus... Não me excite assim. — Ele murmurou com uma risada após suas palavras.

Ela balançou a cabeça sem graça enquanto se puxava sob o edredom grosso. Ele a abraçou por trás, descansando a testa em seu pescoço por mais alguns momentos enquanto eles ouviam a respiração um do outro... Até que ele deu um solavanco novamente.

— Espere, nosso filho? — Ele repetiu as palavras dela antes de virá-la fisicamente para olhar para ele. — V-Você quer dizer que você pensou em... nós termos... — Ele gesticulou com os braços para o tamanho de um recém-nascido com um sorriso surgindo em seu rosto, — Mini-Sloans e Mini-Lauries?

Ela olhou para aqueles olhos azuis brilhantes que estavam ansiosos por uma resposta. — Eu realmente deixei escapar isso?

Ele acenou com a cabeça como uma criança de dois anos dizendo sim ao doce, um sorriso misterioso surgindo em seu olhar. — Sim.

— Hum.

Ele franziu as sobrancelhas para ela quando ela fingiu ignorar sua pergunta, agarrando o travesseiro sob sua cabeça para si mesma. Ele zombou levemente e pegou de volta antes de atacá-la com beijos e todo o peso de seu corpo a esmagando.

— Responda-me, ou eu não vou me mexer.

— Engraçado se você acha que eu me importo.

— Responda-me, Laurieeeee!

Ela finalmente cedeu quando seu aperto foi o que ela descreveria como esmagando seus pulmões. — Tudo bem. — Ela o empurrou de volta para o seu lugar na cama, rapidamente mudando sua postura enquanto seus olhos baixavam brevemente para a mão dela em seu peito, antes de levantar de volta para ela.

— Mark, passei minha primeira infância em uma casa onde órfãos vivem, e bem, na época em que fui adotada, aos cinco anos, eu não estava realmente... Interessada em histórias de ninar. Eu nunca acreditava em contos de fadas, mas eu gostaria de segurar a crença de que existem almas gêmeas. E que você é minha. — Ela enviou-lhe um pequeno olhar através de seus olhos cansados ​​enquanto ela caiu de volta em seu travesseiro, — Então, sim... Eu poderia ter pensado sobre isso uma ou duas vezes... Quando minha mente está em seus lugares certos.

Ele sentiu uma vertigem no peito enquanto se aproximava dela e sussurrar em seu ouvido. — Você sabe, nós poderíamos- — ele arrastou quando ela rolou para encará-lo na cama novamente, batendo o travesseiro em seu rosto.

O travesseiro caiu silenciosamente; ele tinha aquele olhar, estalando a língua. Norah agarrou seu rosto apertando suas bochechas. — Se você terminar essa frase, você não verá o sol amanhã. — Ela brincou.

Mark lhe devolveu um sorriso que fez seu rosto parecer carrancudo com ela pressionando suas bochechas. Ela balançou a cabeça e deu um beijo leve nos lábios dele, no qual ele aprofundou imediatamente enquanto tirava a mão de seu rosto.

Ele afastou o cabelo dela e deixou um rastro de beijos em seu pescoço com uma mão na parte inferior das costas, pressionando seus corpos um contra o outro. — Você está vestindo minha boxer de novo? — Ele perguntou, o tom encantado de sua voz substituído por uma onda de fome.

— Pode ser?

— Tire.

Ela arregalou os olhos para ele de forma alarmante.  — Tim- meu irmão cujo relacionamento foi destruído, novamente, está na nossa sala de estar! — Ela sussurrou para ele, mesmo que suas mãos nunca a tivessem escutado.

— Diz aquela que montou com a mão no meu peito. — Ele meditou, — Você sabe muito bem como me excitar, e como você é irresistível... Acho melhor você não fazer barulho, hum?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top