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CAPÍTULO SESSENTA E TRÊS
ainda te ama.
7ª temporada, episódio 4
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NORAH, ALEX, LEXIE April e Jackson estavam todos no banheiro da casa de Meredith enquanto se preparavam para a manhã.
Lexie se mudou para a casa de Meredith novamente depois de terminar com Timothy. Embora Norah não soubesse dos detalhes exatos, ela não se intrometeu. Não era seu lugar para bisbilhotar.
Tudo o que ela sabia era que agora havia dois pares do que parecia ser um relacionamento perfeito, rasgado em pedaços.
Acho que os dois Lawrences estavam em seu quinhão de desastres de relacionamento, hein?
O banheiro estava lotado e o som de um secador de cabelo estava se afogando na água corrente do chuveiro. Toalhas de cores diferentes estavam penduradas em quase todas as paredes disponíveis, e o tapete estava encharcado dos residentes que se revezavam no banho.
Alex empurrou April para o lado enquanto dava uma olhada no espelho; a última fazendo uma careta para ele antes de continuar escovando o cabelo. Jackson deslizou a porta do chuveiro parcialmente aberta enquanto espreitava a cabeça para fora.
— Toalha? — Ele perguntou em voz mais alta sobre o barulho do secador de cabelo de Norah; April rapidamente desviou o olhar de sua figura nua atrás do vidro translúcido.
Ela se inclinou para pegar a toalha, acidentalmente esbarrando em Lexie que estava depilando as pernas. A última soltou um estremecimento de dor quando acidentalmente se cortou; a primeira rapidamente se desculpou antes de passar a toalha para o homem no chuveiro.
— Bela bunda, Avery. — Norah murmurou.
— Obrigado, — ele assentiu, — mas o sutiã esportivo... Sério?
— Você não tem peitos para saber que é confortável.
— Não, não isso, quero dizer - amarelo neon?
— Hum... Acho que você tem razão.
Meredith e Derek caminharam em direção ao banheiro que mais parecia uma festa de fraternidade; a primeira estava sorrindo com a visão, enquanto o último parecia perturbado.
— Você sabe que isso não é normal? — Ele perguntou a sua esposa que sorriu de volta para ele, um sorriso maternal se espalhou por seu rosto quando ela olhou de volta para seus amigos.
★
O elevador estava vazio quando Norah entrou no quinto andar. Ela se encostou na parede e fechou os olhos para descansá-los enquanto ouvia a música suave através de seus fones de ouvido.
Quando as portas se abriram novamente no próximo andar, seus olhos se abriram bruscamente depois de reconhecer o cheiro familiar; Mark entrou no elevador com as mãos nos bolsos, franzindo as sobrancelhas ao vê-la.
A última vez que eles realmente conversaram - além do encontro com Amelia Shepherd - foi na noite do casamento de Cristina e Owen.
———
— Norah, eu ainda te amo. — Ele deixou escapar sem hesitação.
No entanto, ela congelou em suas palavras. Não foi por causa do sentimento de surpresa – não havia surpresa – mas foi a familiaridade que fez seus arrepios aumentarem.
O mesmo tom quando estavam praticamente vivendo como um só, quando a única coisa que precisavam no mundo era um do outro. Todas as noites que passaram e as palavras que trocaram, beijos que compartilharam e abraços que deram; era como se ela pudesse senti-lo nela novamente.
Inferno, ela sentia falta disso.
Mas antes que ela pudesse responder, eles foram chamados quando o casamento estava prestes a começar.
Mas antes que ela pudesse responder, eles foram chamados quando o casamento estava prestes a começar.
Mark balançou a cabeça com um suspiro antes de erguer os olhos de volta para ela. Não havia nada mais que ele queria do que ela estar em seus braços novamente, mas ele também sabia que ela precisava se colocar primeiro antes dos outros.
— Você se ama? — Ele perguntou baixinho, — Ainda?
Sua pergunta saltou em sua mente e sua resposta saiu suave, — Eu estou aprendendo.
———
— Você veio da psicologia? — Ele perguntou, quebrando o silêncio dentro das paredes.
Ela tirou os fones de ouvido e os enfiou no bolso do jaleco branco. — Sim... Eu uh, tive um paciente. — Isso era uma mentira.
Ocorreu-lhe o quão engraçado era que ele era uma das pessoas em quem ela mais confiava, mas ela não podia admitir para ele que estava vendo um terapeuta e realmente recebendo a ajuda de que precisava, enquanto ela poderia casualmente tagarelar para o outro residente, até fazem piadas com isso.
Ela odiava mentir para ele, odiava distanciar-se dele, odiava ter o desejo de puxá-lo para baixo pela gola de sua blusa e apenas bater seus lábios nos dele - ela odiava mais era o fato de que o elevador estava se movendo tão devagar.
Quando ela finalmente chegou ao seu andar, ela saiu rapidamente pelas portas, fazendo uma curva fechada para a esquerda. Ela balançou a cabeça antes de ofegar bruscamente; Arizona Robbins a arrastou pelo corredor com ela cambaleando em seu forte puxão.
— R-Robbins, o que-
— Você precisa consertar as coisas com Mark. — A atendente a cortou apressadamente, seu rosto sincero, — Ou pelo menos começar a dormir com ele novamente.
— Eu- hein?
— Sim. Pelo meu bem, você irá. — Arizona arregalou os olhos alarmantemente para a residente, — Ele não vai nos deixar sozinhas, no apartamento, no trabalho, quero dizer, no nosso quarto... Estou namorando Mark contra a minha vontade! — Ela suspirou em frustração, — Vamos lá. Duas vezes por semana, isso é tudo que eu estou pedindo.
— Eu estava em um elevador com ele e trocamos duas frases. — Norah brincou, coçando a nuca, — E minha resposta à pergunta dele nem era verdadeira. Como você acha que isso vai funcionar?
Arizona pensou em suas palavras por um momento antes de suspirar de frustração. — Sim, isso não vai funcionar... — Ela desistiu, — Você ainda tem que consertar as coisas com ele, Lawrence.
— Eu quero, mas-
— Não, não, nada de 'mas'. — A atendente retrucou, — A vida é curta. Apenas vá para as pessoas que você ama. Porque... Você verá arco-íris e estrelas cadentes novamente, o mundo se iluminará ao seu redor e todas as flores florescerá em cores bonitas.
Norah piscou para ela antes de franzir as sobrancelhas. — Arizona... Você está me tratando como um caso de Peds agora?
— Eu sou uma cirurgiã pediátrica. Lide com isso.
★
Timothy sentou-se na sala de tomografia, girando uma caneta na mão enquanto esperava pelos exames junto com Callie e Arizona na sala. — Se a dor dele não for muito forte, isso significa que seu tumor provavelmente encolheu, certo? — Ele perguntou.
— Se a quimioterapia fizer o seu trabalho. — Acrescentou Callie e ele suspirou, afundando de volta em seu assento.
— Adivinha quem acabou de marcar uma mesa naquele novo restaurante de sushi que é impossível entrar? — Mark falou quando entrou na sala com um sorriso no rosto.
Callie engasgou, — De jeito nenhum.
— 8:30, mesa para três.
Timothy notou a carranca no rosto de Arizona antes que ela se virasse para sua namorada e seu melhor amigo. — Oh, você sabe, eu não... Eu não como sushi.
Callie franziu as sobrancelhas, olhando para a loira. — Sim, você come.
— Sim, eu como. Eu como, mas então eu fiquei doente depois que eu comi um daqueles pães pré-embalados no refeitório. Memória ruim. — Arizona riu levemente, — Vocês dois vão.
— Tim, quer se juntar a nós? — Mark perguntou ao residente na sala que levantou a cabeça para o atendente.
Timothy hesitou; havia uma relação estranha entre eles, já que o atendente era o ex-namorado de sua irmã, de quem ele passou a gostar, depois não gostar. Mas Sloan salvou minha vida junto com Lexie... Com quem terminei. Que bagunça.
— Se você está tentando voltar com minha irmã através de mim, não.
Callie bufou antes de fingir uma tosse enquanto Arizona olhava para os dois homens divertidamente. Mark tinha um olhar culpado por ter sido exposto, mas Timothy podia ver pelo olhar em seu rosto que ele realmente queria tentar.
— Eu vou mudar a reserva para dois, então. — O cirurgião plástico declarou estupidamente antes de ir embora com um humor mais sombrio do que antes.
— Ele a ama, e ela ainda o ama. — Arizona falou, suas palavras dirigidas ao residente, — Mas você está no caminho.
— Não, Tim está apenas mal-humorado porque agora está solteiro também. — Acrescentou Callie.
Timothy revirou os olhos para os dois. — Isso é assédio. — Ele resmungou, — Vocês duas estão me intimidando.
— Oh, morda-nos, Timmy.
★
Norah abriu o armário de roupa de cama para pegar um cobertor para seu paciente, já que as enfermeiras estavam ocupadas. Mas em vez disso, ela encontrou uma Lexie que estava andando de um lado para o outro, seus olhos levemente vermelhos.
— Eu vou assumir que isso é sobre Tim, — ela afirmou, — mas eu também vou fingir que não vi você aqui se você quiser. — Mas quando Lexie não falou, ela colocou o cobertor de volta na prateleira, virando-se para a mulher mais jovem. — Tudo bem, eu serei sua terapeuta por três minutos. Vá.
— Eu... Eu o amo. — Lexie deixou escapar, — Oh meu Deus, eu acabei de admitir isso em voz alta - mas eu realmente amo. E quando ele... Ele está bebendo, e eu simplesmente... Odeio as pessoas que bebem para afogar suas mentes, porque meu pai era assim, e ele se tornou um alcoólatra. E eu simplesmente não consigo ver outra pessoa que eu amo fazer o mesmo consigo mesma.
— E-E eu nem sei por que eu concordei em terminar, meu Deus. N-Naquela noite, apenas... Nós dois bebemos, e então as coisas aconteceram, e então... Eu não sei, é o álcool em nosso sistema que estava falando.
Norah teve que impedir fisicamente a residente mais jovem de andar de um lado para o outro na sala. Ela soltou um suspiro antes de perguntar: — Lexie Grey, você ainda o ama?
— Sim.
— É melhor você recuperá-lo antes que seja tarde demais, — afirmou ela, — porque de seus relacionamentos passados que eu conheço, cada separação que ele levou a um longo, longo registro de conexões de bares e tal.
— Eu... — Lexie franziu as sobrancelhas, olhando para os olhos castanhos que perfuravam sua pele. — Vou tentar.
— Boa menina. Agora vá salvar vidas.
★
Norah estava com os braços cruzados sobre a mesa do posto de enfermagem e o queixo apoiado sobre eles. Uma xícara de café foi colocada na frente de seus olhos e ela arqueou uma sobrancelha.
— Você sabe como meu apartamento pode ficar tipo... Quieto pra caralho? — Timothy perguntou enquanto se sentava na cadeira ao lado de sua irmã, copiando-a e caindo sobre a mesa. — Você conhece o silêncio? O quanto você odiava quando morava lá?
— Sim.
— C-como está Lexie? — Ele perguntou timidamente, — Quero dizer, ela está morando na casa de Meredith, certo?
— Sim. — Norah virou a cabeça para ele, franzindo a testa para o olhar triste em seu rosto. — Ela não superou você, isso é certo. Mas tipo, eu moro em uma casa de fraternidade, então não há realmente espaço para você ter um tempo quieto para chorar.
— É por isso que você se mudou para lá depois que terminou com Sloan?
— Derek ofereceu. — Ela deu de ombros antes de suspirar, — Por que vocês terminaram?
Ele soltou uma risada seca, — Desde do tiroteio, eu apenas... Me perdi. Eu não posso... Eu não sou mais eu mesmo, você sabe o que quero dizer? E eu não posso me abrir, Estou com muito medo de me abrir. Estou apenas... Com tanto medo.
— Eu me perdi depois de Nova York. — Ela ofereceu, — Eu não estava com medo, porém, era mais como... Diferente. Eu não queria me machucar novamente.
— Ainda assim, aqui estamos. — Ele resmungou, colocando o rosto em seus braços.
Os dois caíram em um longo silêncio, ambos afogando suas mentes em seus próprios problemas de relacionamento, e no fato de que eles queriam ajudar a consertar o relacionamento do outro.
— Mark ainda te ama, sabe? — Timothy falou.
— E Lexie ainda te ama também. — Acrescentou Norah.
Ele a encarou com as sobrancelhas franzidas, os sentimentos conflitantes misturados em seu peito. Ele pegou o café que comprou para ela e tomou um grande gole para si mesmo, antes de voltar no mesmo lugar.
— O café é um substituto melhor para o álcool. — Norah mencionou e ele estreitou os olhos para ela.
— Então você falou com ela.
— Sim. E você vai se matar no seu ritmo de bebida, Tim. — Ela brincou, mandando-lhe um olhar severo como ela fazia quando ele era criança. — Você obviamente tem PTSD após o tiroteio, e obviamente eu não sou a pessoa com quem você quer falar. Mas fale com alguém.
— Porque eu vou arrastá-lo para ver um terapeuta se você não fizer isso. — Ela declarou com firmeza, — Não é humilhante ou constrangedor, sabe? Você está reconhecendo que precisa de ajuda - isso está crescendo para se conhecer. Isso é corajoso e isso é saudável.
Timothy deixou cair a cabeça para trás em seus braços cruzados, gemendo de frustração. — Dê-me o nome do seu fodido terapeuta.
Norah sorriu enquanto anotava o nome e o número de contato da pessoa antes de passar para ele. Embora ele tivesse um olhar amargo em seu rosto, ele enfiou o pedaço de papel no bolso de qualquer maneira.
— Estou orgulhoso de você, irmãozinho.
— Cala a boca, querida irmã.
★
Mark passou pelo saguão depois da cirurgia. Ele a encontrou dormindo sobre a mesa em uma sala, suas pernas pararam mesmo quando ele não pretendia.
— Mark, não. — Callie falou ao lado dele quando ela olhou para frente e para trás entre ele e a residente dormindo na mesa.
Apesar do protesto gritante em sua cabeça, ele acabou seguindo seu coração; ele seguiu seu coração até ela.
Callie suspirou e foi atrás dele enquanto ele lentamente abria a porta e entrava no quarto, tomando cuidado para não acordá-la.
— Ela disse para você deixá-la ir. — Callie sussurrou para ele.
— Ela fez, não foi? — Mark sorriu levemente antes de pegar um cobertor da prateleira. — Mas eu acho que ela sabe que eu nunca deixaria ela ir... Espero que ela saiba. — Afirmou, — Ela precisa de tempo para se curar depois de tudo... Eu prometi que estarei lá quando ela estiver pronta, e não tenho intenção em quebrá-lo. Não nesta vida, pelo menos.
Callie cruzou os braços na frente do peito, — Então você vai esperar, mesmo que sejam anos?
— Anos valeriam a pena se eu passar o resto da minha vida com ela. — Ele gentilmente colocou o cobertor sobre o corpo da residente, antes de ajustar o ar condicionado do quarto ao seu gosto. — Torres, ela é a única e eu estraguei tudo, — ele balançou a cabeça, — quer dizer, nós dois estragamos tudo... Mas eu sou um homem paciente. Vou esperar.
— E se ela seguir em frente sem você? E então?
A pergunta hipotética foi uma que o manteve acordado muitas noites nos últimos meses, e possivelmente nos próximos meses também. Não havia uma resposta definitiva, é claro, mas ele manteve a pequena esperança de que a pergunta permanecesse hipotética.
— Então eu vou deixá-la ir... Ou pelo menos tentar deixá-la ir. — Ele admitiu em uma voz que estava um pouco tensa enquanto mexia o cabelo que cobria seu rosto, — Mas eu vou ter certeza que ela sabia que vale a pena, porque ela vale a pena... Mesmo que ela se convença repetidamente de que não vale a pena.
Ele olhou para sua figura adormecida, seu corpo que se movia ligeiramente seguindo seu padrão de respiração. Ele ponderou em suas próprias palavras - era mesmo possível para ele tentar deixá-la ir?
— Eu a odiei. Eu a odiei por quase dois malditos meses após o tiroteio. — Ele confessou e até Callie ficou surpresa, — As palavras que ela disse me machucaram como o inferno, e eu nunca me machuquei tanto.
Ele balançou a cabeça, tentando afastar os sentimentos não resolvidos em seu peito. — Mas ela merece ser feliz e amada... Com ou sem mim. — Ele pegou a xícara de café vazia ao lado dela, lutando contra a vontade de dar um beijo em sua cabeça.
— Mas eu realmente quero que seja eu, porque passei muito tempo fantasiando sobre o nosso futuro.
A porta se fechou suavemente atrás do par de atendentes e sua conversa lentamente desapareceu.
Norah soltou um suspiro trêmulo, sentindo a parte de trás de seus olhos arder enquanto as palavras de Mark circulavam em sua cabeça.
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