051
CAPÍTULO CINQUENTA E UM
não deixe ele morrer.
[TW: agressão, trauma, ataque de pânico leve]
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- 08:29 -
TIMOTHY ANDOU ATÉ MARK, que acabara de entrar pela entrada do hospital. Este último segurava um café na mão enquanto a outra estava no bolso de sua jaqueta de couro.
— Sloan, como está Nor? — Perguntou o residente.
— O que você quer dizer com 'Como vai Nor'? — Mark arqueou uma sobrancelha com a pergunta do residente: — Ela não veio cedo hoje?
— Hein? Ouvi de Shepherd que ela ligou dizendo que estava doente. — Timothy devolveu o mesmo olhar confuso para o atendente. Eles se encararam por um longo tempo antes que o homem mais jovem falasse novamente, — Você tem certeza que ela chegou cedo?
— Sim, eu me lembro dela me dizendo que Nelson ia fazer uma craniotomia esta manhã. — Informou Mark. Ele se lembrou do rosto excitado dela quando ela foi fazer uma cirurgia matinal, e ele ainda estava se mexendo na cama quando ela deu um beijo de despedida. — O carro dela está no estacionamento também.
— Oh, bem, então, ok, er... — Timothy franziu as sobrancelhas, — Acho que ouvi mal de Shepherd, então.
No entanto, quando o residente foi embora, Mark viu Nelson com outra residente, Nina Lee, indo em direção ao elevador. Ele franziu a testa ao vê-los, e uma voz sussurrante estava crescendo dentro dele.
Ele estava prestes a procurar Derek para inquiri-lo, mas conseguiu uma mensagem para o pronto-socorro. Por isso, ele decidiu enviar uma mensagem de texto para Norah.
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- 11:41 -
— Derek!
— Sim? — O neurocirurgião se virou para ver um Mark de aparência aflita se aproximando dele.
— Norah... Está doente? — O último perguntou, seu tom incerto. Ele tinha acabado de sair da cirurgia e percebeu que suas mensagens não haviam sido respondidas, nem vistas por ela. Ele estava começando a ficar preocupado.
— Sim, ela está, esta manhã. — Derek confirmou, levantando uma sobrancelha questionadora para o outro homem, — Eu pensei que vocês dois morassem juntos? Algo aconteceu?
— Não? Eu não sei, hum... Eu acho que não, mas... Eu me lembro dela me dizendo... — Mark balançou a cabeça, — Não importa - eu acho que estou apenas exagerando.
Derek estreitou os olhos em preocupação. — Tudo bem... Diga-me se você, hum, a encontrar? — Ele declarou: — Tenho certeza de que ela está bem, Mark. — Ele deu um tapinha tranquilizador no ombro de seu melhor amigo. — Desculpe, eu tenho um trauma na cabeça chegando. Eu preciso ir.
Derek se perguntou sobre o paradeiro de Norah porque ele se lembrava fortemente dela dizendo que estava doente. Ele permitiu que ela tirasse o dia de folga, já que ela mal havia faltado a nenhum turno desde seu ano de estágio, exceto pelas licenças necessárias para seus ferimentos naquela época.
Ele empurrou a bolha de preocupação em seu peito quando os paramédicos descarregaram o paciente da ambulância. — O que nós temos?
Enquanto o paramédico o informava sobre o estado do paciente, os olhos de Derek se arregalaram ao ver o rosto do homem.
Horrível era a palavra que ele usaria para descrever o estado do homem. Ele podia ver as fraturas óbvias do crânio, e a pupila do homem estava estourada.
— Droga, prepare uma sala de cirurgia para mim, agora mesmo!
Não havia nenhuma razão certa para que o homem só tivesse batido em sua cabeça, então Derek procurou por outros ferimentos. Ele não encontrou nenhum, para sua surpresa, além de algumas marcas de arranhões no braço do homem. Ele franziu a testa quando viu algumas manchas pretas na mão do homem - cinco palavras borradas na palma da mão:
NÃO DEIXE ELE MORRER
O que causou um calafrio nas costas não foi o que as palavras diziam — era a caligrafia que ele reconhecia na maioria dos prontuários de suas malas. A preocupação anterior parecia ter aumentado.
Derek levantou a cabeça brevemente para Mark, que estava digitando em seu telefone, depois para outro par de residentes que acabara de passar. — Hunt, eu preciso de Lawrence por um minuto. — Ele pediu, e Timothy caminhou até o chefe com curiosidade.
— Olhe para isso. — Derek gesticulou para o residente olhar para a palma da mão do homem. Quando ele viu os olhos de Timothy olhando para ele sem nenhuma pergunta escapando de sua boca, ele sabia que sua suposição estava correta.
Timothy imediatamente caminhou até o rosto do homem, franzindo a testa ao vê-lo. — Dr. Shepherd, de que cor eram os olhos dele? — 3le perguntou com a voz trêmula.
— Um verde muito pálido.
— Puta merda. — Timothy murmurou baixinho enquanto passava a mão pelo cabelo; Derek ergueu uma sobrancelha para o residente. — Você não deve deixá-lo morrer, Derek. — Afirmou o residente, sua voz mais firme desta vez com um tom ansioso em suas palavras.
— Eu não pretendo. — Garantiu o atendente antes de perguntar: — Quem é esse cara?
Timothy balançou a cabeça com uma risada curta e amarga misturada com uma expressão de careta. — Nova York.
★
- 13:42 -
Mark verificou seu telefone pelo que parecia ser a centésima vez naquele dia. Suas mensagens não foram lidas e as últimas não foram entregues; ele sabia que ela estava em algum lugar, mas não sabia onde.
— Tim! — Ele gritou para o residente que estava correndo para longe. Timothy caminhou até ele, suas sobrancelhas franzidas e seu olhar inquieto.
— Eu uh... — Ele debateu consigo mesmo. Ele podia ver no rosto do atendente que ele estava preocupado além de seu próprio juízo, mas mesmo que quisesse, não poderia dizer. — Eu não sei onde ela está.
A mentira o atingiu direto no estômago.
Mark respirou fundo e exalou. — Onde ela poderia- — ele foi interrompido pelo telefone do residente tocando.
Timothy tirou o telefone do bolso e viu o número não salvo, e só conseguiu pensar em uma coisa, uma pessoa. Ele se forçou a manter uma expressão neutra enquanto atendia a ligação, evitando o olhar esperançoso no rosto do atendente.
— Olá?
— Tim?
Graças a Deus, ele queria suspirar, mas não podia, ainda não. — Você já está lá fora? — Mark franziu as sobrancelhas com as palavras do residente.
Está funcionando. Linguagem de código. — Onde você está?
— Eu estou na Delegacia de Polícia de Seattle, e-e eu uh... Preciso que você me tire daqui.
Timothy fingiu checar seu relógio. — Mas nosso compromisso é em uma hora. Você pode esperar um pouco? — Posso estar aí em uma hora. Você está bem com isso?
— Ok, ok... Hum, ok. Eu uh... Sim. Ok.
Ele não gostou do jeito que sua irmã estava gaguejando. — Quanto tempo você levaria? — Você está ferido em algum lugar?
— Não, não, eu estou bem... Eu acho. Uh, e-escute, como está-
— Uh, pia da cozinha... A certa. — Ele está vivo.
— Ok... Isso é bom... Sim, bom. Eu-eu preciso... Eu preciso desligar agora. Por favor, apresse-se. Por favor.
O telefone desligou do outro lado antes que Timothy pudesse falar outra palavra. Ele se virou para o atendente que estava olhando para ele; o brilho em seus olhos foi substituído por melancolia.
— Desculpe, cara, era o encanador. — Afirmou, — Meu apartamento está entupido.
Mark assentiu, cansado, e o residente se virou para partir. — Tim, — ele falou novamente, — se você sabe onde ela está, por favor me diga, tudo bem? Por favor.
Timothy assentiu com uma pontada de culpa batendo bem no peito.
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- 14:37 -
Norah não conseguia ficar quieta, de jeito nenhum. Ela estava estalando os dedos continuamente, o único ritmo que ela conseguia para tentar se acalmar, junto com seu ritmo.
O oficial do sexo masculino gritou para ela se sentar e calar a boca há muito tempo, e ela pulou em sua voz.
Agora, ela estava olhando para as barras enferrujadas, sentada no banco de metal frio enquanto seu corpo estremecia. Ela balançou as pernas para cima e para baixo ansiosamente, e suas mãos entrelaçadas entre os joelhos. Seu aperto era forte, e suas veias estavam estourando nas costas de suas mãos.
Ela não tinha ideia de quanto tempo ela estava sentada lá, quanto tempo ela estava apertando sua mandíbula, quanto tempo ela sentiu como se sua cabeça fosse explodir por dentro.
Seu senso de tempo se foi há muito tempo enquanto ela se afogou em seus pensamentos. Ela estava suando, fria e inquieta de todas as maneiras possíveis que ela podia pensar.
As outras pessoas que estavam trancadas no mesmo espaço que ela mantinham distância dela, mas ela não as culpava. Ela faria o mesmo se fosse eles.
Mas ela não era eles; assim, ela se culpou.
Quando ela ouviu o tilintar das chaves se aproximando, sua cabeça imediatamente se ergueu. O policial empurrou uma chave pelo buraco da fechadura e destrancou a ela.
— Senhorita Lawrence.
Seu nome finalmente foi chamado, mas ela não sentiu nenhum alívio. Ela se levantou do banco frio e cambaleou pelo corredor escuro, onde Timothy já a esperava do outro lado.
A primeira coisa que ele fez foi se lançar em direção a ela, envolvendo seus braços ao redor dela de forma protetora.
— Você está fodidamente congelando. — Ele franziu a testa quando ela se soltou do abraço. Timothy tirou a jaqueta de couro preta da grande bolsa Ziploc que eles deram quando ela entrou na estação. Mas ela balançou a cabeça furiosamente.
— N-Não, eu não- não. — Ela recusou freneticamente, seus olhos fixos na jaqueta. Seu irmão apenas acenou com a cabeça e tirou o de algodão e passou para ela.
Quando entraram no carro, Timothy ligou o aquecedor no máximo. Norah conseguiu parar de tremer enquanto seu corpo esquentava.
— Eu não posso acreditar que você não me disse que aquele bastardo estava assediando você de novo. — Ele zombou levemente em descrença, — Foi por isso que você mudou seu número?
— S-Sim.
— Ele ainda estava em cirurgia quando eu saí do hospital. — Ele informou com uma voz irritada, — Shepherd está operando nele.
— Ele-
— Sim, ele viu a mensagem. E ele reconheceu sua caligrafia também. — Ele assegurou, e ela assentiu em silêncio. — Você vai me dizer o que diabos aconteceu? Por que você estava faltando a manhã inteira?
Houve uma longa pausa onde ela estava cutucando sua pele; sua cabeça estava transbordando e vazia ao mesmo tempo. — Eu não posso. V-você sabe que eu não posso. — Ela finalmente murmurou. — Não quando eu poderia estar enfrentando... Acusações.
Ele levantou uma sobrancelha para ela, — Por que eu te tirei?
— Acelerando.
— Oh.
— Quem... Quem mais-
— Mark não sabe, — respondeu ele, — e me sinto péssimo por mentir para ele. Mas sei que não posso contar a ele. Não cabe a mim, pelo menos. Aqui, puxe isso, na suas mãos.
Ele passou a ela uma camiseta velha da parte de trás do carro, na qual ela a agarrou com força em oposição a gritar seus pulmões naquele segundo.
— Eu não posso dizer a ele. — Ela murmurou baixinho.
Ele suspirou, — Você deveria saber que ele está louco de preocupação.
Ela balançou a cabeça com um gole. — Eu não posso... C-Como posso dizer a ele? — Ela soltou uma risada seca. — Pensei que estava livre dessa vida quando vim para Seattle.
Ele virou à esquerda na encruzilhada e falou novamente, sua voz embotada, — Você não pode fugir de novo. Você simplesmente... Não pode.
— Eu não quero. — Ela confessou, a camiseta em sua mão amassada, — Eu gosto de Seattle. Mas se ele começar a me assombrar de novo... Eu vou.
Timothy parou no estacionamento do hospital. Ele desligou o motor e passou as chaves do carro para Norah. — Eu vou entrar primeiro... Você vai ficar bem?
Ela assentiu e colocou as chaves no bolso, sentindo seu telefone, que ela pegou e ligou. — Eu estarei em um minuto.
Timothy saiu do carro, e ela percorreu as muitas mensagens bombardeadas em seu telefone.
De: Mark <3
[08:30] Onde você está?
[08:30] Derek disse que você ligou dizendo que estava doente, mas seu carro está aqui.
[08:31] Mande uma mensagem de volta.
De: Baby mano
[08:35] Shep disse que você ligou dizendo que está doente.
[09:07] Me ligue de volta, estou falando sério.
[10:00] Você está começando a me preocupar mana.
[10:02] Ligue o mais rápido possível.
[10]:02] Eu*.
[2 chamadas perdidas de: Mark <3]
De: Mark <3
[11:28] Você está no hospital?
[11:28] Perguntei por aí e ninguém viu você hoje.
[11:28] Me ligue de volta, por favor.
[ 1 chamada perdida de: Mark <3 ]
De: Mark <3
[11:43] Derek acabou de confirmar que você ligou dizendo que estava doente. Onde está você?
[11:43] Me ligue, por favor.
[3 chamadas perdidas de: Mark <3]
De: Alex Karev
[11:50] Cara, seu cara está pirando no pronto-socorro.
[11:50] É só atender as malditas ligações dele.
[ 1 chamada perdida de: Baby mano]
De: Baby mano
[11:57] Se por acaso você estiver vendo isso, J está em cirurgia e ele está vivo por enquanto.
[11:58] Fique segura.
De: Lexie Gray
[12:03] Tim mencionou sobre você.
[12:03] Você está segura?
De: Meredith Gray
[12:19] Oi, estamos preocupados. Onde está você?
De: Viciada em cardio
[12:25] Mer me obrigou a mandar uma mensagem para você
[12:25] Tá viva?
[12:28] A cafeteria está servindo seu sanduíche favorito.
[12:29] Espero que você esteja bem, mande-nos uma mensagem de volta quando vir isso.
[12:30] Foi Mer.
De: Mark <3
[12:50] Laurie, onde você está?
[12:51] Por favor, me diga que você está bem.
[12:51] Estou seriamente preocupado.
[2 chamadas perdidas de: Mark <3]
De: Mark <3
[12:54] As mensagens não estão sendo entregues.
[12:54] Onde diabos você está?
De: Kirian Rook
[13:09] Você está bem?
De: Mark <3
[13:43] Tim está ao telefone, ele está falando com você?
[13:45] Não importa, era o encanador.
[ 1 chamada perdida de: Mark <3]
De: Mark <3
[14:06] Por favor, me ligue de volta.
De: Callie Torres
[14:14] Ligue de volta porque ele está pirando muito.
De: Mark <3
[14:53] Você sabe que eu te amo, certo?
Sua culpa a estava comendo viva.
Para: Baby mano
Me diga quando ele sair da cirurgia. [15:03]
De: Baby mano
[15:07] Ele saiu.
[15:07] Não está acordado, parece bem.
[15:07] Quarto do paciente 2523.
★
- 15:12 -
Norah entrou no hospital com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta de Timothy. Algumas enfermeiras a cumprimentaram, e ela retribuiu com um sorriso - um sorriso falso.
Ela subiu as escadas porque o elevador estava lotado. Bem, não realmente, mas ela se sentiu claustrofóbica só pela aparência das quatro paredes estreitas. As paredes revestidas de aço também não estavam ajudando.
Ela subiu ao segundo andar e foi direto para a Ala Neuro do hospital. Do lado de fora do quarto 2523 estavam Timothy e Derek, o último animado com a chegada dela.
— O que aconteceu? — O neurocirurgião perguntou, mas ela ignorou sua pergunta.
— Ele vai acordar? — Norah perguntou em vez disso.
— Ele deveria, quando ele sair da anestesia. — Derek respondeu enquanto entregava os prontuários no posto das enfermeiras. — Quem é ele?
— Jeffrey Hanson. — Ela respondeu entorpecida. — Ele é a razão pela qual eu fugi para cá em primeiro lugar.
Seus olhos se estreitaram quando ele olhou de volta para a sala antes de balançar a cabeça com um olhar compassivo para a residente. — Eu sei que sou o chefe agora, — ele falou, — mas estou perguntando como seu amigo: sua carreira médica está em perigo?
— P-Pode ser. — Ela admitiu com a mão esfregando a nuca, — Se ele-
— Laurie? — A voz de Mark ecoou pelos corredores, e os olhos de Norah se arregalaram. — Oh, graças a Deus você está bem. — Ele exalou e imediatamente a envolveu em um abraço apertado.
Ela apertou os dentes; as mãos que permaneceram dentro de seus bolsos estavam em punhos apertados. Ela sentiu seu corpo inteiro enrijecer, e ela poderia dizer que ele sentiu isso também.
— Onde você estava? — Ele perguntou, seus olhos transbordando de alívio, mas os dela se encheram de terror.
— Eu uh, eu... — Ela piscou algumas vezes, — E-eu não posso... Não posso te dizer, Mark.
Ele estreitou os olhos para ela, depois para Derek e Timothy, que estavam atrás dela. — Você está... Em choque? — Ele questionou, baixando os olhos de volta para a morena.
Eu estou? Eu realmente não tenho ideia. Tudo o que posso pensar agora é sua mão segurando meu braço com muita força.
Mark franziu a testa quando ela ficou em silêncio; era como se sua boca não obedecesse à cabeça que tentava falar. Então, novamente, sua cabeça estava girando com tantas coisas que ela não podia nem tentar diminuir sua velocidade.
— Er... Talvez possamos comer alguma coisa? — Timothy interveio, e Derek concordou com a cabeça. Norah sentiu as unhas cravando-se nas palmas das mãos, e a dor foi um alívio.
— Sim, bem... Tudo bem. — Mark concordou e passou os braços em volta dela - ela pulou um pouco, fazendo com que ele puxasse a mão para trás instantaneamente, um olhar confuso, mas preocupado, em seu rosto.
— Você está... Nervosa. — Ele apontou quando ela abaixou a cabeça com uma respiração profunda. — A última vez que você ficou assim foi quando você estava tendo os flashbacks.
Ela balançou a cabeça em uma tentativa de jogar fora, mas ele a conhecia melhor do que ela pensava.
— Norah, o que está acontecendo?
Ela olhou para os olhos azuis quase brilhando. Ela podia ver toda a preocupação, angústia e desconforto por trás daquele par de olhos. Mas ela não podia dizer nada; mesmo que ela quisesse, nenhum som saiu de sua boca.
Era como se tudo verbal tivesse se desconectado de seu cérebro, mas ela podia sentir as palavras que queria dizer flutuando na sua cabeça:
Eu sinto muito.
★
- 23:52 -
Norah sentou-se na cama ao lado de Mark, que havia adormecido um tempo atrás. A lâmpada do criado-mudo estava acesa, e ela estava lendo um artigo sem entusiasmo.
Apesar de todas as coisas acontecendo em sua cabeça, a leitura parecia ser a única coisa que permitia que sua mente se concentrasse em uma tarefa, impedindo-a de enlouquecer.
O tique-taque do relógio estava bem ao lado dela, seus tiques e taques rítmicos hipnotizando sua mente.
Queria dormir, queria mesmo, mas não se atrevia. Era exatamente como o que Mark havia mencionado; a última vez que ela estava assim, ela estava tendo flashbacks do tiro.
A voz em sua cabeça a fez temer que, se adormecesse, ela teria flashbacks de Nova York. Isso era uma coisa que ela sabia que não poderia lidar naquele momento.
Ela enrolou o fio solto no punho do velho moletom da faculdade que estava usando, o fio macio circulando em uma pequena bola sob o dedo e o polegar.
Tic... Toc... Tic... Toc...
Ela precisava dormir, mas não conseguia. Seu pager tocou na mesa de cabeceira, e ela o pegou imediatamente. Quando ela saiu da cama, Mark, que estava ao lado dela, agarrou seu braço, tentando puxá-la de volta para a cama.
Ela estremeceu ao seu toque, mas ele não percebeu.
— Onde você está indo? — Ele perguntou com uma voz sonolenta.
— Hospital. — Ela respondeu, tentando o seu melhor para não puxar sua mão para longe dele.
— Que horas são?
Ela verificou seu telefone apressadamente antes de responder, — Meia-noite.
Ele se virou em seu sono e finalmente soltou a mão dela. — Não me deixe assim esta manhã, ok? — Sua voz era suave, mas ela ouviu um tom abalado por trás dela.
— Ok.
Hospital. Meia-noite. Ok, essas foram as três palavras que ela falou desde que voltaram para seu apartamento.
★
- 00:21 -
Norah entrou na Ala Neuro, onde Derek já a esperava dentro do quarto de Jeffrey. O homem não era muito mais velho que ela, mas tinha um olhar que o fazia... Maduro, mas para ela, era horrível.
— Ah, Honorah, minha menina! — Jeffrey cumprimentou, e Norah fez uma careta ao som de sua voz. Ela não respondeu quando parou no batente da porta; Derek lançou um olhar para o homem na cama. — Ah, por que tão silenciosa? Eu realmente pareço tão ruim assim? Quero dizer, é sua obra de arte, boneca.
— Cala a boca, Hanson. — Derek retrucou, mas ele apenas riu de volta.
— O Dr. Shepherd aqui é mandão, não é? — Ele riu, e o atendente parecia que poderia esmurrá-lo. — Ei, eu vi seu presentinho para mim. — Ele gesticulou para a tinta fraca na palma da mão, — Agora, o que você está esperando, boneca? Entre!
Derek ergueu uma sobrancelha para Norah quando ela entrou na sala com relutância. — Por que diabos você está aqui? — Ela exigiu sem uma alma por trás de sua voz.
— Por que eu vim aqui para você. — Jeffrey sorriu, seu tom de prazer, — A última vez que nos encontramos, você explodiu minha cabeça e fugiu quando eu retirei as acusações, lembra?
— Chama-se fugido por uma razão. — Derek brincou, mas ele o silenciou.
— Oh, silêncio, silêncio, Dr. Shepherd. Estou falando com a bela senhora na sala. — Falou Jeffrey. Ele tentou se sentar, mas estremeceu com a dor em sua cabeça; Derek nem se incomodou em ajudá-lo com isso. — Agora, boneca, — ele sorriu, — onde nós paramos antes de você me mandar para a cirurgia novamente?
— O fato de você estar naquela cama deve dizer a você que eu deixei bem claro - eu não quero mais nada com você. — Norah retrucou, mas ele apenas deu de ombros, — Que bom que você está acordado. estou deixando.
Assim que ela se virou se preparando para sair, a voz de Jeffrey veio novamente. — Agora, agora. Nós dois sabemos que posso chamar a polícia agora mesmo, e você estará atrás das grades. — Afirmou, sua voz baixa em um tom que enviou arrepios em cada parte de sua pele.
— Ou, você pode passar a noite comigo aqui. De preferência, até que eu tenha alta, é claro, então podemos voltar para as vidas que tínhamos. — Continuou ele, seu tom de volta ao alegre, — O que você diz, Honorah?
— Um segundo. — Derek interrompeu e puxou Norah de lado. Esta última conseguiu recuperar o fôlego enquanto ele a segurava com uma carranca no rosto.
— Você me disse que ele era um perseguidor, — lembrou ele, e ela levantou a cabeça para ele impotente, — mas há mais do que isso. Ex abusivo?
Ela balançou a cabeça. — Ele é um psicopata... Ou sociopata, eu não sei.
— Você não vai ficar com ele lá. — Ele avisou.
— Eu tenho que ficar. — Ela discordou, — Eu não quero ficar atrás das grades.
— Eu vou descobrir alguma coisa.
— Não, Derek, você não pode ser mais esperto que ele. — Ela balançou a cabeça, — Eu o conheci na época em que comecei meu estágio em seu consultório particular. Ele era legal - divertido, no começo, então ele se tornou manipulador, dois... Enfrentou... Só... Posso passar a noite com ele. Ficarei bem.
Derek estudou o olhar em seu rosto enquanto ela trocava seu olhar entre o paciente e seu telefone. — Mark não sabe sobre ele? — Ele perguntou, e ela balançou a cabeça com culpa, — Tudo bem, tudo bem. Mas eu vou ficar com você também.
— Você não pode. Você tem uma esposa para ir para casa. — Ela negou. — Eu vou chamar o Tim.
— Tem certeza?
— Sim. Eu vou ficar bem.
Na verdade, Norah não ligou para Timothy.
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