CAPÍTULO QUARENTA E SETE
número desconhecido.

6ª temporada, episódio 10 (cont.)

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DIA DO NATAL

— E ISSO VAI do nariz até a base do crânio. — Mark explicou enquanto ele e Derek demonstravam o equipamento em sua mão, — E então eu perfuro o osso.

Norah folheava vários periódicos, livros e pesquisas sobre neurocirurgia, tecnologia, robótica e engenharia ao mesmo tempo. — Bem, o que acontece quando você faz os furos? — Meredith perguntou aos assistentes.

— Colocamos clipes de grampos em miniatura nas embarcações. — Afirmou Derek.

— Com que instrumento?

Derek e Mark se entreolharam. — Nós não temos isso. — Derek respondeu, — Ainda não.

— Mas nós vamos. Nós vamos. — Mark assegurou apressadamente, — Nós estamos, uh, ainda tentando descobrir como construí-lo, mas estamos nisso.

Norah ergueu os olhos de sua pilha de materiais de leitura com uma carranca no rosto. — Você quer dizer que eu estou nisso? — Ela estreitou os olhos para eles enquanto se aproximava do modelo de equipamento deles, — Eu sou aquela com o nariz enfiado em livros no Natal.

Os dois atendentes acenaram para seu olhar impassível com sorrisos apreciativos em seus rostos. Meredith bufou para sua colega residente, que fez uma careta para os homens assim que Bailey entrou na sala.

Ela caminhou entre Meredith e Derek, olhando para os dois com olhos suplicantes. — Uh... Eu gostaria de um convite para sua casa para o jantar de Natal.

— Espere, não é o contrário? — Norah levantou uma sobrancelha para ela, — Você pode pedir um convite? — Bailey lançou-lhe um olhar, e ela apenas acenou de volta com um sorriso de lábios apertados.

Mark virou a cabeça para Norah com urgência, as sobrancelhas franzidas. — Nós vamos ter o jantar de Natal na casa deles? — Ele murmurou para ela, e ela o retribuiu com um olhar 'você está brincando comigo' através de seus olhos arregalados.

— Eu sei que é muito tarde para eu pedir tal convite, já que é, de fato, dia de Natal. — Bailey retomou, — No entanto, eu tenho um pai muito preocupado, e se eu não pareço com algum tipo de... Vida, ele nunca vai sair.

— Ooh, Norah pode lidar com pais. — Mark falou com um sorriso reprimido, — Ela e Tim, ambos.

— Eu tenho um infarto do intestino para consertar. — Bailey informou, ignorando o casal que começou a se empurrar, — E depois disso, estarei livre para ir a sua casa.

— Soa bem.

— Ah, com certeza.

— Obrigada. — Bailey exalou em alívio antes de sair da sala.

Arizona entrou com urgência, seu rosto parecendo esgotado. — O chefe acabou de cortar o financiamento do nosso equipamento. — Ela notificou, e todas as cabeças se voltaram para ela.

— O quê?

— Estamos muito acima do orçamento, e Nicholas está ficando sem tempo. — Informou Arizona.

Norah colocou o livro em sua mão sobre a mesa. — Feliz Natal, seu filho de seis anos está morrendo. — Ela murmurou baixinho.

— Laurie, não. — Mark cobriu fisicamente a boca dela enquanto enviava um sorriso nervoso para Arizona. A pediatria que atendeu ergueu uma sobrancelha para eles; ficou aliviado quando ninguém ouviu as palavras de Norah. — Você realmente deveria filtrar suas palavras algum dia.

— Eu deveria comprar um filtro para o Natal.

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Os cirurgiões acabaram na casa de Meredith e Derek para a noite de Natal. Gemadas estavam sendo distribuídas e canções eram cantadas. Toda a vibração era alegre, e todos estavam absolutamente alegres.

— Você comprou um globo de neve para ele? — Norah estreitou os olhos, esperando que ela tivesse ouvido errado, — De Seattle?

— O quê? Ele gosta de Seattle. — Sloan afirmou, e a morena teve que lutar contra a vontade de revirar os olhos.

Você é filha de Mark, e eu amo Mark. Bem, isso não significa que eu tenha que gostar de você, mas você está me deixando nervosa, e você tem sorte que eu não tenho pavio curto.

— Eu te dei sessenta dólares. — Norah brincou enquanto bebia sua gemada em aflição. — Então eu vou adivinhar que você gastou o resto deles em quê? Roupas?

Desta vez, ela realmente revirou os olhos quando a loira assentiu com entusiasmo, mostrando sua nova jaqueta.

Derek suspirou pesadamente quando notou a morena, que parecia prestes a explodir devido a menina de dezoito anos de idade. Embora o olhar em seu rosto fosse divertido e risível, ele tinha um mau pressentimento sobre as possibilidades do que poderia acontecer.

— Mark, eu acho que elas estão discutindo, e Norah parece que está prestes a começar uma briga. — Ele informou ao homem que estava do outro lado da sala.

Mark assentiu com um sorriso tenso, — Eu... Notei, sim.

— Você já falou com ela?

— Estou trabalhando nisso.

— Por ela, quero dizer Norah. — Derek indicou e tomou um gole de sua bebida enquanto Mark o olhava fixamente. — Oh, vamos lá, sua filha está com você há um mês. Ela está bem com isso?

— Ela não está bem com isso?

— Isso é uma resposta ou uma pergunta? — Derek perguntou novamente, levantando uma sobrancelha.

Mark mudou seu peso de uma perna para outra, olhando para o olhar questionador de seu melhor amigo. — Uh, ela não tinha objeções, e ela se dá melhor com Sloan do que eu, então eu presumo que ela seja-

— Presumir? — Derek balançou a cabeça em desaprovação, — Mark, você não quer presumir nada em um relacionamento, e eu estou dizendo isso porque você é péssimo em relacionamentos - converse com ela.

★

Norah caminhou pelo corredor até o apartamento deles depois de ter que mandar um Timothy bêbado de volta para sua casa, junto com Lexie, que não conseguia parar de fazer cara feia para ele no banco de trás.

Seu telefone tocou e ela checou suas mensagens curiosamente - uma sendo de Lexie, que lhe disse que seu irmão estava desmaiado dormindo no chão, a outra sendo um número aleatório que ela não reconheceu.

Ignorando a suposta mensagem de spam, ela empurrou a chave no buraco da fechadura do apartamento deles. Ela fechou e trancou a porta atrás dela antes de se aproximar da parte iluminada do apartamento.

Mark estava sentado no balcão da cozinha com uma tigela de sorvete pela metade na frente dele. — Oh, ei. — Ele se animou quando a viu andando em direção a ele, — Sloan está dormindo, e uh... Sorvete?

Ela levantou uma sobrancelha para a sobremesa derretida e balançou a cabeça. — Sopa de sorvete? Não, obrigada. — Ela virou a esquina e o beijou na bochecha, — Eu preciso dormir. Boa noite, Mark.

— Ei, uh, Laurie?

— Sim? — Ela bocejou e se virou para ele.

— Você está realmente bem com Sloan ficando conosco, certo? — Ele perguntou suavemente, — Eu sei que já faz um mês, e você não tem sido nada além de apoio. Eu realmente aprecio isso, e você até se dá melhor com ela do que eu, mas eu não quero supor que você está apenas perfeitamente bem com isso.

Norah coçou a cabeça antes de voltar para ele. Ele tinha uma expressão confusa em seu rosto enquanto sua mão esfregava sua mandíbula - algo que ele fazia sempre que estava nervoso.

— Se você quer que eu seja totalmente honesta, minha resposta é não. — Ela respondeu e estendeu a mão para o rosto dele, — Mas ela é sua filha, e eu quero que você a conheça. Eu não me importo com ela ficar conosco por um tempo, ou um pouco mais, para esse assunto. Mas eu não... Imagino que isso seja permanente, entende o que quero dizer?

Ele olhou para sua mão, onde os dedos dela estavam traçando junto com os dele. — Sim, tudo bem. — Ele acenou com a cabeça, levantando seu olhar de volta para encontrar o dela com um sorriso agradecido antes de puxá-la pela cintura. — Eu te amo.

— Eu te amo mais. — Ela sorriu de volta, — Agora você coloca essa sopa de sorvete na pia e vamos dormir um pouco porque estou com muito sono, e durmo melhor com você ao meu lado.

★

VÉSPERA DE ANO NOVO

Norah guardou o telefone no bolso do jaleco branco depois do que parecia ser a quinta vez naquela hora. As mensagens do número aleatório continuaram chegando na semana passada, estava começando a assustá-la.

— Você deveria bloquear o número. — Sugeriu Derek, lançando-lhe um olhar enquanto levantava a cabeça do gráfico.

— Hum... Eu faria, mas os textos são... Eu não sei, fami- — ela cortou sua frase quando Mark os alcançou com um olhar estressante no rosto.

— Ei, bom dia. — Ele cumprimentou Derek brevemente antes de abaixar a cabeça de volta para sua namorada, — Você saiu cedo.

— Fui chamada cedo e você parecia muito tranquilo para acordar. — Respondeu Norah com um encolher de ombros enquanto pegava o café que recebeu. Ela estava prestes a falar novamente quando viu uma certa loira seguindo-os. — Ah... Por que sua filha está aqui?

Mark olhou por cima do ombro enquanto sua mão voltava para o queixo. — Sim... Veja, ela está grávida. — Ele deixou escapar, e os olhos de Norah se arregalaram, assim como os de Derek, que de repente estava interessado na conversa deles.

— Sloan está grávida, e eu vou levá-la para um ultrassom. — Mark informou, sua voz baixa. — E-eu não posso expulsá-la, Norah, não quando-

— Eu sei, eu sei. — Ela assentiu, embora ainda estivesse surpresa com o descolamento. — Tudo bem, você, hum, traga-a para o obstetra e... Uh, me chame se precisar de mim.

Ele assentiu e deu um beijo na lateral do pescoço dela. — Ok, sim, te amo.

Derek soltou um longo suspiro e bufou quando Mark saiu correndo. — Me chame quando precisar de mim? — Ele zombou, e a residente lançou-lhe um olhar furioso. — Admita. Você não gosta que ela fique com vocês.

— Eu não gosto. — Ela soltou um suspiro pesado enquanto caminhavam pelo corredor, — Eu deixei claro antes, e ele sabe que eu não sou a maior fã.

— Hum.

Ela virou a cabeça para ele em sua mudança de tom. — Derek, eu não tenho intenção de expulsar a filha grávida de dezoito anos, meu deus. — Ela retrucou, — E não se atreva a me pintar como uma figura maligna aqui. Véspera.

Ele bufou com a carranca em seu rosto enquanto ela reprimia a vontade de pisar em seu pé. — Com essa última frase, você é cruel.

Ela revirou os olhos para ele. — Eu odeio você, Shepherd. Você é odiável.

— Eu não sou, e você não me odeia.

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— Como está sendo? — Arizona perguntou. Os três atendentes estavam operando Nicholas enquanto Norah, Lexie e Meredith observavam a tela que mostrava a visão da câmera do microscópio.

— Poderia dobrar um pouco mais suavemente. — Derek respondeu.

— Não fique tão crítico. — Mark franziu a testa para ele, — A coisa me custou uma fortuna.

— Eu poderia usar mais um dia para praticar. — Declarou Derek, — Inserindo o aplicador de clipes. — O instrumento foi cuidadosamente inserido pela narina do menino.

— Por que você não tenta torcer um pouco para obter um ângulo diferente? — Mark sugeriu: — Aí está.

Os residentes e enfermeiros da sala de cirurgia, bem como a galeria de cirurgiões acima deles, observavam com expectativa. Norah soltou um suspiro aliviado quando a tela mostrou que o clipe foi anexado com sucesso.

— Entendido. Esse é o último clipe. — Derek anunciou com um sorriso sob sua máscara, — Senhoras e senhores, terminamos aqui.

— Bom trabalho. Lindo.

— Oh, meu Deus. Você fez isso.

— Incrível!

Coros de aplausos e parabenizações passaram pela sala de cirurgia, nos quais todos ficaram felizes e aliviados por terem salvado a vida de Nicholas.

— Esperem aí. Olhem para o relógio. — Derek apontou, e todos levantaram suas cabeças naquela direção. — E isso é, uh, sete... Seis...

Todos se juntaram enquanto faziam a contagem regressiva para o Ano Novo, observando o ponteiro do relógio tiquetaqueando em direção ao norte.

— Cinco, quatro, três, dois, um!

— Feliz Ano Novo!

Os desejos de Ano Novo explodiram na sala de cirurgia, e as pessoas na galeria aplaudiram em êxtase. Os cirurgiões deram beijos - ou mais precisamente, cutucaram o nariz - um no outro através de suas máscaras cirúrgicas.

Norah contornou o campo cirúrgico e Mark baixou a cabeça para ela, beijando através da camada de máscara.

Eles estavam brilhando no espírito do feriado, os olhos sorrindo um para o outro; os sorrisos radiantes que estavam de seus rostos seriam permanentes.

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Na manhã de Ano Novo, Norah recebeu novamente uma mensagem de texto do número que ela ainda não havia bloqueado.

Mas desta vez, causou arrepios em sua pele.

De: Número Desconhecido
[09:00] Feliz Ano Novo.
[09:01] Espero vê-la em breve.

O número foi bloqueado imediatamente e todos os vestígios da mensagem foram apagados.

O medo inflado em seu peito era desconfortável, e ela era uma pessoa que desligava seu pensamento negativo demais.

Tudo vai ficar bem... Certo?