045

CAPÍTULO QUARENTA E CINCO
aparentemente inoperável.

6ª temporada, episódio 7

———— ✦ ————

HOSPITAIS EM TODO o país relataram economias substanciais...

Norah suspirou no posto de enfermagem enquanto ouvia o chefe falando sobre como ajudar a regular o orçamento do hospital... De novo. Tem sido uma rotina diária para todos os funcionários do hospital se reunirem enquanto Webber dava o que parecia ser uma chamada todas as manhãs.

— Quão ruim está hoje? — Derek perguntou ao lado de Norah e Bailey, com os braços cruzados sobre o peito.

— O chefe está implementando um modelo de computador para agendar nossas cirurgias a partir de agora. — Respondeu Bailey.

— Eficiência e progresso, ele diz. — Acrescentou Norah com um sorriso vigoroso antes de beber seu café.

— E para ter certeza de que esta foi a decisão certa, eu recrutei um dos nossos para fazer um teste no último mês. — Webber declarou antes de se virar para o cirurgião plástico ao lado dele, — Dr. Sloan?

Mark encostou-se no quadro de cirurgia vazio com uma prancheta nos braços. — Eu sei o que todos vocês estão pensando. — Ele prefaciou, — É uma máquina. Ela não me conhece. Não sabe do que eu gosto. Mas depois de usar este novo sistema no mês passado, eu tenho que digamos, pessoas - eu sou um convertido.

Norah fechou a boca, tentando o seu melhor para lutar contra a vontade de rir com o discurso de seu namorado. Mark pegou seus olhos na multidão e arqueou uma sobrancelha para ela; ela o retribuiu com um sorriso encorajador, mas sombrio.

— Este computador me conhece melhor do que eu. — Ele balançou a cabeça firmemente com um de seus sorrisos encantadores para tranquilizar a equipe.

Derek caminhou da multidão de cirurgiões em direçāo a Webber, ignorando o cirurgião plástico que estava ao lado. — Chefe, essa coisa reorganizou minha agenda para a semana inteira. — Ele reclamou antes de se virar para a multidão, — Quero dizer, já não tivemos dinheiro suficiente aqui?

— Mudar é bom, pessoal. — Afirmou Webber antes de se concentrar novamente no neurocirurgião, — Abrace isso.

Enquanto a multidão se dispersava lentamente, Mark caminhou até Norah, que ainda estava tomando seu café. Ela passou para ele, e ele tomou grandes goles, quase terminando quando devolveu a xícara. Ela olhou para ele com um olhar 'você está falando sério' em seu rosto.

— Como eu fui?

Ela levantou uma sobrancelha para o olhar esperançoso em seu rosto, uma risada finalmente escapando de sua boca. Ele a olhou fixamente enquanto sua confiança se ia a cada segundo.

— Mark, eu te amo, mas... Quero dizer, 'eu sou um convertido'? 'Este computador me conhece melhor do que eu'? — Ela zombou com um sorriso enquanto o rosto dele vacilou, — Nada convincente, Dr. Sloan.

Derek estava bufando ao lado deles enquanto dava um tapinha nas costas de seu melhor amigo. — Coitado. — Ele fingiu um olhar simpático antes de se virar para a residente, — Isso foi muito, muito contundente.

— Nah. Isso foi muito, muito honesto. — Norah corrigiu com um sorriso.

— Você reduziu o ego dele a cinzas, Norah. — Derek riu, — Ótimo trabalho.

— Não mencione isso.

Mark estalou a cabeça entre os dois. — Eu odeio essa dupla Neuro. — Ele bufou antes de terminar o café da mão de Norah. Esta última fez um som de protesto, no qual ele a calou com um beijo antes de se virar e se afastar.

— Eu, por outro lado, amo essa dupla Neuro.

— Hum. Eu também.

Norah entrou na sala de tomografia junto com Callie, ambas de olhos arregalados e chocadas. — Isaac tem um tumor no cordão umbilical? — Callie questionou.

— Ah, é incrível. Olha. — Cristina afirmou enquanto segurava os scans na frente dela. Callie e Norah foram até ela; a última segurou a varredura contra a luz enquanto observava a imagem.

— Incrível de um jeito ruim. — Observou Callie

— Ele comeu cinco níveis da coluna dele... — Norah franziu as sobrancelhas, — Incrível de uma maneira brilhante.

— O que? — Callie balançou a cabeça para a residente, que ainda estava admirando os exames. — Espere, você não está pensando seriamente em tentar tirá-lo? — Ela perguntou a Derek.

— Claro que ele está! — Cristina proclamou enquanto batia no ombro do neurocirurgião: — Ele é o Shepherd.

Arizona entrou na sala ao lado com as sobrancelhas franzidas em preocupação. — É um caso ruim de telefone, certo? Isaac tem um esporão ósseo ou uma hérnia de disco, não um... — A assistente de Pediatria parou quando Norah passou os exames para ela. — Ele diagnosticou um caso de osteossarcoma para mim há um mês. Eu pensei que era uma sombra, mas acabou sendo a menor lesão em um raio-X.

— Isso diz mais sobre você do que sobre ele. — Mark apontou.

— Desculpe, você sabe quem é Isaac? — Arizona sorriu para ele fracamente.

— Ele não sabe. — Respondeu Norah antes de caminhar até o namorado. Ela pegou o café dele e tomou grandes goles dele, devolvendo a ele com apenas menos de um oitavo dele. — Payback é bom. — Ela sorriu.

— Hum, eu tenho outras maneiras de provar meu café. — Mark murmurou de volta antes de abaixar a cabeça para pegar seus lábios, provando a cafeína de sua língua.

— Oi, sem PDA na sala de tomografia, muito obrigada. — Cristina pigarreou alto para o par enquanto Derek os afastava um do outro.

Lexie espiou a cabeça quando viu os muitos cirurgiões agrupados na sala. — Ei, o que é todo mundo- oh, um tumor na coluna?

Ela deu uma olhada nas varreduras com os olhos apertados, lembrando de um caso semelhante que ela encontrou. — Eu li sobre um caso em Mayo, onde a cirurgia levou dezessete horas, — ela compartilhou, — o cirurgião-chefe tinha quatro assistentes rotativos, um dos quais apenas administrava fluidos.

— Ok, quer saber? Não tente Lexipedia do seu jeito. — Cristina rosnou para a residente mais jovem, — Este é o meu tumor.

— Uh, não, isso não é o seu tumor. — Afirmou Norah com um tom de sarcasmo antes de se virar para a estagiária. — Lexie, o que aconteceu com o paciente em Mayo?

— Ele morreu. — Lexie informou severamente, — É por isso que levou apenas dezessete horas.

Owen passou pela sala e inverteu os passos quando viu a reunião. — Ei, eu acabei de ouvir que Isaac tem um tumor inoperável?

— É o tumor de Isaac? — Lexie exclamou, com os olhos arregalados.

— Ok, sim, sim, ok? — Cristina retrucou: — Quem disse que é inoperável?

— Cristina. — Derek chamou enquanto apontava para os novos scans que tinham acabado de aparecer na tela do computador.

Todos na sala inclinaram a cabeça para a tela, e todos estavam falando e comentando ao mesmo tempo. Norah sentiu uma onda de adrenalina subindo pela cabeça enquanto observava os exames em silêncio.

— Ah, vamos lá. É todo o caminho até o T2.

— Você precisa de três ou quatro assistentes.

— Veja, é por isso que eu entrei no plástico.

— Ah, deve ser.

— Tumor aparentemente inoperável, Derek. — Sussurrou Norah. Derek virou a cabeça para o sorriso malicioso no rosto dela antes de soltar um longo suspiro.

— Microcirurgia é preciso. — Disse o neurocirurgião ao grupo de residentes; Norah se animou um pouco com as palavras.

— O microscópio muda sua perspectiva radicalmente. A coordenação mão-olho necessária pode ser aprendida, mas agora, eu preciso de naturalidade. Cada um de vocês terá a chance de guiar esta caneta pelo buraco no copo. A pessoa que fazer uma marca mais próxima do nariz do presidente e não bate na lateral do copo, entra para cirurgia.

Derek se aproximou e demonstrou enquanto todos observavam com curiosidade. Ele ergueu a nota de um dólar e mostrou a marca vermelha que havia feito - exatamente no nariz. — Quem quer ir primeiro?

O braço de todos disparou no ar como leões famintos, mirando esta cirurgia rara como se fosse sua presa.

Muitos residentes se revezaram e falharam em sua tentativa. Eles bateram na lateral do copo ou nem chegaram perto do copo.

Cristina estava bocejando e esticando os braços em suas tentativas; Norah assistiu divertida enquanto muitos deles resmungavam de frustração, alguns xingando a máquina e outros já haviam saído do laboratório de habilidades.

— Aqui vamos nós. — Derek entregou uma nota de um dólar para Jackson, que estava na frente do microscópio e tinha sua concentração na visão através das lentes. Ele cuidadosamente guiou a caneta, e com um som de 'clank', ele bateu na bandeja embaixo; Derek finalmente sorriu.

— Bem feito. — Ele assentiu, impressionado, com a tentativa de Jackson, que estava muito perto do nariz. — Se alguém melhorar isso, ficarei desempregado.

— Bem, eu acho que você pode precisar se aposentar, então. — Cristina falou enquanto se levantava de seu assento. Derek riu de sua confiança.

— Não seja uma vadia, Cristina! — Norah arrulhou por trás, e os residentes da sala bufaram.

— Ei, você- shhh! — Cristina estava focada, sem dúvida. No entanto, quando a ponta de sua caneta atingiu o topo do copo, Norah não pôde deixar de tossir para longe de sua risada.

— Dra. Lawrence, vamos ver a palavra do Dr. Sloan sobre sua precisão.

Norah se levantou e gentilmente afastou a congelada Cristina da máquina; a última ainda estava olhando incrédula.

Derek lhe entregou a nota de um dólar, que ela colocou na bandeja sem hesitar. Ela ajustou o microscópio ao nível dos olhos e cobriu o copo sobre o dinheiro. Pegando a caneta vermelha e segurando-a entre o polegar e o dedo indicador, ela cuidadosamente abaixou a caneta sem pressa.

Ouvindo o ' tinido' da bandeja novamente, um sorriso se formou em seu rosto.

— Hora de procurar um novo emprego, Dr. Shepherd.

Ela pegou a nota de um dólar e a mostrou ao neurocirurgião, que assentiu com orgulho - estava a menos de um milímetro do centro do nariz do presidente.

— Preciso. — Derek comentou.

— As palavras exatas do Dr. Sloan. — Ela sorriu, e ele balançou a cabeça com um sorriso. — Estou guardando isso para lanches. — ela acenou com a nota de um dólar em sua mão, — Ou para um amuleto da sorte.

— Tudo bem, Dra. Lawrence e Dr. Avery, vocês dois vão entrar na cirurgia. — Derek anunciou.

Norah desceu e deu um tapinha nas costas de Cristina. — Karma é uma vadia. — Ela sorriu e recebeu um olhar de sua amiga.

— Você me amaldiçoou!

— O que quer que te ajude a dormir à noite, querida.

1 HORA 13 MINUTOS

— Está aberta. — Derek informou, — Vamos dar uma primeira olhada no tumor.

— Uau. Isso é, hum... Uau. — Jackson olhou para o tumor de forma impressionante. Norah também arregalou os olhos ao lado dele enquanto olhava pelo microscópio. Sendo a mais próxima de acertar o nariz do presidente, Norah teve o primeiro turno em ajudar Derek no tumor na coluna.

— Os vasos são mais intrincados do que a ressonância magnética mostrou. — Derek murmurou baixinho, — Não há como eu tirar o tumor sem romper um e matar o cordão.

— Então, uh, o que fazemos? — Jackson perguntou, apertando os olhos com a visão no campo cirúrgico.

— Eu acho que se começarmos no T2, eu poderia evitar bater nos vasos de alimentação, então talvez eu deva descer?

Jackson olhou para o neurocirurgião, uma expressão confusa no rosto. Norah sorriu conscientemente sob sua máscara enquanto limpava as espinhas inferiores para Derek observar e continuar murmurando para si mesmo.

— Ok, há menos vascularização em torno de T7, então isso parece melhor, não?

— Parece melhor, — respondeu Jackson, — e ele só teria perda de função abaixo do peito.

— Mas eu corro o risco de romper a artéria espinhal anterior lá.

— Provavelmente. — Lexie falou desta vez, — O tumor diminui lá.

— Mais alto é melhor, talvez? De qualquer maneira, corro o risco de mandá-lo para um colapso hemodinâmico.

Jackson franziu as sobrancelhas confusamente antes de virar a cabeça para Norah. — Ele não está falando com a gente, está? — Ele perguntou em voz baixa. A morena balançou a cabeça com um sorriso tenso enquanto os outros dois residentes trocavam um olhar.

— T2 mostra menor potencial de sangramento, em T3, os vasos... Aumentados.

8 HORAS

— Se eu cortar as veias drenantes sem pegar os alimentadores, elas vão estourar.

Lexie olhou para o relógio cirúrgico que mostrava que oito horas haviam se passado sem nenhum movimento do neurocirurgião. — Dr. Shepherd, eu realmente acho que é hora de você fazer uma pausa. — Ela falou, — Já faz mais de oito horas.

— Eu poderia passar por baixo do tumor aqui, mas poderia cortar a artéria radicular.

— Dr. Shepherd. — Lexie chamou novamente.

— Cara, se você precisar de uma pausa, apenas faça uma pausa. — Jackson interveio bruscamente.

— Por favor. Eu não preciso de uma pausa. — Lexie zombou de volta. — Eu sou hardcore.

Jackson estreitou os olhos para ela. — Você... Você está usando uma fralda? — Ele perguntou, e Lexie disse para ele calar a boca; Norah lançou a ambos um olhar de advertência, no qual eles a ignoraram.

— Pelo menos dobre as pernas. — Lexie disse ao atendente.

— Ei, calem-se! — Norah sussurrou para os dois.

— Você não pode se obrigar a usá-lo, pode? — Jackson provocou.

— Calem a boca! Calem a boca! — Derek finalmente estalou, e Norah suspirou. — Grey, eu não preciso de uma pausa. Se você precisar, faça uma. — Ele ordenou, — Se qualquer de vocês abrirem a boca, vocês estarão fora da sala de cirurgia.

Lexie rapidamente se virou e se dirigiu para a porta. — Pausa para o banheiro! — Ela gritou para Bailey, que estava entrando na sala de cirurgia.

Bailey franziu a testa, — Hum, Dr. Shepherd.

— O quê?! — Derek retrucou e tirou os olhos do microscópio, olhando duas vezes depois que percebeu que era Bailey quem se dirigia a ele.

Bailey tinha uma carranca nada divertida no rosto. — Ok, tenho certeza que esta é uma autorização totalmente, mas achei que você gostaria de saber que o chefe está programado para fazer uma cirurgia do outro lado do corredor no OR 3 em breve. — Ela informou, — Então, se você está planejando fazer algo, qualquer coisa, você pode querer fazê-lo em breve.

— Obrigado, Dra. Bailey.

Logo, aparentemente, não veio.

10 HORAS 21 MINUTOS

O Chefe entrou na sala, cobrindo o rosto com uma máscara. Ele tinha um olhar desagradável em seus olhos, que todos na sala de cirurgia notaram. — Dr. Shepherd, devo entender que você cancelou suas cirurgias hoje para operar um tumor na medula espinhal? — Ele exigiu, mas Derek não tinha interesse em ouvir. — Dr. Shepherd!

Lexie lançou um olhar alarmante para os dois residentes do terceiro ano, que ainda estavam concentrados na coluna do paciente. Webber invadiu ao lado de Derek quando o atendente não lhe respondeu.

— A taxa de infecção para este paciente está aumentando a cada segundo que você o mantém aberto. Sem mencionar os milhares de dólares que você está desperdiçando, parado aqui sem fazer nada. — Informou ele, — Então estou exigindo que você feche este homem. Feche ele e abandone o OR.

Norah ergueu um olhar desconfortável para o chefe, então se virou para Derek. Ela franziu as sobrancelhas para o olhar concentrado no rosto do neurocirurgião, o brilho atrás de seus olhos - havia uma sugestão de algo que ela podia ver vagamente neles.

— Agora mesmo, Derek.

Derek deu outra longa olhada pelas lentes enquanto os residentes se encaravam.

— Tudo bem, — declarou o atendente, — é isso. Vamos fechá-lo.

Mark sentou-se no banco da cozinha, observando Norah andar pela cozinha enquanto ela deixava escapar o progresso da cirurgia - que não era exatamente um 'progresso'.

— Então, Derek ficou na sala de cirurgia por dez horas, e ele não fez nada? — Ele questionou enquanto tirava uma fatia de pizza da caixa. — Nada mesmo?

— Exceto resmungando para si mesmo? Não, — Norah balançou a cabeça, — mas eu tenho quase certeza de que ele vai tentar de novo amanhã.

Ele levantou uma sobrancelha para ela. — O que te dá tanta certeza?

— Ele tinha uma sugestão de... Algo em seus olhos, eu vi. — Ela deu de ombros e finalmente se sentou ao lado dele. — Além disso, quando você o ouviu se afastando de um desafio?

— Quando estávamos na faculdade, — ele respondeu com uma bufada na memória, — ele se afastou de um desafio de falar com Addison em nosso campus.

Norah deu uma segunda olhada em suas palavras. — Espere, espere, espere... Você está me dizendo que Derek Shepherd-

— Sim.

— Isso é-

— Eu sei, não é?

Eles compartilharam uma risada enquanto continuavam comendo suas pizzas. — Você sabe o que eu sinto falta do meu apartamento? — Norah perguntou com a boca cheia, e Mark arqueou uma sobrancelha para ela. — Tim está cozinhando.

— Hum - definitivamente - eu também. — Ele concordou com a cabeça.

— Se ele nos visse comendo pizza... Pela quarta vez esta semana? Ele surtaria e ainda é quinta-feira!

Norah, Jackson, Lexie, Derek e Webber estavam sentados em uma sala de conferências enquanto o chefe e o neurocirurgião discutiam. — Este paciente entende o que significa cortar o cordão? — O chefe questionou: — A perda de função em ambas as pernas e possivelmente mais?

— Temos que cortar o cordão para matar o tumor, — observou Derek, — não há outra maneira.

Webber suspirou. — Ok. Isso só vai levar uma ou duas horas. — Afirmou, — Você pode ter OR 1. Hunt precisa dele logo depois, então você terá tempo suficiente.

Quando Webber se levantou de sua cadeira, Derek observou por cima do ombro até que o chefe saiu da sala antes de se virar para os três residentes. Ele se inclinou para frente em sua cadeira, olhando para eles com uma leve excitação atrás de seus olhos.

— Nós não estamos cortando o cordão, estamos? — Norah fez um palpite, e Derek sorriu de volta para ela; seu rosto brilhou instantaneamente.

— Espere, não estamos? — Jackson se animou com curiosidade, mas com entusiasmo.

Derek balançou a cabeça. — O erro que cometi ontem foi querer um plano. Não pode haver plano, — explicou, — só tenho que escolher um ponto e cortar.

— Mas o que você disse ontem. — Lexie interveio com um olhar preocupado, — Se você cortar uma artéria ou acertar o cordão-

— Isaac quer que assumamos o risco. — Informou Derek. — Ele quer uma cura. E é nosso trabalho tentar.

Lexie parecia horrorizada enquanto Norah e Jackson tinham sorrisos largos em seus rostos.

— Tumor aparentemente inoperável, certo? — Derek acrescentou, e Norah bufou. — Vejo todos vocês na sala de cirurgia.

- 2ª TENTATIVA -

7 HORAS 48 MINUTOS

Mark tinha sido trazido por Lexie como uma 'receita' para Derek. O cirurgião plástico sentou-se e observou o monitor do MEP com um jogo de palavras cruzadas na mão. Norah lançou-lhe olhares questionadores, que ele deu de ombros em resposta antes de voltar para preencher as palavras.

— Eu abri caminho no T5. — Derek murmurou, — E se eu continuar neste, eu-

O monitor começou a apitar de forma irregular, fazendo com que todos na sala ficassem nervosos; Norah rapidamente sugou o sangue acumulado no campo cirúrgico.

— O rastreamento MEP está perdendo amplitude. — Notificou Mark, — O que acabou de acontecer?

— Uma embarcação estourou. — Derek informou com um leve pânico em seu tom, — Pode ter sido conectado à corda.

Lexie arregalou os olhos. — Mas se não houver sangue suficiente atingindo o cordão-

— Eu poderia ter paralisado nosso paciente. — Derek estalou para ela, — Sim, sucção, por favor. Sucção.

Norah e Jackson rapidamente aspiraram o sangue na coluna, mas estava fluindo muito rápido. — Há muito sangue. — Observou Jackson.

— Nós estamos perdendo ele.

— Eu deveria ter cortado o cordão. — Enfatizou Derek, — Isso é muito arriscado.

Só então, o som errático do bipe voltou ao normal. — Esperem. Está de volta. Amplitude está em alta. — Mark anunciou, e todos exalaram de alívio.

— Então, o cordão não se rompeu? — Lexie engasgou quando eles finalmente controlaram o sangramento, — Você não o paralisou?

— O vaso estava conectado ao tumor. — Respondeu Norah, sentindo a adrenalina subindo pela cabeça quando Derek assentiu com a resposta. — Brilhante.

— Estamos bem.

- 2ª TENTATIVA -

13 HORAS 9 MINUTOS

Callie entrou na sala de cirurgia um tempo atrás, depois que Webber quase encerrou a cirurgia novamente. Norah olhou para o relógio que mostrava que eles estavam parados há mais de treze horas e, curiosamente, ela estava sentindo fome acima de tudo.

— Eu não posso dizer qual desses vasos alimenta o cordão e qual alimenta o tumor. — Derek murmurou e exalou pesadamente, — Eu tenho que fazer um corte cego.

— Como uma armadilha? — Callie questionou.

— Se eu cortar o errado, todo o cordão se rompe. — Confirmou Derek, respirando fundo enquanto olhava para os residentes. — Ok, voltaremos a isso mais tarde. — Ele decidiu.

— Mais tarde? — Callie estreitou os olhos para o neurocirurgião, — Então, você poderia terminar toda a cirurgia apenas para cortar o errado? Isso tudo terá sido em vão?

— Exatamente. — Derek brincou, — Obrigado por apontar isso.

Bem, isso vai ser divertido, Norah pensou consigo mesma, sentindo sua barriga roncar. Oh Deus.

- 2ª TENTATIVA -

21 HORAS

Norah tinha engolido algumas barras de granola na sala de limpeza... Que parecia horas atrás.

Derek tinha apenas se afastado de seu microscópio quando Lexie o chamou por ele e só tomou alguns goles de água antes de retornar ao seu trabalho - Norah estava perto de adorá-lo como um deus literal.

— Quantos centímetros restam? — Arizona perguntou.

— Uh, menos de duas. — Derek respondeu, — Então, se eu fizer minhas contas, temos, uh... Mais quatro ou cinco horas à frente.

— Droga! Oh, droga. Oh, droga. — Jackson grunhiu, e ambos os residentes estalaram suas cabeças para ele de forma alarmante.

— O que é isso?

— É minha mão. Está com cãibras. Droga. — Jackson cerrou as mandíbulas enquanto sua mão estremecia.

O monitor começou a apitar rapidamente e todos estavam ansiosos. — BP está caindo! — Arizona informou.

— Ok, estamos tocando o cordão. Se o perturbarmos mais, corremos-

— O pulso caiu para 52.

— Está ficando pior, pessoal. — Jackson falou.

Norah olhou para a mão dele que tremia de forma alarmante. — Avery, calma, ok? Fique parado. Não se mova, ou eu vou arrancar suas tripas. — Ela advertiu enquanto cuidadosamente alcançava sua mão com cãibra. — Apenas respire, sim? Apenas um espasmo.

Ela lentamente aplicou pressão em sua palma interna, e ele soltou um suspiro profundo quando sentiu que estava ficando menos tenso. Mark estreitou os olhos para ela - mais como enviar um olhar para Jackson - enquanto a tinta da caneta em suas palavras cruzadas manchava o papel.

— A BP está de volta, 100 sobre 68. — Informou Arizona, e todos exalaram de alívio.

Derek ergueu os olhos do microscópio para o residente à sua frente. — Você bebeu alguma coisa hoje, Dr. Avery?

— O que?

— Cãibras musculares são um sinal de desidratação. — Afirmou, — Você ficou sem fluidos, então a Dra. Lawrence não conseguiu colocar as mãos no afastador hoje, não é mesmo?

— Eu, uh... — ele olhou para a residente ao lado dele, que deu de ombros. — Desculpe... Desculpe.

— Não se desculpe. Apenas afaste-se. — Derek retrucou para ele, — Dra. Lawrence, assuma o controle.

— Oh, preso. — Norah sorriu sob sua máscara, e Derek inclinou a cabeça para o lado, seus olhos se estreitaram para ela. — Desculpe. Privada de sono. Sem filtro.

Ela cuidadosamente trocou de lugar com Jackson, assumindo a assistência. Ela segurou o retrator ainda em sua posição; ele ajustou o microscópio ao nível dos olhos dela enquanto olhava por cima do ombro de Derek.

Arizona virou-se para o cirurgião plástico e sussurrou: — Mark, pare de olhar para Avery. Você está assustando o garoto.

- 2ª TENTATIVA -

26 HORAS

Norah começou a se perguntar quanto tempo ela ficou na frente do microscópio, segurando o retrator sem se mexer. Seus olhos estavam tensos e sua garganta estava seca, mas ela nunca se moveu - ela não ousou se mover.

Jackson e Lexie estavam espiando curiosamente - e com cuidado - enquanto Derek removeu lentamente o tumor restante.

— A ou B? — Derek se perguntou em voz alta: — Você está segurando o retrator bem firme agora... Dra. Lawrence?

Norah ergueu os olhos do microscópio para o atendente. — Minha sorte é péssima neste belo jogo de roleta russa. — Afirmou. Ela sabia que sua falta de sono a estava afetando quando ela começou a soltar piadas em momentos errados.

— Maravilhoso. — Derek suspirou antes de se virar para outra residente, — Dra. Grey, A ou B?

— Você terminou? — Lexie perguntou: — Você conseguiu tudo?

— Exceto pelo corte cego. Eu só tenho que escolher um, e estamos prontos para ir. — Derek informou, — A ou B?

— Você está brincando? — Lexie zombou levemente.

— Você está enrolando. — Derek retrucou. — Dr. Avery?

Jackson olhou da coluna para o atendente. — Eu não gosto de jogar. — Afirmou.

— Dr. Sloan?

— O que? Então você pode me culpar pelo resto de sua vida? — Mark zombou: — Isso tudo é por sua conta.

— Certo. Minha conta. Ótimo. — Derek suspirou.

A sala de cirurgia ficou em silêncio por mais alguns minutos enquanto Derek ponderava entre os dois vasos diante de seus olhos. A tensão aumentou quando todos os olhos estavam sobre ele - na sala de cirurgia e na galeria - Norah apenas sentiu a necessidade de aliviar a ansiedade.

— Bem, sempre tem 'eeny, meeny, miney, moe'. — Ela sugeriu.

Todos na sala de cirurgia viraram a cabeça para ela com os olhos semicerrados; Mark parecia visivelmente divertido com a ideia dela.

Derek franziu as sobrancelhas para a residente antes de abaixar a cabeça de volta para a coluna. — Eeny, meeny, miny, moe. Pegue um tigre pelo dedo do pé. Se ele gritar-

— Você está realmente jogando 'eeny, meeny, miney, moe'? — Lexie questionou incrédula enquanto Norah ria baixinho ao lado dela.

— Sim. — Derek riu antes de seu rosto ficar sério.

— Votar? — Mark falou.

Derek arqueou uma sobrancelha com essa sugestão. — Você e Norah estavam recebendo votos sobre cores de travesseiros - azul ou vermelho. E vocês dois escolheram roxo. — Ele brincou, — Eu não estou aceitando votos.

— Ai, pastor. Ai. — Norah bufou, olhando para Mark divertidamente antes de desviar o olhar para o olhar estressante no rosto de Derek. Ela observou enquanto seus olhos se moviam entre os dois vasos restantes que estavam abertamente expostos, apenas esperando que ele fizesse o corte.

E quando o fez, foi o certo. As horas foram compensadas. Todo mundo estava nas nuvens; parabenizações e aplausos passaram na sala de cirurgia, onde a pressão finalmente cedeu.

Ela notou o brilho atrás de seus olhos novamente, mas desta vez, ela sabia o que era...

Um toque de esperança.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top