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CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO
alguém está sendo demitido.

6ª temporada, episódio 6

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ELES SENTARAM-SE ANSIOSOS do lado de fora da sala de conferências. Residentes, enfermeiros e alguns atendentes que estavam de plantão naquela noite agora estavam encostados nas paredes.

Pernas saltando, cutucando as unhas, murmúrios e discussões, andando de um lado para o outro - todos estavam cansados e na beira de seus assentos enquanto esperavam em silêncio.

— Alguém está sendo demitido. — Reed falou na tensão nervosa.

— Pare com isso. — April sibilou ao lado dela.

— Ela nem era minha paciente. — Proclamou Charles.

— O que?

— Nada.

Norah sentou-se entre Timothy e Alex, estalando os dedos nervosamente enquanto esperavam o tempo passar. O ritmo suave que ela criou parecia ter acalmado sua mente por um tempo até que Reed falou novamente.

— Você pararia de fazer isso? — Ela estalou.

Norah ergueu os olhos do chão para a mulher menor, sem se preocupar com suas palavras, mas ainda diminuindo o volume de seus estalos. Mark, que estava encostado na parede não muito longe deles, virou a cabeça para os residentes com uma carranca no rosto.

— Uma maldição de morte trágica não é foda o suficiente para você? — Timothy disparou de volta, e a ruiva revirou os olhos.

— Quanto tempo isso vai levar? — Alex perguntou com um tom irritado.

— Por que? Você precisa fazer um telefonema? — Jackson provocou, e os Mercy Westers riram.

O estalo de Norah parou, e ela desviou o olhar para ele, enviando-lhe um olhar de advertência. Alex estava olhando para o homem por um momento, até que ele estalou e empurrou-se para fora de seu assento, lançando-se em direção ao outro cara, agarrando Jackson pelo colarinho.

A situação rapidamente se transformou em uma briga, e os atendentes foram rápidos em correr para separar os dois homens. Os outros residentes começaram a discutir uns com os outros, explodindo e gritando e empurrando uns aos outros. Norah estava prestes a se levantar quando foi firmemente empurrada para trás em seu assento por Derek.

Owen se colocou entre os dois residentes, impedindo-os de se tocarem; Derek arrancou Alex da luta enquanto Mark fez o mesmo com Jackson.

Norah abaixou a cabeça de um punho balançando enquanto Timothy puxava as pernas até o peito. Seus pés estavam no banco enquanto ele evitava que seus sapatos fossem pisados; ao mesmo tempo, tentava fazer com que Lexie se sentasse.

O chefe saiu da sala de conferências ao ouvir seus gritos indistintos vindos de dentro. — É o bastante! — Ele exigiu ao ver a bagunça, mas ninguém parecia tê-lo ouvido. — Eu disse o suficiente! — Webber gritou, desta vez mais alto, finalmente chamando a atenção de todos.

Mark trouxe Jackson de volta ao seu lugar, e Derek também empurrou Alex de volta ao lado de Norah. — Você está bem? — Ele perguntou, e a residente morena assentiu.

— O que aconteceu aqui esta noite, o que aconteceu com aquele paciente, foi imperdoável. E nós vamos ficar aqui até eu descobrir quem é o responsável por isso. — Ele ordenou, olhando entre as duas filas de médicos, — Então, até lá, você vai sente-se, você vai calar a boca e vai esperar ser chamado.

Um silêncio inquieto foi compartilhado entre os médicos quando a situação começou a se acalmar e se acalmar.

— Hunt.

Norah descansou a cabeça contra a parede atrás dela com os olhos fechados enquanto um suspiro escapava de sua boca. Mark estava na frente dela com os braços cruzados sobre o peito.

Ela abriu os olhos quando ele bateu levemente seus joelhos com a perna. Palavras trocadas através de seus olhos; ele estava checando ela, e ela encolheu os ombros em resposta.

Afundando em seu assento, ela notou um par de olhos verdes olhando em sua direção - ou mais especificamente, para eles. — Aquela que você empurrou? Esse é Avery. — Disse Norah a Mark através de um murmúrio.

Ele olhou por cima do ombro, então virou a cabeça de volta para sua namorada. — Olhos bonitos ali é Avery? — Ele perguntou, e ela confirmou com um único aceno de cabeça.

O cirurgião plástico estreitou os olhos para o residente de olhos verdes atrás dele; este último não percebeu o olhar do atendente.

— A Dra. Kepner entregou o paciente para você? — Webber perguntou à residente, que se mexeu na cadeira.

— A Dra. Kepner pediu para falar com o Dr. Sloan, e eu fui sua residente durante a noite. — Esclareceu Norah, sua voz firme, e sua expressão era a mais calma que ela podia colocar. — A paciente, Cathy Becker, teve pequenas queimaduras no peito e uma profunda queimadura de segundo grau na panturrilha esquerda.

———

— Dr. Sloan! — A voz de April chamou a atenção do cirurgião plástico.

Mark estreitou os olhos para o paciente do outro lado do pronto-socorro. Ele cutucou Norah ao lado dele e ambos correram para o paciente queimado. Ela franziu as sobrancelhas com a condição da perna do paciente.

— Terceiro grau? — Ela perguntou ao cirurgião plástico, que estava examinando as queimaduras.

Ele balançou sua cabeça. — Eu diria que isso é profundo segundo grau.

———

— Então, o Dr. Sloan estava tratando o paciente, e você era apenas uma acompanhante? — Jennings arqueou uma sobrancelha para o residente na sala.

Norah se absteve de revirar os olhos para o membro do conselho. — Não, eu era a residente de cirurgia e tratei de suas queimaduras. — Corrigiu ela com firmeza.

— Você fez? — Webber perguntou: — Onde estava Sloan?

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A Sra. Becker estava brincando de luta de polegares com seu filho, Danny, que estava ao lado de sua cama. A mãe estava tentando distrair seu filho de olhar para sua ferida, também distraindo-se de sentir-se enjoado e da dor.

— Por que você não começa a limpar enquanto eu termino de desbridar? — Mark instruiu.

A Sra. Becker engasgou bruscamente quando um pedaço de sua pele queimada foi removido. — Isso dói? — Danny perguntou a ela.

— Sim, um pouco, querido. Mas está tudo bem. Os médicos estão melhorando. — Ela devolveu o olhar preocupado de seu filho com um sorriso tranquilizador. — Tudo bem, agora você tem que tomar cuidado, ou eu vou te pegar.

— Dr. Sloan, preciso de você. — Arizona gritou da sala de trauma próxima.

— Tudo bem. — Mark respondeu antes de levantar a cabeça para a residente, — Termine o desbridamento, cubra toda a ferida com sulfadiazina de prata-

— Então uma gaze solta, não muito apertada. — Norah terminou sua instrução, — Eu tenho isso.

Ele assentiu antes de entrar na sala de trauma, deixando o paciente sob os cuidados da residente, em quem ele mais confiava.

— Ei, Lawrence. Venha aqui quando terminar. Precisamos de mãos extras. — Arizona gritou da sala de trauma, e Norah acenou de volta para ela.

— Eu posso trabalhar com Ele-Lawrence enquanto isso. — Mark falou antes de levantar a voz, — Timothy!

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— Você deixou a Sra. Becker para a Dra. Lawrence terminar o desbridamento? — Webber perguntou a Mark, que parecia perturbado ao ser questionado.

— Sim, porque ela é a melhor residente de plásticos deste hospital. Mãos rápidas, trabalho muito preciso. — O cirurgião plástico falou friamente, como se estivesse afirmando o óbvio. — Então, fui chamado pela Dra. Robbins para um menino com queimaduras de segundo e terceiro graus cobrindo mais de sessenta por cento de seu corpo.

— E então você pediu... — Jennings apertou os olhos para os papéis em sua mão, — Dra. Lawrence, de novo?

— O outro Lawrence. Ele... Lawrence, Timothy. — Mark respondeu, estreitando os olhos para cada pessoa na sala. — Preciso dos residentes mais confiáveis nesses casos graves. E ele não fica enjoado ao ver vítimas de queimaduras.

— Então, você ficou com o paciente queimado na sala de trauma?

Norah balançou a cabeça. — Não. Eu estava tratando Roy Macinaw, um bombeiro-

— Você não se juntou ao Dr. Sloan na sala de trauma? — Jennings interrompeu.

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— Roy Macinaw, bombeiro de 56 anos. Caiu três andares de uma escada. — Callie apresentou quando Norah correu para fornecer um par extra de mãos. — Parece uma fratura de quadril e fêmur.

Norah olhou e viu o menino pela janela gritando de dor enquanto os cirurgiões tratavam de suas queimaduras. — O garoto está vivo, Sr. Macinaw. — Rla assegurou, — Agora, vou verificar suas pupilas.

A residente franziu a testa enquanto iluminava os olhos do bombeiro. Ela levantou a cabeça para ver Derek saindo de uma das salas de trauma.

— Dr. Shepherd! — Ela gritou, e o neurocirurgião virou a cabeça em sua direção imediatamente. — Ele tem pupilas irregulares. — Ela informou, e ele se apressou imediatamente.

— O abdômen está rígido. Ele vai precisar de um ultrassom.

— Sim, ele vai precisar de uma tomografia computadorizada da cabeça, também. — Derek acrescentou, — Lawrence, me chame quando você conseguir seus exames.

———

— Dr. Sloan e Timothy tinham tudo sob controle, e não havia necessidade de um par extra de mãos- — ela falou, mas foi cortada mais uma vez.

— Você é uma residente do terceiro ano e não sentiu a necessidade de confirmar com seu assistente se ele precisa de mais mãos em seu caso? — Jennings questionou com um par de olhos acusadores olhando para ela.

— Se você me deixar terminar. — Norah revirou os olhos, — Respeitosamente.

Ela respirou fundo depois que o membro do conselho se acalmou. — O menino, Evan Langs, já tinha o chefe de plásticos, a chefe de pediatria e um residente bem competente em seu caso, comparado ao senhor Macinaw, que tinha poucos cirurgiões. E como o Dr. Hunt não pode ficar apenas em um paciente, segui meu julgamento profissional para ir ao paciente que precisava de mais mãos. Então eu saí do pronto-socorro e trouxe o Sr. Macinaw para o raio-X. — Ela informou antes de interromper Jennings, que estava prestes a fazer outra pergunta, — E não, eu nunca tinha visto a Sra. Becker desde que terminei seu desbridamento.

— Então, quem estava com a Sra. Becker?

Norah apertou os olhos ao se lembrar da noite caótica no pronto-socorro. Rostos após rostos apareceram em sua mente - antes que ela finalmente identificasse o residente em questão. — Dr. Adamson.

Os residentes se espalharam pelos assentos do lado de fora da sala de conferências, todos parecendo assustados ou exaustos. Norah estava sentada na cadeira mais próxima da sala de conferências quando ouviu a porta se abrir com um chiado suave e depois se fechar.

Todos viraram a cabeça na direção. Reed tinha acabado de sair da sala com uma expressão confusa no rosto. Norah notou como a ruiva olhou de lado para a amiga, seu olhar misturado com culpa e conflito.

April se levantou de seu assento e agarrou a mão de Reed. — O que?

Reed virou-se para ela, gaguejando. — Sinto muito. — Ela murmurou, sua voz baixa, — Eu sinto muito, muito.

April parecia confusa com as palavras de sua amiga.

— Dra. Kepner. — Webber chamou da porta, e ela se virou para ele, seu rosto lentamente cheio de compreensão e medo.

— O-O que você disse a eles? O que você disse? — April perguntou, mas Reed não deu uma resposta além de um olhar de culpa em seu rosto.

A última balançou a cabeça e se virou para caminhar pelo corredor. April caminhou entorpecida em direção à sala de conferências; sua mente estava em branco enquanto os outros residentes a observavam silenciosamente.

O chefe deu-lhes um aceno de cabeça, indicando que eles estavam livres para ir. Os residentes nunca tinham saído tão rapidamente.

Norah sentou-se no quarto das enfermeiras depois de garantir que seu paciente bombeiro estava estável durante a noite. Ela colocou o gráfico de volta junto com a pilha enquanto cobria um grande bocejo em seu rosto.

Cristina caminhou até a estação com um olhar um pouco perturbado, fazendo com que a morena levantasse uma sobrancelha para ela. Jackson e Reed estavam trocando palavras quando Alex passou por eles; o residente de olhos verdes tinha seu olhar seguindo Alex.

— O que? — Alex retrucou antes de dar a volta na estação.

— Apenas esperando para ver se você vai tentar me bater de novo. — Afirmou Jackson. Norah estreitou os olhos entre os dois residentes do sexo masculino, ambos pareciam cansados demais para começar uma briga tão cedo.

Alex soltou um suspiro pesado, balançando a cabeça. — Desculpe. Eu estava apenas, uh-

— Esqueça. — Jackson interrompeu, colocando a caneta de volta no bolso. — Noite difícil, certo?

Alex assentiu com um olhar de desculpas no rosto; as mulheres estavam com as sobrancelhas levantadas de surpresa e confusão.

O que há sobre a espécie masculina ser tão impulsiva e perdoadora ao mesmo tempo? Norah se perguntou solenemente.

Antes que sua mente pudesse vagar por uma resposta lógica, a voz de Charles assumiu. — Então, April perdeu uma via aérea, hein? — Ele cruzou os braços sobre o peito, — Isso é tão estúpido. —

— A via aérea primeiro. — Lexie assentiu enquanto caminhava até o grupo junto com Timothy, que estava mastigando uma barra de chocolate da máquina de venda automática.

— É tipo, Escola de Medicina 101, certo? — Jackson brincou levemente, e alguns dos residentes riram.

— Sim, eu me lembro que eles pensaram isso em nosso primeiro dia. — Timothy interveio.

Alex concordou com a cabeça. — É bem básico.

— Foi um segundo! — A voz de Reed explodiu, fazendo com que os residentes voltassem sua atenção para a pequena figura. — Ela se distraiu e cometeu um erro.

— Pelo que quase fomos demitidos. — Charles brincou, lançando-lhe um olhar sem graça.

— Nosedive tem razão. — Jackson assentiu com sinceridade, e Norah bufou de seu assento.

— Obrigado. — Charles murmurou, mas franziu as sobrancelhas quando sua mente processou o que seu amigo tinha acabado de chamá-lo. — O quê?

— Nós quase fomos demitidos por tentar consertar o que ela estragou em primeiro lugar. — Alex lembrou, tentando o seu melhor para não brigar com a ruiva.

— Sim, porque esse é o nosso trabalho. — Cristina retrucou com um tom de desagrado, e as brincadeiras dos residentes se desvaneceram imediatamente. — O que, você não cometeu nenhum erro hoje? Você esteve distraído a semana inteira. — Ela retrucou para Alex antes de se virar para Jackson, — E quem sabe o que você estragou?

Ele franziu as sobrancelhas com um olhar ligeiramente ofendido em seu rosto, mas optou por permanecer quieto. — Mas nossos pacientes não morreram, e é por isso que não fomos pegos. — Continuou Cristina antes de balançar a cabeça, — Podia ter acontecido com qualquer um de nós.

Os residentes estavam de cabeça baixa enquanto ouviam as palavras dela; todos ficaram em silêncio. — Você está bem? — Norah ergueu uma sobrancelha para a residente, que havia retomado seu mapeamento.

— Sim, eu estou bem. — Cristina suspirou, — Obrigada.

— Aqui vem ela. — Jackson sussurrou. Os residentes se viraram para olhar para April, que trazia uma mala no ombro com um olhar vergonhoso de traição no rosto.

Ela atravessou o grupo de residentes, sem poupar um olhar, nem uma palavra, incluindo seus amigos do Mercy West. Charles e Jackson queriam dizer algo a ela, mas decidiram não fazê-lo.

— April. — Reed tentou, sua voz misturada com uma pitada de culpa. Ela deu um passo à frente, mas April continuou andando pelo corredor em direção às portas, ignorando a presença da outra residente por completo.

April abriu as portas e se afastou deles, seus passos pesados e seu rosto sem graça.

Norah suspirou, deixando cair a cabeça sobre a mesa.

Que dia longo.

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